22.12.06

Sessenta

Um destes dias passados circulou uma informação dando conta da posição de pilotos das linhas comerciais contra o aumento da idade de reforma dos sessenta para os sessenta e cinco anos.
Pouco depois surge a informação sobre a posição de um outro grupo de pilotos concordando com as medidas propostas.
Parece que aqueles não aceitam trabalhar para além dos sessenta, idade bonita para dar lugar a outros mais novos e, certamente, mais baratos para o patrão.
Estes aceitam continuar a trabalhar e a descontar para a SS de modo a terem, em devido tempo, uma pensão de reforma um pouco mais elevada.
Previdentes estes pilotos, mas aqueles…
Estou convicto de que uns e outros estão cheios de razão: aos sessenta anos ainda se é “novo” para deixar de trabalhar, mas aos sessenta e cinco já não se garante segurança aos passageiros que se fazem transportar de avião.
No meio destas duas posições estamos todos os que usam os aviões para circular de um lado para outro: no fim de contas o que queremos é partir, chegar e voltar, sempre com segurança total, não havendo meias tintas para estas coisas. Ou chegamos ou não chegamos.
Depois dos sessenta já não há piloto com capacidade suficiente para garantir a segurança dos seus passageiros… pelo que deixar de trabalhar é melhor solução…
Por mim, tudo bem, embora me pareça estranho que um piloto queira deixar de pilotar um avião a partir do momento em que atingir os sessenta anos de idade, sendo que os cinquenta e cinco é que seria o mais indicado.
Não tenho opinião sobre a matéria, mas tenho conhecimento suficiente da realidade da natureza humana para me sentir com a capacidade de fazer uma pergunta: será que os pilotos que defendem a idade de reforma aos sessenta anos vão deixar de pilotar um avião, vão deixar de exercer a sua profissão, vão deixar de fazer aquilo que mais gostam, aquilo que lhe dá um prazer danado, aqui que lhe dá um estatuto social dos mais elevados e mais conceituados e mais respeitados pelo pessoal que utiliza um avião?
Continuamos na idade da inocência e acreditamos no Pai Natal…

Electricidade

Sinto que estou a melhorar: consegui ouvir cerca de trinta minutos do debate sobre o Ensino Superior que decorreu no Parlamento.
Admirei muito as intervenções dos senhores deputados e do nosso Primeiro sobre tão importante tema, a não ser a sua duração, pois nunca mais se deixava de falar sobre a questão premente da demissão do Presidente da entidade reguladora da electricidade.
Deu para entender as grandes preocupações dos senhores deputados sobre o Ensino Superior em Portugal, de tal modo que fazia pena o seu elevado esforço em manter a discussão nos problemas da regulação da electricidade em Portugal.
O grave da situação não está na leveza com que os senhores deputados falaram do ensino superior em Portugal: parece que há uma falta de estratégia para o ensino superior em Portugal, mas não se ouve uma voz a dizer qualquer coisa sobre uma possível estratégia para o ensino superior em Portugal: aquela bancada do cds ou do pp, não sei bem, é de morte… mas as outras não se ficam atrás…
O grave da situação é eu não entender o que se passa com os custos da electricidade: que as variáveis que entram no custo da electricidade, que as variáveis que não entram no custo da electricidade, que os custos da electricidade, que os custos da electricidade são mais altos que os preços da electricidade, que os custos aqui são mais altos que lá, que os preços aqui ainda são mais altos que lá, que o petróleo sobe e os lucros aumentam, que os consumidores deveriam pagar mais quinze por cento, que não deveriam mais que seis por cento… e mais umas quantas trapalhadas para que os consumidores, nós, os que não percebemos nada disto, continuem a pensar que o Governo é o mau da fita.
E talvez seja pelo simples facto de não ser capaz de explicar uma coisa muito simples de explicar de modo a que o pessoal entenda de uma vez por todas que os “fabulosos” lucros das empresas produtoras/comercializadoras não provêm dos preços praticados…
E se não vêm dos preços praticados, então qual será sua origem? Não me digam que é da venda de droga…
O cómico de tudo isto é eu pensar que os deputados estão contra a decisão do Governo em não aumentar o preço da electricidade em quinze por cento como era de parecer esse tal presidente, que já não é…
Ainda continuo a pensar que foi uma lástima e uma grande oportunidade perdida o facto de o jesuíta beirão não ter saído com o engenheiro beirão também, mas do outro lado…
Alguém poderia explicar o facto de os espanhóis não terem decidido investir aqui sem saberem o preço da electricidade…
Onde está o Conde Andeiro dos tempos modernos…

20.12.06

Crime

Nada do que nos possa acontecer, deve parecer estranho. Já passaram por nós muitos lustros, muitas dezenas e algumas centenas de anos, claro, para que tudo nos pareça normal e lógico, até.
Aquela de o nosso Primeiro mandar uma carta ao TC para enviar uns quantos pareceres favoráveis à lei das finanças locais e mais não sei o quê, fez-me lembrar uma outra de um Presidente de Câmara que, a propósito de pareceres, dizia liminarmente que os podia ter “a metro”…
E então as “férias” dos jogadores de futebol profissional agora no Natal e no Fim de Ano?
Queriam por força que o demissionário presidente de uma coisa qualquer relacionada com a regulação (?) da electricidade fosse a uma comissão da AR para dizer da sua justiça…O homem está inocente dos preços fictícios… por isso queria um aumento daquela grandeza, porque responde perante os produtores e não perante os consumidores ou perante quem o nomeou… Independente? Independente para opinar, mas dependente para decidir…
Mas nunca me tinha passado pela cabeça que pudesse acontecer aquela cena da Associação Sindical dos Juízes. Nem me passa pela cabeça que as notícias estejam correctas e que o referido parecer tenha sido emitido naqueles termos. Se querem saber, eu nem sei quais são os termos do parecer.
No fim de contas, entendi que não é crime um determinado tipo de violência doméstica praticada por um homem sobre um homem, uma vez que, no entender dos juízes, trata-se de dois sexos “fortes” e não de um sexo forte e outro fraco…
Claro que um filho, a partir de agora, quando “arrear” umas bocas tareias no pai ou na mãe, ou esta enfrentar o marido e assentar-lhe umas boas chapadas quando chegar tarde a casa, estão bem protegidos pelo parecer da Associação Sindical dos Juízes.
Não lembrava ao diabo pedir um parecer a quem pensa desta maneira, a não ser que se estivesse preparando para levar umas boas estaladas pelo crime de “cumprir” o seu dever…dados em casa não era crime…
Vou esperar para ver se os jornais publicam o parecer produzido para o ler com a devida atenção: a coisa parece-me tão insólita e tão idiota que nem dá para pensar que se trata de comentários de jornalistas desprevenidos.
Estão a ver o fundamento da carta do nosso Primeiro…?  

14.12.06

O livro

O livro do momento está a causar estragos diversos por diversos lados e lugares. Seja ela quem for, seja o livro uma mentira pegada, seja a escrita pouco escrita, a realidade é que o pessoal desatou numa berraria desenfreada como se o relatado, ou o contado, ou o inventado, que, no fim de contas é capaz de ser verdade, não fosse do conhecimento geral das pessoas do meio e de muitas que dedicam umas boas horas do dia a ler jornais desportivos, principalmente…
As histórias dos árbitros nunca serão tão claras e tão transparentes e tão verdadeiras como a que se conta do alentejano: “…jogo que eu apite, ganha quem eu quero…”.
Se os caminhos agora trilhados são tortuosos, demasiado obtusos, fortemente complicados, obscuros e sinistros, é um produto dos tempos: agora nada é claro, nada é simples, nada brilha… e para se ser alguém sem trabalho, então o caminho vai dar ao campo da bola…
Não li o livro, fundamentalmente por uma razão muito simples: não o comprei e nem o vou comprar, pelo que, se o ler, será por empréstimo.
Mas o que me espanta não o que a madama escreve: são as consequências do que escreveu.
Não querem lá ver que houve perseguições, espiões e muito ões misturados que causaram um vendaval de protestos. Muito provavelmente se eu me sentisse ameaçado por motivos que eu considerasse razoáveis, contaria imediatamente os acontecimentos a quem teria a responsabilidade de averiguar os seus fundamentos e tudo o que tivesse qualquer relação com as ameaças.
Que fez o senhor? Calou-se e contou muito mais tarde, agora a par do livro do momento. Mas que relação terão…? O livro é razão, o livro é fundamento, o livro é causa, o livro é efeito, será que o livro é tudo isto?
Então não digam mal de quem disse, condenem quem calou e quem…
Parece que foi agora nomeada uma mulher para tratar do apito…
Espero bem que não se cale, mas sim que continue ela própria!
Se tiver que mandar umas bocas… nós vamos gostar de ouvir…
E aquela da lista…!!!
E ainda dizem que o livro é uma mentira pegada…

11.12.06

Incompatibilidades

Ao passar uma vista de olhos pelas gordas dos jornais de hoje deparei com um título a pequenas sobre a contratação da Maria de Belém pelo Grupo Espírito Santo. Parece que a Senhora Deputada já terá dito que não havia incompatibilidades.
Nós acreditamos piamente que não há incompatibilidades porque não estou a ver o Espírito Santo a praticar actos que poderiam dar origem a graves problemas constitucionais sobre mais um emprego de mais um (uma) deputado (a). Era o que faltava. Nós sabemos que os deputados, a priori, nunca incorrem em incompatibilidades: pois se são eles que as definem, certamente que as definiram de tal modo que incompatibilidades nos deputados só por mero acaso e por pouco tempo.
Nós admitimos, os eleitores admitimos, que as consequências de uma eleição é a representação digna dos eleitores, pelo que no plano ético é que se deveria analisar o conceito da “incompatibilidade”.
Uma questão se nos levanta de imediato: o Espírito Santo contrataria a Maria de Belém se esta não fora deputada e tivesse sido mais umas quantas coisas nuns tantos Governos?
Toda ouve falar dessa coisa que dá pelo nome de “causa e efeito”, não se sabendo qual é a ordem correcta para situações como esta…
Uma coisa é certa: não há incompatibilidade nesta contratação, tanto mais que a Senhora Deputada não vai deixar de trabalhar com afinco a bem da Nação e para eleitor ver e sentir…
Depois de tudo isto e de tudo o que vem acontecendo com deputados, ministros, secretários de estado e quejandos a exercerem determinadas funções antes, durante e após os mandatos eleitorais, ninguém pode levar a mal que os eleitores atirem às urtigas as eleições e continuem a dizer mal de todos os políticos, mesmo que alguns se dediquem a tempo inteiro à causa pública, sem acumulação de funções e de vencimentos…
Ainda há vergonha, mesmo sendo pouca…

9.12.06

Anormais?

Contaram-me, e dou como verdadeiro o conto que me contaram, que um morador na Quinta da Luz em Carnide entrou em contacto com a PM para dar conta, (queixar-se?, desabafar?) da situação caótica do trânsito e estacionamento nesta zona…
Calculo que o morador ter-se-á referido aos efeitos do centro comercial tanto no trânsito como no estacionamento e, talvez, tenha indicado que os moradores não são culpados de nada. De nada, ponto e vírgula; a não ser que também contribuem para o agravamento desses efeitos com os seus automóveis…Mas são residentes!
Parece que a PM terá respondido, eu conto ter acesso à resposta escrita, que não havia nada de anormal nesta zona sobre a matéria exposta.
Isto é, parece que para a PM o que se passa diariamente e a qualquer hora na Quinta da Luz, na Avenida do Colégio Militar e em todas as imediações do centro comercial não é anormal, pelo que, deduzo eu, que está tudo normal.
Eu acredito na PM, pelo que deduzo, também, já estou a deduzir muita coisa o que é contra os meus hábitos e princípios deduzir coisas contrárias à opinião e afirmação da PM e dos polícias, em geral, que para a PM nada se passa nesta zona da Cidade.
Claro que, juntando os cordelinhos todos, nós podemos, agora, concluir que nesta zona só se passa alguma coisa de anormal, quando a carrinha da PM, munida dos devidos meios mecânicos e electrónicos, se ocupa em imobilizar umas viaturas e a passar autos de contra-ordenação a outras por infracções ao C da E. Nestas alturas, já há alguma coisa de anormal…
O que é curioso é que estas alturas coincidem, geralmente, com jogos do Glorioso e na margem direita da SC…
Esta gente tem que aprender a não meter-se a interpretar o C da E, quando temos a PM a velar por nós, pois este problema não é nosso mas sim deles!!!
A nossa função, nesta matéria, é deixar os automóveis em situação tal que dê oportunidade a quem de direito para “julgar” que existe uma infracção à lei e aplica esta com justiça.
Quem disser que a todas as horas de todos os dias e na Quinta da Luz estão automóveis estacionados em infracção de alguma disposição do C da E não está a falar com total verdade.
E não está a falar com total verdade tão só e porque esse julgamento não é da sua responsabilidade…
Nós… mesmo que nos custe… só temos que pagar…

3.12.06

"Es-adof"

Es-adof!!!
Encontrei esta extraordinária expressão ao passar uma vista de olhos pelo “Abrupto”. Suponho que se tratava da participação de um leitor, uma vez que não estou a ver o JPP a escrever coisas destas, arrop!
Nunca me tinha lembrado de inventar estas expressões, embora tal escrita não me seja desconhecida; muito menos a fala, pois tive um colega lá na tropa, que falava razoavelmente desta maneira.
Apesar de estranha maneira de dizer as coisas, não deixa de ter a sua piada: assim podemos adiantar tudo o que nos vai na alma que ninguém leva a mal. Trata-se de uma maneira de escrever que até soa bastante bem. Se não, vejamos: olharac. Alguém pode ficar ofendido com esta sonorização do dito? Impossível. Alguém pensa que se trata de uma coisa feia? Nem pensar… Posto isto, tenho pensado no que pode estar escondido em muitas escritas de muitos povos, que nem sequer dá para pronunciar. Acreditemos que o pessoal não é mal intencionado… e sem forem: que “es madof”!!!
Depois da primeira vez que a barragem encheu, fui ao Alentejo. Não havia cova, por maior que fosse, que não estivesse a largar água por todos os lados. O pessoal estava radiante, muito embora já estivessem a dizer que não podia ser, que a azeitona ficava nos campos, que os campos ficavam cheios de erva, que a erva crescia demasiado depressa, que a pressa não deixava lavrar os campos… a pressa não, água.
Agora voltei, depois das segundas cheias… aquilo já não era terra; era qualquer coisa nunca vista: uma gota mais e era um dilúvio!!! O mais estranho disto tudo é que agora parece haver uma certa aceitação da terra molhada, chegando a haver pessoal a agradecer aos deuses não virem aquelas desgraças lá do oriente…
Esperemos que lá para o meio do ano, ninguém venha dizer que é preciso economizar água, porque os níveis das barragens estão num perigo: era uma grande “adof”!!!

28.11.06

"...gurança"

Onde menos se esperava: no Algarve, na baixa de Faro. Eles pensavam que, por estarem junto ao mar, àquele mar que nunca se zanga, estavam protegidos contra as inundações provenientes de terra. Esqueceram-se que, lá para os lados de Tavira, anda um homem que não se cansa de pedir chuva e mais chuva para o Algarve.
Só lamento que esta não se tenha aproveitado e tenha ido para o mar, não sem antes causar graves prejuízos a gente pobre. É sempre uma chatice: nunca ninguém nos informa que um rico sofreu uma inundação em sua casa. Só pobres e remediados.
É da vida; levantar a cabeça e continuar.
Bem pior se encontram as universidades portuguesas, que não têm guita para pagar os salários do final do ano. Olha que Natal vai esta gente ter, sem massa para encher a árvore de prendas para a criançada…
Por acaso gostaria de saber e espero que alguém diga alguma coisa sobre o IST. Esta universidade também não tem dinheiro para pagar salários? Será que o Técnico também está falido? Digam lá alguma coisa…sem vergonha porque a gente entenderá…
Parece que agora alguém se lembrou de que algures na Europa existe uma palavra que encerra um conceito que engloba uma coisa qualquer relacionada com as leis do trabalho: “…gurança”!!!!!!!!!.
Vai ser o bom e o bonito para os trabalhadores, para os empregadores e para o Governo.
Não seria mais fácil importar o sistema de cobrança de impostos que está em vigor lá para o norte da Europa?
Eu não percebo esta gente: quando parece que a coisa está a tender para o equilíbrio, lá uma ventania que não dá para segurar… lá se vai a esperança. Ainda bem que o Papa andar a proclamar a paz na Turquia, esperando eu que deverá estar a pensar neste rectângulo à beira mar encontrado…
Espera aí! Esta história do equilíbrio faz-me lembrar  qualquer coisa relacionada para a “ tese e a antítese”…
Para que uma pessoa tenha consciência do saber amargo da derrota, tem que ter conhecido antes o prazer da vitória…

A chuva

Nos dias que correm, não tenho desculpas para não manchar uma página do “écran” do computador com umas quantas linhas: se não houvera motivos agradáveis, resta a chuva que continua a cair com intensidade. Amanhã vou estar mais atento aos noticiários para me informar dos locais inundados. Depois é só fazer um esforço para me lembrar de um ano com tanta chuva em tão pouco tempo…
Sem esperar pelas explicações dos entendidos, lembro-me de declarações de uma senhora sobre as cheias de uma ribeira que arrancaram literalmente um olival… Os entendidos não deixam limpar as ribeiras, os ribeiros, os ribeirinhos, os ribeirões… só a natureza o pode fazer… como faz nestas alturas…
Lembro-me de outras situações como a inundação de ruas, rebentamentos de esgotos, etc. e tal. Depois alguém vem dizer que as sarjetas deveriam ser limpas e que não se deveria construir no leito dos rios, das ribeiras.
É sempre a mesma rebaldaria: que não se faz isto, que não se faz aquilo, que assim, que a câmara assado e as inundações de Tomar por efeitos das cheias do Nabão acontecem sempre que o São Pedro fecha o guarda-chuva.
É uma tristeza…
Quando temos água, não queremos água; quando não temos, queremos.
Não é para admirar: nós somos mesmo assim. Mas limpar as sarjetas, isso não, limpar os leitos dos cursos de água, cruzes canhoto que vai abaixo uma árvore.
É certo que nos tempos que correm é mais importante conservar o matagal dos leitos dos cursos, do que preservar uma casa, normalmente de gente pobre.
E digam lá que não há inteligentes…!
Por mim continuo a dizer: que eu saiba a água ainda está muito longe to pico da serra…

26.11.06

A data

Lembrei-me de visitar o “Ainda não jantei” para ver se tinha sido mudada a data do último escrito: o computador não faz dessas coisas, sendo uma máquina a toda a prova.
A toda a prova, ponto e vírgula; porque quando menos se espera dá-lhe qualquer nos interiores, que origina uma determinada fúria que nos impele à tentação de o atirar pela janela.
Bem vistas as coisas não vale a pena “arranjar” computadores! Quando avariarem, o melhor é atirá-los para o lixo; quando muito aproveitar alguma coisa que nunca deu problemas. Por outro lado, tenha-se na devida conta que, nos tempos que correm, a gasolina pode estar cara, mas os computadores já são acessíveis a toda a gente que precisa de um, tanto mais que as prestações…
Foi o que me aconteceu: no espaço de três meses (mais dia menos dia) mandei arranjar um computador, que me custou pouco menos que um novo, teve oito dias na oficina para ver o que tinha, o que não foi descoberto, e em menos de um mês lá voltou outra vez para ver o que se passava. Arrancou, o maldito. Está a trabalhar há seis dias e ainda se mantém com a energia toda. Assim é que é.
De qualquer modo, já estou arrependido de não ter atirado pela janela esta máquina e adquirido uma nova, mesmo que fosse a prestações. Vejam que fui “forçado” a apresentar um trabalhinho urgente e o meu receio e desconfiança na máquina era tanta, que gravava o texto numa disquete (!!!) parágrafo a parágrafo, não fosse esta coisa dar o berro e lá se ia o esforço…!!!
Esta situação foi tão importante para as minhas preocupações da semana que finda que nem dei conta nem me apercebi da quantidade de água. Cá por mim, penso desta maneira: todas as preocupações serão poucas enquanto não se verificar uma inundação no Alentejo e ver os alentejanos no topo da Serra de São Mamede ou no da Serra D´Ossa…  

29.10.06

Fase complexa

Ando a atravessar uma fase dos meus humores um tanto ou quanto complexa:
Já não me dão vontade de rir as intervenções dos políticos quer do governo quer da oposição; tanto que eu gostava de uma boa tirada de uns e de outros e era gargalhada pegada quando ouvia um ministro ou um secretário de estado ou um secretário-geral ou um presidente ou um porta-voz a mandar uma boca para o povo ouvir, mesmo que a boca fosse foleira.
Já sinto uma certa frustração quando ouço falar de um perdão de não sei de quê a bancos, que deveriam participar no esforço de guerra que estamos (?) a travar contra o défice. Nem sei bem se é contra o défice se é contra as despesas desnecessárias e abusivas da administração pública…isto é, dos ministros, dos secretários de estado, dos directores gerais e dos presidentes disto e daquilo…
Já não tenho alegria quando dou conta de uma boa discussão onde todos berram ao mesmo tempo e ninguém ouve, ou melhor, entende o que se pretende dizer…
Já não acho piada às asneiras dos jornalistas a lerem os milhões de euros de qualquer coisa, pensando que o problema deve estar no teleponto…
Já não faço observações sobre aquelas apresentadoras histéricas, cujo único pecado é não estarem atadas às cadeiras…
E muito menos me importa que muitos e muitas leitores e leitoras de textos noticiosos, que em Portugal se denominam de “jornalista”, se esqueçam de pronunciar a última sílaba das palavras…
Já não que questiono se o TGV chega a Lisboa pela margem sul ou pela margem norte, se o aeroporto da OTA é construído ou fica no papel, se o Porto vai ter mais uma ponte sem portagem, apesar da pobreza reinante na região de braço dado com os carros de alta cilindrada…
Mas tenho duas grandes preocupações:
Não entendo os alentejanos por já estarem fartos da água das últimas chuvadas, quando as barragens ainda dormem…
E a mais importante, mas mesmo muito importante é a intervenção de dois grandes homens do nosso Portugal de hoje: Luís Filipe Vieira e Jorge Nuno Pinto da Costa.
Portugal bem pode dar graças aos deuses pela existência destes dois grandes portugueses… Que seria da nossa vida se ao voltar da esquina do tempo não esbarrássemos com estes dois heróis nacionais…
É realmente uma lástima que aquele tipo da margem direita da segunda circular não tenha queda para estas coisas…

23.10.06

Político-partidários

Já que comecei esta coisa, não convém que a deixe sem qualquer justificação. Mas como não tenho qualquer justificação para a deixar, não a deixo e continuo a deixar algumas observações sobre factos e circunstâncias a vida quotidiana do burgo. Vai havendo matéria que baste para, de vez em quando, envolver alguns minutos neste modo de escrita…

Fiquei muito preocupado, senão surpreendido, pela notícia sobre a suspensão do mandato de um deputado: fora nomeado presidente de uma grande empresa portuguesa (?) produtora cervejas, deduzindo-se que não poderia acumular o seu mandato de deputado com esta nova (?) situação profissional. Certamente que a diferença de ordenado justificava perfeitamente o abandono do exercício de tão elevadas funções políticas para as quais fora eleito por uns quantos milhares de portuguesas que nele confiaram…

Mas o estranho foi a justificação apresentada: motivos político-partidários. Assim, sem vergonha, sem moral, sem ética, sem respeito…

Eu não sabia e agora fiquei a saber que essa história dos motivos político-partidários para tudo e para mais alguma coisa continua a justificar a mais incríveis razões para aldrabar o pessoal… É!!! Sempre ouvi dizer que a vergonha era verde e que veio o burro e comeu-a…

Continuei a ficar surpreendido, mas desta vez não preocupado por um secretário de estado ter dito qualquer coisa relacionada com a culpa dos consumidores pelos preços da energia eléctrica. Nunca me tinham dito nada sobre tal responsabilidade, mas acredito piamente no que toca à minha quota-parte de responsabilidade. Provavelmente consumi demasiada energia eléctrica, quando deveria ter tido mais cuidado e ser mais poupadinho…

Para mim, tudo bem. Só não percebo por que é que, depois de um dia mau para o tal secretário de estado, ele não teve um dia bom para apresentar a sua imediata demissão…

Afinal está tudo bem: para uns os motivos político-partidários justificam a pouca vergonha; para outros os dias maus desculpam as asneiras.

A vergonha era verde…

15.10.06

A Crise

Tenho o dever de corrigir os dizeres da placa colocada no passeio (pedras, areia e ervas) da Avenida do Colégio Militar: “Parque de estacionamento reservado a residentes”. Corrijo para “Parque reservado a residentes”.
Esta gente é mesmo inteligente: não é que dando outro uso àquele parque não carece de mudar a placa? Ficamos a saber, e isto é do meu agrado, que o parque vai ser reservado a residentes para depósito dos seus automóveis que forem rebocados, principalmente nos dias de jogo do Glorioso.
É preciso ter sorte para não ter que ir buscar o carro ao outro lado da segunda circular…

Abertura bombástica de um noticioso da TV paga por todos os que pagam impostos: “O Ministro da Economia anunciou o fim da crise”. Se esta bomba fosse do cm ou do 24 não levava a mal nem me importava.
Mas da estação pública… Fiquei com curiosidade de ver e ouvir o desenvolvimento da bomba, pois pareceu-me logo que o Ministro não teria dito aquilo daquela maneira. Assim pensado, assim dito: o Ministro não disse bem aquilo que foi dito pelo JRS. Se tivesse vindo de um outro qualquer, qualquer desculpava… mas vindo dele!!!
Assim é quem faz opinião pública…
O Mais engraçado de tudo isto é que o Presidente do Glorioso e candidato a Presidente do Glorioso anunciava também o fim da crise no Glorioso: acertou em cheio. Ontem foi o que se viu!

13.10.06

Humor negro

Passeava pela Avenida do Colégio Militar no sentido NS e tive a oportunidade de admirar uma rede/vedação toda pintada de verde a contrastar com a cor vermelha do estádio do Glorioso.
Fiquei espantado e até admirado pelo facto de o passeio da Avenida continuar naquela porcaria de sempre: esperava uma calçada paga pelos custos do estacionamento na Cidade ou, pelo menos, um betuminoso igual ao das faixas de rodagem. Mas não lá estava a porcaria.
Mas outra coisa ali continuava a chamar a atenção de quem passa despreocupadamente: um aviso “Parque de estacionamento reservado a residentes”. Deve haver algum engano ou então deve tratar-se de “humor negro”… difícil de entender. De qualquer maneira, parece-me que a obra ainda não está totalmente acabada: pelo menos, não está em funcionamento…
No princípio era o verbo e residentes eram aqueles a quem a JF reconhecia essa qualidade. Agora? Residentes serão os “pm” e os automóveis rebocados.
Aquilo ainda está vazio, mas não há pressa. Numa tarde de actividade nas envolvências no centro do Belmiro e nas ruas da Quinta da Luz o espaço será curto para tanto abuso ao CE.
O mais engraçado de tudo isto é que me garantiram que a JF de Carnide não teve conhecimento daquela obra…
Eu acredito piamente, mas não deixa de ser estranho tal facto, tanto mais que a esta JF nada escapa no que às necessidades dos residentes diz respeito.
Já agora tenham presente que um pouco mais abaixo no NS da Avenida estão duas ilhas pejadas de automóveis estacionados… ilegalmente, claro!!!

12.10.06

Reboques

Eu gosto muito da Câmara Municipal de Lisboa.
Eu gosto muito do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
Eu gosto muito das Vereadoras da Câmara Municipal de Lisboa.
Eu gosto muito dos Vereadores da Câmara Municipal de Lisboa.
Eu gosto muito das obras da Câmara Municipal de Lisboa.
Eu gosto muito das iniciativas da Câmara Municipal de Lisboa.
Eu gosto muito da previdência e da providência da Câmara Municipal de Lisboa relativamente aos seus Munícipes.
Então não querem lá ver que a CML resolveu tomar uma iniciativa de protecção dos residentes na dita Quinta da Luz em Carnide!!!
Sabendo a CML que esta zona está cheia de pessoal que frequenta o centro comercial do Belmiro e, de vez em quando, daquele “maralhal” que se desloca ao campo do Glorioso, do que resultam graves inconvenientes para os pacatos residentes na quinta no que se refere à circulação e estacionamento de veículos automóveis, teve a brilhante ideia de resolver o problema ou, pelos menos, minimizá-lo !!!
Onde havia um parque de estacionamento para residentes, isto é, para quem chegava primeiro, passa a haver um parque para as viaturas rebocados pelos competentes serviços !!!
É de aplaudir esta medida, porque assim quando os aqui residentes tiverem o seu automóvel rebocado não têm que se deslocar ao cu de judas, porque o parque está mesmo aqui ao lado.
Só vantagens.
Claro que o Belmiro vai ter mais umas quantas assinaturas, mesmo a preço simbólico, mas uma assinatura paga; a Associação dos Parques da Quinta da Luz terá (terá?) mais uns lugares vendidos e os moradores terão um parque de viaturas rebocadas para dar alguma dignidade à Avenida do Colégio Militar.
Se na Avenida do Colégio Militar está o Colégio Militar, estão umas quantas oficinas, o Centro Comercial do Belmiro, um bairro residencial, por que carga de água não há-de estar um parque de estacionamento para viaturas rebocadas ??? !!!



10.10.06

PGR

Decorreu hoje o primeiro dia do mandato do novo Procurador-Geral da República: não sei o que fez; em que assuntos ocupou o tempo; em que processos tocou; que pensamentos teve, que dúvidas lhe vieram à cabeça; que certezas pôs em cima da sua mesa de trabalho.
Para mim o que é importante na vida deste novo Procurador-Geral da República é que tenha sempre presente as enormes expectativas que uma grande maioria dos portugueses atentos a estas coisas depositou na sua nomeação, o acompanhou a sua tomada de posse e vai olhar a sua actividade profissional.
Que nunca lhe falte o bom senso, mãe e pai da eficácia, da dignidade profissional e da consciência do dever assumido. Que os deuses nunca lhe retirem a clarividência e a sabedoria indispensáveis para a decisão acertada. Que os amigos fiquem longe, mas perto os inimigos. E principalmente que nunca se deixe intimidar pelas vozes que clamarem no deserto…
Certamente que as nuvens negras já pairam no ar, mas tenha sempre em mente que a luz nunca se apaga…

4.10.06

Finanças Locais

A nova lei das finanças locais está a dar água pela barba ao Governo e aos Municípios: aquele quer, estes não querem.
E têm fortes razões para estarem com os cabelos em pé: para muitos dos autarcas deste país vai faltar qualquer coisa no próximo e/ou nos próximos dois anos.
E não é coisa que se despreze. Pode não ter importância remendar uma estrada, que passa o tempo a ser remendada; pode não ter importância tratar do abastecimento de água nas devidas condições; pode não ter importância tratar devidamente dos esgotos; pode não ter importância os maus ou péssimos serviços de atendimento e resolução de problemas triviais dos munícipes.
Mas importância tem e muita disporem de meios financeiros para coisas  do dia-a-dia das populações.
Estou convencido que a esmagadora maioria dos autarcas não protesta por interesse ou benefício pessoal, mas admito que o exercício do poder está patente na posição generalizada dos autarcas.
Também admito que a maneira mais fácil de governar nestas circunstâncias é cortar nas coisas dos outros, porque as nossas são intocáveis.
Pois, tudo bem: o Governo devia cortar nas coisas que lhe dizem directamente respeito e ter mais cuidado no que aos outros diz respeito.
Mas a lei das facilidades tudo parece justificar.
Contudo, gostaria muito que a AMP fizesse umas pequenas contas e divulgasse o resultado final: quanto gastam as câmaras municipais e juntas de freguesia em almoços, lanches e jantares oferecidos às populações a propósito de qualquer coisa; quanto gastam as câmaras municipais e as juntas de freguesia na contratação de artistas por ocasião de feiras e festas populares; quanto gastam as câmaras municipais e as juntas de freguesia em subsídios para as mais diversas associações…
A informação nunca fez mal a ninguém…pode incomodar…

29.9.06

Justiça

Houve quem ficasse incomodado e até surpreendido pelo resultado da eleição do novo Presidente do Supremo Tribunal de Justiça: parece que o homem não foi eleito por unanimidade, havendo dezassete votos arredados do novo Presidente.

Não tenho grande interesse em saber o que querem dizer esses dezassete votos nem o que pensam esses dezassete juízes sobre a figura do novo Presidente.

Contudo, estou convencido que estes dezassete votos vão arrepender-se de não terem tido a cruz no lugar certo, uma vez que muito em breve vão sentir o arrependimento pelo erro cometido.

Rapidamente vão constatar que o seu ordenado foi aumentado correspondendo a uma diminuição de trabalho; vão sentir os efeitos de uma nova política social especialmente concebida para os juízes e, principalmente, vão orgulhar-se de o seu Presidente ter assento no Conselho de Estado.

Por outro lado, qual é o trabalhador que não tem orgulho no facto de o seu Presidente ter um programa de trabalho e de acção que mete a um canto os dirigentes sindicais que imperam no mundo do trabalho, ou imperavam…

Eu vi umas imagens na tv quando alguns votantes cumprimentavam o presidente eleito…

Lembrei-me daquele adágio (provérbio?) popular: “…é pequenino… então é mau ou dançarino…”

Vai depender do ponto de vista…

25.9.06

MIC

Nasceu o “MIC”, do ponto de vista legal, claro está: inspirado por Manuel Alegre e justificado pelo milhão de votos do candidato nas presidenciais, uns tantos insatisfeitos e outros tantos desiludidos e mais uns quantos afastados resolveram associar-se num movimento de intervenção cívica, como se representassem esses tais portugueses que votaram no Poeta nas últimas eleições presidenciais.
É assim mesmo: quem se sente injustiçado e com os seus valores não reconhecidos pelos seus pares nada mais sensato que criar um movimento cívico para estarem sempre em cima da onda. Assim a imprensa se vá lembrando de vez em quando para o que o movimento não acabe e não se resuma a umas quantas mesas de café.
Eu cá por mim, estou convencido que um partido político com um milhão de votos seria mais que suficiente para por a Poesia na ribalta e na tribuna e lançar estes cidadãos para voos bem mais arrojados que os feitos até aqui.
Tenham na devida conta que um crédito de um milhão de votos, apesar de a grande maioria seja voto do contra, justifica perfeitamente que se assumam com dignidade política o que aqueles cidadãos quiseram dizer: não queremos aquele, queremos este, pelo saiam todos do partido maldito e entreguem os seus lugares a quem continua fiel e lutem para ganhar democraticamente os vossos lugares e as vossas condições.
Doutra maneira, alguém poderá considerar que o milhão de votos não justifica cinco minutos de televisão…

24.9.06

Envelope 10

Uma estação de televisão noticiava hoje que um determinado cidadão foi informado por um outro cidadão para não estar na sua residência a uma determinada de um determinado dia porque seria visitado por outros cidadãos para ser preso devido a um processo qualquer referente uma actividade qualquer...
Claro que o cidadão, bem avisado, não estava em sua casa pelo que não foi preso.
Isto não teria qualquer importância nem causaria dores de cabeça aos cidadãos deste País se não se referisse a uma actividade por demais conhecida como sendo o supra sumo da corrupção, que todos comentam, mas que ninguém prova.
Situações e processos como este a que se referia a notícia abundam na sociedade portuguesa e os poucos que pagaram as favas foram dois jornalistas que deram a conhecer o conteúdo (parte) suponho do famoso envelope nove.
Não é que eu tenha grande simpatia por noventa por cento dos jornalistas portugueses, mas atrevo-me a esperar encarecidamente que muitos mais jornalistas sejam chamados à perna por coisas que escreveram ou disseram nos seus órgãos de informação...
Isso seria sinal que o pessoal do burgo tivesse conhecimento de muitas coisas que estão noutros envelopes, nos processos...

22.9.06

Se eu fosso Ministro

Se eu fosso Ministro das Finanças e ou Primeiro-ministro já tinha aceite a proposta do compromisso em baixar o irc para o nível mais baixo praticado no espaço europeu.
Não teria qualquer tipo de problema em aceitar essa proposta desde que o compromisso aceitasse o compromisso de fazer com que todos os empresários pagassem os impostos correspondentes à totalidade da facturação de todas as empresas incluindo a facturação relacionada com a economia paralela. E ainda que todos os empresários pagassem os impostos devidos pelos valores envolvidos nos cartões de crédito, nos seguros de vida, no crédito para bens pessoais, nos combustíveis, nos automóveis, nos telefones, na parte dos salários pagos pela porta do cavalo,etc. E ainda...
Se o compromisso fosse capaz de assumir o compromisso de não meter o pé fora do sapato ou, se pretender, em ramo verde, era certo e sabido que podíamos baixar os impostos como pretendido e ainda dar uma ajudinha à formação profissional dos trabalhadores das empresas de tais empresários.
Se o compromisso assumisse o tal compromisso este país não diferia em nada dos seus parceiros!
Contudo, estou convencido que o compromisso está disponível, mas totalmente disponível, não para dar seja o que for, mas para receber tudo o que puder por todos os meios ao seu dispor e de outros...

21.9.06

O compromisso

O compromisso pensa… nós concordamos; o compromisso quer… nós damos; o compromisso sugere… nós nada mais temos a fazer que ir depressa e depressinha à procura de todas as oportunidades para satisfazer o compromisso.

Tem dívidas? Paga e os teus problemas estão resolvidos.

Queres dinheiro? Pede e alguém te dará.

Não queres pagar impostos? Diz e a tua vontade será satisfeita.

Queres ganhar mais? Não tenhas vergonha de pedir.

Estás gordo? Eu trato do teu problema.

Queres ter uma boa reforma? Eu trato disso, desde que me dês o teu dinheiro, porque eu sei tratar de negócios melhor que tu.

Só que o compromisso esqueceu-se de me dizer para onde mandava os tais “…entre cento e cinquenta mil e os duzentos mil…”. Para a reforma?

Para o desemprego? Para o deserto do sahara povoar aquela coisa? Para a amazónia dar de comer à passarada? Ou ficava-se num processo mais caseiro e limitava-se a colocá-los nas margens do Alqueva a pescar peixinhos… ou no Alentejo inteiro a guardar porcos pretos… ou em Trás-os-Montes a arrancar amendoeiras…

Com a receita dada e proveniente dos pensamentos mais profundos e mais elaborados dos homens do compromisso, adeus défice em apenas um ano!!!

Para quê mais coisas se isso seria suficiente para baixar os impostos às empresas; para quê dar trabalho ao pessoal se essas mesmas empresas estão disponíveis para gerir a guita e garantir a reforma em dois mil e cinquenta…

Depois digam que o fazem para servir Portugal…

Nós acreditamos piamente nos votos do compromisso, embora não entendamos bem o facto de os bancos portugueses ganharem mais e pagarem menos que os congéneres da Europa…!!!

É o que acontece com um país que tem um compromisso assim.

Só falta que o compromisso assuma o compromisso de gerir o Estado.

O riso e o número

Finalmente acabou-se o “suspense”: já é conhecido o homem que vai muito brevemente substituir o homem que justificou a pergunta “Porque sorri aquele homem?”.

Lamento, não por ele, mas por mim: nunca mais vou ver aquele sorriso a propósito de qualquer coisa, a propósito mesmo do despropósito: o homem ria e estava tudo dito.

Podia tratar-se do assunto mais grave, mas o homem sorria; podia tratar-se do assunto mais dramático, mas o homem sorria; podia tratar-se da pergunta mais idiota, mas o homem sorria. Desta, ainda como outro, mas daquelas…?

Vai ser mais uma reforma milionária, como as poucas que existem na função pública.

A propósito de função pública: o homem do sorriso também integra aqueles setecentos e não sei quantos mil que são funcionários públicos, ou está dentro daquele número muito reduzido que é desconhecido pelo secretário de estado?

E aquela quantidade de tarefeiros… o que fazem na função pública? E quanto ganham?, etc,.

Não me quero enganar e também não quero duvidar dos estudos e das palavras de gente responsável, nomeadamente de secretários de estado e de altos dirigentes da administração pública, mas tenho a certeza que o número não é aquele. E não é aquele tão-somente porque não é dada a hora da contagem: uns minutos antes já tinham entrado mais uns quantos, uns minutos depois já se tinham reformado outros tantos…

Mas toda a gente ficou satisfeita: havia um número…

19.9.06

Saúde moderada

Não queria acreditar, mas de tanto ouvir falar tive que levar o caso a sério e dei a pensar que o destino existe mesmo…
Então não é que o Ministro da Saúde não resistiu ao facto de não ser falado nos órgãos de informação por mais de quinze dias e zás… uma entrevista num jornal!!!
Não é que me incomodem as entrevistas do ministro aos jornais ou às televisões, sejam eles e elas nacionais e internacionais ou até mundiais. A verdade é que as entrevistas do ministro não me incomodam coisa alguma!!!
Mas dei a pensar no que fazia falar o ministro para anunciar mais umas quantas façanhas do seu ministério… de tal modo que até chegou ao ponto de afirmar que “… o povo não é estúpido…” para não entender o que ele, ministro, queria dizer ou fazer para bem de todos os portugueses.
Oh, Senhor Ministro, olhe que o “povo” não é mesmo estúpido para não entender perfeitamente que as suas intenções são das mais puras que existem à face do universo, tão puras, tão puras, que alma alguma ousa pensar que o senhor está a tentar enfiar o gorro ao pessoal que precisa de cuidados de saúde.
O problema de tudo isto não está no que o ministro pensa sobre novas taxas moderadoras para não sei quantos serviços prestados pela sns; o problema reside no facto tão singelo e tão simples de o ministro acreditar que a salvação de todos os portugueses depende das ideias deste ministro da saúde!!!
E pensar que já andávamos descansados por não ouvir o ministro, havendo gente que pensava que já não havia ministro da saúde.
Não sejam tontos… a sorte grande não chega a tanto…

Interregno

Vou recomeçar…
Nem preciso de justificações para todas as coisas que não são ou não devem ser justificadas.
Quando a vontade não está envolvida em fazer coisas de alguma utilidade, ao menos que a necessidade tenha uma palavra a dizer…
Muitas coisas aconteceram neste interregno demasiado grande para o meu gosto, mas a filosofia do não compromisso nem com o compromisso tem destes resultados: dias e dias a ver ou a ouvir passar os comboios tão só porque não há pachola para prestar qualquer atenção à política e muito menos aos políticos. Uma lástima!
Muitas coisas  levou-as o vento sem um pensamento ou uma opinião bem merecida. Hás vezes é bem melhor nada dizer do que dizer qualquer coisa, como se a vida tivesse qualquer importância para esta gente. O que importa no meio disto tudo é fazer crer que estamos conscientes de que o “povo” ainda acredita.
A economia está a levantar a cabeça? Que importa se nós estamos a baixá-la! O défice está a melhorar? Que importa se nós estamos a piorar! O apito dourado vai parar? Que importa se ele ainda não começou! Alguns clubes queixam-se dos árbitros? Que importa se há outros que não dizem nada!
Esta vida é uma maravilha!!! Se este Portugal não existisse, teria que ser inventado, mas desta …



1.9.06

Aconteceu

Aconteceu outra vez. Antes foram viros que paralizaram o meu computador de tal modo que foi necessário recomeçar tudo desde o princípio com um novo disco; claro que os custos não tiveram grande significado, mas a trabalheira de repôr tudo de novo...
Agora foi mais grave: parece que as máquinas não resistem muito mais tempo do que está previsto e então foram para o galheiro a motherbord, o processador e as memórias. Como se não bastasse lá se substituiu a placa gráfica e a fonte de alimentação. Por sorte, o disco não sofreu qualquer dano pelo que o seu conteúdo foi todo para uma cópia.
Mas foi entendido conveniente carregar tudo de novo... mais uma vez e mais uma vez lá se foram algumas coisas.
Por exemplo, não faço a mínima aideia como integrei no Word o processo directo de escrever no blog, pelo que não faço ideia se isto vai resultar, com a certeza de que antes resultava às mil maravilhas.
Antes tinha ido para a Serra da Estrela e depois para o Alentejo; a seguir foi a máquina que se foi...
Finalmente, parece que as coisas já rodam normalmente; mas agora sou eu que vou a banhos lá para as águas do sul...
Quando voltar, voltará tudo à normalidade...inclusive a minha máquina...
Tenho pena de não ter tido a oportunidade de escrever umas quantas linhas sobre uns quantos acontecimentos do nosso burgo... Bem mereciam!!!
Este nosso Portugal não deixa de ser um prato.!!!

Hoje, ia na rua e ouvi o seguinte comentário: estava a passar na televisão, em rodapé, uma notícia que dizia que a fifa já tinha indicado os clubes para substituir os portugueses nas taças europeias e um deles era o GV!!!

2.8.06

Dívidas

Foi dia de dar uma pequena olhadela pela lista de devedores publicada pelo site da Direcção Geral de Contribuições e Impostos. A minha curiosidade era verificar se o meu nome estava ali estampado por obra e graça de uma asneira do computador dos impostos.
Logo que olhei aquela coisa, deduzi que aquilo não se me aplicava, uma vez que começava pelo escalão de dívidas superiores a cinquenta mil euros…
Que diabo!!! Eu não ganho cinquenta mil euros num ano…
Não perdi muito tempo com aquela listagem, porque parti do pressuposto que se tratava de um ensaio e de uma tentativa bacoca para ver se impressionava uns quantos contribuintes e, dessa maneira, fazer com que o Estado recebesse mais umas massas por conta do medo.
Se o Ministro assim pensou, que se desengane rapidamente: esta gente não tem medo dele, como nunca teve medo de outros ministros que passaram e não terão de outros que hão-de vir.
Assim só!!!? Mostrar a todos o nome dos devedores e ficar por aí?
Então o Ministro não sabe se os devedores têm carros de topo de gama? Se têm apartamentos e casas na praia com piscina? E veleiros? E motos de água? E jipes topo de gama? E contas bancárias…
E nada é feito…?
E as empresas devedoras? Por acaso não são conhecidos os sócios? E essas empresas não têm património? E essas empresas não têm licenças para exercício de actividade…
E nada é feito…?
Vá esperando sentado…

31.7.06

Reportagem

A desgraça e a miséria são uma dádiva de Deus para os jornalistas.
Se não, vejamos: já se lembraram de contabilizar o número de horas de “informação”, de “reportagem”, de “opiniões” e de “comentários” sobre o conflito do médio oriente nos seis canais de tv? E nós rádios? E nos jornais?
Comparado a isto só a campanha da Selecção Portuguesa de Futebol no Campeonato do Mundo da Alemanha.
Depois a maravilha de tudo isto é que só vimos o que de mais porco se verifica por lá, como se os jornalistas nada mais fossem que chacais à solta ou nada mais pudessem ser que enviados especiais da desgraça humana.
Mas eles gostam, de tal modo que não chega estar presente apenas um, uma vez que a grandiosidade do acontecimento exige muito mais recursos humanos. Daí que estão aos pares, aos trios, na frente de um lado, na frente de outro lado e ficam um tanto ou quanto chateados e aborrecidos quando não podem ir ao meio…
De vez em quando temos momentos fabulosos de reportagem…
Outro dia fiquei totalmente estarrecido e profundamente chocado quando tive a oportunidade de ver uma reportagem da tv pública sobre a descida das escadas da respectiva repórter para ir entrevistar o pessoal que se encontrava nos abrigos…Santa Maria dos Aflitos !!! As escadas nunca mais acabavam e ainda por cima havia curvas…”Como é que se sente”… …em segurança, pois claro, não vê que estamos no abrigo…
E aquelas reportagens fabulosas onde podemos admirar, contar e ver o perfeito alinhamento dos sacos de plástico, contendo, suponho, cadáveres de libaneses, dentro das carrinhas…!!!
A verdade é que se os nossos meios de informação, alguns pagos com a guita dos contribuintes, não tivessem enviado os seus enviados especiais ao coração do conflito não tínhamos o privilégio de estar tão bem informados como estamos, graças à voluntariedade e ao estoicismo dos nossos jornalistas.
Um pouco mais de dignidade, não fazia mal a ninguém e podiam continuar a rogar ao deus da guerra que não se lembre de influenciar os judeus no sentido de terminarem a sua acção criminosa…
Lá teriam que voltar a esta parvalheira, ainda por cima quando o pessoal está a banhos…

29.7.06

Perguntas

A vós, que sois intelectuais,
A vós, que sois inteligentes,
A vós, que tudo sabeis,
A vós, que olhais para as câmaras,
A vós, que tendes microfones,
A vós, que escreveis em jornais,
A vós, que sois chamados a opinar sobre todos os assuntos,
A vós, que sois especialistas de tudo,
A vós, a quem o mundo deve a inteligência,

apenas umas quantas perguntas:

Que povos habitam o Líbano?
Que povos habitam Israel?
Que povos habitam a Síria?
Que povos habitam a Jordânia?
Quem são as pessoas do Herzbollah?
Quem são as pessoas do Hammas?
Quem vende armas a Israel?
E quem as paga?
Quem vende armas ao Herzbollah?
E quem as paga?
Quem vende armas ao Hammas?
E quem as paga?
Que religiões são professadas em Israel?
Que religiões são professadas no Líbano? E na Síria? E na Jordânia?
Que povos habitavam toda a zona do médio oriente antes do estabelecimento das actuais fronteiras dos actuais países?
Há quantos séculos existem muçulmanos no médio oriente?
Há quantos séculos existem judeus no médio oriente?

Ficaríamos menos ignorantes…

27.7.06

Clube de Jornalistas

Sou um adepto fervoroso da navegação na tv: tenho o poder total à mão usando e abusando da capacidade de manipular o telecomando por puro prazer de usar a minha liberdade de escolha.
Não é que esta escolha seja totalmente livre; o que acontece é que sou “forçado” a procurar outras ondas, porque já não suporto ouvir e ver determinadas coisas pelo nojo e pelo asco que me causam…
Tudo o que seja programa de notícias, programa de análise política, programa de análise económica, programa de opinião e outros mais ou menos do mesmo género não ocupam muito tempo da minha atenção.
Paro onde não me sinta ofendido pelo que se vê o pelo que se ouve: nem mais!!!
Às vezes demoro mais uns minutos até me aperceber do que se está a passar e entender os caminhos ali trilhados e constatar tratar-se de intelectualismo do mais fino recorte ou do mais anacrónico estadio da evolução política e até da luta pela afirmação de uma identidade que não existe.
Ontem, tive a oportunidade de parar cerca de quinze minutos num programa da 2 que dá pelo nome de “Clube de Jornalistas”.
Dissertavam três jornalistas (?) e um militar sobre o actual conflito do médio oriente. Não havia dúvidas de espécie alguma: os culpados de tudo o que acontece no médio oriente foram os judeus, são os judeus e serão os judeus, tão só porque estão a ocupar uma terra que não é deles e que é dos outros.
Estes outros, claro, são os palestinianos, são os árabes, são os…
Com estes intervenientes não havia discussão possível sobre os acontecimentos do médio oriente: todos olhavam para o mesmo lado…
Para mim é igual: as bombas dos judeus são assassinas, as bombas dos árabes são assassinas.
Não sabia que a 2 tinha confissão…
Já agora que nos preste uma simples informação: quem manda no Líbano?

25.7.06

Bem prega Frei Tomás

Houve por aí muita boa gente que ficou surpreendida pela reforma do impoluto deputado Manuel Alegre por uma carreira na RDP, onde foi colocado logo após o seu regresso do exílio pós vinte e cinco de Abril.
Para mim não houve qualquer surpresa, tanto mais que com coisas de políticos nada me surpreende, nem as relativas ao deputado poeta, que foi candidato a Presidente da República, merecendo o voto de mais de um milhão de portugueses por se tratar do candidato da ética na política…
Agora, tomem lá e pasmem-se, quem se pasmar, principalmente aqueles que o elevaram ao mais alto dos pedestais da moral e da ética.
Embrulhem com lenço de linho…
Mas o que a mim me espanta é a ignorância da matéria manifestada pelo interessado: então o homem era funcionário público da RDP, sempre descontou para a CGA e não se lembrava? Não constava do seu “curriculum vitae”, porque não se lembrava, ou se tinha esquecido ou, talvez, por vergonha…
Por outro lado, está na AR desde há uma porrada de anos com o seu vencimento, sobre o qual deve descontar para a CGA e não tinha consciência que havia qualquer coisa que não batia certo?
Dois ordenados, dois descontos, todos os meses, todos os anos, com pagamentos de impostos e não se lembrava?
Nós, os cá de baixo, nós, os que só recebemos uma reforma, nós os que só recebemos um vencimento, teríamos algum interesse em conhecer em profundidade esta história, que, para já, parece muito mal contada.
Não acredito, pura e simplesmente, que a poesia, a pesca, a caça e o trabalho no Parlamento sejam razões suficientes para um esquecimento desta matéria…
Havia dois vencimentos? Havia dois descontos? Havia impostos sobre tudo?
Nunca houve uma carta da RDP para o seu trabalhador? A AR não comunicou a eleição à RDP?
Tanta coisa para esclarecer…
Se fosse um deputado qualquer, não me daria ao trabalho de escrever uma linha…
Mas tratando-se do deputado Manuel Alegre…
Que se continue a investigar … e de muitas outras situações surpreendentes teremos conhecimento…

22.7.06

Empresas Municipais

Eu não conheço o Secretário de Estado da Administração Local, mas eu não gosto do Secretário de Estado da Administração Local.
Eu não gosto do Secretário de Estado da Administração Local porque ainda não me esqueci do “importante papel” que este senhor desempenhou no chumbo da regionalização no tempo do Primeiro que se foi.
Apesar de entender que o senhor tem razão quanto a algumas afirmações relacionadas com as empresas municipais, principalmente no que se refere à sua gestão garantida por autarcas eleitos com pelouros atribuídos, espero bem que, desta vez, faça algum trabalho de casa.
Espero bem que, desta vez, não se limite a mostrar o penacho e a mandar umas bocas, mesmo que verdadeiras, e não apresente com muita brevidade legislação adequada para considerar haver incompatibilidade entre o exercício de funções de autarcas eleitos na Câmara Municipal e ao mesmo tempo em empresas municipais.
Que autonomia e independência se pode exigir a um autarca eleito a exercer funções em simultaneidade na câmara e numa empresa municipal e ter que votar documentos importantes e determinantes para a qualidade da gestão da respectiva empresa municipal.
Claro que o eleito bem pode não participar na votação da matéria referente à sua empresa municipal. Mas quando todos os vereadores e até o Presidente exercem funções  nas administrações das empresas municipais é o bom e o bonito: agora é a minha vez de ir beber café; agora é a tua vez de ir beber água; agora é a vez do outro para ir atender um munícipe; agora é o Presidente que vai fazer uma pausa...
Se os autarcas estão mal pagos, não é bonito, não é transparente, não é digno o que agora se passa...
Venha de lá esse tal legislação...

21.7.06

Directores-Gerais

Parece que o Governo se prepara para não gastar, isto é, para poupar um punhado de milhões de euros pela supressão de um bom punhado de directores-gerais.
Parecendo ser uma boa poupança, todos nos perguntamos o que vai acontecer aos tais directores-gerais: se deixam de ser directores-gerais, se passam à situação de reforma ou se voltam à sua situação profissional anterior.
Para quem está longe de entender o que se passa na Administração Pública poderá pensar que estes senhores não são precisos, pelo que os seus lugares estavam ocupados por interesses ocultos e sem qualquer justificação.
Admitindo que este juízo esteja errado e seja injusto para os tais directores-gerais, a medida do Governo levanta outros problemas. Então o que acontece aos chefes de divisão? Então o que acontece aos directores de serviços e, eventualmente, aos directores de departamento? Fica tudo na mesma? Não há mudanças? Não há poupanças? E todos os trabalhadores destas tais direcções gerais? Cá o pessoal do burgo gostaria de ser informado sobre essa matéria.
Causou espanto a muita gente uma afirmação do Ministro das Finanças: no primeiro semestre do corrente gastou-se menos dinheiro com os trabalhadores (empregados?) da administração pública, apesar da admissão de mais de dez mil novos funcionários.
Só os incautos e aqueles que fazem barulho por sistema, por vocação e por obrigação é que não entendem mais esta poupança, parecendo que a mais funcionários mais dinheiro gasto.
Pois! Basta pensar que entrou gente nova para o início das respectivas carreiras e saiu gente velha no topo dessas ditas carreiras, com a grande vantagem de ser gente com vontade de trabalhar e não pessoal à espera de reforma.
Sempre disse e sempre afirmei: se fosse Ministro das Finanças não haveria trabalhador da administração à espera de reforma…
Não se poupava só nos salários: então as comunicações, então o papel, então as fotocópias, então a internet, então as esferográficas, então o papel higiénico ????????
Sem ofensa para ninguém…A minha carreira contributiva durou trinta e nove anos e mais uns quantos meses.

20.7.06

Finalmente

Finalmente !!!
Depois de tantos anos passados, eis que, finalmente, um ministro, neste caso, o das Finanças vem anunciar, informar e comunicar o número total de funcionários públicos: os homens e as mulheres que são culpados de toda a porcaria que inunda este Portugal.
Sempre pensei, sempre afirmei e sempre estive convencido que não era conhecido por ninguém o número exacto de funcionários públicos. Mesmo agora e já depois do anúncio do Ministro das Finanças, continuo convencido que aquele número não é o número…
Não nos foi dito se naquele número estão incluídos os números das Câmaras Municipais, os números das Juntas de Freguesia, os números dos Institutos Públicos, os números de serviços autónomos, etc…
De qualquer maneira já se falava de mais de setecentos mil, cerca de oitocentos mil e se incluíssem todos os que são pagos com as guitas provenientes do OE, como todo o pessoal da TV pública, que não ganha para pagar os programas, então o número… o Ministro das Finanças teria que corrigir o número à maneira de um Primeiro, que já foi…
Mas que importa se o número é de quinhentos e oitenta mil e duzentos e noventa e um !!!
Ninguém vai a creditar no que o Ministro disse. Pela minha parte vou fazer que acredito, mas desde já afirmo que o número está errado, pois nele está incluído o inocência coelho, que hoje se finou…
Por outro lado a política do contra não tem qualquer interesse no número total: para eles só importa os dez mil que entraram no primeiro semestre deste ano da graça de dois mil e seis, sendo negligenciável a cor do cartão partidário ou até mesmo a sua existência.
Senhor Ministro, uma coisa é certa: o Senhor não contou com os avençados da Câmara da Capital…

19.7.06

2035

Sempre ouvi dizer que um dos grandes defeitos dos portugueses residia na nossa incapacidade para o planeamento a médio prazo e, muito menos, a longo prazo. Estávamos vocacionados para ver ao perto e nunca para olhar lá para a frente onde muito pouca coisa se vê com a nitidez dos dez metros.
Era uma maldição! Ninguém podia acreditar que falasse sério quem afirmasse qualquer coisa que demorasse mais de um ano a acontecer. Daí que ninguém acredite nos orçamentos anuais e muito menos nas grandes opões do plano, que obrigam a olhar para lá dos cem metros.
Mas as coisas estão a mudar: nos últimos tempos muito gente vem falando do que se vai passar daqui a uma boa dúzia de mais anos: a falência da segurança social, o crónico défice e muitas mais coisas, nomeadamente a incapacidade da aprendizagem da matemática…
Mas o que mais me espantou nestes últimos dias sobre a tal visão foi um estudo elaborado por um jornal da especialidade no qual se afirmava que as pensões dos portugueses perderiam 23% no ano de 2035… … …
Estou convencido que o autor (es) do estudo está (ão) a falar a sério e verdadeiramente convencidos das teses e das conclusões.
Como não li o estudo, (apenas ouvi a notícia) não faço a mínima ideia dos argumentos apresentados para fundamentar tais conclusões. A bem dizer, nem sequer me interessa ter conhecimento de tais argumentos: se me quiserem dar alguma informação sobre a matéria, para mim bastaria saber qual o preço do barril de petróleo no ano de 2035, se é que ainda haverá petróleo nessa altura…
Em 2035 ??? Tenham dó !!!
O pior disto tudo é que o Governo levou a sério esta brincadeira!!!
Fiquem descansados, pois as pensões serão mais elevadas em 2035 …

17.7.06

Avenças

Uma notícia de primeira página de um jornal de hoje dava-nos conta que o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa ia cortar nas avenças… Como só li o título fiquei sem saber se ia cortar no número se nos custos de cada uma…
Mas eu acho que as intenções do Presidente não são as mais correctas: estou convencido que seria bem melhor colocar muitos desses avençados a tratar da limpeza dos jardins da Cidade, para não falar da limpeza das ruas e repintura da sinalização horizontal. Para aquela, já temos uma boa quantidade de trabalhadores especializados, que agora se vão confrontar com a alteração do máximo de horas extraordinárias fixado pelo Governo; para esta, a cargo do sector privado, desde que o serviço seja contratado…
Já não damos a devida importância à limpeza do espaço público: ele está tão degradado, tão porco, tão nojento que temos alguma contenção em pisar a relva com fundado receio de nos vermos no meio da m…
Por outro lado, que falta nos faz a sinalização horizontal nas ruas da nossa Cidade: nem os peões a cumprem nem os automobilistas se importam coisa alguma, pelo que não faz diferença a actual situação. Pela minha parte, não é que me faça alguma falta; apenas entendo que os arruamentos ficam mais bonitos com umas linhas brancas nas bermas, no meio e às vezes e em determinados pontos às riscas como que a indicar alguma coisa de importante…
Se nós e eles nem aos sinais luminosos obedecemos pode questionar-se a utilidade dos riscos brancos e amarelos, que, às vezes, ainda descortinamos…
Será que alguém me poderia dizer quantos metros eu poderia pintar com a guita de uma avença…? Será que valeria a pena…?

14.7.06

Horas Extraordinárias

Se não me engano, foi ontem aprovada nova legislação para regulamentar as horas extraordinárias. Parece que o total anual de horas extraordinárias passou de 120 para as 100.
O Governo deve estar com uma vontade tremenda de nos oferecer mais uma regulamentação destinada ao caixote do lixo.
Todos nós sabemos que o limite de 120 horas extraordinárias por ano era ultrapassado nos primeiros seis meses, senão em menos. Com este sistema as aldrabices vão iniciar-se logo lá para o fim do primeiro trimestre.
No meio disto tudo, não faço a mínima ideia se o Governo faz alguma ideia do que se passa na Administração Pública no que se refere a horas extraordinárias.
Assim, se não for proibido também o trabalho em dias de descanso e em feriados tudo continuará como dantes, sem que alguém se preocupe com a despesa. Haja boa vontade para gramar tudo isto e entender que muita da legislação produzida é boa, tem óptimas intenções, mas a realidade é bem diferente.
De resto tudo vai continuar na mesma a recomeçar pelos gabinetes de todos os responsáveis políticos. Para nos convencerem do contrário, façam publicar a relação de horas extraordinárias, de trabalho em dias de descanso e os respectivos custos para que o pessoal não pense que se trata apenas de boas intenções...

Tive hoje conhecimento da decisão dos juízes italianos sobre aquelas coisas escandalosas do futebol italiano...lembrei-me do apito dourado...!!!

13.7.06

Assinatura

Foi hoje anunciado que o conselho de ministros deliberou que não há mais contratos de admissão de trabalhadores na administração pública sem a assinatura do ministro das finanças.
Muito bem. Haverá certamente muita gente que ficou com as barbas de molho e se não foram as barbas foram, pelos, os pelos do nariz...
Por mim, que não tenho intenções de me candidatar nem sequer a assessor, pouca diferença me faz que haja ou que não haja a assinatura do ministro das finanças...
Será que o homem não vai perder a paciência nos primeiros quinze dias da entrada em vigor da medida?
Será que o homem tem força e poder para resistir?
Será que o homem estará na disposição de enfrentar aquela gente toda, incluindo o nosso Primeiro?
Ou tratar-se-á de mais uma medida pautada e orientada pelas boas intenções e para calar o pessoal?
Não sei que dizer e também não tenho qualquer intenção de olhar todos os dias para o DR e tentar verificar o cumprimento da medida...
Oh minha gente!!! Pelo menos temos as boas intenções!!!
Como as do simplex...
No dia 30 de Junho paguei, via Internet, o imposto municipal sobre veículos; nesse mesmo dia o banco retirou-me a massa da minha conta, como seria de esperar...
Hoje, dia 13 de Julho, o sistema informático da DGI ainda não emitiu o respectivo selo, constando que ainda não foi pago...
Não há-de ser nada...

12.7.06

Assessores

Serão 100? Serão 200? Serão 300? Custarão 1 milhão? Custarão 5 milhões? Custarão 10 milhões?.
Aos que disserem que são, somem mais uns quantos e terão um número sempre superior.
Mas isto não acontece apenas nas câmaras municipais. Então os gabinetes dos secretários de Estado? Então os gabinetes dos ministros? Então os institutos públicos? Então as empresas públicas? E isto não é de agora; foi de sempre e de sempre será, até que queiram fazer uma “reforma” da administração pública no terreno e não apenas no papel.
Estes “escândalos” nem sequer são muito importantes!!! Importante seria se alguém nos dissesse quantos assessores legais e ilegais estão a viver à custa do orçamento e, princi palmente, quantos na realidade estão a contribuir com o seu trabalho para “merecerem” o emprego e a guita.
Desde já afirmo que nunca saberemos quantos são e muito menos se vão aos respectivos postos de trabalho pelo menos para receber a massa naqueles dias do fim do mês.
Como é que será possível pensar fazer uma reforma da administração pública se não se é capaz ou não se quer resolver o problema destes assessores (problema para quem…)? Mas não serão estes assessores (alguns) os peritos que dão os pareceres e fazem grandes estudos sobre a extinção de serviços e de lugares?
Comecem por acabar com cinquenta por centos do número de assessores actualmente existentes por desnecessários porque não trabalham e também cinquenta por cento de todos os dirigentes…que os contratam…
Quando alguém for capaz de fazer isto, tem feita cinquenta por cento da reforma da administração pública !!!
E olhem que não devo estar a exagerar…

11.7.06

Estou de volta

Estou de volta…
Não aconteceu nada de extraordinário… apenas montanhas de nada fazer, que é como quem diz, torrentes de preguiça e de muita vontade fazer coisa alguma !!!
Se para muitos isto seria um “pecado”, para mim não passa de um privilégio, que importa salvaguardar uma vez por outra para que toda a gente saiba que ainda existem pessoas livres e independentes…
Já me perguntaram como sou capaz de fazer destas coisas, isto é, como me dou o direito de nada fazer em proveito da humanidade.
Para estas perguntas tenho uma resposta límpida e transparente: agora já não tenho direitos próprios dos trabalhadores; agora tenho deveres devidos aos aposentados…
Quem quiser que entenda.
Para mim só existe um prazer e uma contradição: então agora será o Alentejo a resolver o problema da falta de água a algumas povoações da Andaluzia?
Para que saibam que a Alqueva já tem água…
De qualquer modo já ando mais descansado: já não tenho que ouvir o “professor” a falar do jogo da bola…
Parece que não o vou ouvir nos comentários aos jogos de hóquei em campo, que decorrem algures na Europa…

4.4.06

Serra da Estrela

Sempre que as circunstâncias me favorecem gosto de passar pelo “ponto mais alto de Portugal Continental”, como apelidam a Serra da Estrela. Já passei pela Serra umas boas dezenas de vezes e não me lembro de ter ficado tão chocado e tão enojado como desta vez.
Já por lá passei de dia, de noite, com chuva, sem chuva, com sol, sem sol, com nevoeiro, sem nevoeiro, com frio, com calor, com gente, sem gente, com neve, sem neve, com… tudo e mais alguma coisa. Nunca me tinha dado conta da situação da Serra da Estrela como desta vez.
Então não querem lá ver que até a neve estava suja !!! As bermas da estrada, as vedações, os charcos, tudo estava uma autêntica “javardice”: garrafas de vidro, garrafas de plástico, copos, papeis, sacos de plástico de todas as cores, predominando o preto… Era um espectáculo degradante a imagem das vedações das pistas de “ski”, onde abundavam os sacos de plástico preto provenientes, suponho, das brincadeiras dos javardos que por ali vão passando, cabendo ao vento a penosa tarefa de os esconder nos contrafortes da Serra e nos arames das vedações…
Mas então o que faz o Parque Natural da Serra da Estrela para a conservação de alguma dignidade de ponto emblemático para milhares de portugueses? Mas então o que faz o concessionário da estação de “ski”? Mas então o que fazem os comerciantes que ocupam o topo da Serra?
Nem sequer me passa pela cabeça admitir que aquilo está votado ao abandono… Por este caminho e admitindo que algum javardo de quatro patas ou alguma ovelha por ali passe circunstancialmente, deverão “pensar”horrores dos seus companheiros de nome, tanto mais que nos seus currais e nos seus chiqueiros naturais a porcaria é bem mais tolerável que aquela que se pode observar no “ponto mais alto de Portugal: a Serra da Estrela.
Devo andar muito mais atento a estas coisas, porque cá mais para baixo, numa vila onde a água não para de correr pelas valetas das ruas interiores durante todo o ano, mesmo no tempo da seca, também tive a oportunidade de constatar o estado dessas tais valetas, onde a água corre todo o ano: maços de tabaco, plásticos, garrafas, papéis, lixo variado e diverso…à espera da água da tarde ou da manhã…que levasse tudo para o Ceira serrano.
Afinal não são só os que por lá passam, são também os que lá vivem…

  

23.3.06

Prescrição

Pela manhã tive a oportunidade de ver um título num jornal e ler duas linhas e não queria acreditar: tinham sido “perdoados” a um importante gestor de uma empresa de telecomunicações móveis cerca de setecentos e cinquenta mil euros devidos ao fisco por conta do IRS. Parece que o processo tinha prescrito…!
No serviço noticioso das vinte horas o canal público de televisão faz referência ao assunto e em vez de o clarificar, veio a estender sobre ele um manto diáfano de virtude, dando a entender que tudo já tinha sido resolvido, de tal modo que foi a própria empresa de telecomunicações que emitiu um comunicado sobre o assunto. Fiquei pasmado, pois pensava que se tratava de matéria de IRS, dizendo respeito a um cidadão, mas eis que é a empresa de que esse cidadão é presidente que vem pronunciar-se sobre a matéria, dizendo não sei o quê, dado que não percebi coisa alguma…
Pela minha só queria perceber se o tal presidente deve ou não deve ao fisco cerca de setecentos e cinquenta mil euros; só queria saber se ainda deve, se já deveu, se já pagou, se foi perdoado, se prescreveu, se…
Em qualquer das situações, eu acho que todos nós, os que não devemos dinheiro ao fisco, que não prescrevemos para o fisco, que não enganamos o fisco, que de vez em quando somos chateados pelo fisco por uns míseros euros, que não pagam o trabalho desenvolvido, gostaríamos de saber e conhecer quem, dentro do fisco, meteu o processo na gaveta até poder prescrever e assim, ser perdoado o pagamento de tanta massa. Estamos todos convencidos que deve haver no fisco um rosto e um nome a quem possamos atribuir a responsabilidade do que aconteceu.
Se tal nome, se tal rosto não for do conhecimento público, certamente que vai aparecer o responsável máximo a assumir toda a responsabilidade. E se tal não acontecer, então todos nós esperamos que o Ministro esteja disponível para nos prestar as contas devidas com as responsabilidades e consequências de tal acontecimento…
Pois de acontecimento se trata para haver um perdão de setecentos e cinquenta mil euros…  

21.3.06

OPAS

Não querem lá ver que agora alguns trabalhadores da PT (acho que de Coimbra) reuniram em plenário para votar contra a opa e a favor da “sua empresa” para bem dos consumidores em geral e para segurar os benefícios deles trabalhadores, nomeadamente o sistema de saúde e o fundo de pensões, com o argumento de que tudo isto é bom para Portugal e para os Portugueses…!!! No fim de tudo requerem ou solicitam ou exigem do Governo a respectiva intervenção para proibir o Belmiro de comprar a PT!!! Gostei desta, porque quem não se sente não é filho de boa…
Mas então a PT não é uma empresa privada? Mas então a PT não tem capacidade de se defender dos ataques capitalistas de outros capitalistas rigorosamente iguais aos mesmos capitalistas que são donos da PT? Então os trabalhadores da PT ainda não sabem que não são funcionários públicos, com tudo o que isso representa?
Quer dizer: para o bom, a PT é uma empresa privada que pode oferecer aos seus trabalhadores regalias sociais e benefícios materiais sem que o Ministro possa aí meter o “bedelho”, mas para o mal ou, quando muito, para o risco, então o Estado deve intervir porque o chato do engenheiro ou do filho do engenheiro se lembraram que queriam comprar a PT…
Na prática, os trabalhadores da PT só querem para a “sua empresa” o que o Governo espanhol fez para a sua eléctrica não ligando patavina às ameaças de Bruxelas e dizendo aos alemães que podem comprar o que quiserem em Espanha, mas só votam com 3%!!! …
Bem vistas as coisas, não se pode levar a mal a pretensão dos trabalhadores da PT. De qualquer modo sempre ouvi dizer que o engenheiro não é mau patrão… para quem trabalha, claro está!!!
Para não sair desta matéria tão importante para a economia portuguesa e para o bem-estar dos portugueses, continuo à espera do anúncio da opa do BPI para comprar o BCP… era de morrer…

20.3.06

Mercado

Tenho andado a ouvir, a ver, a ler, a sentir, a trabalhar no quintal, no jardim, a ajudar a podar uma oliveira, a podar um limoeiro… tudo ocupações sem subsídios…
Tenho tido a oportunidade de tomar conhecimento das manifestações dos polícias, das manifestações dos agricultores, das manifestações de populações que vão ficar sem escolas, sem maternidades, sem postos de saúde, das manifestações em Portugal e por esse Mundo fora…
Tenho tido acesso a informação sobre as ofertas públicas de aquisição de acções de empresas de várias e diversas actividades e com lucros de um pouco mais de várias centenas de milhões de euros e mesmo assim cobiçadas por outras empresas também com umas poucas centenas de milhões de euros de lucros…
Já o afirmei e volto a afirmar que estes milhões de lucros não se devem ao preço dos produtos disponibilizados por essas empresas mas tão-somente devido à gestão levada a acabo pelos génios da economia…
Claro que o preço da gasolina, do gasóleo, do gás, da electricidade, do telefone, do telemóvel, do dinheiro, do crédito, do débito…ainda está muito baixo para as bolsas recheadas do pessoal, pelo que lá se vai aumentando o dividendo por acção… como manda o mercado…
Dou comigo a pensar nesta coisa do mercado e fico entusiasmado com os discursos, conversas e opiniões dos especialistas dos nossos jornais, das nossas rádios e das nossas televisões… não tendo dúvidas que se trata do “mercado”, mesmo que aqueles inteligentes não expliquem o que quer que seja das leis desse tal mercado. Apenas que isso acontece porque o mercado funciona.
Mas então digam-me lá porque é que o mercado não funciona na opa da Gás Natural (catalã) sobre a Endesa (espanhola) e quer funcionar na opa da E-On (alemã) sobre a Endesa (espanhola), e na opa dos italianos contra os franceses e dos franceses contra os italianos…e, o que é mais interessante, nas opas portuguesas contra portuguesas…
Poderiam dizer onde está o “mercado”?
Poderiam dizer que o “capital” está num processo autofagia… à revelia do “mercado”?
Coitado do “mercado”…ou de nós que não mercamos…

9.3.06

Presidente

Para que conste:

  • Felicidades ao Presidente, que sai, Jorge Sampaio;

  • Felicidades ao Presidente, que entra, A Cavaco Silva;

  • Que a Fortuna sorria a Portugal!!!

  • Que os deuses protejam os Portugueses!!!

2.3.06

Não Executivo

Admito que não seja da sua responsabilidade directa, mas não deixa de o ser se considerarmos que tudo o que se passa com coisas que lhe dizem respeito tem de merecer a sua atenção. Também não sei se foi do seu conhecimento antecipado: se foi, não deveria ter consentido, se não foi deveria ter actuado de imediato e ainda não se ouviu coisa alguma.
Bastaria para tanto um telefonema e dizer que não era necessário tanto: o homem já era administrador, certamente que a ganhar bem e a trabalhar muito com preocupações quanto baste, realidade que aconselhava não o nomear para mais uma administração e logo dos telefones para estar em exercício apenas uns quantos meses, se os deuses assim o permitirem, sem direito a indemnização, como convém nestas circunstâncias.
Poderia lembrar-se de outro “administrador” muito entendido em administração, mas que já tivesse caído no esquecimento do pessoal, que, de facto, tem a memória curta… Mas não!!! Tinha que ser o mesmo, que fora tão falado quando se tratou da primeira vez… Já nem sei se a pouca vergonha está em quem nomeia se em quem é nomeado, se nos dois e em mais alguns que permitem que estas coisas se façam.
Bem vistas as coisas nem sequer se trata de um “tacho”. Diríamos que se trata de uma “malga” e já rachada à espera de conserto, já havendo alguém que se ofereceu para resolver o problema. Por outro lado, não virá mal ao mundo mais uns milhares de euros por conta de quatro horas, mais ou menos, mais para menos que para mais, por dia… Não fará grande mossa aos accionistas dos telefones e darão um grande jeito ao administrador não executivo…, acreditando eu piamente que não haverá direito a mais um carro topo de gama, embora telefone será certo e sabido, tanto mais que se trata de gestão de telefones…
Coisas da vida… minudências!!!
Lembrando-me do que escrevi a propósito das comendas do Presidente, aqui deixo a mesma deixa: então e eu?!!! Também não percebo nada de telefones…!!!

27.2.06

Medalhas e Comendas

Se não houver nada em contrário, praticamente, todas as semanas almoço com um amigo meu. Para além das conversas, curtas, sobre o tempo passamos o almoço naquele tipo de conversas a que costumam chamar “de maldizer”, sendo que os bombos da festa são geralmente os políticos, alguns deles das nossas relações.
Hoje, não foi excepção. Para além do rescaldo do jogo da bola de ontem, incluindo o comportamento selvagem daquele oficial de polícia até de Bagdad indigno, fiquei surpreendido com uma informação: umas condecorações do Senhor Presidente da República.
Já tinha ouvido que tinham sido esgotadas as reservas de medalhas e comendas e que as respectivas empresas estavam a fazer horas extraordinárias para responderem a tempo às necessidades da Presidência. Não ficara minimamente preocupado com esta notícia, tanto mais que a credibilidade do Presidente me merece total crédito, pois que toda e qualquer condecoração de sua responsabilidade era, certamente, justa e estava, sem dúvida alguma, a reconhecer o mérito e o bom-nome de pessoas que prestaram um serviço relevante ao seu País.
Claro que a ignorância nada justifica e eu devia saber que se passam muitas coisas neste Portugal sobre as quais eu não tenho qualquer informação e qualquer apreciação sobre isso nada mais é que a confirmação da minha ignorância, do que, desde já, me penitencio.
Mas gostava de saber que serviços relevantes estiveram na base da atribuição de medalhas/comendas a três técnicos/chefias da CML e ao seu chefe de gabinete enquanto Presidente da Câmara… Até nisto sou ignorante, pois poderia consultar o DR para recolher a devida e certa informação e ficar ciente de todas as justificações, razões e fundamentos de tais medalhas e de tais comendas…
Então, Senhor Presidente, isso faz-se?!!!
Então, Senhor Presidente, e eu?!!!
Então, Senhor Presidente, e o meu amigo?!!!