4.10.06

Finanças Locais

A nova lei das finanças locais está a dar água pela barba ao Governo e aos Municípios: aquele quer, estes não querem.
E têm fortes razões para estarem com os cabelos em pé: para muitos dos autarcas deste país vai faltar qualquer coisa no próximo e/ou nos próximos dois anos.
E não é coisa que se despreze. Pode não ter importância remendar uma estrada, que passa o tempo a ser remendada; pode não ter importância tratar do abastecimento de água nas devidas condições; pode não ter importância tratar devidamente dos esgotos; pode não ter importância os maus ou péssimos serviços de atendimento e resolução de problemas triviais dos munícipes.
Mas importância tem e muita disporem de meios financeiros para coisas  do dia-a-dia das populações.
Estou convencido que a esmagadora maioria dos autarcas não protesta por interesse ou benefício pessoal, mas admito que o exercício do poder está patente na posição generalizada dos autarcas.
Também admito que a maneira mais fácil de governar nestas circunstâncias é cortar nas coisas dos outros, porque as nossas são intocáveis.
Pois, tudo bem: o Governo devia cortar nas coisas que lhe dizem directamente respeito e ter mais cuidado no que aos outros diz respeito.
Mas a lei das facilidades tudo parece justificar.
Contudo, gostaria muito que a AMP fizesse umas pequenas contas e divulgasse o resultado final: quanto gastam as câmaras municipais e juntas de freguesia em almoços, lanches e jantares oferecidos às populações a propósito de qualquer coisa; quanto gastam as câmaras municipais e as juntas de freguesia na contratação de artistas por ocasião de feiras e festas populares; quanto gastam as câmaras municipais e as juntas de freguesia em subsídios para as mais diversas associações…
A informação nunca fez mal a ninguém…pode incomodar…

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