6.12.07

O Contador

Estes tipos andam todos doidos!!!

Um dia destes, alguém se lembrou de mandar umas bocas sobre fazer pagar aos consumidores a reciclagem dos sacos de plástico, imputando um valor bem determinado no acto da passagem pelas caixas registadoras dos estabelecimentos comerciais.

E ainda por cima tinham o descaramento e a pouca vergonha de atribuir a receita a um instituto público que tem umas responsabilidades quaisquer na conservação da natureza. (Cá por mim, não tem coisa nenhuma, porque se tivesse não precisava destas guitas para financiar as suas actividades.)

Agora, uma coisa que existe por aí e que dá por nome de "regulador" queria fazer pagar aos consumidores de energia eléctrica um custo mensal relacionado com um novo contador que fazia milagres, mas que não foram explicados nem ditos nem enumerados. O que nós sabíamos é que esse custo, na ordem de um bilião de euros, segundo palavras do Ministro, seria suportado pelos consumidores, em nome de uma racionalização dos consumos.

Pois, com certeza, isso é coisa que nada diz aos produtores, uma vez que se trata de coisa da exclusiva responsabilidade dos consumidores.

Aí, há uns tempos, esse tal "regulador" foi posto na alheta por se ter lembrado de propor um aumento "insignificante" da energia eléctrica por entender que os custos de produção já eram superiores aos custos do consumo, muito embora os produtores apresentarem uns largos milhões de lucros…

Assim, será sempre muito fácil governar e muito mais fácil regular: quando não há ideias concretas para melhorar os serviços e para fazer diminuir a despesa pública ou para reduzir numas centenas de euros os milhões de lucros, aqui vai disto e toma lá um aumento ou uma taxa ou um ecovalor ou uma outra coisa qualquer que faça com que os consumidores fiquem sem mais uns euros por mês…

É por estas e por outras, que nos parece que a quinta anda a ser assaltada, não à mão armada, mas à armada legal…

Alguém que se lembre de dar uma olhadela à factura da energia, à factura da água, à factura dos pneus, à factura do óleo e proceda a uma continha e veja quanto já se paga para "sustentar"…

Depois que se faça a seguinte pergunta: para que diabo quererá o Governo os milhões do Orçamento de Estado?

Afinal, bem fez o D. Sebastião em ficar-se lá pelas "áfricas"…


 

 

1.12.07

É a greve

Seriam cerca das dez horas e cinquenta minutos, quando atravessava o CCC para apanhar o Metropolitano.

Estranhei haver tanta gente nova a passear com as suas mochilas às costas, todos e todas lampeiros e lampeiras como se fora um dia de fim-de-semana com um prémio para quem se dignasse visitar aquele centro comercial e àquela hora.

Lá fui andando até à máquina para tirar o bilhete de ida e volta e muito mais gente vinha a sair dos túneis do transporte público mais utilizado.

Não duvidei nem sequer me passou pela cabeça que o pessoal tinha definitivamente aderido ao transporte público para as deslocações entre qualquer ponto da cidade.

Não pensei, uma vez sequer, que estaria em presença de um fenómeno muito estranho para uma sexta-feira na cidade de Lisboa… e pela manhã, porque se fosse ao fim da tarde poderia imaginar que aquela gente toda tinha decidido passar duas ou três horas fantásticas no fantástico do CCC…

Sem imaginar o que se passava lá segui o meu caminho e em todas as estações lá via gente nova na passeata…

Continuei… porque tinha o destino traçado que se relacionava com um bom almoço, coisa que não dispenso, tanto mais quando se sabe de antemão tratar-se de coisa boa…

Cheguei, bebi um copo de água, e comentei que tinha visto muita gente nova em ares de passeio na manhã de uma sexta-feira…

É a greve!!!

É a greve!!!

Pois… era a greve, que eu não tinha notado, tão só porque não fui a qualquer repartição pública para tratar de um assunto, não tive necessidade (ainda bem) de ir a um hospital ou centro de saúde e não tinha filhos ou netos numa escola pública…

Lá para o fim do dia ouvia sindicalistas a falarem do êxito retumbante da jornada de luta dos funcionários públicos, que tinha havido um cartão vermelho ao Governo, que a greve não se tinha feito sentir para além do normal, que isto e mais que aquilo, que a produtividade, que a segurança no emprego (não será no trabalho) que nunca mais será da mesma maneira, que há dinheiro, que não há dinheiro, que as reformas, que eu fiz, que tu aconteceste…

O Cavaco, quando primeiro, chateou-se e foi-se embora, o Guterres, quando primeiro, chateou-se foi-se embora, o Durão, quando primeiro, aproveitou foi-se embora, veio o Santana a pensar que resolvia tudo e foi corrido e agora…

O D. Sebastião ainda não apareceu… ou será que encarnou…?