6.12.07

O Contador

Estes tipos andam todos doidos!!!

Um dia destes, alguém se lembrou de mandar umas bocas sobre fazer pagar aos consumidores a reciclagem dos sacos de plástico, imputando um valor bem determinado no acto da passagem pelas caixas registadoras dos estabelecimentos comerciais.

E ainda por cima tinham o descaramento e a pouca vergonha de atribuir a receita a um instituto público que tem umas responsabilidades quaisquer na conservação da natureza. (Cá por mim, não tem coisa nenhuma, porque se tivesse não precisava destas guitas para financiar as suas actividades.)

Agora, uma coisa que existe por aí e que dá por nome de "regulador" queria fazer pagar aos consumidores de energia eléctrica um custo mensal relacionado com um novo contador que fazia milagres, mas que não foram explicados nem ditos nem enumerados. O que nós sabíamos é que esse custo, na ordem de um bilião de euros, segundo palavras do Ministro, seria suportado pelos consumidores, em nome de uma racionalização dos consumos.

Pois, com certeza, isso é coisa que nada diz aos produtores, uma vez que se trata de coisa da exclusiva responsabilidade dos consumidores.

Aí, há uns tempos, esse tal "regulador" foi posto na alheta por se ter lembrado de propor um aumento "insignificante" da energia eléctrica por entender que os custos de produção já eram superiores aos custos do consumo, muito embora os produtores apresentarem uns largos milhões de lucros…

Assim, será sempre muito fácil governar e muito mais fácil regular: quando não há ideias concretas para melhorar os serviços e para fazer diminuir a despesa pública ou para reduzir numas centenas de euros os milhões de lucros, aqui vai disto e toma lá um aumento ou uma taxa ou um ecovalor ou uma outra coisa qualquer que faça com que os consumidores fiquem sem mais uns euros por mês…

É por estas e por outras, que nos parece que a quinta anda a ser assaltada, não à mão armada, mas à armada legal…

Alguém que se lembre de dar uma olhadela à factura da energia, à factura da água, à factura dos pneus, à factura do óleo e proceda a uma continha e veja quanto já se paga para "sustentar"…

Depois que se faça a seguinte pergunta: para que diabo quererá o Governo os milhões do Orçamento de Estado?

Afinal, bem fez o D. Sebastião em ficar-se lá pelas "áfricas"…


 

 

1.12.07

É a greve

Seriam cerca das dez horas e cinquenta minutos, quando atravessava o CCC para apanhar o Metropolitano.

Estranhei haver tanta gente nova a passear com as suas mochilas às costas, todos e todas lampeiros e lampeiras como se fora um dia de fim-de-semana com um prémio para quem se dignasse visitar aquele centro comercial e àquela hora.

Lá fui andando até à máquina para tirar o bilhete de ida e volta e muito mais gente vinha a sair dos túneis do transporte público mais utilizado.

Não duvidei nem sequer me passou pela cabeça que o pessoal tinha definitivamente aderido ao transporte público para as deslocações entre qualquer ponto da cidade.

Não pensei, uma vez sequer, que estaria em presença de um fenómeno muito estranho para uma sexta-feira na cidade de Lisboa… e pela manhã, porque se fosse ao fim da tarde poderia imaginar que aquela gente toda tinha decidido passar duas ou três horas fantásticas no fantástico do CCC…

Sem imaginar o que se passava lá segui o meu caminho e em todas as estações lá via gente nova na passeata…

Continuei… porque tinha o destino traçado que se relacionava com um bom almoço, coisa que não dispenso, tanto mais quando se sabe de antemão tratar-se de coisa boa…

Cheguei, bebi um copo de água, e comentei que tinha visto muita gente nova em ares de passeio na manhã de uma sexta-feira…

É a greve!!!

É a greve!!!

Pois… era a greve, que eu não tinha notado, tão só porque não fui a qualquer repartição pública para tratar de um assunto, não tive necessidade (ainda bem) de ir a um hospital ou centro de saúde e não tinha filhos ou netos numa escola pública…

Lá para o fim do dia ouvia sindicalistas a falarem do êxito retumbante da jornada de luta dos funcionários públicos, que tinha havido um cartão vermelho ao Governo, que a greve não se tinha feito sentir para além do normal, que isto e mais que aquilo, que a produtividade, que a segurança no emprego (não será no trabalho) que nunca mais será da mesma maneira, que há dinheiro, que não há dinheiro, que as reformas, que eu fiz, que tu aconteceste…

O Cavaco, quando primeiro, chateou-se e foi-se embora, o Guterres, quando primeiro, chateou-se foi-se embora, o Durão, quando primeiro, aproveitou foi-se embora, veio o Santana a pensar que resolvia tudo e foi corrido e agora…

O D. Sebastião ainda não apareceu… ou será que encarnou…?

30.11.07

O meu aeroporto

Há já algum tempo que não passo por aqui, embora tenha andado por aí, mas um tanto ou quanto baralhado, diga-se.

Olho para norte e vejo um aeroporto; olho para sul e vejo um aeroporto, olho para nascente e vejo um aeroporto, olho para poente e vejo um aeroporto…

Uns que é Ota, outros que é Montijo, outros que é Faias, outros que é Alcochete, outros que é Pinhal Novo, outros que é Poceirão, outros que é Alverca, outros que é Sintra e ainda outros que poderia ser Beja…

Olho para cima e vejo uma linha de alta velocidade, olho para baixo e vejo uma estação de uma linha de alta velocidade, olho para o meio de duas coisas e vejo uma linha de alta velocidade, olho para o lado e vejo uma ponte, olho para outro lado e vejo um túnel, olho para trás e vejo mais uma ponte…

Olho para todo o lado e não sou capaz de ver um "aeroportozito" em Avis, não consigo servir-me de uma rede de telecomunicações de jeito no interior do Alentejo, não consigo um sinal de televisão por cabo ou por telefone…

Mas sinto que este povo tem tanta gente inteligente, que um segundo é sempre mais inteligente que um primeiro…

Por outro lado, sinto que há tanta "cabeça" a perder-se nesta terra bendita, que é uma pena não se aproveitar dez por cento que seja de tanta inteligência…

O que importa é trazer uma solução para o aeroporto e para a alta velocidade mais barata que a do inteligente anterior.

Na verdade. não faz sentido comprar uma garrafa de vinho por um euro na loja de um amigo meu, quanto tenho à minha disposição o mesmo vinho por dez euros na loja de um tipo que não é meu amigo…, tem rótulo, tem nome e está logo ali…

Eu entendo que todas as hipóteses para instalar o novo aeroporto internacional da capital sejam mais baratas que a Ota, uma vez que só aqui existe um morro para tirar… e é muito longe, mas o que importa é tirar o morro que nunca sairá dali se não se fizer o aeroporto na Ota. Para isso, sem dúvida que fazê-lo na minha terra era bem mais barato, tanto mais que já ofereci o terreno totalmente "à borlix"… e na outra banda já não há morros para tirar… aquilo é tudo a direito…

Terá alguma piada para a engenharia do mundo fazer uma construção complicada num terreno sem obstáculos…??? !!!

Só agora percebi a razão fundamental do D. Sebastião se ter pirado: quando topou a natureza do país que herdou, rumou a África e nunca mais apareceu…


 

2.11.07

O Túnel

Telefonou-me um amigo meu para me dizer que aquela de eleição virtual era uma boa resposta para os problemas do País, pois que assim seria muito fácil demitir e nomear primeiros, segundos e até terceiros e obrigar o pessoal a ser responsabilizado por tudo o que não faz devendo fazer ou que demore uma tarde inteira na casa de banho para fazer uma coisa que pode demorar pouco mais que um minuto…

Mas este meu amigo desconhece uma realidade que torna as coisas bem mais complicadas do que parecem aos olhos de quem não está a olhar para dentro, mas apenas para a parede e ainda por cima toda branca.

As dificuldades das eleições virtuais residem num ponto apenas, mas que se situa a anos-luz das nossas intenções…

Se não houver o devido cuidado nesta coisa das eleições virtuais, corremos o risco de forçarmos a sua realização todos os dias e, às tantas, até de hora a hora…

Para muita gente, isto não seria um problema, mas para mim já constitui uma séria surpresa, pelo facto de não haver nada para fazer passados que sejam uns quantos dias…é que o pessoal trabalha que se desunha e depois lá terá que se arranjar umas coisas para fazer lá para os outros continentes, como aconteceu com os técnicos da CIP que, em bem poucos meses, apresentaram a "solução" para o novo aeroporto de Lisboa, coisa nunca pensada nem nunca vista, nem nunca achada e que estava mesmo aqui à mão de semear e oculta dos olhares e do trabalho e da investigação de centenas e centenas de técnicos, engenheiros, políticos, etc. e tal, durante mais de trinta anos.

Lembro-me, que quando comecei a olhar e a admirar os aviões, aquelas coisas que davam pelo nome de "super constellation", logo ali na Portela, já ouvia falar do novo aeroporto de Lisboa lá para os lados de Rio Frio, parecendo que se tratava de um lugar tão longe como o Pulo do Lobo, descoberto uns bons trinta anos mais tarde…

Bem vistas as coisas, vale sempre a pena não decidir enquanto não aparecer a última moda que é, como quem diz, enquanto não aparecer um grupo de gente, especialistas e génios incluídos, a dizer que a decisão ainda pode demorar mais uns quantos anos e deve ser completamente oposta à que estaria na mente de uns tantos…

Isto é tão certo como certo é que o petróleo vai ultrapassar os cem dólares o barril dentro de poucos dias, que um dia destes não há petróleo para o combustível dos aviões e que estes vão adoptar a descolagem vertical, porque não haverá mais espaço para pistas tão grandes…, mesmo antes da decisão da construção do novo aeroporto internacional de Lisboa…

Quanto não vale trabalhar devagar, devagarinho…

Se aquela cambada toda tivesse demorado menos um ano a propor a Ota, certamente que não teríamos a oportunidade de Alcochete, não teríamos mais uma ponte e, o mais importante, não seríamos compensados com um túnel por baixo do Rio Tejo…

1.11.07

Vale da Vaca

O Primeiro, saído das eleições virtuais desta noite, empossado há cerca de trinta minutos juntamente com todo o seu governo, reuniu o primeiro CM para decidir:

"Vou realizar um encontro ao mais alto nível entre todos os que, de uma maneira ou de outra, por acção ou por omissão, dedicaram pelo menos duas horas ao novo aeroporto de Lisboa, desde os tempos do Rio Frio, passando pelo Vale da Vaca até à Ota…"

Disse ao secretário do CM para convocar "… todos os Primeiros, todos os Segundos e todos os Terceiros… todos os ministros, todos os Secretários de Estado… todos os Sub-Secretários de Estado… todos os Presidentes de Institutos e de empresas públicas, todos os Directores-Gerais e todos os técnicos, especialistas ou apenas técnicos, que tenham de algum modo, por acção ou por omissão, dedicado pelo menos duas horas a estudar a localização do novo aeroporto de Lisboa…"

A cimeira terá lugar no Pavilhão Atlântico, amanhã pelas catorze horas e trinta minutos, devendo prolongar-se até às dezanove horas e cinquenta e cinco minutos, após o que ocorrerá uma conferência de imprensa para leitura das conclusões sem direito a perguntas e respostas.

Na hora marcada com as largas dezenas de gente, devidamente acomodada, o Primeiro tomou a palavra para anunciar "… está sentado na mesa de honra um representante do grupo de especialistas que acaba de propor que o novo aeroporto internacional de Lisboa só pode ser construído no Vale da Porca por todos os convenientes e mais alguns…VV. Exas. vão ouvir as razões que fundamentaram a proposta e a todos peço a máxima atenção porque não haverá tempo para perguntas, respostas, contra-perguntas e contra-respostas, porque o especialista tem à sua espera um avião que o vai transportar para junto dos seus colegas, que iniciaram hoje um estudo para a localização do novo aeroporto para os jogos olímpicos de dois mil e…, estudo que tem que ser apresentado durante os próximos quinze dias…".

Logo nesta altura com um novo sistema de reformas para a Administração Pública…

26.10.07

A Proposta

A tarde do dia vinte e cinco de Outubro do ano da graça de dois e mil e sete vai ficar na história da actividade bancária cá do burgo, facto justificado pelo anúncio da proposta de fusão entre o BPI e o BCP, na sequência, aliás, de alguns ruídos que se sentiam na linha.

Devo confessar que para mim é igual ao litro: não sou cliente de qualquer dos bancos e não tenho qualquer interesse em todos os outros bancos, pelo que a proposta de fusão não me deu qualquer preocupação nem me despertou qualquer entusiasmo.

Contudo, deu para entender que o pessoal da especialidade, isto é, o pessoal que já andava com problemas relacionados com as poucas notícias de interesse geral, ficou altamente eufórico com a perspectiva de umas caixas bem interessantes.

Foi assim que uma jornalista tomou a palavra lá nos corredores da AR para questionar o Ministro das Finanças como se a proposta já fosse um negócio fechado e consumado, estando já a funcionar o maior banco privado português e um colosso ibérico; continuou a dizer que o Ministro não diria nada porque não sei o quê, mas as perguntas lá foram feitas como se a escritura já estivesse lavrada em cartório.

Minutos antes a redacção dava a informação como se de uma "proposta" se tratasse, o que era verdadeiro, e umas horas depois reuniram-se uns quantos especialistas desta coisa dos mercados financeiros e dos negócios bancários para todos dissertarem sobre a proposta.

Foi um regabofe de conjecturas, um amontoado de variáveis, um rol de possibilidades logo ali explanadas, parecendo tudo que aquele pessoal não sabia nada do que se estava a passar, do que se tinha passado e, eventualmente, do que se iria passar.

Quer dizer que foram tantas as hipóteses lançadas para a mesa da conversa, parecia de café, que alguma não andará longe do que vai acontecer, quando acontecer...

Podiam fazer as coisas com um pouco mais de cuidado e nem seria necessário um programa em cima da hora para falar de tudo o que não se sabia.

Pois que venha o colosso com roupagens portuguesas, porque o poder… esse estará logo ali ao lado…

24.10.07

O “Ranking”

Sempre que me dá uma enorme vontade de trabalhar levanto-me tarde e fico em casa a ver televisão, devidamente sentado no "sofá" para não magoar as costas.

Contudo, tenho que fazer um esforço gigantesco para escolher o programa para ocupar o meu pouco tempo disponível: tenho os maravilhosos e altamente educativos programas das três estações generalistas, disponho de dois canais de notícias repetidas desde a tarde do dia anterior com o mesmo texto e as mesmas imagens e depois mais umas dezenas de canais para visitar durante uns segundos.

Se não quero ser incomodado, fico nos desportivos e posso fechar os olhos sempre que me aprouver.

Hoje tive a sorte de ser informado da publicação do "ranking" das escolas do ensino secundário, não sei é assim que se diz, mas fica tudo entendido que se trata de escolas públicas e privadas frequentadas por pessoal que já não é criança e que ainda não é universitário…

Muito interessante, este "ranking"…

De jornalista para jornalista/comentador: …que se lhe oferece dizer e comentar… pois, o ensino privado por um lado, o ensino público por outro lado, o sistema educativo, a política da educação, as escolas…por aqui se vê a diferença, será este o caminho, não é com certeza, o que será das gerações vindouras… … …

De jornalista para o Presidente das Associações de Pais e Responsáveis de Educação…pois, trata-se de duas realidades muito diferentes, o nível de vida, a diversidade de classes sociais, muitos problemas diversos, níveis de educação dos pais muito diferentes, nível de vida sem comparação, os trabalhos de casa, pais assim, pais assado…é preciso ler estes resultados com muito cuidado. … …

Aqui fica a diferença de olhar de quem está obrigado a dizer (comentar) qualquer coisa e de quem está dentro dos problemas e percebe da poda…

Já agora, sempre pensei que o jornalista/comentador levantaria o problema do custo por aluno do ensino público e do ensino privado, que o jornalista/comentador levantaria a questão do número de faltas dos professores, quer por greve quer por doença, nas escolas públicas e nas escolas privadas, que nos daria informação sobre o número de escolas públicas e número de escolas privadas nos distritos do interior…

Cá por mim, ficaria satisfeito com estas estatísticas se viessem acompanhadas de informação sobre o custo real, isto é, o montante de dinheiro gasto pelo Estado, pelas escolas e pelos Pais por cada ponto obtido nos exames, agora objecto de análise… e, já agora, do número de horas perdidas pelos alunos das escolas públicas e pelos alunos das escolas privadas por causas que não se lhes pode imputar…


 

15.10.07

Dois galos e uma capoeira

Não dediquei a Torres Vedras o tempo suficiente para poder fazer um julgamento, isto é, uma apreciação minimamente correcta e coerente sobre tão importante acontecimento que ali decorreu durante o fim-de-semana passado.

A minha opinião não é importante e tampouco se reveste de qualquer interesse que justificasse uma observação mais atenta às intervenções de algumas pessoas, quer participantes quer observadores quer ainda críticos amadores e profissionais, para além de jornalistas de microfone ou de opiniões sensatas e cordatas.

Mas deu para ouvir, em determinada altura que"… em mim ninguém manda…" pelo que ali se deu como terminada uma daquelas entrevistas, onde o que brilha é o microfone e as perguntas feitas…

Dado que sou leigo nestas coisas da contradição, dei por mim a pensar que tal afirmação podia significar um profundo acto de afirmação doutrinária do mais Anarquismo militante, podia dar a entender que não havia qualquer tipo de compromisso ligado a uma hierarquia de postos ou de valores, e ainda que os pontos cardeais, tais como norte, sul, este, oeste, isto é, em frente atrás, à esquerda ou à direita não podia ser estabelecida qualquer relação de causa e efeito, tão só, porque o lugar ou a sua circunstância estavam para além dos horizontes…

Estando convencido que não se tratava de puro Anarquismo militante, onde a responsabilidade de cada um é total e absoluta, admitindo que ali existe uma hierarquia por se tratar de uma organização social, então tenho que aceitar que "… eu sou o único a beijar o sol…"

Lembrei-me que os fados e os destinos das pessoas são feitos pelas pessoas e as suas consequências não podem ser da responsabilidade nem do Primeiro nem do seu Partido.

Vou lembrar-me de Torres Vedras quando for lançada a primeira seta em direcção ao LFM e o apanhar um tanto ou quanto desprevenido, porque em Torres Vedras não tomou as devidas precauções…

Não lhe invejo nem o fado nem o destino, mesmo que o actual Primeiro não queira continuar primeiro para lá de dois mil e nove…

Nessa altura, muita gente vai lembrar-se de ter ouvir dizer bem mais do que uma vez que "…dois galos são incompatíveis como uma só capoeira…".


 

14.10.07

Café e Código Penal

Apesar do tempo passado não posso deixar de registar aqui aquele notável acontecimento ocorrido na Covilhã e relacionado com a visita do Primeiro à sua escola "primária" para falar sobre qualquer coisa, como sucedera ao Primeiro Europeu também de visita às carteiras dos tempos antigos…

Muito gostaria eu de saber o nome dos dois polícias que, à civil, "visitaram" as instalações de uma estrutura sindical muito amiga do Primeiro e da Ministra da Educação. Conhecimento que não serviria para repreender os ditos, mas simplesmente para manter na minha memória o nome de dois tontos que aceitaram beber um cafezinho durante a sua indesejada e inamistosa visita…Não entendo lá muito bem que se ofereça e se aceite um cafezinho quando se entra nalguma casa sem ser desejado…

Mas, o que é que se há-de fazer? Muito provavelmente até eram conhecidos: dai a oferta do café e a respectiva aceitação… tudo como se de família se tratasse.

Que assim seja, mas que não haja mais ruído à volta desta brincadeira, estando eu convencido que, por causa disto, a democracia não estará posta em causa. Se assim fosse, quem mais estaria disponível para "promover" o Primeiro?

Acontecimento diferente será, certamente, a entrevista da CP ao Sol sobre a tal história da Casa Pia…

Sempre pensei, pelo menos, sempre estive convencido, que a dita senhora era trabalhadora, era técnica, era responsável, era dirigente, mesmo antes de ser Provedora da Casa Pia…

Sempre pensei, pelo menos, sempre estive convencido que a dita senhora (deveria?) teria conhecimento de alguma do que se ia passando na instituição onde trabalhava e donde recebia a guita para viver, mesmo que fosse pouca…

Afinal, parece que só teve conhecimento quando deixou de exercer as altas funções de dirigente máxima daquela Casa, nunca se dando conta dos escândalos que agora vem dizer que aconteceram e que ainda vão acontecendo, falando ainda de outras coisas não menos sérias a propósito da demora, do código penal, do maior escândalo… etc e tal.

Alguém apareça para chamar a Senhora e pô-la em sentido, que é como quem diz, a ponha na barra do tribunal para dizer toda a verdade e assumir a responsabilidade.

Essa história do conhecimento posterior e fugir com o rabo à seringa já está gasta e não convence ninguém.

Se não sabia deveria saber, e se sabia deveria denunciar antes e sempre e não só agora quando não se pode fazer nada com ela.

Prefiro outro congresso do PSD com as votações finais…

 

13.10.07

Férias Grandes

Confesso que as minhas longas férias só agora podem ser dadas como terminadas; confesso que a vontade de trabalhar é mais que muita; confesso que as minhas tentativas para me opor à imperiosa necessidade de escrever exigem um enorme esforço que não estou em condições de oferecer; confesso que tenho andado por aí, mas ninguém tem dado por isso, facto que me tem dado toda a liberdade para fazer o que me der na real gana. (Estava quase a imitar o AJJ no discurso de Torres Vedaras. Só que não contesto…)

Mas acontece que tantas são as coisas, que tantos são os factos, que tantas são as circunstâncias, tudo merecedor da devida atenção por parte de qualquer cidadão que se preze, que não tive outra hipótese que não passasse por voltar a dedicar a minha atenção a algumas situações que vão acontecendo por aí.

Cá no fundo, no fundo, não tenho a mínima vontade para varrer à pancada da grossa uns quantos ministros e outros tantos secretários de estado e mais outros directores-gerais e presidentes de empresas públicas por toda a porcaria que andam a fazer ou, melhor, por tudo o que deveriam fazer e não fazem.

Pelo menos, podiam estar calados e só falar quando o Primeiro dissesse como e quando e em que circunstâncias.

Mais valia que mandassem alguém, vestido à civil, ao largo da igreja e apregoar que agora os reformados com pensões mais baixas vão pagar impostos. Ao menos assim, não olhávamos para acara do ministro das finanças e não nos dava uma enorme vontade de soltar uma solene gargalhada pela sua honorável respeitabilidade, própria de um cobrador de impostos.

Assim, quem de entre os ignorantes desta terra não poderia ser ministro das finanças? Precisas de equilibrar o orçamento ou acabar com o défice? Não te preocupes muito e trabalhar mais para fazer baixar a despesa e muito menos despedir um director-geral porque não foi capaz de diminuir o número de rolos de papel higiénico gasto nos serviços…

Basta, apenas e tão só, saber onde aplicar mais impostos, cuja cobrança seja certa e segura… que tal as reformas mais baixas…? Estão mesmo à mão de semear…

Assim, até eu faria um figurão na pasta das finanças…

Tenham um pouco mais de vergonha na cara e respeitem um pouco mais a desgraçada da Educação e o desgraçado da Saúde…

26.7.07

Motivos baixos

O Fisco resolveu enviar-me uma nota de cobrança de um imposto de circulação referente a um jeep willys de 1946, registado em Portugal em 1947, por ter sido considerado um "automóvel ligeiro de mercadorias".

Este automóvel nunca pagou imposto de circulação nem nunca pagou imposto municipal tão somente por a lei não se aplicar a automóveis nas suas circunstâncias.

Estranhei, por isso, esta nota de cobrança, tanto mais que não constava o número de contribuinte, como se eu fosse desconhecido para o referido Fisco.

Contra a minha vontade lá tive que ir à Loja do Cidadão, nem muito cedo nem muito tarde, mas o suficiente para ter à minha frente cerca de trinta cidadãos que aguardavam serem recebidos pelos funcionários do Fisco.

Cerca de uma hora depois de tirar a tal senha que nos dá o direito de sermos recebidos, lá me sentei em frente de um funcionário que ainda não estava mal disposto e que me foi explicando que o assunto não deveria ser tratado ali, mas na DGV, pois a base de dados dos automóveis era da responsabilidade daquela entidade e o Fisco limitou-se a emitir a tal nota de cobrança, muito embora estranhasse a falta do número de contribuinte, adivinhando que me descobriram, certamente, pela morada, que estaria certa…

Bem… lá fui para a máquina da DGV, logo ali ao lado, para tirar a respectiva que me daria o direito de ser atendido cerca de quarenta minutos depois.

Que, sim senhor, deveria ter havido algum lapso, mas o assunto teria que ser colocado na Direcção Geral de Viação, mas lá para os lados do Campo Pequeno, se sabia onde era… que sim, que sabia…

No outro dia… na última nota contei o que se passou…

E há uma solução para aquela escandaleira toda: bastava que o Primeiro ou um Ministro ou um Secretário de Estado fosse pessoalmente à Direcção Geral de Viação tratar de um assunto do seu automóvel ou de um automóvel da mulher, do filho, do primo ou do sobrinho…

E anda o pessoal preocupado com o processo disciplinar do Professor Charrua, que não quer ser professor, mas quer regressar ao lugar que ocupava, onde tinha tempo para brincar ao humor e sem necessidade de se preocupar com a preparação das aulas…

Pois, já todos deveriam saber que após uns tempos passados na AR os motivos para o trabalho andam muito em baixo…

25.7.07

Visita

Sempre que a vontade se me apresta para passar por aqui e deixar uns quantos pensamentos mais ou menos alinhavados sobre o vai acontecendo neste pequeno burgo que me alerta o espírito, logo fujo a sete pés, com receio, não com medo, de ter que zurzir nalgum ministro, ou secretário de estado, ou director-geral ou até político de quinta categoria, como é a maioria dos deputados.

Por isso, já passaram uma boa quantidade de sóis e de luas sem que lavrasse a minha opinião sobre uma série de coisas, que bem gostaria de deixar bem expressas nestas notas, mas já vou sentido alguma pena em bater no ceguinho…,com o devido respeito…

Mas a necessidade de pancadaria não chega a tanto e o oposto é suficientemente forte para não me deixar enredar pela facilidade com que me apresentam a face para desatar à bofetada.

Mais vale andar calmo para não estragar a saúde, tanto mais que por eles serem brancos, que se entendam sem chatear o pessoal, como se as coisas se passassem intramuros… e não dissessem respeito a mais ninguém.

Mas não resisto a fazer a devida referência à minha visita à Direcção-Geral de Viação, ali para os lados do Campo Pequeno.

Ninguém que não tenha ido tratar de um assunto relacionado com o seu automóvel não faz ideia do que estou a falar. Para que possa imaginar do que se trata eu acho que os juízes portugueses em vez de aplicar sanções de prisão preventiva, identidade e termo de residência, cauções baixas e elevadas e outras coisas mais deveriam aplicar uma pena que forçasse esse pessoal a ir todos os dias tratar de um assunto à Direcção Geral de Viação.

Meu Povo do meu País, nunca imaginei que fosse possível uma coisa daquelas: tomei a minha senha as onze horas (11H00) e fui atendido já passava das dezassete horas (17H00)!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

E ainda por cima por uma asneira da Administração!!!!!!!!!!!!!!!

E aquilo tem solução…

29.6.07

Piso 0

Acabei de cumprir uma obrigação por força de uma execução fiscal relativamente ao não pagamento da taxa de esgotos relativamente ao ano de 2003. Paguei e não ... porque não tinha maneira de provar que houvera engano, dado que não procurei devidamente a prova de pagamento em devido tempo, se é que o houve.

Dirigi-me ao Piso 2 do número 25 do Campo Grande em Lisboa e logo que preparado para efectuar o pagamento fui esclarecido que deveria dirigir-me à Tesouraria sita no Piso 0, onde tinha estado momentos antes, para efectuar o referido pagamento.

Mas os computadores da CML não funcionam entre o Piso 0 e o Piso 2? ...mas nós é que temos de desbloquerar o processo. Tudo bem, mas o que venho eu fazer ao Piso 2 se depois tenho que ir ao Piso 0, onde estive agora mesmo...

...Pois...

Pois lá voltei ao Piso 0, tirei uma senha e esperei cerca de 12 minutos para ser atendido, isto é, para efectuar o pagamento...

A rapidez do processo pareceu-me uma eternidade porque estavam dez pessoas à minha frente, havia dois funcionários no atendimento e...

Havia gente a protestar em surdina contra a demora do atendimento, pois que estavam apenas dois funcionários... até parecia que tinham os cofres cheios e era preciso não andar muito depressa para dar tempo a que se procedesse ao seu esvaziamento para pagar aos fornecedores...

Alguém falou do "Simplex"...

26.6.07

Gentes do Norte

Estive por ali cerca de quinze minutos, mesmo assim um pouco mais do que me é habitual. Foi suficiente para ter uma ideia geral dos presentes e da natureza geral das intervenções, pelo que não me surpreendeu o que ouvi durante aquele longo quarto de hora.

Não é que tivesse valido a pena permanecer tanto tempo a ouvir a autoflagelação com que os "importantes" do Norte, diga-se, do Porto, brindaram a Portugal inteiro, mas foi perfeitamente suficiente para entender duas coisas:

O Porto está-se borrifando para o Norte.

Para o Porto o Norte é o Porto e uns arredores bastante limitados.

Não fora as intervenções bastante cordatas do Presidente da Fundação Bial, diríamos que nem o Engenheiro esteve á altura de outras vezes que apareceu a falar na televisão.

Não querem lá ver que o argumento do Engenheiro estava baseado no sentimento de que perdeu a opa, porque Lisboa quis prejudicar o Porto!!!

Que diabo, um dos maiores, senão o maior, precisa de argumentos deste gabarito para justificar a sua derrota? Sempre estive ao lado do Engenheiro nessa guerra de capitais, embora não tenha um cêntimo empatado nem num nem noutro, mas também entendo que as afirmações ali proferidas não são próprias da sua credibilidade nacional e internacional e muito menos de quem é nem regional, nem nacional, mas internacional, como convém ao grande capital.

Nunca pensei que fosse possível reunir tanta gente a lamuriar-se por ser do Porto e, por isso, estar convencido que seria tratado de outra maneira de fosse doutro lado qualquer e se de Lisboa tanto melhor.

Nunca pensei que fosse possível ouvir tanta parolice de tanta gente por quem os sinos bradam, ouvir tantos disparates de quem tem obrigação de atirar cá para fora ideias e pensamentos dignos de gente por quem se tem elevada consideração pessoal.

Mas é assim: nem sequer nos passa pela cabeça que este longo processo de vitimização tem como único e seguro objectivo justificar a incapacidade de o "Porto" conquistar um lugar ao sol do desenvolvimento social e económico e colocar-se a par ou acima de outras regiões bem menos barulhentas e até bafientas.

De qualquer modo, sempre ouvi dizer que nada se comparava ao Norte quando se fazia referência a automóveis de altíssima gama…

22.6.07

O rosto do sofrimento

Fiquei altamente preocupado pela cara de sofrimento da Arquitecta a propósito das dificuldades e obstáculos que os deficientes de todas as deficiências, os velhos, as velhas, as crianças, os idosos, as idosas e todas as pessoas enfrentam e são obrigadas a ultrapassar sempre que se aventuram a deambular pelas ruas da Capital.

A Arquitecta mostrava um aspecto tão pesaroso e tão carregado pelo sofrimento alheio, que nos fazia esquecer que grande parte da responsabilidade dessas dificuldades e desses obstáculos têm origem na elevadíssima qualidade dos projectos feitos e ou assinados pelos seus distintos colegas de profissão com o conhecimento total da respectiva Ordem…

Mas é suficiente para nós ver a emotividade estampada no rosto da candidata pelo que se passa nas ruas de Lisboa, como se o conhecimento da desgraça já fosse meia vitória para o candidato…

Por isso, aqui fica o meu registo da sensibilidade da candidata, pois que todos os outros ainda não falaram desta matéria, certamente considerada de somenos importância, não fora outros voos bem mais elevados, como sejam as discussões sobre os aeroportos da capital, bem como as estações do tgv…

Perante tais problemas, deve reconhecer-se que, pensar ou mostrar qualquer preocupação pelas dificuldades da circulação de peões pelas ruas de Lisboa é não andar com os pés bem assentes na terra ou considerar que problema bem mais grave é o estacionamento dos carros nas curvas, nos passeios, nas passadeiras, ou os sinais de trânsito a dificultarem a passagem de todos os transeuntes, independentemente das suas deficiências.

Mas quem pode pensar que a responsabilidade e a culpa é do Presidente, dos Vereadores e dos Directores e demais chefes e nunca de arquitectos e de engenheiros…

Nós sabemos que não é bem assim, mesmo que a Arquitecta não diga nada sobre a matéria.

E vai continuar a falar da mesma maneira, pelo simples facto de não ser eleita Presidente no próximo dia quinze do sete, ficando todo o pessoal esperando a sua eleição como vereadora para que a Cidade tenha alguma hipótese de se virar de cabeça para o ar, aguardando eu, em particular, que tudo isso não seja à custa de pelo menos mais dez assessores…

20.6.07

Dor de cabeça

Quase todos os dias me tenho sentado frente ao ecrã/teclado do computador para escrever mais uma nota e quase todos os dias me tenho sentido incapaz de o fazer!

Tenho andado a olhar para tudo o que me rodeia para descobrir algum tema que seja suficientemente motivador sem me originar quaisquer condicionantes de natureza pessoal e sempre se me tem surgido a inevitabilidade de escrever contra a minha vontade.

Por isto nada tenho escrito.

Olha para a esquerda e vejo a Ota.

Olha para a direita e vejo Alcochete.

Para a frente e vejo Rio Frio.

Olha para trás e vejo as Faias.

Olha para entre a esquerda e a direita e vejo Poceirão.

Olho para entre a direita e a frente e Portela +1.

Olho para entre a esquerda e ao lado e vejo a CIP.

Olho para o ar e vejo a ACP (Porto).

Olho para todo o lado e só vejo gente a falar do Aeroporto Internacional de Lisboa.

Uma autêntica dor de cabeça para a minha cabeça, já de si totalmente cheia com as vozes da desgraça.

Já não me chega o desemprego.

Já não me basta a economia.

Já não me chega a inflação.

Já não me basta a carga fiscal.

Já não me basta a saúde.

Já não me chega a educação, as notas de português, as nota de matemática, os professores, os alunos mais as piadas dos alunos e dos professores, com a ministra e com os secretários de estado e mais a chefe regional…

Santa Maria… tanta coisa para me dar cabo da cabeça!!!

Como é que querem que eu e comigo milhares e milhares de portugueses tenhamos paciência para prestar qualquer tipo de atenção a toda esta cambada de inteligentes a falarem permanentemente do novo Aeroporto Internacional de Lisboa?!!!

Volto a dizer que estou disponível para oferecer o terreno lá na minha aldeia para a construção do Aeroporto de Portugal…

4.6.07

Prazo de validade

Nos últimos tempos tenho andado ligeiramente ocupado em ver e ouvir com um pouco mais de atenção os programas de comentário e análise dos seis canais de televisão "supostamente" generalistas.

Não pensem que começo e acabo no princípio e no fim dos programas, porque isso seria impossível e independente da minha vontade e não sei se alguém aguenta estar na frente da tv a ver e ouvir toda aquela gente altamente inteligente a falar das receitas para o futuro de todos nós…

Apesar de tudo e em primeiro lugar, devo reconhecer que os programas têm nomes sugestivos, suficientemente capazes de prender a atenção do mais incauto: quem não fica entusiasmado com "quadratura do círculo", "eixo do mal", "palavras soltas", "vozes a bailar", "vento a uivar", "trio de ataque", "par de defesa", etc, etc, etc.

Certamente que a nossa atenção fica logo predisposta para não desligar os sentidos e mantê-los bem fixados na tv, esperando com relativa impaciência que venham os anúncios da publicidade em alternativa ao nervoso miudinho do dedo indicador posicionado há muito tempo no telecomando.

Mas não. Aguenta-se mais um pouco e somos levados a pensar que toda esta gente está a perder o prazo de validade.

Mesmo que se goste, já se vai achando que o tom é mesmo desde sempre, o ritmo é igual todas as semanas, os temas pouco mudam, as opiniões são meras suposições e não comentários, que deveriam fazer isto, que deveriam fazer aquilo, que melhor seria estarem calados, que estão fritos, que estão assados, que estão feitos, que estão esturricados, que isto, que aquilo, um rosário infindável de situações iguais a tantas outras que ali já aconteceram, e sempre com os mesmos comentaristas, com os mesmo gestos, com os mesmos ares de pessoas superiores a esta cambada que continua a ver televisão.

Mas há umas quantas e nobres excepções, pelo menos uma em cada um dos canais: os programas sobre o futebol.

Tenham lá paciência, mas uma pessoa que esteja suficientemente predisposta a aprender alguma coisa de útil a ver e ouvir televisão não pode nem deve perder estes programas.

Eu, por mim, fico completamente abismado com o alto nível científico destes programas, lamentado apenas que a sua duração não se estenda pela noite dentro e não termine apenas na hora do banho para o pessoal ir para o trabalho ou para o emprego…

E digam-me que o quatro três três não é um sistema infalível para ganhar jogos de futebol!!!

31.5.07

A Geral

Concordo com muitas das análises do PP (entenda-se: Pacheco Pereira), expressas quer no "blog", quer nos jornais e ainda nos meios audiovisuais.

Considerava que este intelectual, apesar de comprometido em termos partidários e ideológicos, ainda mantinha a suficiente independência para poder ser considerado um dos poucos intelectuais com um pensamento clarividente sobre as questões da política do burgo.

Muita gente habituou-se a ler o PP e a ouvir o PP como se fora um pensador neutral e independente quando se pronunciava sobre as questões da política do burgo.

Muito embora eu entendesse que o PP da escrita não é a mesma coisa do PP da palavra, lia-o e ouvia-o sempre com interesse mesmo quando não concordava com as suas análises.

Mas na sua última intervenção televisiva e quando se preparava para a sua análise do que fora a "greve geral" de trinta do cinco, o PP excedeu todas as minhas expectativas e atirou para as urtigas o respeito que eu mantinha por ele: agarra em dois jornais de "Referência", isto é, o Diário de Notícias e o Público, e mostra ao mundo as primeiras páginas dos ditos e profere a sentença, como que a dizer: Meus Senhores, o Diário de Notícias está a mentir e o Público está a dizer a verdade…

A seguir lança a diatribe contra o Governo, porque aquilo não pode ser…

Contudo, o PP esqueceu-se de dizer a quem estava a vê-lo e a ouvi-lo que o Diário de Notícias é dos Oliveirinhas e que o Público é do Belmiro.

Esqueceu-se de dizer que os Oliveirinhas não devem nada ao Governo e muito menos ao Primeiro e que o Engenheiro tem "supostamente" motivos para mostrar e demonstrar o seu desagrado pelas atitudes ou não-atitudes de Governos e de empresas públicas directa ou indirectamente envolvidas nos seus negócios.

Deveria ter dito que os proprietários do Diário de Notícias não foram impedidos de comprar o grupo Lusomundo e o próprio Diário de Notícias, mas o Engenheiro terá (?) fortes razões para estar melindrado com o Primeiro por causa da opa à PT.

Nunca pensei que o PP pudesse chegar a tal ponto…

Nós já sabíamos que o canal de televisão, onde o PP tem a sua cátedra, não é do Engenheiro, mas é do Doutor, sendo que a família é a mesma…e que não há almoços grátis…

29.5.07

Observações

Acontecem coisas na vida de cada um que só cada um pode imaginar a sua origem ou a sua motivação e se pensarmos em alguma análise mais profunda, certamente que não chegaremos a conclusões certas, seguras, firmes e verdadeiras.

Conclusões certas, seguras, firmes e verdadeiras só as oriundas de todos os políticos da oposição ao Governo e de todos os sindicalistas especializados na defesa do "nosso povo e dos trabalhadores"…, porque nós, os simples cidadãos, não temos quaisquer responsabilidades nem obrigações no sentir verdadeiro, uma vez que se trata de matéria reservada aos escolhidos e aos bafejados pela sorte…

Vem isto a propósito, outros dirão a despropósito, de andar a observar coisas que antes não me passava pela ideia pudessem ser objecto da atenção de quem quer que fosse.

Não é que outro dia me sucedeu observar uma apresentadora de um programa muito popular da tv oficial que passa o tempo a "tremer" ou a "mexer-se" na cadeira como se de tique se tratasse?

Não querem lá saber que outro dia me dei conta que um apresentador de um programa de desporto/futebol da tv oficial se coloca em perfil de três quartos com uns quantos cabelinhos desalinhados cuidadosamente caídos sobre a testa, como se se tratasse de uma cabeça varrida por vento suão?

E aquela do comentador desportivo/futebol com cabelo cheio de gel e todo encaracolado tipo geração morangueira numa cabeça de tipo quarentão, com um discurso monocórdico, debitando ciência no meio de frases e raciocínios truncados e incompletos, como se de matemática se tratasse?

Mas o mais sensacional de tudo o que me é dado observar é aquele programa desportivo/futebol de uma tv que tem como participantes três grandes homens do desporto, parcialmente ocupados e envolvidos em poderes autárquicos, mas com tempo de sobre para prepararem com o mínimo pormenor a sua participação neste evento nacional semanal em que são chamados a pronunciarem-se sobre os grandes e graves problemas ocorridos durante os últimos oitos dias e que envolveram o futebol de todos nós, sendo que o mais interessante tudo o que acontece neste programa são os movimentos da perna marota de um dos intervenientes que não para quieta um minuto sequer…

Querem divertir-se um bocado?

Sacrifiquem um bocado do vosso tempo e observem… e depois digam-me se é com isto que o País tem alguma hipótese…

Prometo mais observações…

23.5.07

A piada

É disto que a imprensa gosta!!!

O drama da criança já não dá, pelo que qualquer coisa de muito importante tinha que aparecer muito rapidamente, senão as audiências, os ouvintes e os leitores perdiam o interesse, pois está provado que a candidatura do professor engenheiro não dá "pica"…

Nem o voo da águia, nem rugido do leão, nem o fogo do dragão, e muito menos passarinhos e passarões, dão para entreter o pessoal.

Tinha que ser coisa mais interessante, tinha que ser coisa mais escandalosa, não sendo suficiente a auditoria a uma qualquer câmara municipal a revelar tudo o que se passa no poder local, tinha que ser coisa deveras importante para o bem-estar da gente para que houvesse de novo o envolvimento da imprensa…

Vai daí surge, como quem não quer a coisa, como quem nada deseja, como quem pouco se importa que se faça ou não se faça o que quer que seja, mesmo que isso seja o novo aeroporto, surge um "crime" contra a liberdade de pensamento e de expressão, uma ofensa grave contra os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, tudo consagrado na Constituição da República.

Trata-se de uma piada que faz rir o pessoal?

Trata-se de uma anedota que enche todas as medidas do riso?

Trata-se de um trocadilho inteligente, que enaltece quem o inventa?

Trata-se de qualquer coisa, que todos os portugueses gostariam de ter dito ou ter feito ou até ter pensado?

Parece que não, pois ainda não se sabe exactamente o que foi dito, onde foi dito, com que objectivo foi dito, em que circunstâncias… e tudo o mais que se queira imaginar e pensar…

O certo é que se aproveitou qualquer coisa de pouco ou nenhum bom gosto a propósito de qualquer coisa do nosso Primeiro para um alarido monumental, qual porco a ser matado…

Valeu pena?

Vale a pena?

Valerá a pena?

Será que está em causa a liberdade de expressão?

Será que estão em causa as liberdades, direitos e garantias?

Será que está em causa a democracia?

Esta gente não entende que o que verdadeiramente tem interesse para o pessoal é saber se o italiano fica de águia ou se voa para outras bandas…

Do resto a imprensa trata com lucidez e independência…

9.5.07

O Grito

Chamem-me todos os nomes do Mundo; deportem-me para a estrela mais longínqua do universo; digam-me que não tenho esse direito; condenem-me a oitocentos milhões de anos de prisão; tenham em consideração que lamento ser humano; considerem que todas as revoltas existentes são as minhas revoltas, mas só peço a pena de morte para os pedófilos.

Não tenho outras palavras para assumir com toda a dignidade que me é possível a oposição total à mínima complacência para quem trata mal uma criança e muito menos para quem abusa, seja de que maneira for, de uma criança.

Tudo o que a inquisição inventou e aplicou deveria ser restaurado para utilizar em todos os pedófilos, onde quer que estejam e sejam encontrados, mas depois uma festa universal por cada um que fosse eliminado.

A bestialidade do ser humano no mais terrífico e abominável dos comportamentos.

É nestas ocasiões que deveríamos ter vergonha por apenas uma lágrima de uma criança!

6.5.07

A última

O AJ ganhou as eleições lá na Ilha com maioria absoluta, só que desta vez, ainda maior do que era habitual. Digo "era habitual", porque parece ser a última eleição a que o homem permite submeter-se. Se houvera outra vez, seria por via da consagração e da aclamação, que bem merece que o Povo da Madeira lhe fizesse justo tributo pela sua vida ao serviço daquele pessoal.

Apesar de nem todos reconhecerem os méritos do AJ, a verdade é que sem ele a Ilha seria uma pasmaceira total, mesmo com os turistas todos a darem alguma animação e contribuírem para que haja vida normal lá para aquelas bandas.

Estas eleições tinham, para alguns comentaristas, um factor de alguma surpresa: faziam crer à opinião pública que o AJ estava meio acabado e que já pouca gente o levava a sério.

Quanto a pouca gente o levar a sério é bem verdade e espero bem que esta gente aqui do Continente continue a fazer ouvidos moços às lancinantes queixas de roubos que estão a fazer à Madeira, mas pensar que o homem está acabado já a coisa chia mais fino.

Cá por mim, sempre pensei que quanto mais dependência tiver a Madeira, mais arrogante será o AJ e mais berraria fará contra alguém, mesmo que esse alguém seja a sua sombra.

Quanto maior for a dependência da Madeira, mais truculenta será a linguagem do AJ e mais diatribes lançará ao vento contra esta cambada de gatunos que são os governantes de Lisboa, que nada mais fazem que espoliar aquele bendito, mas sacrificado povo da Madeira.

Quanto maior for a dependência da Madeira, maior será a maioria do AJ, pois que o pessoal não é tonto e tem a consciência plena de que alguma coisa há-de mudar quando o AJ deixar de governar a Madeira e sabem também que aquele regabofe não pode continuar eternamente: a crise também há-de lá chegar ou, pelo menos, a normalização há-de aparecer nem que seja em bicos de pés.

Não devia, mas vou escrever: eu acho que os resultados destas eleições e todo o seu melo dramatismo não pode ter outra consequência que não seja o AJ a falar de colonialismo, de emancipação, de independência e que o Povo da Madeira não precisa do governo de Lisboa para se governar… a não ser, claro está…

2.5.07

Intercalares

Adorei a solução política para a crise da CML: eleições intercalares para a Câmara, mas a Assembleia Municipal fica na mesma!

Não há dúvida que a categoria dos políticos portugueses está acima de qualquer suspeita: o que se pretende não é encontrar soluções particulares para situações gerais, mas forçar soluções gerais para problemas particulares.

Parece que tudo se vai endireitar com as eleições para o executivo camarário, não havendo receios para uma eventual derrota do actual partido no poder…

Se dúvidas houvesse, então melhor seria que os deputados municipais seguissem o exemplo dos vereadores e se preparassem todos para os votos.

Mas não: uns vão, outros ficam, na certeza de que aqueles que se vão, vão voltar e aqueles que ficam, vão continuar. Assim se faz política neste cantinho, que mais parece um jardim da pequenada.

Estamos cientes de que o que interessa a uns, não convém a outros, mas o que seria bom e desejável para Lisboa, pouco interessa a esta gente, que prefere o joguinho do berlinde e dos botões, não estando disposta nem predisposta a considerar como problema a sua presença nestes cargos políticos.

Cá por mim, vou votar, como sempre votei, preferindo pensar que o voto é meu e para alguma coisa há-de servir… se não for agora, será um dia mais tarde, quando gente nova e diferente estiver disponível para dignificar a política…

 

1.5.07

O “Vista”

Tenho andado às voltas com o processo de transição do Windows XP para o Vista.

Quando, no último dia do ano passado, adquiri um computador novo, o que já foi aqui referenciado, ofereceram-me a oportunidade de me candidatar a uma cópia gratuita do sistema operativo que estava na berra, mesmo à beirinha do lançamento mundial: o VISTA.

Como o trabalho da candidatura não era significativo e as hipóteses eram aceitáveis, lá mandei os elementos solicitados. Passados que foram pouco mais de três meses cá estava o material prontinho a instalar na máquina.

Mas a coisa não foi assim lá muito fácil: digo que não foi fácil o depois porque o antes e o durante não ofereceu dificuldades de maior.

Em termos de equipamento "apenas" foi necessário atirar para o lixo uma boa impressora da hp e adquirir uma outra, o que teve como consequência imediata mandar também embora o scanner, praticamente novo… uns quantos euros a menos no bolso, mas uma boa impressora, toda maricas…

Quanto aos programas, a coisa não tem sido nada fácil no que se refere à publicação dos meus textos no "Ainda Não Jantei".

O Outlook Express foi para o galheiro; o Windows Mail não apanhava o Word2003; o Outlook não codificava a acentuação portuguesa, quando queria arquivar como documentos doc. Os textos enviados por correio electrónico para o "Ainda Nâo Jantei": uma confusão.

Lá fui resolvendo os problemas, um de cada vez, porque os meus conhecimentos sobre o funcionamento interno destes programas é praticamente nulo e só lá vou com o ensaio e o erro, mas fui indo.

Um destes dias tive acesso a uma cópia de avaliação do Office2007, que já conhecia de uma outra avaliação, antes do seu lançamento.

Instalado no computador, parecia-me que tinha resolvido o problema do envio dos textos para o "Ainda Nâo Jantei" arquivando-os devidamente.

Mais umas horas para descobrir o processo.

Este texto vai servir de experiência…

Vamos ver…


 

30.4.07

Passagens Administrativas

Decerto terão notado que deixei de lado o magno problema das habilitações académicas do nosso Primeiro e as confusões verificadas na Universidade Independente.

Não valia a pena abordar o tema na sua especificidade, uma vez que deixaria de lado um elevadíssimo número de situações de outras universidades privadas e públicas e cooperativas relacionadas com as habilitações académicas de muitos dos nossos políticos e inteligentes que hoje cantam do alto do poleiro.

Não valia a pena perder tempo com estas coisas que encantam jornalistas, satisfeitíssimos por terem matéria suficientemente atractiva para venderem uns quantos jornais ou terem mais uns quantos milhares de audiência.

Mas… e os outros?

Gostaria muito que esses jornalistas, que se envolveram nesta matéria, dedicando grande parte do seu tempo a este tema, investigassem com muito cuidado as passagens administrativas em cursos superiores e que fizeram de muitos estudantes de então os licenciados e doutores de agora. Ai, se contassem esta história…

Não é importante para a felicidade do pessoal nem para o aumento do custo de vida nem sequer para a redução de impostos: foi importante apenas para uns quantos aparecerem na televisão a mandarem umas bocas e a malhar em quem lhes apeteceu.

Já agora uma nota:

 

Enquanto essas tais universidades denominadas de “privadas” foram cooperativas, os problemas eram reduzidos e não houve escândalo de maior.

Mas no processo de passagem de cooperativas para as tais sociedades e fundações foi o que se viu e o que se vê…

Lembram-se do processo da TSF?

Lembram-se do processo da FNAC?

 

Trinta e nove anos

Abandonei o almoço de comemoração do trigésimo nono aniversário da chegada a Lisboa do batalhão de cavalaria mil oitocentos e sessenta e oito vindo das campanhas angolanas para chegar a tempo e a horas de me sentar no meu lugar cativo para assistir cómoda e pacatamente ao encontro dos franganotes da segunda circular.

Em má hora o fiz, porque podia continuar a recordar tantas coisas daqueles vinte e oito meses, tão malucos e tão doidos, pois, para além de não me deixarem ver o jogo como gente normal, não presenciei nada de especial a não ser a grande novidade de a própria águia do Barnabé, desta vez, ter aterrado na relva, pelo que não acertou no poleiro, coisa nunca vista…

O resto… toda a gente viu e sabe que uns podiam ter ganho, outros poderiam ter perdido, se cada um dos jogadores estivesse preparado para jogar noventa minutos a séria e não como os “solteiros e os casados” de antigamente…

Depois querem que o pessoal encha os estádios onde se joga a bola ao faz de conta…

Mas o almoço, que teve lugar ali para os lados do Entroncamento, foi um encanto: já não via alguns dos presentes há mais de trinta e nove anos; já não recordava a cara de alguns camaradas com quem passei cerca de vinte e oito meses lá nos “cus de judas”, lá no noroeste de Angola, lá entre Ambrizete, São Salvador e Santo António do Zaire (desculpem lá os nomes, mas é assim que os recordamos) já não me lembrava de muitos nomes daqueles rapazes, feitos pais e avós…

Mas tudo isto foi desculpado, porque a vida de cada espalhou-se por esse mundo fora e cada um teve a sua conta, para além daquela que lhe ofereceram naquele fim do mundo, onde houve de tudo: suor, fome, sede, sono, medo, sangue, consciência, inconsciência, água, vinho, cerveja, batatas, bacalhau, bifes do lombo, da alcatra, do pujadouro e não sei se até de cornos da bicharada…

Foi rir a bandeiras despregadas, agora que falar alto já não prejudicava ninguém…

Foi nestas circunstâncias que se fizeram amigos para a eternidade.

Tivemos tempo para fazer votos de novo encontro para o próximo ano com a presença de todos, pois se não ficámos lá, que custa ir a Estremoz?

 

 

22.4.07

Penhoras

Quem não dominar a técnica e a táctica destas coisas dos computadores e da Internet, sempre terá algumas dificuldades em encontrar o que quer, principalmente depois de ter iniciado tudo na sua máquina após o carregamento do sistema operativo…

Deveria ser fácil, mas não é e disso tenho a devida experiência: aparecem sempre pequenas coisas, pequenos problemas, que mudaram e que não controlamos devidamente.

Não querem lá saber que não encontrava o “Ainda Não Jantei” ? !

Pois é verdade, mas depois de muito pesquisar, de quase ter desistido, lá se abriu uma porta e lá me sentei.

Não para jantar, porque já fora, mas para experimentar e ver se ainda tinha autorização para escrever qualquer coisa.

Apenas estas linhas para me certificar e para dizer que a vida continua, mas agora com uns milhões mais nos cofres do Estado, devido à penhora de automóveis topo de gama a uns quantos pobrezinhos…

2.4.07

Tensão arterial

Ando a pensar seriamente em fazer o que fazem os jogadores compulsivos: solicitar por escrito que sejam proibidos de entrar nos casinos e demais salas de jogo, mesmo clandestinas, que por aí devem abundar…

Contudo, no meu caso não se tratar de me proibir de entrar em casinos, que já não entro, mas em limitar-me a leitura de jornais noticiosos, ver e ouvir programas informativos de televisão e noticiários de rádio…

Não posso irritar-me, porque a irritação provoca-me a subida da tensão arterial e eu não posso ter a tensão arterial alta, mas sim baixa quanto baste; não posso “stressar-me” porque o “stress” causa-me subida na tensão arterial e eu não posso ter a tensão arterial alta, mas sim baixa quanto baste; não posso entrar em órbita porque as voltas a qualquer coisa têm efeitos perversos na minha tensão arterial e eu não posso ter a tensão arterial alta, mas sim baixa quanto baste.

De modo que não devo ler ou ouvir notícias, que me causam um mal-estar tramado, principalmente um nervoso miudinho que não me dá descanso e eu preciso de descansar a bem da minha tensão arterial, que não propriamente a bem dos meus batimentos cardíacos…, apesar de o meu cardiologista me aconselhar a ter cuidado com essas coisas dos batimentos elevados se não quero passar as noites em claro e a pensar nas urgências de Santa Maria…

Não pensem que estou a brincar com o fogo, pois estou a falar a sério.

Decididamente não tenho feitio para aceitar com a maior das calmas as leituras de notícias, como a que surgiu este fim-de-semana: um tal gestor, com certeza que muito bom, foi nomeado pelo Governo para uma grande empresa “pública”, depois foi despedido (?), depois foi indemnizado com quinhentos mil euros, depois foi trabalhar para o gabinete de um ministro a ganhar uns milhares (?) durante um ano e depois esse mesmo ministro nomeia esse tal gestor gestor de uma grande empresa pública (?) a ganhar certamente uns bons milhares…

Se fosse só este caso, ainda vá lá, que o diabo perdoaria…, mas estamos recordados que na semana anterior não foi um, mas mais do que um e uns quantos milhões…

Depois o pessoal anda preocupado com o ordenado do director-geral dos impostos e com o número de “Especialistas” a trabalharem nos gabinetes de ministros e de secretários de Estado e de…

 

 

30.3.07

Nojo e vómitos

Logo que soube da notícia, dei o meu melhor para deixar vertido nestas notas o meu mais sincero e real acordo com quem decidiu substituir uns quantos administradores de duas das maiores empresas portuguesas (?).

Este meu total e desinteressado acordo com tal decisão sem sequer me importar em saber “quem” foi o génio autor da decisão não se fica a dever por entender que havia uma enorme necessidade de mandar embora uns quantos administradores, mas principalmente pelo volume das indemnizações pagas àqueles desgraçados que foram para o desemprego.

Ouvi falar em qualquer coisa como dezassete milhões de euros, uma bagatela para estes dois gigantes das comunicações e da energia.

Por sinal dois gigantes das comunicações que fazem o que muito bem entendem com os preços dos serviços que prestam a estes desgraçados consumidores portugueses, que pagam as comunicações e a energia com valores dos mais altos da Europa.

Nunca aceitarei que alguém possa dizer que se trata de uma decisão escandalosa e indigna, se tivermos presente a qualidade da gestão praticada: quando necessário, aumenta-se o custo do serviço e o consumidor vai pagar sem piar, dado que tem o frigorífico, tv e internet lá em casa e os concorrentes não andam longe da realidade…

Nunca direi que se trata de uma vigarice, nunca direi que se trata de um roubo, nunca direi que se trata de um assalto à mão desarmada…nunca direi que estamos a lidar com a mais pura vilanagem, nem sequer vou pensar que estamos presente a pior corporação existente cá no burgo.

Apenas direi que um ex presidente do Glorioso foi condenado a cinco anos de prisão por uma “burla” sobre não sei quê…

Há coisas que me causam nojo e vómitos…

 

26.3.07

O Vencedor

Estive lá cerca de dez minutos e deu para ver tudo, menos o resultado final, porque este ainda não estava disponível aquela hora, mas apenas previsível e como era previsível ganhou o dito.

Santa Maria, acompanhada de todos os deuses, nos valha e nos livre de coisas quejandas…

Parecia que queria saltar o local de trabalho para vir dar umas bofetadas a quem se atrevia a falar sem sua autorização ou indicação ou convite; ainda por cima muito mal vestida, coitada!

Para mim foi confrangedor ver tanta gente boa metida nesta palhaçada, parecendo que toda aquela gente se sentia muito contente e satisfeita por ter sido convidada para mandar umas bocas naquela coisa, apelidada de programa, com formato internacional.

Admito que algumas daquelas sumidades não teriam outra hipótese de ir à tv, tendo o cuidado de garantir a gravação para mostrar aos netos o grande papel ali desempenhado. Mas outras, que passam vezes sem conta que até chateiam, deram-se ao desplante da presença e até da intervenção, muito embora outras soubessem o que disseram, porque saber é do seu ofício.

Espero bem que o resultado final dê pano para muitas mangas, principalmente àqueles que passam a vida a falar de democracia sem se darem ao cuidado de pensar o caminho dessa democracia ou, se quiserem, o caminho, a democracia que permite, aceita e se congratula com programas desta natureza.

Já sabia o resultado de outros países e as broncas resultantes desses resultados, mas o programa foi autorizado em Portugal, porque vivemos uma democracia e numa democracia são permitidos muitos desmandos, mesmo os que se realizam à custa de gastar dinheiro a pontapés para obter resultados muito positivos para verificação e constatação do nível de formação técnica, científica e cultural do pessoal…

E depois todos foram para a caminha, todos contentes e satisfeitos porque o botas ainda diz alguma coisa a muita gente, principalmente a quem tem telefone e não se importa de entrar na democracia da chamada de valor acrescentado…

Cá por mim, confesso que não tenho saudades de andar a correr à frente dos polícias no acesso às bocas do metropolitano…

Lembram-se?

 

 

25.3.07

Desvario

Durante o percurso do Alentejo para Lisboa ouvi num rádio que terminava hoje um programa que tratava dos grandes portugueses…

Nunca vi o referido programa pela única razão de não ter paciência para coisas com mais de quinze minutos de duração, a não ser filmes e telenovelas portuguesas e, algumas vezes, para jogos de futebol…

Há ainda uma razão pessoal para não ver tal programa sobre os grandes portugueses: acho que fizeram uma grande injustiça à senhora que o apresenta, quando a retiraram ou criaram condições para que ela se retirasse de uma ocupação que lhe ficava a matar: ser deputada.

De modo que alguém se viu na obrigação de lhe dar nova ocupação, mas logo com este programa que não é mais que um simulacro de coisa séria.

Se queriam fazer coisa séria, então mandavam a senhora para o distrito de Castelo Branco e encomendavam-lhe a contagem dos pinheiros ali existentes e que sofrem do mal dos pinheiros; talvez que assim todos seríamos poupados a ouvir falar algumas vezes de um eventual escândalo pelo vencedor, que será hoje anunciado…

Por mim, tanto se me dá como se me deu: é rigorosamente igual ao litro: quem ganhar, ganhou; quem não ganhou, não ganhou...

De certeza que quem ganhou e logo uns bons milhares de euros foi a tal senhora por se dar ao trabalho de fazer tal porcaria e. ainda por cima, altamente produtiva para a economia nacional, pois havia votos, parece que havia votos por telefone ou por internet…

Ao fim e ao cabo, se alguma responsabilidade houver pelos resultados deste edificante, cultural e histórico programa, convém que seja atribuída não à referida senhora, que se limitou a ocupar o seu tempo e a ganhar umas maças com a brincadeira mesmo de mau gosto, mas a quem dirige a estação pública de televisão, que autorizou tal desvario…

A este, como prémio, retirava-lhe a contribuição audiovisual e os cem milhões do serviço público e obrigava-o a gerir a estação com os ganhos restantes… sem qualquer hipótese de recorrer ao crédito bancário…

E nós a pagar isto !!!

 

19.3.07

O aeroporto e os filhos

O projecto do novo aeroporto de Lisboa está a dar água pela barba a muita gente: para uns a decisão é uma catástrofe mundial, para outros a decisão é só uma catástrofe nacional, para alguns não é catástrofe coisa alguma, para mim estou-me verdadeiramente nas tintas que haja ou não haja um novo aeroporto de Lisboa.

Só teria alguma coisa a ver com esse tal aeroporto se fosse construído nas minhas propriedades no Alentejo, apesar de garantir desde já que não haveria qualquer tipo de aldrabice com o valor dos terrenos, uma vez que teria um prazer imenso de os oferecer ao Estado, desde que para tal efeito.

Mas duvido que tal aconteça, tanto mais que já ofereci um rio para fazer uma ponte e ninguém me ligou…mais perdem… este pessoal só quer pagar e não quer receber…

O Governo diz que sim senhor, a oposição vai fazer queixinhas ao Presidente que não senhor, o Presidente diz que não se mete em coisas técnicas, pelo que não senhor e sim senhor, uns tipos quaisquer, ressabiados com alguma coisa que a vida fez ou não fez, bradam aos deuses que os ventos, que o trânsito, que umas aldeias, que uns morros, que umas ribeiras que umas linhas de alta tensão, que os corredores dos militares, que as chuvas, ai se chove, lá se atrasa a inauguração, que só dá para meia dúzia de anos, que não dá para acrescentar, que está na reserva agrícola nacional, que estão ali umas reservas de caça associativa…

Um drama, esta coisa do aeroporto e se lhe juntarmos o tgv, então é que o caldo fica mesmo entornado…, dado que eu também quero uma estação na minha terra, quer seja na ida para o Porto quer se trate no caminho para Badajoz.

Mas nunca pensei que agora surgisse mais uma voz e que voz contra a construção do novo aeroporto de Lisboa na Ota, nada mais nada menos que a Associação das Famílias Numerosas…

Parece que lá para o ano de dois mil e cinquenta já não haverá filhos para dar vinda ao novo aeroporto.

Isto é deveras preocupante se tivermos na devida conta que os espermatozóides dos europeus estão a perder qualidade…

 

 

17.3.07

Sentença

Não morro de amores nem sequer tenho grande simpatia pelos polícias e pelos guardas-republicanos, principalmente quando se arvoram em juízes ou guardiães da democracia através de actuações injustificadas e inadequadas à realidade. E muito menos quando actuam “encapuçados” ou disfarçados de pessoas normais, mas com o cartão no bolso e a arma convenientemente escondida, esperando pelas distracções do pessoal.

 

E é nessas situações e actuações, que, às vezes, as coisas não correm como esperam.

 

Parece que os polícias e os guardas se esquecem que há sujeitos por aí fora que gostam e sentem o prazer imenso de chatear ou pisar os calcanhares aos ditos.

 

Vão aparecendo esses tipos que, perante situações dúbias ou duvidosas sobre os procedimentos dos polícias e dos guardas, não têm problemas em correr os devidos riscos para dizer aos fulanos que a democracia nem sempre é como eles querem.

 

O que é que se há-de fazer quando acontecem coisas como aquela sentença de um juiz de Coimbra que decidiu a favor de um condutor que fora multado por excesso de velocidade por uma equipa de guardas/polícias devidamente disfarçados, senão esperar por um ataque de risos e manifestar uma satisfação plena e total por alguém ter chegado para os guardas do templo.

 

Não é que me tivesse dado grande alegria esta sentença do juiz de Coimbra, dadas as consequências que daí podem advir, principalmente no que se refere ao comportamentos dos automobilistas que usam e abusam das capacidades dos seus veículos em andar depressa…

 

Mas é da vida! Tanto mais que não é só por cá que acontecem estas coisas: ontem mesmo noticiava-se que um juiz espanhol considerou “não perigosa” uma condução a duzentos e sessenta e nove quilómetros por hora!!!

 

Mas na Segunda Circular lá está a sinalização dos oitenta quilómetros hora!!!

 

Temos tão poucas alegrias nestas coisas dos automóveis que sentenças destas servem para afagar o “ego” de quem anda na estrada sempre nos limites ou a excedê-los…

 

 

 

16.3.07

Remédio

Naquelas conversas malucas e quando se pretende dizer algumas coisas sérias à maneira de brincadeira, chegamos sempre à conclusão que estamos num País do “faz de conta” e que nada vai para a frente sem ser à cacetada.

 

Bem vistas as coisas, alguém anda rir-se delas e mais não faz que divertir-se à grande com esta porcaria toda, pois só assim é que não se vai à farmácia buscar qualquer droga para o stress ou, mais grave (?), para a depressão…

 

Mas de repente lembrei-me de um remédio santo para a cura do mal crónico da República, sem que seja necessário usar o cacete ou a famosa, senão saudosa, moca…

 

Então tomem nota, mas antes uma advertência: o remédio fica dado, mas não me responsabilizo por arranjar quem vai resolver o problema para depois da cura…

 

Aqui vai então: retirar da circulação, isto é, de todos os circuitos do poder, todas as sumidades que são ou já foram membros de qualquer governo desde mil novecentos e quarenta; retirar da circulação, isto é, de todos os circuitos do poder, todas as sumidades que são ou já foram vereadores e presidente de câmara; retirar da circulação todas as sumidades que são ou já foram membros de administrações de empresas públicas; suspender da circulação por um período de dez anos todos os jovens até aos trinta anos que são ou já foram deputados, membros do governo, membros de administrações de empresas públicas como resultado de pertencerem a juventudes partidárias…Aos deputados apenas lhe condicionava o acesso aos órgãos de informação, principalmente à televisão…a não ser que fossem representantes de pequenos accionistas de empresas que já foram públicas…

 

Depois disto, fazia eleições e começava uma nova era…

 

Que mal fiz eu à SOCIEDADE para ter que gramar com esta gente às horas mais incríveis?

 

Será que não mereço, ao fim de tantos anos de trabalho e de ouvir quase que por obrigação uivos das mais diversas tonalidades, será que não mereço um pouco de descanso?

 

Por alguma razão a minha ocupação mais séria e serena é ver telenovelas portuguesas…

 

Bastam as gordas dos jornais e meia hora de atenção…

 

Ou estão convencidos que aguento mais de cinco minutos dos prós e contras…?

8.3.07

Assinatura mensal

No rescaldo da opa, tive a oportunidade de ouvir o Presidente da PT lamentar-se por uma certa descriminação relativamente aos concorrentes, porque a estes foi permitido e à sua empresa ainda não foi permitido.

 

Agucei mais o ouvido e pareceu-me ouvir que o Presidente da PT estava magoado não sei com quem por ainda não ter sido permitido à PT acabar com a assinatura mensal, o que já acontece com os outros operadores.

 

Agucei ainda mais o ouvido e tive a sensação de ouvir o Presidente da PT que ainda não lhe fora permitido acabar com a assinatura mensal, porque a PT já o queria fazer há uns quantos anos, mas… (deveria ter ouvido mal) a PT queria qualquer coisa como englobar a assinatura nos custos das chamadas telefónicas, à semelhança do que acontece com os seus concorrentes.

 

Fiquei baralhado com esta informação, porque andava convencido que a PT não acabava com a assinatura porque não queria e não porque não a deixavam.

 

Fiquei totalmente baralhado por não ter percebido aquela história de incluir a assinatura nos custos das chamadas como fazem os seus concorrentes…

 

Não percebi pura e simplesmente: é que eu tenho a consciência (não digo certeza) que o custo da chamada da PT é superior ao custo da chamada feita através dos outros concorrentes… e se já estão a incluir o custo da assinatura no custo das chamadas, então é que assenta que nem uma luva aquela famosa e popular expressão “… é fartar vilanagem…”.

 

Tenho muita pela PT, tenho uma profunda admiração pelo Presidente da PT tão só porque não o deixam fazer o que ele quer fazer!!!

 

Eu pensava que para acabar com a assinatura mensal do telefone era só a PT querer, mas parece que não é bem assim… !!!

 

Então quem não deixa?

 

Será que quem não deixou a opa funcionar também não deixa acabar a assinatura do telefone?

 

Só nos faltava isto…