22.5.15

Na crista da onda

O descaramento, a pouca vergonha e a sacanice andam de mãos dadas, por mais estranha que pareça a sua origem

É o caso de um tema referido no tempo de antena de um partido do governo relativo à façanha portuguesa no âmbito das energias renováveis.

Nunca me tinha passado pela cabeça que uma matéria altamente criticada por muitos inteligentes pelas rendas pagas pelo estado aos produtores e exploradores das energias renováveis viesse a ser muito injustamente apropriada por um partido do governo.

Todos sabemos que foram suspensos alguns projectos ligados às energias renováveis quando o país estava à beira da bancarrota e foi salvo providencialmente pelo actual governo.

Virem agora orgulhar-se de um processo quase da exclusiva responsabilidade dos governo do preso mais famoso de évora é sinal de descaramento, de pouca vergonha e de sacanice, tanto mais por se tratar de um processo que tem sido alvo de graves críticas dado o seu custo e a sua duvidosa eficiência.

Mas como se trata de um assunto muito querido por todos aqueles que se armam em defensores do ambiente e que se mostram altamente preocupados pela poluição e pela camada do ozono, vale tudo até mesmo destruir e mandar para as urtigas a propriedade de uma ideia ou de umprojeto ou de uma realização, desde que isso passa ajudar a conquistar alguns votos nas próximas eleições.

Eu já tinha notado que a factura da energia eléctrica que nos chega de vez em quando Apresenta um queijo com a decomposição da proveniência ou da origem da energia que cada um de nós consome sem se dar conta do que isso significa.

De há uns tempos a esta parte podia constatar-se que a parcela proveniente das energias renováveis era superior a todas as outras componentes.

Esta realidade pouco ou nada tem a ver com as políticas da malta no exercício do poder e só os mais distraídos ou aqueles que o fazem por dever de ofício ou de compromisso é que acreditam nas patranhas de suas excelências quando se assumem, mesmo que indevidamente, como pais da criança.

Ao fim e ao cabo, o que importa é continuar na crista da onda…

21.5.15

A factura da água


Chegou-me às mãos a factura da água da minha segunda habitação e lembrei-me imediatamente de uma intervenção de sua excelência o ministro do ambiente a propósito da reestruturação do sector das águas a nível nacional.
Dizia sua excelência que as facturas da água das zonas do interior iriam ficar mais baratas, mas em contrapartida a água do litoral sofreria um agravamento nos próximos anos.
Foi com alguma curiosidade que comparei a factura do mês de março com a factura do mês de abril, deduzindo, de imediato, que sua excelência estaria a referir-se a um outro país qualquer.
Vejamos o que aconteceu
. O preço do metro cúbico do primeiro escalão (0-5) subiu 22,5%;
. A agora denominada de "tarifa fixa" do abastecimento de água subiu 4,77%;
. A tarifa fixa do saneamento subiu 29,42%;
. A tarifa fixa dos resíduos sólidos e urbanos subiu 9,91%.
Para não se ficarem a rir, os consumidores de água do concelho de avis viram a sua factura bem mais composta de alíneas, pois foram criadas cinco novas taxas a saber:
- Saneamento e resíduos sólidos e urbanos como receitas da autarquia;
- TRH componente água, TRH componente saneamento e TX Gestão de resíduos, como receitas do Estado.
É de se lhe tirar o chapéu e sua excelência o ministro deverá estar muito contente, porque sem que houvesse vozes a baterem-lhe à porta proferindo impropérios contra a sua pessoa, vê, de uma assentada, aumentarem as receitas do estado e as receitas da autarquia, quando o pessoal estaria a pensar precisamente o contrário, conforme o anunciado.
Certamente que sua excelência o ministro ainda não veio à televisão desmentir as facturas dos consumidores de água do concelho de avis, porque a coisa parece que ainda não terminou, uma vez que está para apresentar mais uma taxinha para suportar os custos da proteção civil que serve o pessoal em horas de aflição.
Ao fim e ao cabo, sua excelência sempre terá alguns argumentos para nos atirar com os valores destas facturas do fornecimento de água.
Que a reestruturação do sector; que os desperdícios; que a concentração de empresas; que os preços finais da água; que os do interior merecem alguma atenção; que os do litoral não se podem rir dos outros; que isto e mais aquilo, mas que os aumentos se justificam pela qualidade do produto fornecido e porque o ambiente merece mais este sacrifício.
Tudo bem, mas esteja caladinho...

20.5.15

A diferença

Até há bem pouco tempo os postos de trabalho eram ocupados por "trabalhadores", mas agora são os "colaboradores" que fazem tudo e mais alguma coisa nas empresas e em todas as instituições públicas e privadas.

Assim já não temos trabalhadores, pelo que já ninguém liga às greves que são feita spelos trabalhadores e constituem um dos seus direitos mais antigos e que foi o mais difícil de conquistar.

Apesar disso, as greves fazem parte do dia a dia dos trabalhadores e dos consumidores sem que daí venha mal ao mundo, a não ser para quem perde o salário e para quem se vê privado de um serviço, muitas vezes já pago.

O caso muda de figura quando se trata de uma greve feita por gente importante e de uma empresa pública em vias de privatização.

Neste caso, lá aparecem as declarações de membros do governo quase sempre no sentido da crítica e da depreciação dos números envolvidos com especiais referências aos prejuízos para o país, principalmente devido à grave situação em que se encontra.

A não ser os directamente prejudicados, ninguém notou a greve dos trabalhadores da saúde, a greve dos trabalhadores da camac, a greve dos trablhadores do metro de lisboa e outras, bem como a manifestação de trabalhadores da emef a propósito da inauguração do museu ferroviário no entroncamento.

Mas aqui houve uma pequena excepção: sua excelência o secretário de estado dos transportes botou faladura realçando o direito dos trabalhadores em se manifestarem na defesa dos seus direitos e da sua carreira profissional, embora não houvesse qualquer fundamento para o efeito.

De facto e embora a privatização, o governo já garantiu que a referida empresa pública, quando privatizada, já tem a garantia do governo para um contrato de prestação de serviços por parte da cp durante pelo menos dez anos.

Nestas circunstâncias a garantia dos postos de trabaalho era uma realidade pelo que a manifestação não tem razão de ser.

Gosto disto: a empresa pública vai ser privatizada, mas o governo, através doutra empresa pública, vai garantir o trabalho aos trabalhadores e à nova empresa saída da priovatização, prestando os mesmos serviços à mesma empresa pública, aliás a única cliente possível existente cá na terrinha.

Se isto não é um contrato igual aos celebrados com empresas privadas para as cpp, digam-me lá quais serão as diferenças.

Mas eu digo: aqueles foram celebrados pelo malandro do sócrates e estes têm a assinatura dos salvadores da pátria…

Esta terra é de outra galáxia…


 


 

15.5.15

Porque sim

Há relativamente pouco tempo deu-se uma greve nos transportes coletivos do Porto. Uns segundos nas televisões e um moita-carrasco dos ministros e dos secretários de estado, como se os utentes e pagantes daqueles transportes não tivessem os seus direitos, que foram prejudicados e não reembolsados pelos serviços já pagos e não utilizados por força da greve.

Ontem mesmo ocorreu uma greve nos transportes coletivos de Lisboa, nomeadamente na carris e no metro, facto que mereceu uns segundinhos na imprensa e mais um moita-carrasco do governo, seus ministros e seus secretários de estado, como se o pessoal não merecesse um olharzito por parte de quem nos governa e nada faz para que os utentes e pagantes continuem a utilizar o transporte já pago.

Noutros lados e noutras atividades ocorreram recentemente greves feitas pelos respetivos trabalhadores como "forma" de defender os seus direitos ou de reivindicar alguns benefícios para melhorar as suas condições de vida.

Houve lugar a intervenções dos ministros e dos secretários de estado ou contra ou a favor destas greves?

Não houve nem tinha que haver, dado que as as greves dizem respeito aos trabalhadores e aos patrões e o governo só deve intervir quando está em causa o interesse nacional e através de mecanismos previstos na lei.

Mas nesta terra há filhos e enteados, há greves e greves, há empresas e empresas, e também há intervenções dos ministros e secretários de estado muito para além do que a lei permite, sempre com um significado profundamente político, contrariando uma das partes em benefício da outra.

Foram dias seguidos de intervenções políticas de membros do governo com ataques permanentes aos grevistas que não quiseram, durante dez dias, pilotar os aviões da transportadora aérea nacional, prejudicando os milhares e milhares de portugueses na diáspora, como se fossem os culpados de todas as desgraças que acontecem neste país.

Estes dias fizeram-me lembrar aqueles outros dos tempos da luta dos trabalhadores dos estaleiros navais de viana do castelo, quando os membros do governo apareciam todos os dias na televisão a denunciar o mau comportamento dos trabalhadores grevistas e dos contestatários.

Nos dois casos atrás citados estavam em causa umas coisinhas sem importância relacionadas com os utentes e pagantes dos transportes coletivos do porto e de lisboa, mas nestes dois últimos casos estavam em causa outros voos bem mais relevantes e mais importantes, como sejam a privatização de duas empresas verdadeiramente estratégicas para a economia nacional, que não podiam continuar nas mãos do estado, porque o estado é um mau gestor…porque sim!

13.5.15

A felicidade

Pela primeira vez nas minhas oportunidades de turista resolvi comprar bilhetes de avião e reservar hotéis em separado, dado que os horários que estavam à minha disposição não me satisfaziam.

Daí que comprei os bilhetes de ida na companhia área portuguesa, aquela que uns querem privatizar e outros não querem privatizar e os bilhetes de volta numa outra companhia aérea.

Quando procedi à impressão da diversa documentação referente às reservas efectuadas fiquei imensamente satisfeito ao analisar a composição dos valores apresentados.

O preço real do bilhete de avião representava quarenta e cinco por cento do valor total, pelo que as alcavalas significavam apenas e tão só cinquenta e cinco por cento do valor total.

Desdobrando as alcavalas mais satisfeito fiquei quando verifiquei a sobretaxa de combustível era mais de cinquenta e sete por cento do valor do bilhete; a taxa de segurança-Portugal era apenas de um pouco de onze por cento; a taxa de despesas de serviço de passageiros-portugal significava a módica percentagem de vinte e oito por cento; a taxa do cartão de crédito representava a percentagem irrisória de onze por cento; e a taxa de emissão de bilhete situava-se nos catorze por cento.

Bem vistas as coisas, as alcavalas representavam cento e vinte e dois por cento do valor total pago.

Uma coisa sem significado para poder ter o prazer e a satisfação de viajar na nossa companhia aérea que uns querem privatizar e outros não querem privatizar.

Na outra companhia aérea, com escala a meio do caminho, os valores não causaram qualquer surpresa, se se considerar que o valor das taxas e sobretaxas representava quarenta e dois por cento do total do bilhete, pelo que o valor desse bilhete correspondia a cinquenta e oito por cento do total.

As diferenças dos valores absolutos não são assim tão grandes se tivermos em conta que o voo de ida é directo e no de volta vou gramar uma escala a meio do caminho.

A conclusão disto tudo é só uma: a felicidade paga-se…


 


 


 

11.5.15

Doido varrido

Encontrei o tipo com cara de marciano sentado no mesmo banco de passeio do outro dia.

Parecia triste e inquirido sobre o regresso adiantou-me que o mesmo fora suspenso, porque tinha sido informado que vinham aí uns dias de sol muito semelhantes aos que ocorrem por aqui durante o verão.

Tinha curiosidade em viver uns dias de calor a rondar os trinta graus centígrados, pois que lá na galáxia dele era coisa que não acontecia há muitos e muitos anos.

Se fosse preciso adiar a partida por mais uns dias não haveria de vir mal ao mundo e muito menos a esta terra que não deve nada a ninguém e não está comprometida com coisa alguma nem com um tipo com cara de marciano oriundo de uma longinqua galáxia no fim dos seus dias.

Llá lhe fui dizendo que essa coisa de querer experimentar uns dias de calor dos princípios do verão não era matéria de se menosprezar e ele deveria aproveitar tempo se é que lá na sua galáxia o sol já deu o que tinha a dar há muito tempo.

Mas aquelas ideias de que não devemos nada a ninguém e que não estamos comprometidos com coisa alguma é assunto sobre o qual ele, o marciano, tem informações um tanto ou quanto contraditórias.

Não me disse a quem terá ouvido que não se deve nada a ninguém nem que não temos compromissos com quem quer seja, mas a realidade parece não estar lá muito de acordo com essas opiniões.

Lá me foi dizendo que essa história de os cofres estarem cheios, que os mercados já confiam no pessoal, que os investidores já emprestam dinheiro, que as exportações estão um mimo, que a barragem do alqueva está cheia, que agora o que faz falta é os alentejanos trabalharem e não viverem à sombra da azinheira que nem sabe a idade, são vozes da reação que só servem para denegrir este país maravilhoso, que se tornou maravilhoso há pouco mais de três anos.

E continuou a dizer-me que lá na galáxia dele os empréstimos obtidos pelos particulares e pelo seu governo serviam para pagar as dívidas que eventualmente tinham sido contraídas em momentos de aflição e que não entendia lá muito bem porque é que os cofres daqui estão cheios de dinheiro se a coluna do dever é mais larga que o comprimento do túnel do rossio e até do marquês, onde teve a oportunidade de encontrar um dormitório de pessoal esquecido e ignorado por um governo que se preza de tratar bem os seus eleitores.

Claro que tive de lhe explicar que aqui na nossa terra, apesar deste sol maravilhoso, os empréstimos concedidos pelos mercados e pelos investidores estrangeiros não se destinavam a pagar a dívida mas sim a pagar os juros dessa tal dívida, procurando-se sempre que se mantenha ao mesmo nível, evitando-se a todo o custo que ela ultrapasse os valores actuais.

Coisa esquisita esta vossa terra… terei que partir se não quiser ficar doido varrido.


 

9.5.15

O regresso

"Não tenho hipótese: vou voltar à minha galáxia e deixar este país que eu queria adoptar como meu e ainda pensava trazer os meus familiares mais próximos e todos os outros que quisessem desfrutar deste sol maravilhoso.

"Já não aguento tantos desvarios como os que vejo todos os dias nas televisões e ouço nas rádios e leio nas primeiras páginas dos jornais.

"Já não suporto tanta propaganda eleitoral, bastando um pequeno acontecimento, se acontecimento se pode chamar a uma qualquer tomada de posse de uns quaisquer dirigentes partidários que ninguém diz conhecer, para que o primeiro tenha a oportunidade de mais um discurso dado em direto pelas televisões.

"Nunca pensei que num país desta dimensão houvesse tanto envolvimento de uma grande parte de políticos, governantes e legisladores na vida social dos portgugueses, quando todos deveriam estar a governar e a fazer leis que a todos servissem sem menosprezar os cidadãos que pagam isto tudo.

"Segundo me dizem, a vida deste país não passa dum teatro à moda romana, sendo que os gladiadores não lutam contra as feras e contra os seus iguais, mas passam o tempo a fazer chacota de todos os cidadãos que nada têm a ver com o assunto e pedem incansavelmente que os deixem em paz e em descanso durante um certo tempo para aliviar a cabeça e limpar as ideias de toda esta porcaria que eu tive a oportunidade de ver e observar.

"E não me venham dizer que isto se passa desde tempos imemoriáveis e que está na maneira de ser de todos os portugueses que pouco mais desejam que não seja sopas e descanso desta epidemia que grassa por todos os lados.

"Está visto que não tenho qualquer possibilidade de me adaptar a esta maneira de ser e a esta vida social e politica que envolve os portugueses.

"Lá na minha galáxia, onde a vida é bem difícil, não temos este tipo de políticos inteligentes, espertos e arrogantes que tudo sabem, que tudo querem e que tudo podem, mas sim uns dirigentes que trabalham e não discursam, que se envolvem nos problemas da malta e não se refugiam nos cofres cheios de dinheiro quando falta alguma coisa a algum dos meus concidadãos.

"Podem perguntar-me porque venho até aqui lá de tão longe a pensar ficar por cá e até a trazer os seus mais próximos e outros ainda, mas a resposta é muito simples: o nosso sol está a perder calor e isto aqui é uma maravilha.

"Finalmente, digo que não há necessidade de estragar isto tudo antes de tempo…"


 


 

O paraíso

Andava eu ali para os lados da quinta da granja e das hortas do colombo observando as batatas, as alfaces, as cebolas, os alhos, os pimentos, os tomates e outras coisas mais e eis que senão quando avistei, sentado num banco de jardim, neste caso concreto, num banco de passeio, uma figura muito semelhante àquela que aparece por aí como sendo um "marciano".

Observando mais de perto a tal figura pareceu-me com uma coloração demasiado verde para ser natural e humana, pelo que me aproximei e tentei meter conversa para entender o que se estava a passar.

Ouvi a explicação com a atenção merecida dadas as circunstâncias espaciais e temporais:

"Estou cansado, estou perturbado e confesso que não entendo nada disto.

"Andei pelo minho e todos os trás-os-montes, desci até às beiras passando pelos douros,não deixei de calcorrear o ribatejo, observei demoradamente o alentejo inteiro e dei uma vista de olhos pelo algarve.

"Em lado algum consegui ver e admirar aquele maravilhoso país descrito profusamente no tal discurso do vosso primeiro e mais uns tantos políticos da vossa terra.

"Visitei hospitais e não queira saber o que por lá vi; passei pelos centros de emprego e só vi gente triste e cabisbaixa como se fossem para o matadouro; passei uma vista de olhos pelas instalações da segurança social e aquilo estava uma desgraça; atrevi-me experimentar um curativo aqui nos meus pés por tanto andar e deparei-me com uns quantos centros de saúde fechados e sem qualquer apoio…

"De modo que estou-me a interrogar onde poderei encontrar esse tal paraíso ou jardim do éden como lhe queira chamar…"

Meu amigo, deixou de lado alguns pormenores deveras importantes para satisfazer a sua curiosidade.

Entre no ministério das finanças e aceda ao sistema informático em qualquer dos terminais e não terá grandes dificuldades em verificar onde está esse tal paraíso, tanto mais que pode fazer isto sem ser notado por quem quer que seja, dadas as suas características e capacidades para passar despercebido de toda esta gente.

Nesse tal sistema informático terá a oportunidade de verificar que na coluna do haver abundam os milhões e milhões e melhões de dólares e de euros e de mais umas quantas moedas mais deste planeta de tal modo que os cofres já não suportam nem mais um cêntimo, como que a lembrar ao tio patinhas que este país o deixa a mil quilómetros de distância quanto ao seu poderio monetário.

Contudo, não se dê trabalho de olhar para a coluna do dever se não quiser continuar a procurar esse tal paraíso…


 

7.5.15

O Jardim do Éden

Estou a imaginar a reacção dum qualquer extraterrestre que aterrasse em Portugal num dia destes e tivesse a oportunidade de ver e ouvir uma qualquer intervenção do primeiro, do segundo, do terceiro e de todos os outros, incluindo os secretários de estado, os deputados da maioria e os dirigentes partidários dos partidos da maioria.

Estou a imaginar que tipo de reacção teriam esses tais extraterrestres ao ouvirem as maravilhas deste recanto europeu à beira mar plantado, fazendo parte deste espaço denominado de união europeia mais o da moeda única.

Estou a imaginar o que diriam os tais extraterrestres quando tivessem de observar o país real e o país contruido a partir dos discursos ouvidos de todo aquele pessoal atrás referido.

Será que a sua primeira reacção fosse a de regressar de imediato à sua nave, rumassem ao seu planeta, estrela ou galáxia para informar os seus congéneres que tinham encontrado o país ideal para se viver?

Será que embarcavam sem armas mas com bagagens suficientes e adequadas para fazer desta terra a sua residência oficial, acolhendo-se aqui para os restos dos seus dias?

Será que a sua instalação não traria quaisquer problemas para o seu modo de vida, na sequência dos discursos ouvidos de todos aqueles que ocuparam as rádios e as televisões e os jornais?

Será que aquelas discursatas todas seriam suficientes para um juízo perfeito de todas as condições necessárias para fazer deste lugar maravilhoso o seu lar para os tempos vindouros?

Será que não se esqueceram de nada e fizeram fé em tudo o que ouviram com se estivessem na sua galáxia natal?

Será que a linguagem ouvida a quando da sua primeira visita fora manifestamente suficiente para considerar a hipótese de decidirem por um processo de emigração sem analisar outras condições indispensáveis para se viver com dignidade?

Será que apenas queriam disfrutar deste clima formidável durante um pedacinho da sua vida evitando por uns tempos o calor abrasador da sua galáxia?

Será que estes alienígenas não precisam de procurar trabalho, de garantir a saúde, de dirimir conflitos, de educação, de alimentação, etc. e tal?


 

A fazer fé no que se ouviu, no que se ouve no que se ouvirá nos próximos tempos esta terra não é Portugal dos Portugueses, é o Jardim do Éden, o Paraíso dos nossos sonhos.!!!