Um destes dias passados circulou uma informação dando conta da posição de pilotos das linhas comerciais contra o aumento da idade de reforma dos sessenta para os sessenta e cinco anos.
Pouco depois surge a informação sobre a posição de um outro grupo de pilotos concordando com as medidas propostas.
Parece que aqueles não aceitam trabalhar para além dos sessenta, idade bonita para dar lugar a outros mais novos e, certamente, mais baratos para o patrão.
Estes aceitam continuar a trabalhar e a descontar para a SS de modo a terem, em devido tempo, uma pensão de reforma um pouco mais elevada.
Previdentes estes pilotos, mas aqueles…
Estou convicto de que uns e outros estão cheios de razão: aos sessenta anos ainda se é “novo” para deixar de trabalhar, mas aos sessenta e cinco já não se garante segurança aos passageiros que se fazem transportar de avião.
No meio destas duas posições estamos todos os que usam os aviões para circular de um lado para outro: no fim de contas o que queremos é partir, chegar e voltar, sempre com segurança total, não havendo meias tintas para estas coisas. Ou chegamos ou não chegamos.
Depois dos sessenta já não há piloto com capacidade suficiente para garantir a segurança dos seus passageiros… pelo que deixar de trabalhar é melhor solução…
Por mim, tudo bem, embora me pareça estranho que um piloto queira deixar de pilotar um avião a partir do momento em que atingir os sessenta anos de idade, sendo que os cinquenta e cinco é que seria o mais indicado.
Não tenho opinião sobre a matéria, mas tenho conhecimento suficiente da realidade da natureza humana para me sentir com a capacidade de fazer uma pergunta: será que os pilotos que defendem a idade de reforma aos sessenta anos vão deixar de pilotar um avião, vão deixar de exercer a sua profissão, vão deixar de fazer aquilo que mais gostam, aquilo que lhe dá um prazer danado, aqui que lhe dá um estatuto social dos mais elevados e mais conceituados e mais respeitados pelo pessoal que utiliza um avião?
Continuamos na idade da inocência e acreditamos no Pai Natal…
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