17.11.09

Sou escutado

Se toda a gente anda a falar da face oculta e das escutas, se a imprensa conhece com algum pormenor as conversas do Primeiro com o seu amigo Vara, cuja proveniência também toda a gente parece saber, então que nos falta para podermos falar também?

Não é que me interesse sobremaneira conhecer as tais conversas tidas como possíveis "crimes contra o Estado de Direito" cometidos pelo Primeiro, segundo o entendimento de juízes de Aveiro, mas já me interessa saber quem são os responsáveis pelas fugas de informação que deveria estar em segredo de justiça lá na Procuradoria-Geral da República e no Supremo Tribunal de Justiça e são do conhecimento de meios de informação e consta das conversas de café, do autocarro, do metro, do táxi e de todos os que se dispõem a ouvir rádio, a ler jornais e ver e ouvir televisão.

Já não nos serve o processo de qualificação de Portugal para o campeonato do mundo de futebol, já não nos chega as desventuras do CR7 e do bruxo que o embruxou, já não nos serve os títulos e os conteúdos de todas as revistas da sociolite portuguesa, para ocupar a nossa mente "perversa" com as escutas do Primeiro.

Podemos levar esta coisa para o lado da brincadeira, mas isto só dura enquanto essa brincadeira for feita com os outros e não connosco, porque quando tal acontecer então bem podemos pensar que mais valeria a guilhotina que ser objecto de escutas deste pessoal.

Quem está lembrado do "sucateiro" e do "lixeiro"?

Quem sabe se o Presidente da REN já foi ouvido?

Quem sabe se o Vara já foi ouvido?

Quem sabe se o Vara continua a receber o vencimento?

Quem sabe da situação de todos os outros "implicados" nessa coisa da corrupção ou seja lá o que for da responsabilidade desse tal sucateiro?

Quem se importa do que está a acontecer a essa gente?

O que importa agora, que está prestes a ser apresentado o Orçamento de Estado para 2010, são as escutas do Primeiro e os seus "crimes contra o Estado de Direito", segundo os entendimentos dos senhores juízes de Aveiro, tanto mais que já se está a anunciar o fim do processo "Freeport" sem que o Primeiro tenha sido acusado de qualquer crime…

Explicações do Primeiro? Para quê se os jornais já sabem tudo?!

Querem mais umas primeiras páginas com o nome de José Sócrates? Para quê se já há tantas?!

Querem continuar a malhar no homem como se ele fosse culpado e responsável de todos os males do mundo?

Que malhem, mas com lealdade e honestidade e sem rasteiras de jogador aldrabão.

Por mim não preciso de explicações de ninguém, mas atrevo-me a solicitar respeitosamente que alguém diga: quem continua a violar descarada e vergonhosamente o segredo de justiça e o que lhe é devido por tal facto.

Por outro lado, gostaria muito de solicitar aos senhores ministros que ministrem os seus ministérios e que se abstenham de fazer declarações sobre estas matérias, que nós já temos gente suficiente a falar desta porcaria com muito mais sabedoria e oportunidade nos milhentos telejornais e programas de comentários que abundam em todas as rádios e em todas as televisões.


12.11.09

Cá ou aqui

Cá ou aqui, no Portugal profundo, também temos acesso às notícias quer seja através da televisão e da rádio, um pouco pelos jornais, mas principalmente, no meu caso, pela internet, onde posso consultar os jornais de todo o mundo incluindo alguns portugueses.

Então podemos ler as coisas mais mirabolantes e esquisitas que se vão sucedendo na nossa santa terrinha, apesar das más vontades contra tanta coisa de bom que aqui se vai passando.

Estava eu a consultar um "site" com resumos das notícias mais importantes de todos os nossos jornais generalistas, especialistas e desportivos e dou de caras com um título referindo que o Armando Vara vai manter o seu vencimento de Administrador do BCP, apesar de ter pedido e ter sido aceite a suspensão do seu cargo.

Está bem de ver e de ouvir e entender os argumentos a favor desta deliciosa decisão por parte dos órgãos do referido Banco, fazendo-nos crer e acreditar que o dito permanece fiel e dedicado servidor do BCP, uma vez que está obrigado a tudo como se estivesse ao serviço, com excepção da prestação do seu trabalho diário, o que justifica o seu salário.

Como o homem se obriga a não trabalhar em qualquer outro lugar ou instituição, nem que seja numa empresa do Godinho, como o homem se obriga ao sigilo profissional e a não revelar os segredos da gestão do BCP, género como se ganham milhões em tempo de crise, como se é forçado ao regime de incompatibilidades profissionais, continua no seu legítimo direito a perceber a sua remuneração como se nada tivesse acontecido.

Em consequência, espero que continue com o seu, do Banco, belo carrinho e motorista, mais senhas de combustível, subsídio de almoço, horas extraordinárias e seguro de vida e… de tudo o resto que vem por acréscimo…

Bem basta que os lixados de sempre continuem a ser lixados sem apelo nem agravo, porque administradores de Bancos são só uns quantos e estes merecem todos os nossos sacrifícios e os nossos reconhecimentos pelos altos serviços prestados à Nação e ao Povo…

8.11.09

As passagens aéreas

Para apanhar um bocado de ar molhado fui a pé até à Estrada de Benfica descendo a Avenida do Colégio Militar e atravessando a Praça da Revista Militar, umas vezes pisando a ciclovia e outras desviando-me de umas quantas poças de água e demais porcaria.

Constatei que no lado sul da Praça da Revista Militar a ciclovia coloca-nos uma dúvida que não dá para esclarecer convenientemente: num primeiro momento parece que acaba no Parque da Quinta da Granja, mas num segundo lá se nota que o seu piso a preto continua a descer a Avenida do Colégio Militar retomando o laranja uns quantos metros mais a baixo fazendo a ligação com a ciclovia que, vinda de algures, chega ao Parque do Fonte Nova.

À semelhança do que acontece na parte norte da Avenida do Colégio Militar a ciclovia eliminou uma faixa de rodagem até ao edifício dos agricultores, altura em que passa para o lado esquerdo no sentido norte/sul até à Estrada de Benfica.

Curiosamente, neste pequeno troço com cerca de cem metros, a ciclovia desenvolve-se no passeio não havendo corte de qualquer das faixas de rodagem como ao longo da Avenida do Colégio Militar.

Curiosamente também neste troço o passeio não é assim tão largo como em outros da Avenida do Colégio Militar que chegam a ser superiores em largura às próprias faixas de rodagem.

Mas quem sou eu para criticar em termos técnicos o traçado desta ciclovia no seu desenvolvimento pela Avenida do Colégio Militar e até no Largo da Luz?

Pois nada, que não sou nem engenheiro nem arquitecto…

Nem sequer sou gordo e anafado, apesar de uns quilitos a mais, desloco-me dentro de Lisboa regularmente de metropolitano, algumas vezes de táxi, muito poucas vezes de autocarro, quase nunca de comboio, mas algumas vezes de viatura própria, que normalmente não fica estacionada na via pública e nunca em segunda fila, pois continuo a preferir os parques de estacionamento, preferencialmente o da catedral do consumo, aproveitando a benesse do Engenheiro facultada aos residentes da Quinta da Luz utilizando uma avença mensal pela exorbitante quantia de vinte e cinco euros.

Bem vistas as coisas, a ciclovia foi uma dádiva para os Residentes da Quinta da Luz: viram o tráfego ser dificultado ao longo de toda a Avenida do Colégio Militar; viram novos lugares de estacionamento, agora tarifado, desde o topo norte da Avenida até ao cruzamento com a Avenida da Pontinha; viram criadas duas bolsas de estacionamento reservadas a residentes e deixaram de ver o espectáculo dos carros rebocados pela Polícia, agora com apenas meia dúzia de carros estacionados.

Apesar de todos estes benefícios, que os residentes da Quinta da Luz devem agradecer à ciclovia do Vereador Sá Fernandes e não aos protestos do Presidente da Junta de Freguesia continua na mesma uma lamentável situação: a facilidade de atravessar a Avenida do Colégio Militar por quem o pretenda fazer e não apenas as criancinhas e os idosos, sempre chamados quando não há mais argumentos para defender a nossa tese.

Haja Luz, porque estádio já nós temos… faltando apenas duas passagens aéreas na Avenida do Colégio Militar…

6.11.09

Ainda o caso

Durante as minhas deambulações pelos canais de televisão por cabo fui "surpreendido" pelo jornal nacional de sexta-feira da tvi, sem a MMG mas com o caso "freeport": tudo continuava na mesma como se nada tivesse acontecido neste País durante este tempo todo.

Para além do mais e do que me foi dado perceber nada de novo no referido caso, parecendo que se pretende aplicar aquele velho provérbio de "água mole tanto dá até que fura", que é, no caso presente fazer "provar" que o Primeiro está implicado no processo de licenciamento daquele projecto.

A tvi lá continua na sua cruzada e pessoalmente espero que chegue ao fim concluindo o que tiver que concluir, mas que conclua qualquer coisa e não nos ande a maçar com a repetição das mesmas coisas semana após semana até às próximas eleições legislativas.

Fiquei surpreendido não tanto por se manter o caso "freeport" em antena com clara intenção de atingir o Primeiro, mas porque entretanto surgiram coisas novíssimas tão ou mais importantes que o licenciamento do dito, as quais mereceriam certamente alguma atenção por parte do pessoal do jornal nacional com ou sem a mmg.

Só que, bem vistas as coisas, estas coisas novíssimas estão a envolver pessoal de segunda como se de peões de brega se tratasse e não da figura suprema da política…

O que são varas e penedos e não sei o que mais a tratarem de sucata, ferro velho e lixo e toda a porcaria que gira nessa onda, comparados com a figura principal da política portuguesa dos últimos cinco anos?

Que bom seria se o agarrássemos bem de frente…!!!

Pois coisa nenhuma e por isso não tem interesse e quem se interessa por isso é porque não tem categoria de se interessar por quem realmente é importante.

Nós, os que vamos lendo, vendo e ouvindo todo um vasto conjunto de notícias que nos oferecem diariamente, também temos o direito de saber o que se vai passando de especial nesta santa terrinha , nem que seja o conhecimento ou o esclarecimento sobre quem passa todas estas notícias para os jornalistas que as fazem publicar nos seus respectivos objectos de trabalho.

Que o Primeiro "foi apanhado" a telefonar para o Vara? Tudo bem, foi apanhado a telefonar para o Vara, mas quem apanhou? Como foi apanhado? Por escutas telefónicas? Porque o telefonema foi feito na via pública? Quem fez chegar isso aos jornais? Sigilo profissional? Mas de quem? Do jornalista? Da Fonte? Quem é a fonte? Ninguém sabe…

Mas todos nós, que continuamos a acreditar na democracia que nem uns patinhos, estamos convencidos que o conhecimento só pode ser transmitido a outrem por quem tem esse conhecimento que transmite…

Quem tem conhecimento do telefonema do Sócrates ao Vara?

Eu digo: o Sócrates, o Vara e quem ouviu…

E agora as últimas perguntas:

O Sócrates informou os jornais?

O Vara informou os jornais?

Quem ouviu informou os jornais?

4.11.09

Alguém tem

Acabei de assistir à maior falta de respeito pelos telespectadores do canal público de televisão de que tenho memória: quando se iniciava a contagem decrescente dos dez segundos para a decisão final do concurso do Malato o canal público atira-nos com a publicidade durante uns bons minutos que me pareceram uma eternidade, tal foi a pouca vergonha demonstrada.

Que tal coisa acontecesse num canal privado, que tal coisa se inserisse a meio do concurso, que tal coisa acontecesse com normalidade, ainda vá lá que não vá.

Mas desta maneira e contra tudo o que tem a ver com dignidade, moralidade, ética, respeito, consideração, atenção e tudo o mais que se queiram dizer a propósito demonstra claramente a indiferença e a desfaçatez com que o canal público brinda os seus telespectadores.

E eles que continuam obrigados a doar mensalmente uns quantos euros na factura da electricidade para alimentar uma estação pública de televisão, que demonstra não ter a mínima ética devida aos telespectadores, que suportam estes desvarios.

E o pior de tudo é que ninguém tem capacidade e até vontade para travar esta pouca vergonha.

Espero que o Provedor do Ouvinte (?) tenha a possibilidade de puxar as orelhas a quem se lembrou duma coisa destas, sabe-se lá a troco de quê… ou de quanto…

Se o Armando Vara não tem nada a ver com isto, quem terá…?

3.11.09

O fiel servidor

Numa das minhas caixas de correio electrónico tinha uma mensagem enviada por um amigo meu da autoria do Miguel Sousa Tavares sobre o "Caso Vara".

Sem pretender fazer juízos de valor tanto sobre o Miguel Sousa Tavares como sobre o Armando Vara por total desinteresse pessoal, gostaria de, desde já, reafirmar a minha total solidariedade ao Miguel Sousa Tavares no tocante á matéria da queixa apresentada pelo Armando Vara, disponibilizando a verba de cinco euros para ajudar a pagar a indemnização pedida…

Depois gostaria muito de colocar à consideração do pessoal umas quantas perguntas sobre a matéria…:

A cidade de Vinhais seria a mesma sem o Armando Vara?

A região de Trás-os-Montes seria a mesma sem o Armando Vara?

A agência da CGD de… seria mesma sem o Armando Vara?

A Caixa Geral de Depósitos seria a mesma Caixa Geral de Depósitos sem o Armando Vara como responsável pela "segurança…"?

O prestígio dos quadros superiores da Caixa Geral de Depósitos seria o mesmo sem o Armando Vara?

A qualidade da Administração da Caixa Geral de Depósitos seria a mesma sem o Armando Vara?

O Banco Comercial Português seria o mesmo sem o Armando Vara?

A qualidade da Administração do Banco Comercial Português seria a mesma sem o Armando Vara?

Por fim, Portugal seria o mesmo sem o Armando Vara?

Deixem-se de pormenores sem interesse e olhem para o valor acrescentado de termos um cidadão e logo português como o Armando Vara que mais não é, não foi nem nunca será nada mais que um "fiel servidor" deste desgraçado e miserável País que só sabe e nisto é especialista em desancar naqueles de nós que são os melhores…

Ainda não tem uma estátua lá em Vinhais como o Dom Afonso Henriques tem em Guimarães? Pois não há-de tardar…

Não está imortalizado numa rua de uma qualquer cidade com o seu nome? Pois não há-de tardar…

Talvez tarde mesmo, pois que acabo de ouvir uma notícia que dá conta de que o Armando Vara pediu a suspensão do cargo de Vice-Presidente do BCP…

Com vencimento ou sem vencimento?

Perguntar não ofende!