27.10.21

E agora?

 Aí está: o chumbo do Orçamento de Estado para 2022!!!
Quem esperava o contrário estava a ver miragens e esperava que no último segundo lá estaria um determinado número de votos que permitisse passar à próxima etapa, isto é, a discussão na especialidade.  
Os dados estavam lançados, as declarações partidárias estavam feitas e só as especulações dos jornalistas e dos comentadores, manipulados pelas acções com origem em belém, permitiam desenhar outros cenários.
A única coisa curiosa que eu ouvi durante este debate, embora apenas um terço da sua duração total, foi a constatação de ser criticado por ser demasiado à esquerda e por ser demasiado à direita.
Equidistante destas duas posições o proponente, que saiu derrotado.
Para mim não haverá qualquer inconveniente em novas eleições, dado que a minha pensão não será aumentada e os impostos serão iguais aos de todos os outros; tenho votado sempre e em todas as circunstâncias e nas próximas se não estiver totalmente impedido lá estarei.
Para alguns haverá alegrias, para outros haverá tristezas.
Contudo haverá um determinado número de pessoas, quase todas bem colocadas na vida, para as quais esta situação só traz benefícios: comentadores políticos e jornalistas estarão nas suas sete quintas dadas as oportunidades de ganhar umas guitas razoáveis com comentários e reportagens sobre tudo o que vai acontecer antes, durante e depois das eleições legislativas, contando ainda com o tempo da formação do governo, da elaboração de uma proposta de orçamento e da respectiva discussão na assembleia.
De modo que há muita coisa para analisar e comentar, mesmo que a grande maioria dos comentários e das análises se baseiem nas suposições e especulações dos jornalistas e dos comentadores...
A culpa???
É do POVO...!!!


21.10.21

A Injustiça

 Foi uma injustiça muito injusta o que as televisões fizeram ao presidente da segunda maior cidade do país e a mais importante logo a seguir à primeira.
Esperava-se que, depois daquele espectáculo estratosférico que envolveu a tomada de posse do presidente eleito da câmara da capital e da primeira e mais importante cidade do país muito para lá da importância real da segunda maior cidade, houvesse umas imagens em directo do acto semelhante do presidente da câmara municipal lá do norte.
Não sei se foi por esquecimento ou por má vontade, a verdade é que o este meteu no bolso o aquele, quando deveria ser ao contrário, porque o lugar natural de um é mesmo no ... e o do outro só pode ser no alto da torre dos clérigos... pelo que as televisões entenderam que um merecia e o outro não merecia, devido tão só e apenas a critérios jornalísticos...
Seja como for, é preciso ter em conta que na capital tratava-se do primeiro mandado conquistado a ferro e fogo, isto é, contra tudo e contra todos e lá no norte já lá vão não sei quantos, pelo que a festa podia limitar-se ao salão nobre da câmara, sem necessitar de fechar a avenida dos aliados à semelhança do que aconteceu com a praça do município da capital.
Por outro lado, tenha-se na de vida conta, que lá no norte cheira a independência dos poderes dos partidos e aqui na capital estava a fina flor da idade média, do renascimento, do século das luzes, da época contemporânea com algumas mostras de  modernismo...
Pensem agora como seria possível fazer deslocar à segunda maior e mais importante cidade do país nem que apenas metade das altíssimas individualidades que estiveram presentes na capital...!
A verdade é que a segunda maior e mais importante cidade do país não tinha, não tem nem nunca terá a capacidade, a possibilidade, a disponibilidade para sentar com toda a dignidade as estrelas mais brilhantes do firmamento da república portuguesa...
Pelo que.

16.10.21

A Glória

 Tenho andado a perguntar-me de quem será a glória por acertar no desfecho da crise orçamental.
Não tenho certezas nem absolutas nem relativas, porque as absolutas são dos comentadores e dos jornalistas e de alguns políticos e as relativas serão de todos aqueles que se querem resguardar para fazer os prognósticos depois da votação... 
Mas tenho a certeza absoluta que a glória está reservada para mim tão só porque me estou verdadeiramente nas tintas para o desfecho da crise orçamental: se o desfecho for aprovação do orçamento tudo bem uma vez que vou deixar de ouvir por uns tempos esta gritaria diária de jornalistas e de comentadores e de alguns dirigentes políticos que se aproveitam de todas as oportunidades para se fazerem ouvir; se o desfecho for o chumbo do orçamento fico muito contente e satisfeito por dois motivos: vou ter a oportunidade de ir votar outra vez e ver novas caras a proferir os mesmos bitaites que agora são proferidos por todos.
Eu sei que em qualquer da situações haverá para alguns choros e lamentações porque ainda não é chegada a hora do seu tacho ou tachinho que sempre dará muito jeito por uns tempos e para outros uma alegria reservada por se manter a situação, porque isto de alternativas democráticas no que se refere a "boys" e  "job" não têm pressa de acontecer...
Estou verdadeiramente satisfeito com o desenrolar dos acontecimentos, pois tenho notado que a maioria dos comentadores e jornalistas fundamentam as suas afirmações no famoso e sempre presente "se"... sen se atreverem a afirmar um resultado como se este, seja qual for, queimasse a garganta...
Outros valem-se do "se" para se questionarem ou para perguntarem o que vai ser o mais favorecido pelo chumbo... o que não deixa de ser curioso, uma vez que a pergunta deveria incidir fundamentalmente sobre quem será mais prejudicado, sendo certo que poucos pensam que o mais prejudicado seria... 
Não sou comentador, nem jornalista, nem político, nem governante, nem presidente... pelo que gozo de liberdade de omitir os meus bitaites...
 


15.10.21

O Chumbo

 É um "ego" maior que o mundo.
Maior que o mundo? Não!!! Maior que o Universo e arredores.
Não faço a mínima ideia do "viagra" utilizado que possa justificar a sua fantástica resistência.
Aparece em todos os lados não havendo convite que seja rejeitado seja para uma festa, seja para uma homenagem, seja para uma reunião, nacional, internacional e até mundial, etc.
Sempre pronto para mandar umas setas para tudo que se movimente.
Discursa sobre tudo e sobre mais alguma coisa nunca deixando que alguém ou alguma coisa fique sem o seu quinhão de contentamento, embora nunca o tenha ouvido a pronunciar-se sobre o processo de reprodução das lesmas e dos caracóis... mas com o tempo lá chegaremos...
Nunca faltou tempo para coisa alguma.
Agora deliberou que chegara a hora de lançar o caos nesta pátria desgraçada a cargo com graves problemas de todas as naturezas, sendo que o objectivo se centrava em pôr na ordem do dia a discussão sobre o  chumbo do orçamento e as eleições antecipadas.
Vai daí jornalistas, jornalistas/jornalistas, comentadores, comentadores/ comentadores, comentadores/jornalistas, políticos amadores e políticos profissionais, altas figuras dos partidos e do governo reagiram de imediato, qual reflexo condicionado, instalando uma crise que ninguém sabe se é real ou se é fictícia.
Toda a minha gente não quer eleições antecipadas, mas todos parecem querer votar contra o orçamento, porque é um orçamento que não presta...
Uns porque sim, outros porque talvez, outros ainda que não, porque... não.
As coisas estão assim: o caos está instalado, pois todos querem e todos não querem.
No meio desta tragédia a serenidade, a moral, a ética, a credibilidade, a estabilidade, o desenrolar e o fim da tragédia deslocam-se ali para os lados de Belém.
Por uma razão apenas: está ali o antídoto...
A glória!!!

13.9.21

A Feira das Cebolas

 Aqui no Alentejo profundo acontecem coisas curiosas.
Na sexta-feira passada vi na televisão um anúncio da feira das cebolas em Portalegre que decorreria no dia 11 e 12 de Setembro.
Como nunca tinha ouvido falar de semelhante feira nem sabendo que em Portalegre se produzia cebolas ao ponto de necessitar de uma feira, na tarde de sábado pelas cinco da tarde chegava a Portalegre para conhecer a dita feira das cebolas.
Imaginando o centro da cidade cheio de carros a ocuparem todos os espaços de estacionamento existentes, procurei deixar a viatura num parque já meu conhecido ali para os lados do topo norte do estádio municipal fazendo depois o trajecto a pé para ir observando o pessoal carregado com sacos cheios de cebolas. Chegado à avenida alexandre herculano fui constatando muitos espaços de estacionamentos livres e gente era coisa que não se via.
Lá fui descendo e entrando na avenida da liberdade continuei a não ver o pessoal carregado de sacos de cebolas e até espaços de estacionamento à esperea de carros de clientes...
Como não se via sinal da feira das cebolas lá perguntei a um casal que passava pela feira das cebolas...
Resposta pronta e sem exitações: é ali mais acima onde estão umas barraquinhas, mas ainda não há nada.
Um pouco mais acima tendo por vista o famoso restaurante O Tarro lá estavam cinco ou seis barraquinhas, com mesas, certamente à espera... mas cebolas...
Quando saía de Portalegre de regresso à aldeia tive a oportunidade de ouvir as notícias da Rádio Portalegre, desvendando o mistério: a respectiva Câmara Municipal tinha anulado todos os eventos devido ao luto nacional pela morte do Presidente Jorge Sampaio.
Contudo, a corrida de touros anunciada para essa mesma tarde a realizar em Portalegre não era anulada...
A iniciativa pública pode parar, a iniciativa privada não pode parar...
O Presidente Jorge Sampaio deverá ter adorado...

10.9.21

O Presidente

 Tive a honra de entrar para a vereação da Câmara Municipal de Lisboa no dia em que o Presidente Jorge Sampaio apresentava a sua demissão para iniciar o processo da sua candidatura a Presidente da República.
Quando os generais se cortaram e não quiseram avançar, foi ele, intrépido mas sereno e confiante, a dar o primeiro passo que lhe abriria todas as autoestradas até à Presidência da República, cuja cadeira ocupou durante dois mandatos.
Hoje deixou-nos.
Que continue a exercer a sua magistratura de influência...
Nós precisamos, Presidente.
Paz Eterna.
 


15.8.21

Um mimo

 Durante as transmissões televisivas de qualquer desporto e quando os comentários nada adiantam sobre o desenrolar da competição e se reduzem a lugares comuns ou quando a conversa não tem motivos de interesse e nada adianta ao meu conhecimento, utilizo a prerrogativa da posse do comando que se limita a cortar-lhes o pio e ouvir o silêncio das imagens.
Isto sucede com frequência pelo que, de vez em quando ou de quando em vez, tenho a oportunidade de ser presenteado com mimos que me deixam de boca aberta enquanto não decifro o respectivo código.
Foi o caso de ontem que me proporcionou o comentador jornalista da rtp ao referir que a etapa estava a ser corrida baixo um "calor sobrenatural"...
Fiquei a matutar sobre o eventual significado da dita expressão "calor sobrenatural" não conseguindo imaginar o que se queria dizer com tal coisa...
Será que as chamas do inferno podem ser consideradas "calor sobrenatural", mesmo desculpando o que vulgarmente se entende como "sobrenatural"?
Será que lá no assento etéreo onde se sentam os nossos antepassados e onde todos nós nos sentaremos em devido tempo o calor é "sobrenatural" e não natural adequado à situação de paz eterna com a protecção dos anjos e dos arcanjos...?
Mas não tudo..
Ontem, quando os ciclistas estavam prestes a iniciar a subida do monte farinha no auge da emoção desportiva propiciada pelo envolvimento na corrida o tal comentador jornalista da rtp atira aos quatro ventos uma outra expressão com a qual eu fiquei literalmente "banzado?": uma "subida vertiginosa"...
Santa Maria Nossas Senhora da Graça: se fosse ao contrário, isto é, se fosse a descer eu teria entendido perfeitamente o significado subjacente à expressão "descida vertiginosa" porque a velocidade sereia mais que muita, próxima da velocidade da luz.. mas considerar "vertiginosa" uma velocidade a rondar os vinte quilómetros por hora nem com muito boa vontade...
São os mimos do directo...
Bendita a língua que tais desditas permite... e ainda por cima na "nossa rtp" e no "serviço público" de televisão...

13.8.21

Também

 Para quem não tem tempo, ou melhor, para quem tem o tempo todo ocupado nada restando para qualquer outra coisa, arranjar uns minutos para escrever umas quantas linhas a propósito do que quer que seja, é uma aventura dos diabos. 
É o que sucede comigo: o meu tempo é totalmente ocupado em nada fazer a não o que tenho de fazer para responder à vida que me deram e perante a qual tenho que responder convenientemente. Isto é, conservá-la pelo tempo que me for dado.
Contudo, de vez em quando, um amigo meu dizia sempre " de quando em vez ", e quando assumo o comando do comando deparo-me com coisas que me chamam a atenção e pedem-me umas palavras.
Não daquelas palavras pedidas pelos jornalistas de microfone tipo "como se sente" depois uma vitória do benfica, mas umas palavras escritas a condizer com o tema e que venham a propósito.
Estava eu ocupando o meu tempo vendo e ouvindo a transmissão da volta ciclista a Portugal e a volta à Dinamarca na mesma modalidade.
Ouvindo o comentador ex-ciclista da rtp e o seu ajudante interlocutor jornalista a atirarem-me para os ouvidos a palavra "também" a propósito e a despropósito com uma frequência tal que feria os meus ouvidos, lembrei-me de escutar o comentador do "eurosport" para comparar a frequência do "também".
Conclusão: durante aqueles longos minutos da minha observação a tal palavra nunca  foi ouvida lá para as bandas da Dinamarca enquanto que lá no alto da serra do larouco as vezes eram mais que muitas.
Será que aquele pessoal não se dá conta que a coisa ofende as mais elementares regras gramaticais para além de darem uma estranha sonorização à frase que lhes deveria chamar a atenção.
Porque uma coisa é dizer "eu também gosto da coisa" e outra é "eu gosto também da coisa"!!!
Dito "eu também gosto da coisa" significa pura e simplesmente que eu gosto da coisa e dito " eu gosto também da coisa" dá-me a entender que eu gosto de mais qualquer coisa... sendo que num caso o importante é o verbo e no outro a coisa...
Ao fim e ao cabo, não deixa de ser verdade...
Mas há verbos, advérbios, adjectivos, substantivos, pronomes e etc. com a sua função específica e objectiva
Também... para os comentadores e jornalistas...


10.6.21

Era suposto

 Era suposto...
Para a maioria das pessoas deste mundo era suposto que o telejornal do horário nobre de canal de televisão cá do burgo abrisse com o devido e merecido realce das comemorações do Dia de Portugal de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Era suposto que tal acontecesse para o pessoal normal, para todos aqueles que não foram bafejados pela sorte da inteligência superior e se ficam por ser e parecer como parecem e são o comum dos mortais.
Mas estas suposições não se aplicam àquela meia dúzia de seres superiores que se fazem passar por servir os portugueses através da prática do "serviço público de televisão".
Assim os fazedores do serviço público de televisão entenderam presentear os portugueses, que acreditam no serviço público de televisão e não aceitam de bom grado a existência de canais concorrentes, embora os admitam e os considerem, com o "crime" do medina e as suas circunstâncias como abertura do telejornal do horário nobre apresentado pelo pisca olhos a partir do Funchal, aproveitando a oportunidade de estar presente nas comemorações do Dia de Portugal de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Já estava a ficar um tanto ou quanto aborrecido com os trejeitos da cara do apresentador/entrevistador/jornalista já muito próximo de um orgasmo de serviço público com a duração de vinte e oito minutos dedicados ao "crime" do medina o que me me impeliu a desligar a televisão e sair para a minha caminhada pós jantar.
Não sei quanto tempo o serviço público de televisão dedicou às comemorações do Dia de Portugal de Camões e das Comunidades Portuguesas...
Lembrei-me que durante o dia tinha ouvido por diversas vezes algumas declarações dos "leaders" dos partidos políticos nos diversos canais de televisão incluindo o do serviço público.
Querem saber que ao ouvir a entrevista com o medina pareceu-me não haver qualquer diferenças entre as perguntas do apresentador/entrevistador/jornalista das observações e das afirmações proferidas pelas dirigentes partidos ouvidos!!!
Fiquei esclarecido: serviço público de televisão? 
Não brinquem com o pessoal que anda nisto de boa fé!!!
A grande reforma do serviço público de televisão... para quando?

9.6.21

Foi o pasto

 Nunca acontece nada nesta santa terrinha.
O pessoal vive em paz e pouco ou nada perturba o descanso bem merecido desta gente com as suas situações de vida bem diferenciadas.
Contam-se pelos dedos de uma mão (?) os trabalhadores por conta de outrem.
Pelos dedos todos das mãos e dos pés e mais não sei quantos vivem da sua "grande" reforma...
Depois identificamos uma boa dúzia dos "jovens" agricultores com os seus rebanhos de ovelhas, suporte dos tais subsídios provenientes da tal política agrícola comum.
Durante o dia e ainda por cima um dia de muito calor a pressagiar um "bom" verão não se vê vivalma nas ruas. Se quiseres ver alguém terá que ser logo de manhã ou pela noitinha quando se pode respirar à vontade.
Fora o ruído de fundo das máquinas a pulverizar as oliveiras que aqui também abundam a calma e a tranquilidade fazem desta aldeia um pequeno "paraíso"...
Mas hoje foi um dia diferente!!!
Disseram-me que logo pela manhã passaram por aí uma quantidade de jeep da gnr a buzinar que nem uns danados...
Quando o pessoal se preparava para dormir a sua sesta, porque o tempo já pede, aparecem uns carros de bombeiros com os seus toques castiços e pouco depois a balbúrdia de um helicóptero...

Que se passa para este alvoroço todo, pergunta o Povo...
Nada mais que um incêndio ali para os lados do campo de futebol (não usado) e das piscinas (fechadas) num baldio da junta de freguesia onde abundava o pasto que ainda não tinha sido cortado e enfardado...
Ardeu tudo o que podia arder e nada mais, o que teria sucedido mesmo sem o helicóptero e os bombeiros.
Ao fim de um quarto de hora o pessoal regressou a casa para gozar o resto do dia, feliz e contente por saber que há quem se dedique a garantir a segurança dos outros...

Causas? Origens?

Foi só pasto!!!

30.5.21

Até parece...

 As circunstâncias da pandemia têm sido a causa próxima do meu afastamento da escrita bem como do meu distanciamento de muitas outras coisas da cena portuguesa.
Há muito que deixei de ler jornais portugueses; há já algum tempo que não passo os olhos pelos títulos de alguns jornais espanhóis e raramente olho para as primeiras páginas de jornais e revistas ao nosso dispor nos diversos escaparates existentes por aí fora.
Por outro outro lado, tudo o que me cheira a programas televisivos de informação e de comentário político não tem merecido a minha atenção relegando-os para fora da área dos meus interesses.
A grande maioria das notícias e dos comentários não me suscitam qualquer curiosidade para aprender qualquer coisa de útil para a minha formação e saúde mental, pelo que a "ciência" presente no comentário fica para os comentaristas, todos eles de uma profundidade de pensamento e de análise que me deixam e me causam um profundo cansaço muitas das vezes insuportável.  
Por tudo isto sinto-me sem capacidade para me dedicar à análise de tudo que vai acontecendo por aí, tão só por entender que as minhas capacidades são manifestamente insuficientes para julgar tão dotas opiniões e elevados comentários.
Contudo, fiquei altamente surpreendido pela reacção do presidente ao que se passou naquela reunião do infarmed para tratar das coisas da pandemia. Quis fazer um comentário e fê-lo, mas de tal maneira que não ocultou a sua fúria e o seu mal-estar pelo facto de os cientistas e o governo não seguirem o seu pensamento que ia no sentido de introduzir mais variáveis no tal esquema do quadrado, continuando a manifestar a sua total insatisfação pelo que aconteceu no porto durante o dia da bola europeia.
O pessoal tem que aprender a seguir o pensamento e a vontade do presidente sob pena de tomar conhecimento do seu lado quase sinistro que não perdoa nada nem a njnguém porque ele é o presidente pode dizer tudo a propósito de tudo e todos devem saber isso e mais alguma coisa que ainda não saibam das vontade do presidente.
Sou levado a pensar que a atitude do presidente tem mais a ver com o seu desejo de contentar as gentes de alguns concelhos que se sentem prejudicados pela situação do tal quadrado, pretendendo que a introdução de outras variáveis iria aliviar a sua situação já muito difícil e sem fim à vista, o que tornava o presidente ainda mais "popular" e mais crítico do... e agora até dos cientistas...obviamente.
De toda esta gente, de todos estes comentaristas, de todos estes jornalistas, de  todos estes políticos e até do presidente, que vão passar os próximos dias a desancar no primeiro e no seu governo como os verdadeiros e únicos responsáveis por tudo o que acontecer ontem no porto e por tudo o que vai acontecer nos próximos dias no que respeita ao covid e à saúde pública, digam-me quantos se manifestaram antes e não depois?
Até parece que  "quem não critica, quem concorda ou quem não se manifesta contra não é bom português e não gosta do presidente..."
 


9.3.21

O "Novo" Presidente

 Hoje, dia nove de março de dois mil e vinte e um, tomou posse o "Novo" Presidente da República para levar a cabo o seu segundo mandato.
Segundo os presságios dos especialistas da matéria a coisa não vai ser fácil.
Contudo e à semelhança da República que há cerca quinze dias era a coisa pior do mundo e agora já se encontra nos lugares cimeiros na luta contra o bicho, podemos manifestar alguma confiança e colocar de lado e ultrapassar os desejos (?) de muitos para que isto entre numa espiral de desgraças.

Que os deuses o protejam e que lhe mostrem sempre o bom caminho ao serviço da NAÇÂO.
 


9.2.21

O bloqueio

 Sempre que me sento na frente do computador para tentar deixar as minhas impressões sobre o desenrolar da pandemia do covid19 sinto um formigueiro nos dedos, que me causa um mal-estar na cabeça dando origem a uma dor difusa quase impossível de localizar e que se torna praticamente incapacitante de um mínimo de produtividade.
Tenho pensado por diversas vezes que estes sintomas devem ter uma causa que ainda não consegui identificar totalmente, mas que não deixam de me orientar nalgumas direcções com alguma probabilidade de estarem certas.
Ando verdadeiramente cansado de receber tanta informação sobre o tema proveniente dos diversos canais de televisão, com prevalência dos programas de informação, de comentários e com especial afinco dos telejornais e quejandos, pois que  estou alheio ao que circula nas ditas "redes sociais", sem qualquer excepção.
Fico abismado com tanta informação, tanta ciência, tanta certeza, tanta desgraça, tanta pobreza, tanta miséria, tanta incompetência, tanta ausência de bom senso, tanta falta de tacto político, tanta devoção à cacetada, tanto interesse pelo pormenor,  tanta apetência pela importante, tanto desejo pela desgraça.
Com tudo isto a toda a hora e a todos os dias em todos os canais de televisão a revelar os grandes cientistas comentadores, os grandes políticos especialistas, os grandes jornalistas comentadores e cientistas a debitarem por todos os poros a sua ciência crítica sobre os mais ínfimos pormenores da pandemia e da actuação do virus, não tenho outra hipótese que não seja estar calado e orientar-me para outro lado, nem que seja para ouvir as lamúrias dos treinadores de futebol antes e depois de  cada um dos jogos não ganhos.
Fico ainda a imaginar que esta sociedade ou este sistema de governo já não tem remédio e só lhe resta apresentar-se ao universo e assumir e confessar que não tem  capacidade de levar para os postos e cargos de gestão e de decisão da coisa pública os bons e os competentes e só ser capaz de contratar ou de escolher todos aqueles que não entendem coisa alguma do que é necessário fazer para tratar e resolver um problema.
Agora que se fala tanto da cooperação entre o sector público e o sector privado parece-me que não seria de todo errado haver uma troca entre os agentes em jogo: os bons e os competentes seriam "emprestados" ao sector público, enquanto os maus e os incompetentes, que inundam o sector público, seriam colocados em teletrabalho com a missão de não incomodar quem ainda não foi tomado pelo virus...
Que fazer de todos aqueles que botam faladura nos diversos canais de televisão com deslocações aos diversos estúdios que não estão localizados num mesmo centro comercial para debitarem as mesmas sentenças?
Ai virus!!! Que és muito injusto...

28.1.21

O ponto negro

 É assim mesmo: 
Temos um mundo a nossos pés;
Temos um universo para contemplar;
Temos uma terra para viver; 
Temos uma vida para salvar;
Um amigo para visitar;
Temos um amor para dar;
Temos uma paixão para oferecer...
 
Temos tudo para ainda sermos felizes no meio desta tragédia toda... 
 
E no entanto:
Não há cientista, 
Não há  virulogista, 
Não há epidemiologista,
Não há intensivista,
Não há político, 
Não há comentador,
Não há analista, 
Não há jornalista...
 
Que não veja apenas o ponto negro da folha de papel com milhões de pontos brancos...!!!
 


26.1.21

E aqui...

Acabo de ter conhecimento que foi dada como terminada a instalação do cabo submarino de telecomunicações entre a Madeira e o Continente com uma capacidade de 30 tetarabytes por segundo numa distância de mil e não sei quantos quilómetros. Uma maravilha!!!
E aqui... a cerca de cento e setenta quilómetros de Lisboa não tenho fibra óptica, as redes de telemóvel são uma porcaria e a televisão digital apesar de funcionar bem limita-se a uns míseros sete canais...
É este o Alentejo que deixou de ser vermelho para passar a ser conotado com a extrema direita do arco iris da política partidária. 
Digam o que disserem porque quem cá vive e quem cá sofre de todas as carência e de mais algumas parece ter toda a razão para berrar a altos berros que esta coisa não está bem e que a revolta é absolutamente necessária para que não digam que aqui só há carneiros mansos, que pouco se importam com o esquecimento a que são votados.
Dirão alguns que uma coisa não tem a ver com a outra e a mudança de côr não vem resolver coisa alguma, uma vez que quem manda continua a mandar e quem pretende mandar quando mandar fará praticamente a mesma coisa , uma vez que tudo isto é treta  para mudar alguma coisa.
Mas mesmo nada aconteça pouco se perde em tentar emendar alguma coisa e não ficar à espera que alguém se lembre que aqui nesta aldeia os esgotos ainda correm a céu aberto, quando se tem ali quase uma lado uma central de tratamento de lixo que serve um vasto território que ultrapassa em muito as fronteiras do norte alentejano.
E ainda ninguém se lembrou de levantar o problema do abastecimento de água a esta aldeia: praticamente todo o concelho de Avis está abastecido pelo sistema das águas do norte alentejano com origem nas barragens de Póvoa e Meadas e Apartadura (?), enquanto que aqui a água consumida provém de um furo a cerca de 500 metros dos limites urbanos da freguesia, furo rodeado de vinhas e de olivais de produção intensiva...
Contudo, o preço da água captada a cerca de quinhentos metros dos locais de consumo  é igual ao preço da água captada a cerca de cem quilómetros...
 
PS. Para a mudança de côr nem isto foi preciso... Mas vou continuar a ser alentejano!!!
 

25.1.21

Será que vais?

 Já estavas a esquecer os tempos em que os teus passavam temporadas em Caxias, em Peniche, em São Julião...
Já estavas a esquecer os tempos em que os teus olhavam constantemente para trás, para a frente e para o lado para ver se o cacetete andava no ar...
Já estavas a esquecer os tempos em que os teus labutavam de sol a sol, à chuva, ao vento e ao sol de verão com uma açorda no bucho e a cabeça de uma sardinha... 
Já estavas a esquecer os tempos em que os teus pretenderam tomar conta da terra sagrada...
Já estavas a esquecer os tempos em que os teus foram escorraçados e afastados dos seus projectos utópicos...
Já estavas a esquecer os tempos em que os teus só viam o vermelho por todo o lado...

Agora passou-te pela cabeça tentar experimentar outras coisas, perspectivar novas aventuras, trilhar novos caminhos...
Tudo bem.
Mas tem cuidado porque agora a coisa chia mais fino, os tempos são outros e nem tudo é o que parece ser e a promessa é igual ao vento que sopra: fácil muito fácil de fazer, difícil muito difícil de cumprir...
Já experimentaste tudo.
Podes experimentar mais esta.

Será que um dia vais...?...


Para onde vais?

Não sei bem, mas aqui na aldeia a maioria dos eleitores são reformados, de reformas mínimas e uma minoria deles são "empresários" agrícolas com os seus rebanhos de ovelhas com anéis nas orelhas para poderem receber o respectivo subsídio. Alguns eleitores são empregados camarários e mais uns quantos têm o seu trabalho a tratar do lixo na grande lixeira instalada nos limites do concelho.

Esta realidade poderia levar-nos a pensar que o pessoal estaria longe de se acomodar na sua situação de dependência estatal e alinhar pela segurança de um voto tranquilo e natural, como se o argumento fosse no sentido de reconhecer quem deu e não quem promete dar...

Mas as coisas são como são e ninguém pode duvidar de que o pessoal nunca está satisfeito com o que tem e entende que merece sempre e sempre mais, porque o que tem não corresponde ao seu merecimento que está longe de ver correspondido.
Daí um voto de protesto ou de descontentamento...
Não deixa de ser estranho olhar com atenção para as cores do meu do Alentejo  ao longo do tempo.
Foi vermelho... foi rosa... foi mistura... foi quase arco-iris... e agora é...
O que é que se passou neste alentejo para dar a entender que o caminho a percorrer estará pejado de camisas negras, de mocas, de chicotes para dizer aos mal comportados que nesta terra só têm lugar os portugueses de bem.!!!
É assim mesmo: aqui neste alentejo profundo ainda restam algumas bandeiras vermelhas, totalmente ofuscadas pelas alaranjadas e e com as pretas a pisarem-lhe os calos...
Ao fim e ao cabo esta gente até tem razão: são miseráveis, levam uma vida miserável, a assistência médica é deplorável, as comunicações uma ofensa, a qualidade de vida uma tristeza... enfim tudo isto é uma bosta.
E, contudo, o pessoal colocou em primeiro lugar o homem dos afectos que aqui nunca pôs os pés...


10.1.21

O AMIGO

 Pelas seis horas do dia 10 de Janeiro de dois e vinte e um deixou este  vale de lágrimas o nosso grande amigo Serafim Martinho Faria. 

Que descanse em paz!!!

Era um homem bom. Com ele e ao pé dele não havia tristezas que resistissem à sua capacidade de comunicar com toda gente e proporcionar o ambiente salutar e agradável que muitas vezes fazia esquecer as chatices e os problemas de cada um.

Primeiro foi um fortíssimo avc que o levou para a cama de um hospital tempos bem longos que nunca fizeram esquecer os outros em que a vida era nossa e de nada valia pensar nas desgraças porque não sequer havia oportunidade para tal.

Depois foram longos os tempos de recuperação, de fisioterapia e tudo o que se pensava que lhe devolveria pela menos alguma alegria de viver.

Ainda andámos uns quantos anos a conviver com o Serafim nalguns almoços mensais para conforto de todos nós, desde há um ano adiados por força desta maldita pandemia.

Finalmente as sequelas do primeiro avc começaram a manifestar-se de tal modo que os últimos tempos foram  passados lá longe, longe de todos os que o amavam e o consideravam.

Dado que a vida foi madrasta, que ao menos agora tenha o descanso eterno...!!!

Um dia a gente vê-se...

7.1.21

O Intervalo

 No suposto "debate" com o candidato marcelo o homem resolveu fazer um intervalo à semelhança do que acontecia com os verdadeiros debates sobre o futebol quando se fazia um intervalo para a publicidade. Na verdade, o craque, reduzido a dez chavões, lá moderou as suas interrupções dando mostras de respeitar este candidato, coisa para que se está nas tintas para os outros. Esteve mais cordato e mais moderado e mais respeitador e até parecia um pardalito a pedir um pouco de tréguas aos caçadores que por aí pululam a denegrir a sua imagem.

É da vida, como diria alguém e quem anda à chuva molha-se pelo que não se pode esquecer do chapeuzinho que neste caso é apenas uma pausa.

Isto é bem verdadeiro, dado que retomou os seus modos de palrador e apresentador de vinte e um chavões que são o manual de toda a sua vida política, de dirigente partidário, de candidato e de cidadão, dando mostras que não há nada mais que andar à volta das interrupções, da negação a responder seja ao que for e brandir como única arma os tais vinte e chavões que constituem o corpo da sua ideologia política.

Estes tais vinte e um chavões são ditos em todos os lugares, em todas as situações, em todos os encontros, em todas as entrevistas, em todos os debates pelo craque, que se deve orgulhar de gozar com tanta gente com tão poucas palavras de um léxico que quase cabe em meia folha a4 com letras de tamanho 18!!!

De qualquer modo, não deixa de ter interesse estudar esta figura que é ouvida pelos muitos que não acreditam no que lhes acontece todos os dias: quem não queria pagar menos impostos, quem não queria poder utilizar um carrito tipo porche, quem não queria ter mais dinheiro ao fim do mês...etc. e tal? 

PS: Para lá das eleições presidenciais, estou mesmo a ver que grande parte dos debates se reduz a dar pancada nos governantes e no governo, de tal modo que os moderadores não perdem uma pitada para introduzir  nos debates/entrevistas os temas que podem por em causa o papel e a acção governativa.

É da vida!!!

6.1.21

Má vontade

 Pode até haver alguém a pensar que eu tenho má vontade contra o moderador jornalista entrevistador do canal público de televisão nos debates entre os candidatos a presidente da república. O modo e os termos utilizados nas minhas observações dos debates decorridos podem dar a entender que me move alguma coisa contra o senhor, mas não se trata de má vontade contra alguém ou contra a televisão pública. 

Choca-se simplesmente o papel desempenhado pelo moderador porque não o vejo a entrar no "quid" dos debates parecendo-me até tratar-se de uma entrevista, como já referi anteriormente,  e não de um debate entre candidatos a presidente da república, onde seria desejável que os mesmos tivessem a oportunidade de nos transmitir as duas ideias, os seus projectos, os seus objectivos a levar a cabo e a concretizar no seu mandato, caso fossem eleitos.

Digam-me lá se uma determinada pergunta feita a um dos candidatos tem algum interesse para dar uma orientação de voto a um eleitor ainda indeciso: "acha que a senhora ursula von der leyen é a melhor política da união europeia"?

Bem vistas as coisas, podemos nós perguntar o que estava a pensar o senhor moderador naquele momento ou até o que pretendia o moderador atingir com aquela pergunta a um dos candidatos a presidente da república. Confundir? Esclarecer? Temas esgotados? ...

Ainda  me pareceu que o actual moderador já era e seria substituído dados os resultados, mas estou bem enganado, pois já foi anunciado um próximo debate com o mesmo moderador. 0 que me leva a concluir que eu estou totalmente errado e fora do contexto e as audiências do canal público estão no top...

Que assim seja... Mas o comando continua meu...

PS. Logo a seguir aos debates apresentam-se uns quantos especialistas comentadores a analisar o debate. Têm resultado análises aos candidatos, análises ao que dizem  os candidatos, análise das ideias ou falta delas dos candidatos, análise do que fez o actual presidente e do que não fez e que deveria ter feito, etc e tal.

Nada de nada sobre o papel dos moderadores...

 


5.1.21

Entrevista dupla

 Na sequência de uma ideia básica do escrito anterior, quando foi anunciado que os canais generalistas de televisão iriam transmitir debates entre os candidatos a presidente da república nas eleições do dia vinte e quatro de janeiro de dois mil e vinte e um achei que era uma grande ideia do agrado da grande maioria dos eleitores.

Fiquei satisfeito porque teria a oportunidade de tomar conhecimento das ideias e dos projectos que cada um dos candidatos apresentava a sufrágio no dia das eleições e que se propunham levar a cabo durante o seu mandato.

Eu pensei, mas pensei errado, como agora estou a confirmar. O que se está a passar não tem nada a ver com debates entre candidatos a uma.eleição da importância da eleição para presidente da república. Isto não parece um debate entre duas pessoas que se enfrentam para dizer da sua justiça a problemas que aos dois são colocados pedindo a ambos uma perspectiva e uma ideia sobre o que pensa fazer se for o eleito: uma pergunta para os dois e uma resposta de cada um .

Mas o que está acontecer não é nada do que eu pensava, admitindo agora que estava a pensar erradamente. Na realidade o que eu vejo nestes programas não é nada mais que uma entrevista simultânea a dois candidatos, quando nem sequer as perguntas são as mesmas e grande parte do tempo ocorre um diálogo entre o moderador e um dos candidatos presentes. Não fosse a intervenção de um no discurso do outro candidato a semelhança com uma entrevista sobre era total.

O moderador jornalista entrevistador do canal público continua a desempenhar o mesmo papel, parecendo-me que continua a confundir um debate entre dois candidatos a presidente da república com uma entrevista de apreciação dos temas, fatos e acontecimentos do mandato do actual presidente da república. Salva-se uma ideia: se o senhor fosse presidente da república e se ocorresse este facto o que é que faria? 

Por outro lado, que dizer da insistência do moderador junto de um candidato para se pronunciar sobre a convergência, isto é, a desistência a favor do outro candidato! E porque não ao contrário?!!!

Será que não vai haver mudanças na moderação?

4.1.21

Talvez seja

 Para ouvir o fala barato do comentário televisivo e da explicação "muito fácil" perdi grande parte do debate presidencial no canal público. Parece que a coisa foi bem diferente do anterior, pois ainda tive a oportunidade de ver o actual a interferir na intervenção do liberal como que a tentar justificar qualquer coisa.

Mesmo assim estou convencido que não perdi grande coisa relativamente ao papel do moderador jornalista  entrevistador porque ouvi a sua última pergunta precisamente ao candidato liberal: qual foi  para si o melhor presidente da república?

E pensei: mas que raio de pergunta se faz num debate entre candidatos a presidente da república? O que é que a pergunta tem a ver com a candidatura para eleição de um novo presidente? Foi igual a si mesmo...

Pensando melhor sobre o assunto, formulei uma teoria que vou manter até argumentos em contrário: para o canal público e para este moderador e jornalista entrevistador a razão fundamental destes debates entre candidatos a presidente da república é discutir e apreciar e encontrar justificação para uns quantos factos e acontecimentos ocorridos durante o mandato do actual presidente da república e agora candidato e ainda presidente, como se se tratasse de um plebiscito sobre o actual mandato do actual presidente da república!!!

Pelo que tudo o que se possa relacionar com o próximo mandato presidencial, seja lá quem for o eleito, não tem qualquer importância, uma vez que não faz parte das questões colocadas pelo moderador. 

Isto vem, de algum modo, de encontro ao que já penso há muito tempo sobre o papel da generalidade dos jornalistas entrevistadores:  para estes o que importa é a pergunta porque a resposta não interessa para coisa alguma... tinha aquela engatilhada e não podia perder a oportunidade de terminar com um momento inolvidável...

Espero bem que a coisa mude, porque já me apercebi que a moderação de debates de um outro canal vai mudar...

 

 

3.1.21

Os debates

 O razoável esforço feito na noite de ontem para ver e ouvir os dois prjmeiros debates entre os candidatos a Presidente da República cá do burgo confirmou plenamente as minhas expectativas: não valeram um peido seco e foram totalmente inúteis, como eu já pensava.

Mas atrevo a perguntar-me pelo melhor e pelo pior dos debates, dado que não me tenho por especialista para me perguntar pelo ganhador dos debates.

Para desgraça e frustraçaã do canal público, o canal 11 ainda foi a tempo de corrigir as bocas que indicavam como director do canal este jornalista do canal 1. Assim e dado que um seu leitor de telejornais a desempenhar o papel de entrevistador foi totalmente humilhado pelo actual presidente e candidato a presidente  e futuro presidente não deixando falar nem fazer perguntas, mandou este que será um grande jornalista comentador de futebol, mas como entrevistador deixou muito a desejar. Não querem lá ver que o maior número de perguntas, para lá das intervenções a despropósito, foram perguntas que qualquer repórter de microfone faria ao presidente numa das suas deslocações de rua para permitir selfies, abraços e afectos!!! Santa Maria das eleições me valha porque isto dá cabo da minha paciência.

De modo que fiquei ainda com maior expectativa para o segundo debate que me encheu totalmente as medidas: o homem não se cala e parece que tem o rei na barriga e o trombone na garganta: uns quantos chavões acompanhados de outros tantos de lugares comuns, sem qualquer intuitos de contributos positivos e apenas a aborrotar de slogans lá fazendo passar a palavra para os descontes se sentirem satisfeitos porque finalmente têm um salvador e um curandeiro para todas as desgraças desta terra que vai produzindo de vez em quando uma ave rara desta grandeza. Mas o que mais me entusiasmou foi o papel da jornalista: lembrei-me que teria valido a pena colocar ali um teleponto com todas perguntas, um cronómetro e um bombo para indicar a mudança de cenário e não teríamos presenciado uma total ausência de moderação do debate e uma inacreditável actuação da jornalista. Ou talvez poderiam ter chamada o pior repórter da manhã a anunciar as mortes e as desgraças do dia anterior que certamente não teria feito pior do que se viu.

Se os próximos debates tiverem a moderação dos mesmos "jornalistas moderadores"...

Custa-me a acreditar que os jornalistas pensem que, por terem carteira profissional, os entrevistados são idiotas chapados e que qualquer pergunta feita por mais parva que seja os leva a cair na esparrela...

Santa maria do microfone!!!

2.1.21

Os meus desejos

Porque hoje é o segundo dia, porque hoje não trabalho, não porque não tenha trabalho mas tão somente porque não me apetece e não devo nada ao patrão, porque hoje estou confinado e não devo andar por aí à procura do virus, pensei em deixar aqui expressos alguns dos meus desejos para o ANO NOVO.

Primeiro desejo: Que os canais de televisão generalistas e alguns do cabo não deixem de nos brindar diariamente até mais do que uma vez com os programas de comentário do futebol. Tenho verificado que estes programas têm sido o melhor remédio para ir abandonando o gosto e agrado pelo futebol, tão instrutivos são estes programas de televisão. É altamente agradável e instrutivo ouvir aqueles craques falar de tal maneira só comparável aos antigos carroceiros quando as mulas paravam no meio da lama já cansadas de tantos berros e gritos. Às vezes fico convencido que o "cachê"  é fixado em função da gritaria. Assim, para mim o futebol está cada vez mais longe. Há excepções? Sim... mas esses não têm audiências.

Segundo desejo: Que os canais generalistas de televisão e alguns do cabo dediquem mais programas de comentário político e social para que haja mais especialistas a debitar lugares comuns e ideias feitas para que o povo deixe de ser burro e analfabeto e tenha mais estima e consideração pelo trabalho intenso que estes comentadores dedicam ao comentário. Só assim teremos consciência da estupidez, da ignorância e da leviandade com que os responsáveis pela governação a todos os níveis governam esta terra. Só assim teremos consciência que a ciência está nestes comentadores e que o nosso futuro passa por ouvir ainda mais este pessoal que tanto nos ensina naqueles minutos de alta faladura. Ainda bem que o comando é meu...

Terceiro desejo: Eu adoro os telejornais e outros nomes semelhantes que me informam tudo o que acontece no mundo e arredores com uma dedicação e entusiasmo que lembra o comportamento de uma criança quando lhe oferecem a primeira bola. O meu gosto é tanto por este tipo de programas de informação que me bastam dois ou três minutos de um para ir para outro e assim sucessivamente para todos para constatar que o que muda quase sempre é apenas o alinhamento. E quase sempre as mesmas notícias, as mesmas imagens, as mesmas vozes e as mesmas caras... de uma beleza e encanto do outro mundo...

Por último, não se trata de um desejo, mas de uma constatação: por que será que os decisores nunca decidem a gosto e a contento de alguns comentadores e da oposição política?


1.1.21

ANO NOVO

 Já foi o velho. Que descanse em paz.

Já veio o novo. Que venha por bem.

Que a alegria de viver seja para tudo e para todos o objectivo primordial.