13.2.09

O vinagre

Começo a ter fundamentos suficientes para afirmar que JPP está a toldar os seus neurónios, quando se deixa possuir pelo ódio e pela fúria contra o PS e contra o Primeiro.

O homem anda completamente possesso na sua fúria de invectivar contra tudo o que cheire a "socialista" de tal modo que ficou claramente espantado com a afirmação do Primeiro quando disse que o seu salário rondava os cinco mil euros.

Passou-se completamente chegando ao ponto de afirmar que então os políticos estavam muito mal pagos e não era com um salário daqueles que o Primeiro podia ir gozar férias ao Quénia.

Eu não sei lá muito bem se o espanto era um "espanto verdadeiro" ou se foi um espanto de cinismo e de ironia, postulando que esse era o salário "declarado", porque o outro ou os outros é que chegariam e sobrariam para ir gozar férias ao Quénia ou onde muito bem lhe apetecesse.

Mas talvez haja outra explicação e essa estaria mesmo ali naquele cenário que permitia uma pequena e rápida comparação: "se eu por mandar umas quantas bocas em cerca de quinze minutos de programa, o que se traduz em cerca de uma hora por mês ganho… então o Primeiro ou está a aldrabar ou ganha pouco ou eu ganho muito… se a isto juntar o meu justo salário na Universidade e mais uns quantos euros dos artigos nos jornais… então aquele tipo é mesmo idiota… e, portanto, tem que receber dinheiro por outras vias… caso contrário não pode ir passar férias ao Quénia…"

É tal o desplante do JPP que não teve o bom senso de verificar os ordenados do Primeiro ou do Presidente da República, dos Ministros e Deputados para ficar a saber do que se estava a falar, porque são do conhecimento público e acessíveis a todo e qualquer cidadão inclusive ao JPP…

O mais estranho daquele espanto é que o JPP já foi Deputado cá nas berças, mas deveria estar a pensar no que ganhava quando esteve no Parlamento Europeu, o que nada tem a ver com o salário do Primeiro cá na terra.

Enquanto o JPP vai recebendo o cheque de vários lados, sem dúvida merecidos pelos montes de ideias novas com que nos brinda todas as semanas, alguém poderia informá-lo dos ordenados e respectivas proveniências de todos os portugueses que vão passar uns dias de férias ao Brasil, ao México, a Cuba, à Costa Rica, às Maldivas, às Seichelles, e a muitos outros destinos turísticos frequentados todos os anos por milhares de portugueses.

De certeza que grande parte desta gente não ganha mais que o JPP, mas será que toda esta gente ganha mais que o Primeiro?

Mesmo que o vinho seja considerado bom, também azeda…

Ás vezes ainda se aproveita para vinagre…

10.2.09

A serradura

Durante o serão de hoje e ao ler num jornal de distribuição gratuita, por sinal são os únicos que eu leio, umas citações do discurso do Louçã, tomei consciência do significado da grande esquerda anunciada, ou melhor, desejada.

Não é que o homem lá atirou a ideia de uma grande esquerda liderada por uma "classe dirigente e motivadora" apoiada por "milhões de trabalhadores"?

Admiro tal força de vontade principalmente aquela proveniente dos milhões de trabalhadores, não entendendo lá muito bem de onde vêm estes milhões de trabalhadores.

A não ser que o Louçã esteja à espera que todos os trabalhadores da Ucrânia e do Norte de África se decidam emigrar para Portugal para dar ao Louçã a grande oportunidade de garantir a "grande esquerda".

Mas não fiquei insensível àquela história da "classe dirigente", tendo ocorrido uma faísca nos meus neurónios alertando-me que aquela expressão já tinha sido pronunciada por alguém em algumas circunstâncias que não identifiquei.

Mas não deixou de me ocorrer que expressões como "classe dirigente", "classe operária", "classe trabalhadora" e outras coisas do género estiveram muito em voga em Portugal a partir de meados da década de sessenta, e principalmente logo após Abril de mil novecentos e setenta e quatro, tendo sido apropriadas pelos "partidos" da "esquerda" mais ou menos revolucionária, precisamente aquela de que tanto se orgulha o Louçã.

Daí que senti-me no direito de postular que essa tal "classe dirigente" só poderia ser o triunvirato dirigente integrado pelo Louçã, pelo Fazenda e pelo Portas, sendo que os milhões de trabalhadores terão que ser importados lá dos orientes…

Só nos faltava mais esta: temos agora não um "educador da classe operária", mas três que querem tomar da única coisa que ainda nos faz recordar o saudoso Arnaldo de Matos…

Muita gente já falou em nome do Povo; uns quantos continuam a falar em nome do Povo, o que continuo a dar de barato, porque pouco me importa que o digam e que o façam.

Contudo, pretender ser a "classe dirigente" apoiada por milhões de trabalhadores passa um tanto ou quanto das marcas e atinge as raias da megalomania, tanto mais que as sondagens só agora lhe dão dois dígitos, não sendo credível nem expectável ultrapassarem os sete dígitos, a não ser que todos os "marcianos" tenham decidido integrar a grande esquerda do referido triunvirato.

É evidente e notório que o grupo do Manuel Alegre não é assim tão grande e nem sequer estarão disponíveis para serem dirigidos por tais "dirigentes"…

Que venha rapidamente o Sol, que esta gente anda com a serradura da cabeça muito molhada…


 


 


 


 


 

8.2.09

A convergência

Andei a pesquisar no mais profundo do meu "id", mas não encontrei o que pretendia nem sequer me foi possível saber se os fundamentos existiam ou não existem para o que me tem preocupado sempre que ouço o Louçã a "botar faladura"…

A verdade é que sempre que ouço o sujeito me vem à memória a imagem do Diácono Remédios…

Não é que isto me tire o sono ou que me faça desacreditar no nosso sistema financeiro nem sequer da honestidade dos nossos banqueiros e dos nossos economistas e até dos nossos capitalistas.

Mas gostaria de encontrar uma razão por mais pequena que fosse para uma qualquer justificação causal deste fenómeno: é o Diácono Remédios que me faz lembrar o Louçã ou é o Louçã que me faz lembrar o Diácono Remédios…?

Se alguém tiver alguma explicação, mesmo que não seja psicólogo ou psiquiatra ou que seja apenas economista ou banqueiro, então que me diga alguma coisa para que eu possa ficar descansado, uma vez que não pretendo ofender nem um nem outro, muito embora os dois me sejam indiferentes…

Gostei muito de ouvir o Louçã a falar daquela coisa a que ele chama de "convergência das esquerdas" e da "grande esquerda".

Dei por mim a pensar qual seria o conteúdo destes conceitos na opinião do Louçã uma vez que o homem não teve o discernimento de nos esclarecer devidamente, para que todos aqueles que andamos nesta terra de ignorantes e de mentecaptos, soubéssemos do que se estava a falar…

Talvez alguém esteja interessado em saber se o Jerónimo de Sousa ou até o José Sócrates fazem parte dessa tal grande esquerda…

Outros estarão mais interessados em conhecer os desígnios do Louçã a propósito da H Roseta e do seu movimento e o mesmo se aplicando ao Manuel Alegre e ao seu movimento…

Fiquei um tanto ou quanto baralhado, pois não identifico com a segurança devida a paternidade desse tal movimento.

Por fim, devo dizer, que adorei aquela troca de palavras entre o Manuel Alegre e o Santos Silva, ficando totalmente deslumbrado com aquela referência à referência do PS…

Onde estavas tu no dia vinte e quatro de Abril de mil novecentos e setenta e quatro que não te vi a levar pancada nas portas do metropolitano do Rossio…?