5.6.14

O inverso

Ainda me restava uma ténue esperança de que os atuais inteligentes que dirigem as políticas caseiras tivessem um pingo de dignidade e se atrevessem a tomar algumas medidas que dessem sentido à sua governação.
Mas os acontecimentos dos últimos dias encarregaram-se de retirar alguma coisa que me restava e obrigam-me a considerar que estes senhores não merecem nem justificam qualquer atitude de benevolência ou de compreensão por tudo aquilo que andam a fazer.
De fato, podemos considerar que esta gente dá a entender que atingiu o cúmulo da pouca vergonha quando orienta as suas diatribes para quem ousa dizer-lhes que os valores éticos e políticos ainda merecem algum respeito mesmo daqueles que exercem as funções de governação.
Já não chega que descarreguem toda a sua boa vontade de destruir o que ainda resta do estado social para se atirarem com unhas e dentes como cães de fila contra uns quantos que, embora não sendo eleitos e que sejam uns privilegiados da democracia, ainda se atrevem a enfrentar o touro pelos cornos e dizer-lhe que a lei é para todos e que todos a devem respeitar.
E se houver alguém que não esteja disponível para acatar a lei e para respeitar quem tem a responsabilidade de a fazer cumprir, será certamente mais sensato que ou a altere ou se vá embora por incapacidade de viver em democracia.
Em última análise, que faça um golpe de estado e tome o poder e o entregue a um ditador, que até poderia ser um coelho, porque, nessa altura, já não haveria pessoas dispostas a aturar ou conviver com um regime desta natureza.
Parece haver alguma tendência numa quantidade de políticos da nossa praça de ver castelos de vento a pairar sobre as suas cabeças quando o que se pretende fazer não pode ser feito por as circunstâncias o não permitirem.
Estes tipos devem continuar a pensar que nós somos um bando de idiotas que não temos qualquer capacidade para entender que nem tudo o que dizem ou pretendem dizer e fazer é permitido pelo bom senso e estaremos sempre de braços abertos para aturar os desmandos desta gente.
Eu admito que haja uns quantos milhares de portugueses, por formação, por convicção, por despeito e por dependência e até por conveniência, que estejam de ac ordo com as políticas seguidas, principalmente todas aquelas que querem e pretendem colocar os funcionários públicos, os pensionistas e reformados na base da pirâmide social, como se fossem eles os empecilhos a eliminar para levar por diante a política de fazer dos portugueses uma mina de mão de obra barata para servir dignamente o capital.
Mas há muitos outros que não são capazes de entender como é possível o ter um governo que careça de orientações dos juízes do tribunal constitucional para serem estes a dizerem como se deve governar ou o que se pode fazer sem ofender a constituição.
Pretende-se alterar o processo: sejam os juízes a dizerem o que fazer e como fazer para que os governantes executem o que se deve executar sem ofender a dignidade dos cidadãos.
Podia perguntar-se, nestas circunstâncias. para que serviam os ministros, os secretários de estado e os milhares de moscas e mosquitos que os acompanham, quando temos os directores gerais e os presidentes de qualquer coisa.
Do mesmo modo, poderia por-se em  causa, a existência de deputados e dos respectivos custos numa democracia onde se pretende que sejam os juízes a dizem o que devemos fazer e não a salvaguardar os direitos dos cidadãos.
Isto não é uma comédia, isto é uma tragédia para um povo que é dirigido por esta gente que tem azedume na consciência e ódio nas palavras e insolência no comportamento, tão só porque sabe que, por enquanto, está seguro, porque o seguro é um tonto e um basbaque que não se dá conta, ou não quer dar-se conta, que as suas hipóteses estão fora dos nossos horizontes.
Mas os tempos mudam...

2.6.14

Estou...

Estou desconsolado.
Estou chateado.
Estou desiludido.
Estou...
Então não querem lá ver que as televisões portuguesas acompanharam em direto o autocarro da seleção portuguesa de futebol desde o hotel  até ao palácio de belém, estiveram presentes nos cumprimentos, onde se ouviu falar de "comprimentos", presenciaram as fotografias para memória futura, foram até ao aeroporto e seguiram o avião até se perder de vista e tiveram a lata de não transmitir o almoço oferecido por sua excelência e não por vossa excelência.
É imperdoável e impossível de admitir que um almoço desta natureza não fosse acompanhado em direto pelas televisões que se prezam dos seus espetadores.
Nunca pensei que tal pudesse acontecer, pois todos nós gostaríamos de saber se os pastéis de belém foram comidos de faca e garfo ou se apenas foram utilizadas as mãos sem que antes tivessem sido devidamente lavadas.
Depois não se queixem se algum elemento da seleção e se algum dos seus dignitários representantes e corpo técnico aparece com um vírus que o impeça de desempenhar  cabalmente as suas funções e não tragam para Portugal o diabo do caneco.
Por outro lado, também fiquei sem saber se sua excelência bebeu água e vinho, se apenas só vinho ou se apenas só água, porque a coisa tem um enorme significado político para todo o pessoal, que gosta destas coisas.
E ainda ficaria mais satisfeito se tivesse tomado conhecimento em direto se o cr7 mostrava ou não mostrava o seu joelho lesionado, pois esta matéria é bem mais importante que o chumbo do tribunal constitucional de algumas normas do orçamento de estado, tem muito mais relevo que as novas condições para despedir um trabalhador por extinção do posto de trabalho, e nem se fale nem se compare o problema do joelho do cr7 com os desventuras do seguro e seus rapazes na luta pelo poder interno quando está na mira qualquer coisa que cheire amesa farta e abundante.
Eles lá foram para a américa para se mostrarem aos imigrantes lusitanos participando nuns treinos um pouco mais a sério que as brincadeiras de óbidos e depois lá seguirão rumo aos brasis para mostrarem ao mundo inteiro de que é feita esta terra onde vivemos.
Pela amostra hoje vista e ouvida nas televisões portuguesas não será de espantar orebuliço e histerismo dos canais televisivos e das rádios se os nossos craques tiveram um bom comportamento na fase de grupos, que muitos duvidam que venha a acontecer.
Mas se se vier a verificar que a equipa técnica e os diretores presentes no brasil passem essa tal primeira fase, poderemos ficar descansados que alguns jogadores serão mencionados devidamente em declarações e entrevistas difundidas pelo universo para que todos reconheçam o seu real valor.
E fiquem sabendo que me estou realmente nas tintas para saber o custo desta tirada do brasil, porque estou convencido que tudo o que se venha a gastar e tudo o que possa custar cada um dos jogadores e cada um dos acompanhantes técnicos e institucionais, pois sei que nada do que acontecer custa um cêntimo ao orçamento de estado...
E ainda vai haver um lucro líquido de uns quantos milhões que não vão pagar impostos, porque são lucros obtidos fora de Portugal e são lucros ganhbos numa boa causa.