31.12.05

BOM ANO DE 2006

BOM ANO DE 2006.
PAZ NA TERRA AOS HOMENS DE BOA VONTADE!!!

29.12.05

Notícias

Vou convidar o pessoal para um exercício de estilo:
Sentem-se, comodamente, no sofá, de preferência, com os pés quentes, peguem no telecomando, disponham-se a ver e ouvir os seis canais de tv, que emitem programas noticiosas e noticiários e apertem o vosso intelecto para que esteja atento durante algum tempo.
Agora é só esperar e ir registando as notícias que vão vendo e ouvindo, não esquecendo que são seis os canais de televisão, que se dedicam a informar o pessoal.
Logo a seguir ao almoço, se ainda prestam alguma atenção às notícias que vos vão sendo oferecidas, munam-se da mais fantástica vontade e continuem a ver e a ouvir a informação desses tais seis canais.
Não desliguem o aparelho, uma vez que devem reconhecer que ele não tem culpa alguma.
Comecem agora a tomar consciência do que viram e ouviram nesses seis canais e façam as vossas comparações sobre a matéria noticiosa para iniciar a organização do vosso pensamento.
No final do dia, lá para as vinte e três horas já podem ir beber um copo de água para molhar a massa cinzenta, que já deve estar seca como areia do deserto.
Afinal, o que há de diferente nesses “serviços” noticiosos desses seis canais de televisão?
Será que a redacção (conjunto de todos os jornalistas ao serviço do canal) é igual em todos os seis canais?
Será que as diferenças são definidas pelo “chefe” tendo em conta apenas o alinhamento?
Será que é combinado o tempo dos intervalos?
Será que o jornalista que escreve um texto não escreve todos os outros?
Será que nós precisamos de seis canais para debitar as mesmas notícias?
Será que não há um limite para a repetição da mesma notícia durante o mesmo dia?
Será que a notícia de ontem ainda serve para hoje, com o mesmo texto, as mesmas imagens, a mesma voz e, às vezes, os mesmos erros?
Ao fim e ao cabo, atrevo-me agora a fazer uma sugestão: unam-se os seis canais, façam uma única redacção e divulguem todos a mesma notícia, admitindo-se que a ordem continua a ser arbitrária…ficamos servidos e pagamos o mesmo…
Depois dizem que o povo é ignorante…

28.12.05

Jornalismo

Esperava, calma e pacientemente, pela minha vez para tentar a sorte de poder ser extravagante em qualquer circunstância e olhava para a primeira página do Independente. Diga-se, desde já, que deixei de ler jornais quando o Público resolveu proceder ao pagamento dos seus conteúdos na Rede; agora tão só e apenas o Expresso, mais por força do hábito desde o primeiro número do que pelo interesse que o semanário me desperta actualmente.
Depois de dar uma olhada àquela primeira página, virei o jornal e dei comigo a ler, gratuitamente e abusivamente, o editorial assinado pela Senhora Directora.
Contava que tinha uma amiga que lhe confessara andar extremamente satisfeita, feliz e contente porque tudo lhe corria bem desde que deixara de ler jornais, ouvir rádio e ver televisão.
Encontro-me numa situação quase totalmente parecida, quanto à leitura de jornais e caminho a passos largos para aplicar a teoria às rádios e às televisões.
Depois desta história, a Senhor Directora quase que exortava os seus colegas jornalistas a uma análise profunda da qualidade do jornalismo praticado como forma de combater este desinteresse pelo produto da sua profissão.
Fiquei a pensar na ideia, mas logo me virei outra vez para o título garrafal da primeira página: “ A Idade da Inocência”.
Parece que o Dr. Mário Soares terá apelado ao voto no seu filho, enquanto candidato à Câmara Municipal de Sintra. O facto estava a seu analisado pelas autoridades competentes para se aquilatar se era ofensa à lei vigente.
Estava mesmo a ver no que isto ia dar: então a senhora quer uma reflexão profunda sobre a qualidade do produto dos jornalistas e no mesmo jornal, no mesmo número do mesmo jornal, oferece-nos aquele título?
Bem prega Frei Tomás!!!
Eu não sei, mas imagino, clara e perfeitamente, as intenções do título. Só não consigo ligar a primeira página com a última página…
Da pouca-vergonha dos conteúdos subliminares do título à deontologia e à ética do jornalista.
Depois querem que o pessoal leia jornais!!!

27.12.05

Notícias natalícias

As grandes notícias de hoje: os levantamentos feitos pelos portugueses na rede do Multibanco no dia vinte e três do corrente, os trezentos e vinte milhões de sms enviados por ocasião das festividades e o secretário de estado do professor para não sei das empresas…
Se as duas primeiras nos fazem pensar na crise, mas não levantaram quaisquer problemas para os candidatos à Presidência da República, a terceira originou um coro de protestos que, na minha opinião, não fazem qualquer sentido.
Está o professor a apropriar-se das competências do governo? Se este deixar, qual é o mal que nos advém? Está a pensar enquanto primeiro? Mas não é, já foi e nessa altura não se lembrou de tal coisa, talvez porque na altura não havia problema. Problema era para outros, uma vez que a deslocalização fazia-se no sentido inverso.
Não haja receio!!! Como o professor não tinha nada de importante para dizer ao jornal, lembrou-se de mandar uma boca para ver as reacções… Acertou em cheio!!! Os outros candidatos, porque também não têm nada de importante para dizer, ficaram completamente estonteados com a ideia mirabolante do professor e desataram a criticar tal coisa. Esqueceram-se que o professor ganhou mais uns quantos minutos de propaganda à custa dos seus adversários.
Acho bem que tudo isto aconteça para ver se os jornalistas aguçam um pouco mais o intelecto para que surjam algumas questões mais aliciantes para todos os que ainda prestam alguma atenção às presidenciais.
Já agora e a propósito de presidenciais, não gostaríamos todos de saber donde provém a massa gasta pelos candidatos…?

26.12.05

Horas extraordinárias

Não é que, de repente, os ânimos ficam exaltados e zás… mais um texto para a minha diversão.
Acabei de ser informado que os médicos vão começar a receber dinheiro pelas horas extraordinárias devido a trabalho nas urgências em função do número de doentes atendidos.
Devo confessar que sou ignorante no que se refere a estas matérias, mas será que ser pago em função do número de doentes atendidos e observados e assistidos e não pelo tempo ocupado nessas tarefas clínicas é a boa maneira de remunerar os médicos?
Não sei se é, se não é. Mas de uma coisa eu não duvido: deve tratar-se de mais uma do ministro. Já não lhe chegou abandonar o ponto fundamental da luta contra o patrão das farmácias, para agora vir a meter-se em mais esta alhada. O homem não para de nos surpreender. Eu gostava, mas gostava mesmo, de entender este ministro: tem, mesmo à mão de semear, a solução para um problema de muitos anos, que passa apenas por meter a mão no saco. Não o faz, abandona o saco das soluções e atira-se de imediato a mais uma guerra…
Será que o Primeiro não está a ver o que vai acontecer?
Ou será que o Primeiro está a construir uma maneira airosa, elegante, mas definitiva, de se ver livre de mais um daqueles que têm o rei na barriga?
Se assim for, terá, certamente, em consideração que o pessoal já está a ficar chateado com esta brincadeira toda.
Já nos bastava a eficácia, a eficiência, a honestidade e a trabalheira do ministro da economia, quanto mais ainda suportar a verborreia do ministro da saúde!!!
Nós continuamos a ser pacientes, nós continuamos de alma e coração a pensar que tudo isto é para bem cá do pessoal, mas olhe que tudo tem os seus limites e não há maneiras de aumentar Portugal, a não ser na publicidade enganosa!
Qualquer dia, quando menos esperar, apresentamos a factura…
Depois quero ver como paga…ou como responde à altíssima credibilidade de alguns dos seus ministros…
Que nunca seja tarde!!!

Sem vontade

Vejam só!!!
Ausentei-me uns dias da capital e nunca mais me deu vontade de escrever umas quantas linhas para a minha diversão!
Os meus amigos não acreditam que eu não tenho tempo livre para o que seja. Mas é verdade, uma vez que todo e qualquer minuto ocupado a fazer seja o que for é roubado, pura e simples; à minha ocupação preferida: fazer nada.
Não pensem que isto é fácil. Já ouviram dizer a muito boa gente que não se reforma porque tem medo de não ser capaz de ocupar o tempo livre.
É, de facto, uma carga de trabalhos ocupar as vinte e quatro horas a fazer “nada” e manter alguma calma, evitar o “stress” e continuar a dar alguns ouvidos ao que vai no mundo.
Mas o mais importante de tudo isto é considerar que não se escreve por obrigação, como se fosse o nosso emprego, tipo Paulo Coelho ou mesmo Saramago, que, desde a história do prémio, publica livros cada vez mais pequenos.
O que se há-de fazer! Não é o tamanho nem a dimensão e, por consequência, o número de páginas que confere qualidade. Trata-se tão-somente de uma questão de preço: quantas mais páginas, mais barata se torna a unidade.
O ambiente das festividades deu-me vontade de escrever umas linhas, não porque devo alguma coisa a alguém, mas porque já não me sentava na frente do ecran para outra coisa que não fosse para passar uma vista de olhos pelo único jornal que ainda me faz roubar algum tempo ao meu trabalho: “La Vanguardia”…
De modo que, nestes dias volvidos, passaram-se muitas coisas que gostaria de ter abordado: das presidenciais, das farmácias, dos políticos, dos magistrados, dos jornais… do que roda constantemente à nossa volta e para o que nem sempre olhamos com a devida atenção.
Mas a vida é assim. Quem não gostar…

12.12.05

Dezassete mil milhões

Começo a despertar para os milhões de Portugal: um milhão e seiscentos mil portugueses com emprego precário; dois milhões de portugueses no limiar da pobreza; sete mil e mais uns quantos milhões de euros para o tgv; não sei quantos milhões mais para o novo aeroporto; oitocentos e não sei quantos milhões relacionados com auto-estradas e mais de dezassete mil milhões de euros envolvidos na construção das scuts…
Fico atordoado com tantos milhões, mas ainda me dá vontade de desenvolver um raciocínio muito simples, malgrado o esforço que tenho de desenvolver: quem pagou ou quem vai pagar todos estes milhões e quem recebeu ou quem vai receber todos estes milhões?
Penso tratar-se de uma pergunta justa, mas será que haverá uma resposta possível?
Não faço a mínima ideia de quanto pode custar um quilómetro de auto-estrada, mas apraz-me perguntar quantos quilómetros se podem construir com dezassete mil milhões de euros? Do mesmo modo, não faço a mínima ideia de quantos quilómetros de auto-estrada estão construídos na modalidade de scuts para terem custado ou virem a custar dezassete mil milhões de euros. Já agora o Tribunal de Contas poderia ter dado uma ajudinha dando-nos conta dos quilómetros de auto-estrada a que se referem os tais dezassete mil milhões.
Não entendi bem se foi o TC que falou em quatrocentos e cinquenta milhões de euros que o Estado deveria entregar às concessionárias pelo não pagamento de portagens nos troços em obras, dada a diminuição da qualidade do serviço prestado. Mas se foi, poderia informar o pessoal sobre as razões e os fundamentos de ser o Estado a pagar e não as concessionárias a não receber por estarem a prestar um mau serviço aos pagantes de portagens.
Continuo esperando por alguém de bom-senso que informe o pessoal sobre a velocidade média de um comboio de alta velocidade que faça três paragens entre Lisboa e o Porto. Podem chamar-lhe, mas que não é, não será. É melhor esclarecerem que se trata de um faz de conta ou de um comboio a brincar, porque a sério ninguém acredita.
Será que o Primeiro acredita mesmo?

11.12.05

Bloqueadores

Sempre que há jogo da bola no estádio do “glorioso”, a PM instala-se de armas e bagagens nos arredores e desata a multar e a bloquear carros mal estacionados, que é em encanto.
Claro que os moradores, quando se vêem totalmente encurralados pelos visitantes, até concordam com a medida, se não constatassem que se trata de um mero oportunismo e uma caça à multa totalmente descarada e sem vergonha nenhuma.
Mas os moradores fazem uma pergunta muito simples a quem de direito: o que aconteceu na passada quarta-feira no dia do jogo para a liga dos campeões para que não se vislumbrasse um polícia municipal, não se visse uma multa e um bloqueador?
A quem de direito fazemos outra pergunta mais simples ainda: porque é que a polícia municipal não aparece de vez em quando por estes bairros para tentar normalizar o estacionamento?
Está bem de ver: nos dias dos jogos entre equipas portuguesas a competência é exercida pela polícia municipal e por isso se aproveita ao máximo para arrecadar uns dinheirinhos para os cofres do Estado e da Polícia Municipal, dado que nesses dias só estaciona indevidamente o veículo quem despreza totalmente o código da estrada e não se dá ao trabalho de encontrar um dos muitos lugares de estacionamento por aqui existentes. Merecem, por isso, ser punidos.
Nos outros dias ou quando há jogos internacionais a polícia municipal tem mais que fazer do que fiscalizar o estacionamento nas imediações do estádio do Sport Lisboa e Benfica!!!
Depois, estranhem que o pessoal não goste da polícia, lhes atribua uns quantos epítetos que não se devem escrever e que pense que alguém não deveria ter nascido…
Estou convencido que todos estaríamos do lado da polícia se os seus procedimentos fossem sempre limpos, sérios, honestos e transparentes. Mas o que vemos? Vemos oportunismo puro e um descaramento escandaloso.
Culpados? Tão só e apenas os automobilistas que deixam mal estacionados os seus veículos… Não temos defesa, porque eles têm razão. Mas razão todos os dias da semana, do mês e do ano e não apenas quando querem e quando lhes apetece ou quando precisam de recolher mais uns euros, ou ganhar umas horas extraordinárias.
Ao fim e ao cabo e uma vez por outra temos polícia no bairro. Não sejamos ingratos!!!

10.12.05

Sete mil

Segundo notícia do Expresso, o procurador-geral da república corrigiu o comentador político, Jorge Coelho, informando que são sete mil os telefones sob escuta actualmente em Portugal e não os quarenta mil referidos perlo comentador.
Que sejam quarenta mil ou que sejam sete mil não deixa de ser uma ignomínia a prática de tais procedimentos na investigação judicial. Com origem em qualquer coisa, lá se põe um telefone sob escuta para que vida privada de um cidadão, seja ele trolha ou ministro, passe a orgasmo permanente de um outro cidadão, cuja ética e dignidade ninguém conhece.  Nem com estes procedimentos os processos são bem informados e são bem julgados. Pudera, o pessoal distrai-se a ouvir todo o tipo de conversa que surja no telefone: a missão é estar de ouvido aberto para verificar se durante umas quantas horas por dia aparece uma conversa relacionada com o isco preferido das percas…
Não sei se o isco é identificado ou não, mas a informação do procurador não deixa dúvidas: são setecentos mil os processos atrasados…Li segunda vez a notícia do semanário e lá estava escrito a “bold”: setecentos mil!!!
E o procurador ainda tem a lata de continuar a mostrar-nos aquele sorriso…Claro que a sua importância é directamente proporcional ao número de processos em atraso… Parece que isto nem sequer é muito dramático.
É esta a situação da nossa “justiça”: não é um cidadão qualquer a mandar umas bocas, como o Jorge Coelho, sobre o número de telefones sob escuta, mas o Procurador-geral da república a informar o País que são sete mil os telefones em escuta, que são setecentos mil os processos em atraso… e continua em funções?
Que será preciso acontecer para que este homem seja demitido ou, quanta honra não seria, para apresentar a sua demissão?
Mas não. Continua a sorrir…

8.12.05

Segredo de Justiça

Tenho aguardado, com alguma expectativa, o desenvolvimento de duas notícias de uma importância e uma gravidade fora do normal sobre a “justiça”, mas parece que nada aconteceu de extraordinário.
Afinal, todos ficámos a saber as causas das fugas de informação relacionadas com processos de natureza judicial em segredo de justiça.
Coisa de somenos importância, uma vez nunca mais se ouviu falar do assunto e, no entanto, estamos perante uma situação que, se não fora de uma gravidade extrema, não deixaria de ser considerada uma “anedota”: os computadores dos magistrados e dos juízes eram devassados pura e simplesmente!!!
Parece que umas pessoas maldosas, umas pessoas com segundas intenções “entravam” nos computadores, verificavam o material e retiravam o que bem lhes apetecia, havendo ainda a possibilidade de alterar documentos.
Venha alguém e que explique isto: então os magistrados e os juízes não tinham qualquer senha, qualquer código, qualquer coisa do seu único e exclusivo conhecimento? Será que essa tal senha, esse tal código estava escrito num “postit” e colocado no canto inferior esquerdo do ecran do computador?
Afinal, quando, como, quem, em que circunstâncias se descobriu isso tudo?
Ficamos abismados que esta brincadeira se passe com magistrados e juízes e ninguém, a não ser o sistema informático, seja responsabilizado!!!
Segundo o procurador-geral da república ficámos a saber que o processo casa pia não correu pelo melhor. Este eufemismo é rigorosamente igual àquele usado no jogo da bola, quando um comentador relata que a bola passou “não muito longe da baliza”, quando na realidade a bola passou a linha junto à bandeirola de canto.
Ao menos poderia ter dito, com aquele sorriso de mona lisa, que o processo foi mal instruído e que os responsáveis, directamente dependentes dele, foram incompetentes.
Teria sido feita justiça e nós até que poderíamos achar graça àquele sorriso meio idiota com que disfarça a sua incapacidade e a sua inoperacionalidade e a sua ineficácia.
O sistema informático não tem seguranças…e nós também não.

6.12.05

Lucros FarmacêuticosIII

Apanhei a notícia pelas pontas dos cabelos, pelo que não sei se a entendi correctamente.
Parece que o ministro resolveu dar uma dentadinha no patrão das farmácias, preparando-se para autorizar a abertura de novas farmácias a associações de doentes… ou coisa parecida.
Já deve estar preparado para a consequente acção que não deve tardar.
Será que os laboratórios e os distribuidores de medicamentos se vão recusar ou, pelo menos, dificultar a aquisição de medicamentos por parte destas novas entidades proprietárias de farmácias, como parece ter acontecido com as superfícies comerciais, mesmo para medicamentos sem receita médica?
Alguma coisa virá, porque ficar-se na defesa, ele não vai ficar; pode é tardar um pouquinho mais a preparar a arma de contra-ataque, porque a estratégia já está definida.
Continuo com a esperança que será no tempo dele a liberalização total da abertura de novas farmácias e também que será no tempo dele que o preço dos medicamentos seja fixado por processos mais límpidos e mais transparentes, para que a teoria da economia de mercado continue a ter alguma aceitação, independentemente do cartel e do cambão.
Vou continuar a dar o benefício da dúvida ao ministro, pensando que as suas intenções e as suas políticas para a farmácia, para o medicamento, para os doentes, para os enfermeiros, para os médicos e para todos os profissionais envolvidos na saúde são boas e merecem o nosso crédito, a nossa confiança e a nossa aceitação.
De qualquer modo, sou tentado a alertar o ministro para a proliferação de novas associações de doentes. Pela minha parte e porque agora sou consumidor permanente de medicamentos, vou iniciar as diligências necessárias para que os cidadãos pacientes de tosse e rouquidão se constituam em associação…
Depois não diga que ninguém o avisou da possibilidade real de tal acontecer.
Olhe que o pessoal pode ser doente, mas não é tonto!!!

30.11.05

Lucros farmacêuticosII

Funcionava uma farmácia ambulante nas ruas da cidade de Braga e a ANF não tinha conhecimento ou, pelo menos, não se pronunciou.
Este facto estava a ajudar o ministro na sua “luta” farmacêutica, mas o homem não tem emenda e nem aproveitou.
O ministro começa a irritar-me e a fazer-me subir os azeites ao nariz, o que me acarreta uma fúria incontida, que preciso de descarregar nalguma coisa.
Não tendo outra, é no ministro.
Então o homem continua a dar cobertura à política de abertura de novas farmácias, continuando subjugado pelo seu arqui-rival e mandatário das farmácias. Tinha uma oportunidade de ouro, que lhe foi oferecida pela Universidade Católica e pela Autoridade da Concorrência, e fica-se...
È preciso não ter vergonha nenhuma para continuar a permitir esta situação, depois de tanto berro lançado ao vento contra o “patrão” das farmácias. Nem sei o que pensará o ministro sempre que se olhar ao espelho, mas sei o que o espelho lhe dirá ...”a tua cobardia ainda te permite olhar-me...???”. Coitado de um ministro, que trazia tanta esperança e nos dá tanta frustração. Não posso mais ouvir falar deste ministro sem que me ocorra uma pontinha de tristeza, não pelo mal que me tem feita, mas pela dor na alma que me tem causado.
Tinha colocado a fasquia demasiado alta para que o ministro pudesse passar-lhe por cima; criei um nível de expectativa muito alto, demasiado alto para a fanfarronice do ministro, pelo que a minha frustração é inversamente proporcional.
Afinal, quem é o maior cliente das farmácias; quem proporciona às farmácias aqueles lucros anormais; quem determina os preços dos medicamentos???
Será que o ministro nos poderia elucidar e informar alguma coisa sobre o conceito de “economia de mercado” quando se fala da farmácia e do medicamento?
Coitado de um ministro que prega com voz de trovão e age de mansinho, em segredo, de surdina, para que o pessoal não note que tudo continua na mesma.
A esta hora, o “patrão” está a esfregar as mãos, não porque esteja com muito frio, mas de contente pelo sabor de mais uma vitória do capital sobre a política.
Notem que não escrevi “sobre o poder”, porque este ainda irá manifestar-se nem que seja com outro ministro.

29.11.05

Lucros farmacêuticos

A Autoridade da Concorrência acordou agora para a situação do medicamento e das farmácias, despertada por um estudo da Universidade Católica. Mais vale tarde que nunca!!!
Relativamente ao medicamento a grande medida é a liberalização do preço. A fim e ao cabo não sabemos quem irá ganhar: se o consumidor se o fornecedor, mas fica bem falar-se de economia de mercado, quando o que está em causa é a saúde do pessoal.
Relativamente às farmácias parece que se lembraram agora que estas entidades são abastecidas pelas suas estruturas cooperativas de grau superior e que têm demasiados lucros, como se estes alguma vez fossem demais.
Para a Autoridade da Concorrência foi necessário o estudo da Universidade Católica levantar a questão, quando podia consultar as estatísticas dos gastos do Estado em medicamentos e as publicações anuais do INSCOOP, nomeadamente “As 100 Maiores Cooperativas”, para constatar que as uniões farmacêuticas estarão, certamente, entre as dez primeiras em volume de vendas.
Espero bem que o estudo da Universidade Católica não se fique apenas pela curiosidade da Autoridade da Concorrência, considerando salutar que esta diga alguma coisa ao Ministro nem que seja por descargo de consciência, uma vez que o Ministro conhece muito bem esta situação, não de agora, mas de há muitos anos.
Agora, que é outra vez Ministro num Governo de maioria absoluta deverá ser consequente com o que tem dito repetidas vezes e não se fique apenas pela pregação…e não se esqueça da liberalização de abertura de farmácias por parte de quem quiser…
Continuamos cá para ver a evolução disto tudo.

28.11.05

Colapso

Parece que as conservatórias do registo predial (?), civil (?) estão a funcionar a meio gás por colapso do sistema informático, segundo uns, devido a sobrecarga da memória, segundo outros, ao esgotamento da capacidade do sistema operativo.
Parece também que o sistema informático das conservatórias está a funcionar há cerca de um ano…
Os portugueses… que não se preocupem, porque foi pedido às conservatórias para estarem abertas até às vinte horas e, suponho, que também terão pedido aos trabalhadores para acompanharem esse horário, provavelmente com pagamento de horas extraordinárias, até que o problema se resolva.
Digo bem, se resolva, e não que seja resolvido.
Eu espero, nós esperamos que alguém nos venha dizer o que realmente se passou, de quem foi a responsabilidade e quem assumiu essa responsabilidade.
Depois, eu espero, nós esperamos que nos informem dos prejuízos causados ao Estado e aos Cidadãos pelo colapso do sistema informático instalado e os respectivos custos, para que a culpa não morra solteira.
Eu espero, nós esperamos que um Director-Geral, um Presidente, um Secretário de Estado, um Ministro, seja quem for, seja demitido de imediato e obrigado a suportar os prejuízos causados, para que todos nós fiquemos a saber que ainda há ética e dignidade pessoal e profissional, de modo a que continuemos a dar o benefício da dúvida às capacidades de liderança e de governação do nosso Primeiro.
Eu espero, nós esperamos que um Director-Geral, um Presidente, um Secretário de Estado, um Ministro não demita um escriturário ou um técnico recém-licenciado e recém admitido por ter sido considerado responsável de tudo o que se passou.

27.11.05

Palmas

Foi um fim-de-semana da justiça, isto é, dos juízes e não sei de quem mais ligada à justiça.
Primeiro o congresso dos juízes no Algarve, onde esteve o Presidente a abrir e o Ministro a fechar.
Depois um encontro de delegados sindicais no Estoril para fazer o balanço das recentes greves.
O jornalista estava muito preocupado pelo facto de os juízes não terem batido palmas ao ministro, de tal modo que lhe perguntou se ainda tinha condições para continuar ministro.
Nem sequer ponho a hipótese de o ministro ter ido ao congresso sem ser convidado, pelo que as palmas seriam desnecessárias, dadas as circunstâncias, bastando que houvesse delicadeza, urbanidade e educação por parte de quem convidou, mesmo que não gostasse do convidado.
Se eu estivesse naquela situação nunca teria ido ao congresso, uma vez que já sabia que não era bem-vindo. Mas retirava ao jornalista a oportunidade de uma pergunta tão profunda.
Nunca tinha ouvido colocar a questão daquela maneira: então porque não há palmas, já não há condições para continuar ministro? Que teria feito a da Educação? A esta hora, por aquela lógica o Primeiro já teria nomeado umas boas dezenas de ministros por falta de palmas.
Devemos concordar que retirar direitos e não privilégios, não é merecedor de palmas, mas de apupos, mas parece que estes o jornalista não ouviu. Menos mal…
Só não percebo porque é que, sendo direitos, os juízes não fizeram greve de solidariedade, quando foram retirados os mesmos aos outros funcionários públicos sem privilégios e aos outros funcionários públicos com direitos e privilégios, nomeadamente, os militares, os polícias, os republicanos…
Nós gostamos destas coisas. Estamos prontos e preparados para o que der e vier, desde que seja dar pancada no Governo.
Só não estamos preparados para comida igual… mesmo que seja proveniente da mesma cozinha e feita pelo mesmo cozinheiro…

24.11.05

Uma delícia

Foi uma delícia.
Não tive a oportunidade de ouvir as declarações do candidato da “verdadeira esquerda” a Presidente da República sobre as faltas de um secretário de estado durante o tempo em foi vereador na CM de Penamacor.
Se outro mérito não tiveram, pelo temos levou a que muitos portugueses se interessassem por saber onde ficava tal câmara municipal que deu um secretário de estado.
Teria uma certa curiosidade em saber o tempo real que este caso ocupou nos órgãos de informação: certamente que todos ficaríamos profundamente chocados com tanto tempo perdido.
A quem pode interessar se o secretário de estado perdeu o mandato por faltas injustificadas, se deixou de ser vereador porque renunciou, porque suspendeu, porque tinha mais que fazer.
O problema é dele, nem sequer da câmara municipal, que logo o substituiu por outro, talvez até melhor.
Mas devemos reconhecer que tudo isto foi um autêntico fórróbódó.
Quem se lembrou de se deslocar à câmara municipal solicitar ou requerer fotocópia da reunião do executivo e…
O aeroporto já era, os juízes já sentenciaram, os professores já condenaram, a seca já lá vai, o Benfica, o Porto, o Guimarães… é preciso ocupar a malta com coisas importantes.

AeroportoI

Foi uma autêntica bomba, não atómica, mas tão só de trotil: a conferência de imprensa para apresentação do projecto do novo aeroporto internacional da Capital do Reino.
Sucederam-se declarações e mais declarações a favor e contra; foi uma roda-viva durante vinte e quatro horas.
Passadas que são quarenta e dois e parece que o aeroporto já está concluído: tudo na paz dos deuses.
Claro que a corporação dos juízes, dos professores, dos… varrem a sociedade tal furacão com origem nas Caraíbas.
Qualquer dia ainda me convencem que os juízes trabalham vinte e cinco horas por dia, que durante as férias trabalham apenas vinte e quatro, porque estão de férias, evidentemente. Isto não é para admirar, pois se até o Senhor Presidente da República nos vem sossegar, afirmando que, de facto, os juízes aproveitam as férias judiciais para trabalhar. Se o Presidente diz, quem sou eu para duvidar?
Mas, com o passar do tempo ainda me convencem que os tribunais sem processos atrasados têm juízes que ali vão à tardinha para tomar conhecimento do expediente…e nada mais fazem que não seja boicotar o trabalho dos outros.
A andar por este caminho qualquer dia começo a pensar que todos os problemas do ensino em Portugal, não são os ministros, não são os secretários de estado, não são os directores-gerais, os reitores, os professores, os sindicalistas, mas tão só e unicamente os alunos. Corram com eles e… acabaram-se os problemas.

PresidenciaisIII

Já não tenho condições psíquicas para ouvir o candidato Manuel Alegre; já não tenho condições psicológicas para ouvir o candidato Mário Soares.
Ando a ficar entusiasmadíssimo com a qualidade da pré campanha eleitoral para Presidente da República.
Há candidatos que não dão quaisquer hipóteses aos adversários e também aos eleitores: os órgãos de informação têm tido o cuidado de nos salvaguardar de eventuais desmandos.
Mas há candidatos que estão todos os dias na crista da onda: porque eu fui o primeiro, porque tu foste o segundo, porque eu fui traído, porque tu não merecias, porque eu é que sou, porque tu é que não és.
Para elevar ainda mais o moral, vem o Primeiro a mandar umas bocas sobre o que foi e o que não foi.
Um mimo, a campanha eleitoral destes dois candidatos.
Os homens que comandam e dirigem as respectivas campanhas não têm o bom senso de levar os candidatos a jantares, a almoços, a visitas, a passeios, ao ginásio, à sauna sem a companhia de microfones?
Tenham presente, os candidatos e os seus acompanhantes, que a cada declaração para a imprensa de um e de outro são umas centenas de votos direitinhos no Professor. Por este andar se as agulhas não forem mudadas o Operário ainda vai ter mais votos que os dois candidatos da “esquerda”.
Queixem-se, depois, de termos um Presidente eleito à primeira volta, apesar dos dez da sua governação enquanto Primeiro.

14.11.05

Presidenciais II


A campanha eleitoral para Presidente da República tem cartazes curiosos, para utilizar uma expressão civilizada.

Um dos cartazes que me tem chamado a atenção é aquele onde se afirma que ”Portugal precisa de si”.

Este cartaz tem várias leituras possíveis, das quais destaco: é o Professor que o afirma dirigindo-se a mim; sou eu que o afirmo dirigindo-me ao Professor; o Professor precisa de mim, isto é, do meu voto.

Senhor Professor, esteja descansado que eu sei com toda a convicção possível que Portugal não precisa de mim para coisa alguma, muito embora eu pague todos os impostos consignados na lei.

Senhor Professor, se me quer por a ler o cartaz e ficar convencido que Portugal precisa do Senhor Professor, esteja descansado que eu já estou vacinado e que essas coisas não me causam qualquer tipo de constipação, para além de que a escrita ao contrário não se pratica na língua portuguesa, a não ser quando se utiliza o espelho…

Senhor Professor, se é o Senhor que precisa do meu voto para ser Presidente da República, esteja também descansado, porque esse sempre teve a mesma cor, que nunca foi a sua, pelo que não é agora que vai mudar.

O meu voto, Senhor Professor, está naquele número de votos de uns tantos milhares de funcionários públicos aos quais o Professor não sabia o que fazer com eles: despedi-los não podia; matá-los não devia, reformá-los não queria porque deixavam de descontar para a CGA e de pagar impostos, nada mais podendo fazer que não fosse aguardar pela sua morte. De resto uma ideia muito parecida com algumas que vigoraram na Europa lá nas décadas de trinta e de quarenta.

Talvez o Senhor Professor já se tenha esquecido, mas olhe que muitos desses funcionários públicos para os quais a solução era a morte, ainda estão vivos e muitos deles ainda vão votar.

Por outro lado, Senhor Professor, eu não gosto de desertores nem de comandantes que abandonam o barco quando navega em mar calmo e muito menos na tempestade.

Com duas maiorias absolutas que lhe permitiam fazer todas as reformas que entendesse conveniente para Portugal ser “maior”, tenho o direito de lhe perguntar e de o questionar por todas essas reformas que agora não careçam de ser reformadas.

Uma única, talvez: o aumento do vencimento dos magistrados e de alguns altos funcionários da Administração pública.

Senhor Professor, seria capaz de garantir que enquanto Presidente da República teria poder para acabar com o monstro que criou quando exerceu as funções de Primeiro Ministro durante dez anos?

12.11.05

Seis vezes mais

Um dos sindicatos dos trabalhadores da administração pública anunciou hoje um estudo onde revela que o governo terá gasto em indemnizações a trabalhadores em 2004 seis vezes mais que em 2003.

Parece que estamos a falar de qualquer coisa como trinta milhões de euros.

Está bem de ver que o estudo do sindicato se refere a 2004, pelo que um ministro do actual governo veio logo a comentar que os dados não são da sua responsabilidade, pelo que nada tem a comentar.

Mas nós, os vulgares e comuns cidadãos, gostaríamos de saber a que trabalhadores da administração pública foram pagos esses trinta milhões de euros, gostaríamos de saber a que título e gostaríamos de conhecer também as categorias que estão em causa.

Trata-se de indemnizações por rescisão do contrato de trabalho? Com justa causa? Sem justa causa? De comum acordo?

A imprensa não disse, mas o estudo do sindicato com certeza que disse, que escreveu, que afirmou, pelo que nós temos todo o direito de saber todas as circunstâncias da notícia.

Se não for a imprensa, que seja o sindicato a informar e a divulgar a realidade constante do estudo.

A falta ou a carência de informação ou a informação direccionada ou a informação condicionada ou a informação cortada e incompleta não é informação, mas... má fé.

9.11.05

Manifestações


Hoje foi dia de manifestações: umas às claras, outras às escondidas.

Isto é, umas autorizadas, outras não autorizadas.

Cada qual com as suas razões.

Razões que a grande maioria do povo não aceita, não entende e nem sequer percebe o que se está a passar.

O que é que os polícias realmente querem: melhores condições de trabalho, mais salário, mais autoridade, ir para a rua e deixar os gabinetes? Parece-me bem que não.

O que é que os estudantes realmente querem: melhores condições de trabalho, mais aulas, mais exames…? Pode ser isso tudo, mas o que aparece é a “santa” propina.

Não há guita para isto tudo: para pagar os estudos, para comer, para vestir, para calçar, para os transportes públicos…

Quem passa, durante o dia, pela cidade universitária vai poder constatar que a as várias faculdades ali mediadas não devem precisar de tantos professores: pois se ali estão dezenas e dezenas de carros estacionados!!!

Certamente que os ditos não podem ser dos estudantes, mas sim dos professores e dos funcionários públicos, que ganham o suficiente para estes caprichos e ainda por cima não pagam propinas

Mas também não devem ser muitos os que enchem diariamente o Bairro Alto, as Docas e outras coisas mais, para além dos concertos, estes de vez em quando, tanto mais que também a cultura faz falta a muita gente.

8.11.05

Exclusão Social?

Já tinha feito a pergunta por diversas vezes: quais as razões profundas do que se está a passar nalgumas cidades francesas, nomeadamente nos arredores de Paris? Trata-se apenas e tão só dos fenómenos de exclusão social ou, se quiserem, da não integração social dos emigrantes do norte de África?

Estas duas razões já existem há muito tempo, mas a onde de violência e de terror por terras de França ainda não levam quinze dias!

Tenho visto e ouvido diversas reportagens de alguns órgãos de informação oriundas directamente dos locais, mas nunca entendi as razões de tais acontecimentos. Penso mesmo que os próprios jornalistas estão nas mesmas circunstâncias: as explicações adiantadas não satisfazem.

Contudo, no dia de hoje no canal público de televisão foi entrevistado um vereador “português” de uma câmara dos arredores de Paris e falou claro como água límpida e cristalina: parece que terá havido uma tentativa das autoridades francesas em controlar a economia paralela florescente nos bairros em questão.

Olha no que as autoridades francesas queriam meter-se…

Continuo a acreditar que a grande solução para acabar com o défice das contas do Estado é acabar com a economia paralela, que será tão ou mais florescente do que em França.

Agora, podemos perguntar com conhecimento de causa se vale a pena o combate iniciado em França.

Os custos podem ser bem superiores aos proveitos, mas a Democracia seria a grande ganhadora.

Que venham bons exemplos da França e que sejamos capazes de os aproveitar!!!.

3.11.05

Piscina

Senhor Presidente da CML

Não se trata de uma carta aberta; trata-se antes de uma mensagem ao abrigo do segredo de justiça, única forma de vir a ser lida com alguma segurança.

Venho convidá-lo para tomar banho; não na piscina do meu apartamento porque a dimensão é a de uma simples banheira; não nas piscinas privadas que por aí abundam nas novas construções apesar da crise; não nas piscinas públicas da cml porque essas o presidente conhece-as bem.

Venho convidá-lo a tomar um banho na piscina do Jardim do Arco do Cego, recentemente inaugurado. Se por acaso não quiser ou não puder ir, fica desde já convidado o arquitecto paisagista responsável pelo projecto. Se por acaso este não quiser ir ou não puder será, certamente por falta de poder do presidente.

Resta-lhe levantar um processo disciplinar sem intenção de proceder a despedimento com justa causa, mas tão só e apenas de aplicar a sanção de o obrigar a esvaziar a referida piscina sem recurso aos meios da câmara.

Eu acho que era justo, que era salutar, que era pedagógico tanto o banho como o esvaziamento da piscina.

Senhor Presidente, aquilo é uma vergonha!!!

2.11.05

Esquecimento

Nestes últimos quinze dias andei um pouco distraído ao deixar passar uma série de acontecimentos, factos ou situações sem, ao menos, lhe dedicar umas curtas linhas.

A actualidade é para os meios de informação, muito embora às vezes e por vezes fazerem referência ou noticiarem coisas com um atraso relativamente grande se tivermos na devida conta que informação dos tempos modernos é regida pelo ponteiro dos segundos.

Passaram-me ao lado os fabulosos lucros dos bancos, das operadoras de comunicações, das petrolíferas…

Factos que não merecem especial realce de nos detivermos um pouco mais nas condições socioeconómicas dos utentes dessas empresas e, por isso, os responsáveis por tantos milhões de lucros.

Ficamos a saber que temos os melhores gestores mundo no que respeita à condução dos negócios e das actividades desenvolvidas por essas empresas, pois que quanto ao nível de remunerações já nós sabíamos há muito tempo.

Nada que não fosse merecido face aos resultados obtidos.

Passou-me também ao lado aquela coisa de Felgueiras: afinal parece que os tribunais funcionam, apesar de muita gente não acreditar nos juízes nem sequer se importarem muito com as greves. Afinal, que mal faz a este País um aumento de dez ou quinze mil processos a aguardarem justiça?

Não fui capaz de pensar na origem dos milhões de euros necessários para manter os subsistemas de saúde dos magistrados, dos polícias, dos militares…Continuo na dúvida, mas dúvida sistemática, sobre esta origem de fundos, mas quer-me parecer que todos esses milhões não têm outra origem que não seja os descontos efectuados por todos os utilizadores, numa percentagem, certamente, muito superior à aplicada aos outros funcionários públicos.

Longe de mim pensar que é o Estado a investir nesses subsistemas de saúde com dinheiros provenientes dos impostos cobrados aos que pagam impostos.

Se ali não investe, por que razão absurdo quer acabar com esses subsistemas de saúde, para os quais nada aporta???

Responda quem souber…

1.11.05

Escrever

Nem sempre se escreve quando se quer e nem sempre que se quer se escreve.

A verdade é que não ser obrigação escrever todos os dias algumas linhas e colocá-las neste “blog” deixa-me descansado e nunca angustiado porque um dia qualquer não escrevi coisa alguma.

É da vida!!!

Umas vezes temos vontade e não temos oportunidade, outras temos oportunidade e não temos vontade.

Não haverá crise alguma se isto for assumido com naturalidade própria de uma consciência tranquila.

Se assim não for, estamos a um passo de sermos dominados pelo stress e por tudo o que este fenómeno moderno significa.

Olhem que há coisas piores.

A vida

A vida tem destas coisas: num momento somos, um pouco depois já descansamos na paz eterna.

Quando pensamos que a vida é só nossa, que a vida não depende de mais ninguém; que a vida somos nós que a fazemos, somos nós que a conduzimos, somos nós que mandamos e mandamos bem, não estamos preparados para sentir e constatar que tudo isso não passa de uma ilusão.

É melhor assim!!!

Doutro modo, ainda haveria mais injustiças por esse mundo fora e ninguém daria o que quer que fosse por um acto de solidariedade que não fosse apenas uma intenção de tirar proveito próprio.

Ao menos, que nos fique a consciência tranquila por termos feito aquilo que deveria ter sido feito, mesmo que não o absolutamente certo: nestas circunstâncias basta que seja ou que tenha sido entendido como o correcto naquelas circunstâncias.

Hoje estamos; amanhã poderemos não estar. Aconteça o que acontecer a única coisa que merece a nossa consideração e respeito é o sentimento de termos dado à vida o que a vida nos pediu ou nos exigiu, sem esperar que a recompensa viesse acomodar a nossa consciência.

Os que vão, que seja com dignidade; os que ficam, com dignidade seja!!!

22.10.05

Presidenciais I

Finalmente!!!

O Professor apresentou ao bom Povo Português a sua candidatura a Presidente da República, como se ninguém esperasse por tal coisa.

Foi um acontecimento que deixou os jornalistas e os comentadores das TV, das rádios, dos jornais, das revistas e um razoável número de políticos completamente eufóricos e entusiastas, como se a salvação da Pátria estivesse ali mesmo.

Gostei de ver!!!

Logo naquela noite foram organizados os devidos debates, onde as qualidades do novo candidato foram dissecadas nos mais ínfimos pormenores.

Mas houveram algumas ovelhas ranhosas, que se lembraram de recordar ao pessoal algumas coisas já esquecidas pela nossa curta memória:

Que o professor “fugiu” da política quando não se candidatou a novas eleições numa situação de maioria absoluta.

Que o Professor foi o autor da reforma do sistema retributivo da FP, dando origem ao tal “monstro” e a um sem número de índice 100, como antes nunca houvera.

Que o Professor durante oito anos de maiorias absolutas não fez qualquer reforma importante ou qualquer reforma que não careça de ser reformada agora mesmo.

Que fez pela saúde, pela educação, pelo emprego, pelas finanças, pelo défice, pelos juízes, pelos médicos, pelos enfermeiros, pelos professores, pelos militares, etc.??????

Quem se lembra de uma reforma profunda de qualquer sector de actividade, de qualquer área cultural, de qualquer área da ciência, de qualquer área da AP, que agora não precise de ser mexida???

Talvez tão só e apenas as muitas privatizações…e auto-estradas… e o CCB…e gastar bem os milhões provenientes da Europa…

Espero e desejo que o homem, que vai ser o nosso próximo Presidente da República, faça mais pela República do que fez quando exerceu as funções de Primeiro-ministro com duas maiorias absolutas.

17.10.05

Orçamento I

Já está!

Foi apresentado o orçamento para 2006 e surgiram de imediato as banalidades e aquelas tiradas que qualquer cidadão, que vive do salário mínimo, era bem capaz de proferir.

Parece que um guru nobel, que foi muito importante numa administração do outro lado do Atlântico, terá “proclamado” numa conferência realizada por estas bandas que o ano de 2006 poderia ser bom para a economia se o preço do petróleo baixasse!!!

Depois desta tirada certamente que se fizeram ouvir muitas palmas. Claro que se a afirmação fosse dita por um português qualquer não mereceria crédito algum, a não ser uma valente risada.

Pois eu, que não sou economista e que sou incapaz de entender a linguagem dos economistas e dos comentadores de coisas económicas, vos digo que se o governo acabasse com a economia paralela e cobrasse todos os impostos devidos não haveria qualquer preocupação com o valor real do défice, independentemente do preço do petróleo.

Mas como tal não vai acontecer, é preciso economizar cerca de dois mil milhões de euros para baixar o défice umas quantas décimas.

Pensar-se-ia que haveria um plano para ir buscar esse dinheiro a algum lado que não ao habitual!!! Qual quê!!!

Os funcionários públicos estão mesmo à mão. Para quê arranjar mais trabalhos?

Gostei muito daquela tirada do ministro das finanças sobre o aumento diferenciado dos salários dos funcionários públicos através da avaliação do desempenho.

Não brinquem com o pessoal! Vale mais estarem calados e não aumentarem os ditos do que dizerem coisas destas.

Quem vai fazer a avaliação do desempenho: o primeiro, os ministros, os secretários de estado, os directores-gerais e presidentes, os directores de serviço, os chefes de divisão??? Os que antes faziam a notação do pessoal?

Sabem muito bem não são capazes de tal proeza!!!    

A chuva

Parece que o Governo se prepara para denunciar o acordo com a Associação Nacional de Farmácias, que regula o processo de pagamento das compensações devidas pelo SNS às farmácias.

Afinal, este ministro não tem só garganta e correspondente arrogância, como sempre demonstrou antes e agora. Finalmente aí temos uma medida, que retira o governo e o sns das garras da estrutura corporativa das farmácias.

Espero que a medida não demore e que seja para durar. Já agora e porque está com as mãos na massa, porque é que não sai um decreto-lei para liberalização da instalação de farmácias?

Chegou a chuva. Acabou a seca em Portugal e especialmente no Alentejo e acabou também a época de incêndios.

Para o ano haverá mais das duas coisas, mas agora a conversa acabou.

Contudo e admitindo que não vão ocorrer incêndios nos próximos tempos, a seca vai continuar e com ela todos os problemas da agricultura, uma vez que e no que se refere ao abastecimento público parece que nada aconteceu.

Vamos pensar que será assim, porque o que importa agora é estar atento ao conteúdo fiscal do orçamento para 2006.





13.10.05

Eleições IV

Já lá vão três dias depois da noite eleitoral e nada aconteceu..., isto é, choveu!!!

Os deuses gostaram dos resultados eleitorais, uma vez que já no decorrer do acto eleitoral deram mostras de alguma satisfação mandando umas pingas... pelo que estaremos todos agradecidos.

Mas já se notou alguma mudança? Algum responsável de algum partido já apresentou a sua apresentou a sua demissão dado os resultados obtidos? Que eu saiba não.

A Cidade já sentiu alguma mudança na atitude dos vencedores? Se os jardins, se as ruas, se os passeios, se os parques continuam na mesma, apesar da chuva, é porque ainda não houve tempo de alterar o rumo dos acontecimentos, mesmo que o rumo não venha a ser alterado, tão só porque não houve mudança.

Nada pode acontecer ainda, porque os estados-maiores de todos os partidos, vencedores e perdedores, e até os grupos de cidadãos e independentes estão a dissecar e a analisar em profundidade os resultados eleitorais e não pode haver decisões enquanto isso perdurar.

Já agora, não se esqueçam de ter em conta que cerca de 15 a 20 por cento do eleitorado vai para um lado ou para outro conforme as circunstâncias: gosta, não gosta, simpatiza, não simpatiza, aceita, não aceita, tem interesse, não tem interesse, é beneficiado, não é beneficiado, é prejudicado, não é prejudicado e aí está a variação.

Quem são estes eleitores? Pobres, remediados, ricos, riquíssimos, com fome, de barriga aconchegada, de barriga cheia, pão, bife do lombo, marisco, peixe fresco?

Estou certo que se este fenómeno é agarrado pelos politólogos da rtp e pelos analistas e comentadores de todos os outros meios de informação e das empresas de sondagens e teremos muito em breve uma explicação científica, que merecemos todos.  

12.10.05

Eleições III

Martelo, não tens razão.

As políticas do Governo também passaram por aí, por Reguengos, como passaram por Portugal inteiro.

O que acontece é que os filhos da terra, os conhecidos, os queridos, os nascidos, todos os que se identificaram e continuam a identificar-se com as populações, que sempre as serviram com dignidade, com seriedade, com voluntariedade, que as respeitam, que as conhecem, que as entendem, esses ganharam e ganharão sempre que quiserem.

Não é preciso ser mais inteligente que o parceiro do lado para ter a capacidade de o entender e de perceber quando ele precisa de um copo de água ou de uma palavra amiga, sem interesse particular, sem arrogância, sem necessidade de mostrar o peito ou de estar preparado para cobrar.

Só espero, Martelo, que saibas aproveitar a água do Alqueva, de modo a que ela não sirva só para os campos de golfe.

Martelo, dá um abraço ao Alentejo inteiro e nele as pessoas boas, pois estas entendem as políticas do governo, bastando apenas gostar do candidato.

11.10.05

Eleições II

E não falaram de Avis!

Mas, como toda a gente sabia e ninguém duvidava, a festa girou à volta de Felgueiras, de Gondomar, de Oeiras como se tratasse de um acontecimento extraordinário.

Depois lá veio Lisboa e Sintra e um pouquinho de Amarante…não sei para celebrar o quê, se os que já lá estavam lá ficaram.

Mas festa é assim mesmo.

Dei por mim a pensar que o ouvido ao longo da noite da contagem dos votos foi rigorosamente o já ouvido em eleições anteriores, só que os artistas e os respectivos azimutes eram diferentes.

Era de gravar o que se disse, para um dia mais tarde recordar na próxima noite de eleições autárquicas…

Foi no canal público de tv que foi lançada uma nova classe de comentadores, com a mesma linguagem, com a mesma orientação, com os mesmos dizeres, sem nada de novo e sem aportar qualquer mais-valia para o esclarecimento e entendimento do que se passou: os “politólogos/as”.

A grande tirada da noite foi de um politólogo: “… em Lisboa resta saber se a Maria José Nogueira Pinto vai ser eleita vereadora…”.

Claro que faltava!!! Àquela hora também eu ainda não sabia!!!

10.10.05

Eleições II

Foi o que eu esperava…

Porto, Lisboa, Sintra… mas também Felgueiras, Gondomar, Oeiras e Amarante…

Depois, Aveiro, Santarém, Leiria, etc…

Ninguém se lembrou de Avis, onde tudo se tornou mais na mesma, de Amadora, aqui tão e um pouco mais longe Vila Franca de Xira, mas falou-se do Barreiro, de Alcochete, de Peniche, etc., etc...

Pois claro!

O Primeiro tem que estar com as orelhas a arder não tanto pela dimensão dos resultados nem pela sua qualidade, mas principalmente porque os seus candidatos o deixaram muito mal visto.

Que se cuide e aprenda a lição, não para as próximas, mas para as outras.

É que, de imediato, o mal já está feito.

De qualquer modo, o desastre não foi assim tão grande!!!

Governar apenas quatro câmaras menos… não pode considerar-se uma derrota esmagadora e absoluta. Contudo, deve reconhecer-se que Faro não vale Aveiro e Santarém!!!

Qualquer dia há mais e eu vou ver e ouvir os mesmos comentadores e talvez mais alguns politólogos a repetirem tudo, eventualmente a referirem-se a coisas diferentes.

Alguns dirão…”onde e quando é que eu já ouvi isto”?




Eleições I

Pronto. Aí está.

Os políticos, os comentadores, os jornalistas, os mentores, os fazedores, os canais de TV, as rádios, os jornais e tudo o mais embrulhem os resultados eleitorais em Gondomar, em Felgueiras, em Oeiras e até em Leiria e façam deles o que muito bem entenderem.

Mas não venham agora dizer que os homens e as mulheres que ali votaram são diferentes dos que votaram em Lisboa, em Sintra, no Porto, em Aveiro, etc…

Venham agora as explicações políticas e sociais por parte dos analistas e dos “politólogos” (li este termo em rodapé de um canal de TV para classificar um comentador, mas o dicionário não conhece) que tanto falaram e comentaram antes e durante a campanha eleitoral.

Aguardo as explicações para o que aconteceu nestas eleições, como se   tudo não tivesse sido tão previsível, com excepção de uma meia dúzia de casos, que não representam mais que a confirmação da regra.

Também aguardo com alguma curiosidade os efeitos nas máquinas dos partidos políticos dos resultados destas eleições e assumam de vez a responsabilidade no processo com resultados práticos e não a mera lamentação, como vem sendo hábito.

Isso já sabemos…venha o resto.





8.10.05

A Reflexão

A esta hora do dia oito de outubro de dois mil e cinco, ainda estamos “em reflexão”, eufemismo que tende a significar em português que estamos na véspera de umas eleições.

Desta vez de eleições para os órgãos das autarquias, estruturas que representam, para alguns, a maior das conquistas do vinte e cinco de Abril, isto é, o poder local.

Amanhã vou certificar-me se os comentadores habituais das jornadas eleitorais vai continuar a afirmar que o “Povo” sabe o que quer e o que o Povo sabe é o que é bom para o País. (Se votar no mesmo partido em que eu votei…).

Amanhã vou estar atento para às notícias de abertura dos noticiários e dos jornais informativos das rádios e das televisões para constatar que o mais importante está em Amarante, Gondomar, Felgueiras e Oeiras e ninguém se vai lembrar de dados os resultados eleitorais do concelho de Avis…

Amanhã os donos da verdade vão dizer que o “Povo” tem sempre razão, mas…

Talvez a “Democracia” ainda seja um mal menor…

  

Engraçado

Este País é mesmo engraçado!

Há bem pouco tempo era um "sururu" permanente: jornais, rádios, televisões, nas ruas, nas avenidas, nas praças, nos cafés, de manhã, ao meio-dia, à tardinha, à noite e pela noite fora toda a minha gente falava, comentava, opinava, estava a favor, estava contra, era bom, era mau, era péssima, era óptimo… o Aeroporto da Ota!!!

Bem…Há quanto tempo não se ouve falar de tal coisa?

E não se fala de tal coisa não porque já esteja construído, ou porque já foi iniciada a construção: que eu saiba nem ocorreu a festa do lançamento da primeira pedra nem tampouco a da sua inauguração.

A agravar isto, recentemente foi anunciado que não só seria construído o aeroporto na Ota como ainda Lisboa teria mais um para servir especificamente as companhias de baixo custo (eles disseram em inglês para parecer mais técnico e mais intelectual e também mais “in”…).

E nada. Quem antes tanto tinha falado, agora ficou-se mudo…

Porquê?


5.10.05

Feriado

Já há muito tempo que não ia ali, para os lados de Belém.

Aproveitei este dia, de simbologia marcadamente republicana, para apreciar esta bela paisagem lisboeta: monumentos, clássicos e modernos, museus, jardins, relva, restaurantes e pessoas, muitas pessoas, umas lisboetas, outras apenas portuguesas e muitas outras que falavam estrangeiro.

Gostei de ver as pessoas a passear, as pessoas a comer nos bancos dos jardins, as crianças a brincar, a correr e a saltar e até uns rapazes e umas raparigas a fazer nem sei bem o quê.

Procurei o Planetário… estava fechado!!!

Olhei para o Museu da Marinha…estava fechado!!!

Fui para o restaurante…

Mas hoje é quarta-feira! Mas hoje é feriado nacional! Mas hoje é dia da República! Mas hoje há montanhas de pessoas na rua, nos jardins, nos passeios, à porta dos museus… mas estes estão fechados.

Ao menos, a fonte tinha água… muito embora os jardins circundantes estejam uma lástima…!!!

Será, que um dia, ainda vamos ter uma câmara que preste alguma atenção a tudo isto?!!!

4.10.05

O banco

Os diversos canais de tv (públicos e privados) têm um ou mais programas sobre desporto, isto é, sobre futebol.

O que nós não aprendemos se estivermos com a devida atenção a um desses programas…a profundidade da análise, tantas vezes atingindo elevados níveis científicos e utilizando palavras caras e ditos filosóficos; a observação independente e insuspeita dos comentadores sobre o que aconteceu no decorrer da acção; a ausência de dúvidas depois de rever indefinidamente uma determinada situação de jogo; enfim, a justiça do julgamento depois de utilizados atenta e habilmente os meios audiovisuais.

Atrevo-me a pensar que os treinadores das diversas equipas deveriam dirigir as respectivas equipas a partir da central, devidamente acompanhados por todos os comentadores, altamente especialistas e especializados por muitos anos de observação do fenómeno desportivo, isto é, do futebol.

Mais ricos ficamos ainda se os comentadores também são especialistas em política, pois estarão mais bem apetrechados para governar do que aqueles que, por hábito de ofício, estão sentados no banco…

Mudem-se os treinadores, mudem-se os jogadores, mudem-se os dirigentes, mudem-se todos os técnicos de todas as equipas…

No fim da competição os primeiros lugares serão ocupados pelos do costume, embora a posição de cada um nem sempre seja a mesma, o que vem confirmar, também aqui, a teoria da alternância política.

E isto, independentemente da verdade verdadeira dos comentadores desportivos, isto é, dos comentadores da bola que podemos ver e ouvir nos nossos canais de tv.

3.10.05

Os espertos

Num daqueles programas de inteligentes para inteligentes, dizia um especialista em ciência política, assim foi apresentado em rodapé, que o primeiro ainda não sabia que não podia governar. Pareceu-me ser esta a afirmação, muito embora admita deficiência de interpretação.

Perante afirmações como esta, ficamos sem saber se o primeiro não sabia que não sabia governar, que não queria governar, mas… que não podia governar?

Então isto agora já se põe nestes termos: que não se pode governar?

Esta fez-me lembrar aquela coisa que se conta do historiador romano a propósito dos lusitanos: “…lá para a parte mais ocidental da Ibérica existe um povo que não se governa nem se deixa governar…”

A afirmação do especialista em ciência política poderia levar o pessoal a conclusões um tanto ou quanto perigosas: se não se pode governar em democracia, então a ditadura vem mesmo a propósito…ou então governar fora do governo a partir dos tais programas que divulgam ciência política com os especialistas sempre prontos a ensinar a pensar, a influenciar, a dominar, a controlar, mas nunca a fazer e a apresentar alternativas viáveis.

Desfrutando da comodidade do meu lugar na bancada, ganho todos os jogos logo nos primeiros quinze minutos… Nos restantes, gozo o panorama e rio-me dos agentes…

1.10.05

A Remodelação

Pronto. Aí está!

Vi, pela primeira vez, um título num jornal a falar de uma remodelação do Governo. Agora, é continuar até que a remodelação se verifique.

Quando tal acontecer, constatar-se-á que a imprensa acertou em cheio ao prever com a devida antecedência uma remodelação.

Qual é o ministro, os ministros, o secretário de estado e os secretários de estado sujeitos da remodelação?

Não interessa muito para o caso; o que importa é haver remodelação para que não se possa afirmar que a imprensa só vive da especulação.

De tal modo não é verdade, que um dia, mais tarde ou mais cedo, haverá uma remodelação.

Até o primeiro zela para que a imprensa não seja vista como a má da fita.

Também eu estou convencido de que vai haver uma remodelação; mas quando?

Parece que há por aí umas empresas públicas que aguardam por uns remodelados.

29.9.05

O Preço

Ainda uma nota sobre os medicamentos.

Quem me poderá explicar o que se passa com o preço dos medicamentos?

Ouço o ministro e não entendo; ouço o patrão das farmácias e não acredito.

Se temos os preços mais caros da EU, terá que haver uma razão para tal, mas qual?

Será que o Governo garante uma determinada margem de lucro à indústria e à comercialização? Em que actividade económica se verifica situação semelhante?

Será que os consumidores de medicamentos, normalmente por necessidade, não têm o direito de serem esclarecidos sobre esta realidade e serem poupados ao lamentável espectáculo, que nos é dado pelo ministro e pelo patrão das farmácias?

Tenham pena de nós, consumidores de medicamentos contra a nossa vontade!!!

Monopólio?

Ontem, o canal público de televisão dedicou um serão ao medicamento.

O ponto fundamental era saber se os medicamentos ficaram mais baratos ou mais caros.

Não vi e não ouvir todo o programa, porque já não tenho paciência para o discurso político e para o discurso demagógico.

Como não podia deixar de ser, estava presente o inefável presidente da estrutura associativa das farmácias e o ministro arrogante que tudo sabe.

Ao fim e ao cabo, ainda era possível tirar uma conclusão sobre o problema: os direitos dos consumidores de medicamentos são assegurados não pelo Estado, mas, imagine-se…!!!, pelas farmácias e pela respectiva associação.

O homem apresenta-se com esta cara de pau, desde que lembro.., talvez desde o final da década de setenta. É, nem mais nem menos, o defensor dos oprimidos, dos desgraçados e também dos doentes que consomem medicamentos.

Diga-se, muito caros, porque o ministro mantém os preços de referência.

Continuo a esperar por um Governo que seja capaz de quebrar a espinha à estrutura associativa das farmácias, tomando uma única medida: permitir que qualquer pessoa, particular ou colectiva, possa abrir uma farmácia na rua ou no beco, que muito bem entender.

Afinal, onde está a economia de mercado?

O que é preciso acontecer, para que isto seja considerado um monopólio? (JBF-270905)



Porquê

Não entende a insistência de alguns jornalistas na aplicação de sanções disciplinares a Manuel Alegre por se candidatar a Presidente da República, quando o seu partido já declarou apoio a outro candidato.

Já foi dito, por diversas vezes, que nestas circunstâncias não há lugar a sanções de qualquer espécie.

Porquê a insistência? Falta de imaginação? Fixação no candidato?, Criar dificuldades ao tal partido? Ainda merece isso por parte da comunicação social.

Há tanta coisa por aí a justificar umas imagens, umas linhas, uns sons, mas o importante parece ser a inépcia dos socialistas na aplicação de sanções disciplinares ao candidato.

Já agora, que sanção sugerem? (JBF-260905)

É Fartar...

Ontem, os militares e respectivas, hoje os agentes de autoridade de todos os tipos, amanhã os homens da justiça!!!

Não me tinha ocorrido… Mas como é possível haver greve dos homens que exercem o poder judicial?

Que se lembrem os deputados de fazer a mesma coisa…

Que se lembre o Presidente da República de fazer greve também!!!

Entraríamos no sistema do anarquismo puro. Talvez até fosse uma coisa boa.

Não nos vamos esquecer… mais uns dias e teremos os enfermeiros, depois os médicos e de seguida os professores…

Quem restará na AP para fazer greve? (JBF-230905)

28.9.05

Claro!!!

Nunca tinha visto tantos juntos, muito embora à civil e mereceram uns tantos segundos nas tvs.

Espero que apareçam, onde e quando fizerem falta.

Mas o acontecimento ocorre mais lá para o norte, onde em pouco mais de vinte quatro horas a campanha apareceu na rua. Assim é que se trabalha ou se prevê ou se planeia, como vos aprouver.

É ver os cara de pau!!!

No dia dez do mês que há-de vir, haverá uma oportunidade para uma grande gargalhada. (JBF-220905)

A Histeria

A mulher chegou, a bomba explodiu e a histeria nasceu. O Governo foi à Assembleia da República, mas o que tem o povo a ver com isso? Os militares e ou respectivas fizeram uma manifestação? E depois…? O furacão tomava a direcção de Felgueiras, pelo que importava a tomada de posições. Os dispositivos adequados instalaram-se no aeroporto, na rua da PJ, na A1, em Felgueiras, no Tribunal de Felgueiras, nas ruas de Felgueiras, nos cafés de Felgueiras… Ouviram-se as perguntas do tipo “como se sente depois do regresso da mulher”, ou “está contra ou a favor”. Pelo menos durante as próximas quarenta e oito horas a histeria dos microfones, dos microfones e das câmaras, das esferográficas, dos gravadores e dos telemóveis vai encher os nossos dias. Melhor do que isto? Só a vitória… (JBF-210905)

Ainda não jantei

Uma criança que brinca...

Uma campainha que toca...

Mas... ainda não jantei!!!

Não. Não é nada disso...
São os teus pais, que chegam.
Hoje, jantamos todos juntos.
(JBF-20092005)