27.4.17

Quarentena

Continuam as brincadeiras do pessoal da bola: os presidentes presidem, os comentadores comentam, os jornalistas informam (?), os canais de televisão ganham dinheiro, fazem cultura, promovem a educação, envenenam os miolos da gente e todos fazem crer que andamos a viver no melhor dos mundos, não fora coisas que acontecem um pouco por toda a parte, menos por aqui, a não o inefável passos, que adoramos do fundo do coração.
Grita-se aos quatro ventos que é preciso por ordem nestas coisas do futebol, pois a guerra está impossível de aturar e já nem os comentadores se sentem com conhecimentos e disposição para continuar a comentar o que já está comentado desde há muito tempo.
São tantas as repetições dos factos (?) que já temos dúvidas se estamos num mundo real ou se se trata de jogos de guerra virtual...
Longe de mim pensar e imaginar que tudo isto não passa de um espectáculo orquestrado e montado pelos "media" para garantir a sua viabilidade económica e financeira e manter ao de cima uma quantidade de gente, cujo contributo para o pib não pode ser alguma vez e em tempo algum desprezado, dado que estamos perante um fenómeno social que justifica totalmente a paz, a tranquilidade e a satisfação de milhões de portugueses.
Que fariam estes milhões durante aquelas horas de programação dedicada aos três grandes do pontapé da bola?
Querem resolver o problema das guerras dos presidentes?
Há uma solução, embora seja dura de roer: usem a quarentena do microfone, recusem a repetição das jogadas, acabem com as entrevistas antes, durante e depois de tudo, calem os jornalistas, dispensem os comentadores e...logo verão o que acontece...
Mas se quiserem manter os programas, os jornalistas e os comentadores, dediquem metade dessas horas todas ao futebol dos três últimos classificados e a outra metade à divulgação das regras, normas e comportamentos exigíveis a todos os agentes desportivos.
É um tanto ou quanto radical, mas seria eficaz e estaríamos dispensados de ouvir o carvalho, o vieira, o espírito santo e assistir às discussões, berros e gritos de comentadores mal formados e mal educados e sem qualquer respeito pelos ouvintes e telespectadores.


25.4.17

Sempre

Ontem, hoje e amanhã.

SEMPRE


24.4.17

As horas

Venho aqui confessar em surdina e declarar em público que me estou nas tintas para as declarações quer do carvalho quer do vieira a propósito das circunstâncias de que se faz o mundo do futebol cá do burgo, embora admita achar alguma piada ao que o presidente lá do norte nos brinda de vez em quando.
Se existe algum problema no que sempre aconteceu e no que está acontecendo e o que vai acontecer no futuro no mundo do pontapé na bola, certamente que não se vai resolver com a atitude e com a posição assumida por quase todos os órgãos de informação e respectivos agentes.
Já repararam em quantas horas diárias são dedicadas pelas televisões à análise e discussão do que se passa nos jogos de futebol em que estão envolvidos os ditos três grandes?
Já repararam no número de comentadores e jornalistas que se dedicam a escrutinar todas as jogadas que podem ser objecto de qualquer dúvida por parte dos comprometidos com os respectivos clubes?
Já alguma vez pensaram que a programação das televisões sem aquelas horas ocupadas pelo futebol teria que exigir dos seus responsáveis algo mais que emitir quinhentas mil vezes a mesma jogada para se chegar sempre à mesma conclusão: penalti para uns, boa decisão para outros?
Já alguma vez colocaram sobre a mesa a hipótese de tudo se tratar de mais um espectáculo, cujos intervenientes são os jornalistas e comentadores pagos devidamente para o efeito?
Já alguma vez se deram conta que é altamente improvável que aqueles jornalistas e comentadores tenham a necessidade de passar duas horas aos berros, com interrupções mútuas e permanentes de tal modo que se torna quase impossível serem percebidos por quem, supostamente, estão a falar?
Será que aquelas discussões são mesmo a sério?
O que aconteceria de os órgãos de informação se abstivessem de emitir as declarações dos carvalhos, dos vieiras, dos pintinhos, deste e daquele, etc e tal... durante, pelo menos, trinta dias?

23.4.17

As onze varas

Tantos quantos os necessários para formar uma equipa de futebol de onze os que estiveram presentes na primeira volta das eleições para presidente da república francesa.
E todos tiveram votos, embora uns mais que outros, como diriam todos os jornalistas e comentadores a propósito do acontecimento.
E todos já se pronunciaram sobre a identificação dos dois candidatos que estarão presente na segunda volta.
Para lá do espectáculo, com comentadores em estúdio e jornalistas nos locais onde aconteciam coisas, será agora preciso que se pronunciem os entendidos sobre o que irá acontecer no dia seguinte.
Claro que estou à espera de ouvir dos homens do microfone que não há mais que aguardar para saber quem será o próximo presidente francês e o que irá fazer depois de tomar conta do lugar.
Para que não se diga que estou à espera do facto acontecer para dizer que aconteceu, aqui vai a minha previsão, tornada opinião:
O próximo presidente da república francesa será senhor macrom e, logo depois de tomar conta da cadeira, dissolverá a assembleia nacional e convocará eleições para a dita.
Mas o problema não está aqui.
O problema virá logo a seguir para saber o que o novo presidente pensa sobre a formação de um novo governo que garanta o seu programa e as suas ideias.
E aí é que estarão as tais onze varas: o homem é independente, vai ganhar como independente e vai a votos para a eleição da assembleia nacional com que estatuto?
Os comentadores e jornalistas, que vivem disto, que se pronunciem e opinem conforme entenderem, pois será (?) a sua obrigação...