22.10.05

Presidenciais I

Finalmente!!!

O Professor apresentou ao bom Povo Português a sua candidatura a Presidente da República, como se ninguém esperasse por tal coisa.

Foi um acontecimento que deixou os jornalistas e os comentadores das TV, das rádios, dos jornais, das revistas e um razoável número de políticos completamente eufóricos e entusiastas, como se a salvação da Pátria estivesse ali mesmo.

Gostei de ver!!!

Logo naquela noite foram organizados os devidos debates, onde as qualidades do novo candidato foram dissecadas nos mais ínfimos pormenores.

Mas houveram algumas ovelhas ranhosas, que se lembraram de recordar ao pessoal algumas coisas já esquecidas pela nossa curta memória:

Que o professor “fugiu” da política quando não se candidatou a novas eleições numa situação de maioria absoluta.

Que o Professor foi o autor da reforma do sistema retributivo da FP, dando origem ao tal “monstro” e a um sem número de índice 100, como antes nunca houvera.

Que o Professor durante oito anos de maiorias absolutas não fez qualquer reforma importante ou qualquer reforma que não careça de ser reformada agora mesmo.

Que fez pela saúde, pela educação, pelo emprego, pelas finanças, pelo défice, pelos juízes, pelos médicos, pelos enfermeiros, pelos professores, pelos militares, etc.??????

Quem se lembra de uma reforma profunda de qualquer sector de actividade, de qualquer área cultural, de qualquer área da ciência, de qualquer área da AP, que agora não precise de ser mexida???

Talvez tão só e apenas as muitas privatizações…e auto-estradas… e o CCB…e gastar bem os milhões provenientes da Europa…

Espero e desejo que o homem, que vai ser o nosso próximo Presidente da República, faça mais pela República do que fez quando exerceu as funções de Primeiro-ministro com duas maiorias absolutas.

17.10.05

Orçamento I

Já está!

Foi apresentado o orçamento para 2006 e surgiram de imediato as banalidades e aquelas tiradas que qualquer cidadão, que vive do salário mínimo, era bem capaz de proferir.

Parece que um guru nobel, que foi muito importante numa administração do outro lado do Atlântico, terá “proclamado” numa conferência realizada por estas bandas que o ano de 2006 poderia ser bom para a economia se o preço do petróleo baixasse!!!

Depois desta tirada certamente que se fizeram ouvir muitas palmas. Claro que se a afirmação fosse dita por um português qualquer não mereceria crédito algum, a não ser uma valente risada.

Pois eu, que não sou economista e que sou incapaz de entender a linguagem dos economistas e dos comentadores de coisas económicas, vos digo que se o governo acabasse com a economia paralela e cobrasse todos os impostos devidos não haveria qualquer preocupação com o valor real do défice, independentemente do preço do petróleo.

Mas como tal não vai acontecer, é preciso economizar cerca de dois mil milhões de euros para baixar o défice umas quantas décimas.

Pensar-se-ia que haveria um plano para ir buscar esse dinheiro a algum lado que não ao habitual!!! Qual quê!!!

Os funcionários públicos estão mesmo à mão. Para quê arranjar mais trabalhos?

Gostei muito daquela tirada do ministro das finanças sobre o aumento diferenciado dos salários dos funcionários públicos através da avaliação do desempenho.

Não brinquem com o pessoal! Vale mais estarem calados e não aumentarem os ditos do que dizerem coisas destas.

Quem vai fazer a avaliação do desempenho: o primeiro, os ministros, os secretários de estado, os directores-gerais e presidentes, os directores de serviço, os chefes de divisão??? Os que antes faziam a notação do pessoal?

Sabem muito bem não são capazes de tal proeza!!!    

A chuva

Parece que o Governo se prepara para denunciar o acordo com a Associação Nacional de Farmácias, que regula o processo de pagamento das compensações devidas pelo SNS às farmácias.

Afinal, este ministro não tem só garganta e correspondente arrogância, como sempre demonstrou antes e agora. Finalmente aí temos uma medida, que retira o governo e o sns das garras da estrutura corporativa das farmácias.

Espero que a medida não demore e que seja para durar. Já agora e porque está com as mãos na massa, porque é que não sai um decreto-lei para liberalização da instalação de farmácias?

Chegou a chuva. Acabou a seca em Portugal e especialmente no Alentejo e acabou também a época de incêndios.

Para o ano haverá mais das duas coisas, mas agora a conversa acabou.

Contudo e admitindo que não vão ocorrer incêndios nos próximos tempos, a seca vai continuar e com ela todos os problemas da agricultura, uma vez que e no que se refere ao abastecimento público parece que nada aconteceu.

Vamos pensar que será assim, porque o que importa agora é estar atento ao conteúdo fiscal do orçamento para 2006.





13.10.05

Eleições IV

Já lá vão três dias depois da noite eleitoral e nada aconteceu..., isto é, choveu!!!

Os deuses gostaram dos resultados eleitorais, uma vez que já no decorrer do acto eleitoral deram mostras de alguma satisfação mandando umas pingas... pelo que estaremos todos agradecidos.

Mas já se notou alguma mudança? Algum responsável de algum partido já apresentou a sua apresentou a sua demissão dado os resultados obtidos? Que eu saiba não.

A Cidade já sentiu alguma mudança na atitude dos vencedores? Se os jardins, se as ruas, se os passeios, se os parques continuam na mesma, apesar da chuva, é porque ainda não houve tempo de alterar o rumo dos acontecimentos, mesmo que o rumo não venha a ser alterado, tão só porque não houve mudança.

Nada pode acontecer ainda, porque os estados-maiores de todos os partidos, vencedores e perdedores, e até os grupos de cidadãos e independentes estão a dissecar e a analisar em profundidade os resultados eleitorais e não pode haver decisões enquanto isso perdurar.

Já agora, não se esqueçam de ter em conta que cerca de 15 a 20 por cento do eleitorado vai para um lado ou para outro conforme as circunstâncias: gosta, não gosta, simpatiza, não simpatiza, aceita, não aceita, tem interesse, não tem interesse, é beneficiado, não é beneficiado, é prejudicado, não é prejudicado e aí está a variação.

Quem são estes eleitores? Pobres, remediados, ricos, riquíssimos, com fome, de barriga aconchegada, de barriga cheia, pão, bife do lombo, marisco, peixe fresco?

Estou certo que se este fenómeno é agarrado pelos politólogos da rtp e pelos analistas e comentadores de todos os outros meios de informação e das empresas de sondagens e teremos muito em breve uma explicação científica, que merecemos todos.  

12.10.05

Eleições III

Martelo, não tens razão.

As políticas do Governo também passaram por aí, por Reguengos, como passaram por Portugal inteiro.

O que acontece é que os filhos da terra, os conhecidos, os queridos, os nascidos, todos os que se identificaram e continuam a identificar-se com as populações, que sempre as serviram com dignidade, com seriedade, com voluntariedade, que as respeitam, que as conhecem, que as entendem, esses ganharam e ganharão sempre que quiserem.

Não é preciso ser mais inteligente que o parceiro do lado para ter a capacidade de o entender e de perceber quando ele precisa de um copo de água ou de uma palavra amiga, sem interesse particular, sem arrogância, sem necessidade de mostrar o peito ou de estar preparado para cobrar.

Só espero, Martelo, que saibas aproveitar a água do Alqueva, de modo a que ela não sirva só para os campos de golfe.

Martelo, dá um abraço ao Alentejo inteiro e nele as pessoas boas, pois estas entendem as políticas do governo, bastando apenas gostar do candidato.

11.10.05

Eleições II

E não falaram de Avis!

Mas, como toda a gente sabia e ninguém duvidava, a festa girou à volta de Felgueiras, de Gondomar, de Oeiras como se tratasse de um acontecimento extraordinário.

Depois lá veio Lisboa e Sintra e um pouquinho de Amarante…não sei para celebrar o quê, se os que já lá estavam lá ficaram.

Mas festa é assim mesmo.

Dei por mim a pensar que o ouvido ao longo da noite da contagem dos votos foi rigorosamente o já ouvido em eleições anteriores, só que os artistas e os respectivos azimutes eram diferentes.

Era de gravar o que se disse, para um dia mais tarde recordar na próxima noite de eleições autárquicas…

Foi no canal público de tv que foi lançada uma nova classe de comentadores, com a mesma linguagem, com a mesma orientação, com os mesmos dizeres, sem nada de novo e sem aportar qualquer mais-valia para o esclarecimento e entendimento do que se passou: os “politólogos/as”.

A grande tirada da noite foi de um politólogo: “… em Lisboa resta saber se a Maria José Nogueira Pinto vai ser eleita vereadora…”.

Claro que faltava!!! Àquela hora também eu ainda não sabia!!!

10.10.05

Eleições II

Foi o que eu esperava…

Porto, Lisboa, Sintra… mas também Felgueiras, Gondomar, Oeiras e Amarante…

Depois, Aveiro, Santarém, Leiria, etc…

Ninguém se lembrou de Avis, onde tudo se tornou mais na mesma, de Amadora, aqui tão e um pouco mais longe Vila Franca de Xira, mas falou-se do Barreiro, de Alcochete, de Peniche, etc., etc...

Pois claro!

O Primeiro tem que estar com as orelhas a arder não tanto pela dimensão dos resultados nem pela sua qualidade, mas principalmente porque os seus candidatos o deixaram muito mal visto.

Que se cuide e aprenda a lição, não para as próximas, mas para as outras.

É que, de imediato, o mal já está feito.

De qualquer modo, o desastre não foi assim tão grande!!!

Governar apenas quatro câmaras menos… não pode considerar-se uma derrota esmagadora e absoluta. Contudo, deve reconhecer-se que Faro não vale Aveiro e Santarém!!!

Qualquer dia há mais e eu vou ver e ouvir os mesmos comentadores e talvez mais alguns politólogos a repetirem tudo, eventualmente a referirem-se a coisas diferentes.

Alguns dirão…”onde e quando é que eu já ouvi isto”?




Eleições I

Pronto. Aí está.

Os políticos, os comentadores, os jornalistas, os mentores, os fazedores, os canais de TV, as rádios, os jornais e tudo o mais embrulhem os resultados eleitorais em Gondomar, em Felgueiras, em Oeiras e até em Leiria e façam deles o que muito bem entenderem.

Mas não venham agora dizer que os homens e as mulheres que ali votaram são diferentes dos que votaram em Lisboa, em Sintra, no Porto, em Aveiro, etc…

Venham agora as explicações políticas e sociais por parte dos analistas e dos “politólogos” (li este termo em rodapé de um canal de TV para classificar um comentador, mas o dicionário não conhece) que tanto falaram e comentaram antes e durante a campanha eleitoral.

Aguardo as explicações para o que aconteceu nestas eleições, como se   tudo não tivesse sido tão previsível, com excepção de uma meia dúzia de casos, que não representam mais que a confirmação da regra.

Também aguardo com alguma curiosidade os efeitos nas máquinas dos partidos políticos dos resultados destas eleições e assumam de vez a responsabilidade no processo com resultados práticos e não a mera lamentação, como vem sendo hábito.

Isso já sabemos…venha o resto.





8.10.05

A Reflexão

A esta hora do dia oito de outubro de dois mil e cinco, ainda estamos “em reflexão”, eufemismo que tende a significar em português que estamos na véspera de umas eleições.

Desta vez de eleições para os órgãos das autarquias, estruturas que representam, para alguns, a maior das conquistas do vinte e cinco de Abril, isto é, o poder local.

Amanhã vou certificar-me se os comentadores habituais das jornadas eleitorais vai continuar a afirmar que o “Povo” sabe o que quer e o que o Povo sabe é o que é bom para o País. (Se votar no mesmo partido em que eu votei…).

Amanhã vou estar atento para às notícias de abertura dos noticiários e dos jornais informativos das rádios e das televisões para constatar que o mais importante está em Amarante, Gondomar, Felgueiras e Oeiras e ninguém se vai lembrar de dados os resultados eleitorais do concelho de Avis…

Amanhã os donos da verdade vão dizer que o “Povo” tem sempre razão, mas…

Talvez a “Democracia” ainda seja um mal menor…

  

Engraçado

Este País é mesmo engraçado!

Há bem pouco tempo era um "sururu" permanente: jornais, rádios, televisões, nas ruas, nas avenidas, nas praças, nos cafés, de manhã, ao meio-dia, à tardinha, à noite e pela noite fora toda a minha gente falava, comentava, opinava, estava a favor, estava contra, era bom, era mau, era péssima, era óptimo… o Aeroporto da Ota!!!

Bem…Há quanto tempo não se ouve falar de tal coisa?

E não se fala de tal coisa não porque já esteja construído, ou porque já foi iniciada a construção: que eu saiba nem ocorreu a festa do lançamento da primeira pedra nem tampouco a da sua inauguração.

A agravar isto, recentemente foi anunciado que não só seria construído o aeroporto na Ota como ainda Lisboa teria mais um para servir especificamente as companhias de baixo custo (eles disseram em inglês para parecer mais técnico e mais intelectual e também mais “in”…).

E nada. Quem antes tanto tinha falado, agora ficou-se mudo…

Porquê?


5.10.05

Feriado

Já há muito tempo que não ia ali, para os lados de Belém.

Aproveitei este dia, de simbologia marcadamente republicana, para apreciar esta bela paisagem lisboeta: monumentos, clássicos e modernos, museus, jardins, relva, restaurantes e pessoas, muitas pessoas, umas lisboetas, outras apenas portuguesas e muitas outras que falavam estrangeiro.

Gostei de ver as pessoas a passear, as pessoas a comer nos bancos dos jardins, as crianças a brincar, a correr e a saltar e até uns rapazes e umas raparigas a fazer nem sei bem o quê.

Procurei o Planetário… estava fechado!!!

Olhei para o Museu da Marinha…estava fechado!!!

Fui para o restaurante…

Mas hoje é quarta-feira! Mas hoje é feriado nacional! Mas hoje é dia da República! Mas hoje há montanhas de pessoas na rua, nos jardins, nos passeios, à porta dos museus… mas estes estão fechados.

Ao menos, a fonte tinha água… muito embora os jardins circundantes estejam uma lástima…!!!

Será, que um dia, ainda vamos ter uma câmara que preste alguma atenção a tudo isto?!!!

4.10.05

O banco

Os diversos canais de tv (públicos e privados) têm um ou mais programas sobre desporto, isto é, sobre futebol.

O que nós não aprendemos se estivermos com a devida atenção a um desses programas…a profundidade da análise, tantas vezes atingindo elevados níveis científicos e utilizando palavras caras e ditos filosóficos; a observação independente e insuspeita dos comentadores sobre o que aconteceu no decorrer da acção; a ausência de dúvidas depois de rever indefinidamente uma determinada situação de jogo; enfim, a justiça do julgamento depois de utilizados atenta e habilmente os meios audiovisuais.

Atrevo-me a pensar que os treinadores das diversas equipas deveriam dirigir as respectivas equipas a partir da central, devidamente acompanhados por todos os comentadores, altamente especialistas e especializados por muitos anos de observação do fenómeno desportivo, isto é, do futebol.

Mais ricos ficamos ainda se os comentadores também são especialistas em política, pois estarão mais bem apetrechados para governar do que aqueles que, por hábito de ofício, estão sentados no banco…

Mudem-se os treinadores, mudem-se os jogadores, mudem-se os dirigentes, mudem-se todos os técnicos de todas as equipas…

No fim da competição os primeiros lugares serão ocupados pelos do costume, embora a posição de cada um nem sempre seja a mesma, o que vem confirmar, também aqui, a teoria da alternância política.

E isto, independentemente da verdade verdadeira dos comentadores desportivos, isto é, dos comentadores da bola que podemos ver e ouvir nos nossos canais de tv.

3.10.05

Os espertos

Num daqueles programas de inteligentes para inteligentes, dizia um especialista em ciência política, assim foi apresentado em rodapé, que o primeiro ainda não sabia que não podia governar. Pareceu-me ser esta a afirmação, muito embora admita deficiência de interpretação.

Perante afirmações como esta, ficamos sem saber se o primeiro não sabia que não sabia governar, que não queria governar, mas… que não podia governar?

Então isto agora já se põe nestes termos: que não se pode governar?

Esta fez-me lembrar aquela coisa que se conta do historiador romano a propósito dos lusitanos: “…lá para a parte mais ocidental da Ibérica existe um povo que não se governa nem se deixa governar…”

A afirmação do especialista em ciência política poderia levar o pessoal a conclusões um tanto ou quanto perigosas: se não se pode governar em democracia, então a ditadura vem mesmo a propósito…ou então governar fora do governo a partir dos tais programas que divulgam ciência política com os especialistas sempre prontos a ensinar a pensar, a influenciar, a dominar, a controlar, mas nunca a fazer e a apresentar alternativas viáveis.

Desfrutando da comodidade do meu lugar na bancada, ganho todos os jogos logo nos primeiros quinze minutos… Nos restantes, gozo o panorama e rio-me dos agentes…

1.10.05

A Remodelação

Pronto. Aí está!

Vi, pela primeira vez, um título num jornal a falar de uma remodelação do Governo. Agora, é continuar até que a remodelação se verifique.

Quando tal acontecer, constatar-se-á que a imprensa acertou em cheio ao prever com a devida antecedência uma remodelação.

Qual é o ministro, os ministros, o secretário de estado e os secretários de estado sujeitos da remodelação?

Não interessa muito para o caso; o que importa é haver remodelação para que não se possa afirmar que a imprensa só vive da especulação.

De tal modo não é verdade, que um dia, mais tarde ou mais cedo, haverá uma remodelação.

Até o primeiro zela para que a imprensa não seja vista como a má da fita.

Também eu estou convencido de que vai haver uma remodelação; mas quando?

Parece que há por aí umas empresas públicas que aguardam por uns remodelados.