31.8.09

As ciclovias holandesas

Durante um bom bocado da tarde de hoje estive frente à tv a ver os últimos quarenta quilómetros da etapa da "Vuelta" que decorria nas estradas da Holanda.

Passei o tempo a pensar que era um entretenimento muito adequado para o Vereador Sá Fernandes recolher algumas ideias de construção de ciclovias nas ruas da Cidade de Lisboa, mesmo que se tratasse de uma ciclovia a ligar Telheiras à Quinta da Granja…

Pensando bem, seria bem melhor que o Vereador Sá Fernandes convidasse aquele pessoal lá da Holanda para vir a Lisboa verificar e constatar como se constrói uma ciclovia colocando ao serviço da bicicleta a arte urbana de bem desenhar uma via exclusivamente dedicada às bicicletas, mesmo que o seu número não tenha qualquer significado para valorizar e defender e proteger o meio ambiente.

O que importa, no meio disto tudo, é poder informar toda esta gente sem cultura ambiental que a disponibilização de uma ciclovia não tem como objectivo fundamental a sua utilização imediata, mas preparar as mentes de todos estes atrasados que num futuro próximo o automóvel será proibido em Lisboa e então terão que recorrer à bicicleta se querem arranjar emprego que não seja de teletrabalho…

Esta gente ignorante tem que perceber que o futuro é construído no presente e o presente é a construção de ciclovias porque não tem piada alguma andar agora nestes tempos a fazer ruas e estradas que cairão em desuso muito rapidamente por falta de combustível que faça mover as quatro rodas… esperando-se e acreditando-se que não será nos próximos séculos que vai faltar a energia suficiente nas pernas de um cidadão para mover uma bicicleta de carbono com peso inferior a cinco quilos…

Nessa altura cá teremos as ciclovias construídas pelo Vereador Sá Fernandes… mesmo que custem uns bons milhares de euros.

Neste aspecto muito terão que aprender os holandeses quando tiverem a oportunidade de estudar as nossas ciclovias, pelo menos, as construídas pelo Vereador Sá Fernandes que são separadas das faixas reservadas ao automóvel por pedra devidamente polida, muito embora o seu piso seja negro como o negro de uma noite de meia-lua…

Chamaram-se a atenção para o facto de eu ter citado um pasquim oral e ter transcrito uma conversa relacionada com a construção da ciclovia na Avenida do Colégio Militar.

Diziam-me que acreditar nos dizeres de pasquim, mesmo oral, era acreditar e confiar no boato onde as fontes não têm credibilidade e o seu objectivo é, normalmente, perverso porque não dá qualquer contribuição para a dignidade e qualidade da democracia…

Mas se citei o pasquim oral da aldeia também podia e deveria citar outros pasquins orais de outras aldeias, como aquele onde se referia uma conversa entre o engenheiro e o vereador "…faça lá a sua ciclovia, mas não me venha com a conversa de oferecer aos residentes mais lugares de estacionamento ou baixar o preço das actuais avenças pela utilização de um lugar durante vinte e quatro horas de um dia, trinta dias de um mês, doze meses de um ano e assim indefinidamente sem qualquer aumento, pois o que se paga agora já é muito interessante para a função…contudo não deixe de cortar uns quantos lugares de estacionamento, de modo a que o pessoal se habitue a utilizar o meu parque que ainda se encontra às moscas, a não ser nos dias dos jogos do glorioso, mais por força da actuação da pm que da vontade dos automobilistas…"


 

30.8.09

Quase 15 dias

O pasquim oral da aldeia adiantava o teor de uma conversa informal entre o Vereador das ciclovias o Engenheiro dos centros comerciais:

"Sabe, Vossa Excelência, Senhor Vereador, que me estou redondamente nas tintas para as suas ciclovias e para todas as ciclovias construídas e a construir por esse Portugal fora nem que seja no Pulo do Lobo; e estou-me redondamente nas tintas para as ciclovias por duas razões fundamentais: não me desloco em bicicleta e quando vou aí a baixo mal tenho tempo para beber um café, quanto mais olhar para as ciclovias que anda a construir pela cidade fora; por outro lado não tenho uma fábrica de bicicletas, muito embora as comercialize para satisfazer uns elevados caprichos de alguns clientes… Mas uma coisa é certa…Então diga… no quarteirão da catedral do consumo as obras têm que ser rápidas e limpas, pois que para fazer porcaria e lixo bastam as minhas obras…Pois com certeza… mas atenção não quero que me corte aquelas duas majestosas árvores que alguém ali mandou colocar contra a minha vontade, mas agora que lá estão quase que a ofuscar a catedral gloriosa não podem ser tocadas…

Muito bem, então faz-se uma curva, mesmo que desnecessária e inconveniente, mas uma curva de que toda a gente se possa orgulhar… Pois sim, uma curva, uma curva belíssima a fazer lembrar qual quer coisa de "belíssimo", mas os choupos ficam onde estão e nada de brincadeiras com estas encantadoras árvores de decoração das ruas da cidade…"

Agora que voltei, tive a oportunidade de constatar que a javardice e a porcaria na Avenida do Colégio Militar devido à construção da ciclovia continuam em grande, enquanto as respectivas obras no quarteirão da catedral do consumo estão praticamente acabadas, sem faltar a tal dita curva feita exclusivamente para salvar dois enormes choupos num passeio mais largo que as "três" faixas de rodagem da Avenida…

Embora se notem ali algumas coisas esquisitas, espero bem que o Senhor Vereador não deixe de mandar pintar, pelo menos, a ciclovia de uma cor adequada, tal qual outras ciclovias que vamos vendo por aí para que o pessoal não confunda aquilo com um novo "design moderno" de estacionamento clássico para automóveis, mesmo considerando a altura do lancil em alguns troços, porque noutros não há diferença alguma…

Para além do mais, estou a adorar a qualidade do arranjo "arquitectónico(?)" da passagem da ciclovia pelos arruamentos perpendiculares à Avenida do Colégio Militar e pelos acessos ao centro comercial…

Hoje, quando passava pela Praça Central do Centro Comercial ouvi o seguinte comentário: "uma coisa destas é que o Presidente da Câmara lá deveria mandar construir…"

Imaginei que aquele senhor só podia estar a referir-se à ciclovia do Vereador Sá Fernandes…

16.8.09

A ciclovia dos ciclistas

Vou ausentar-me de Lisboa durante cerca de quinze dias, tempo mais que suficiente para nos esquecermos de umas tantas coisas que não merecem durar mais que um dia na nossa memória.

Contudo, não tenho resistido a prestar a devida atenção ao que andam a fazer na Avenida do Colégio Militar.

Já me estar a dizer que "o que andam a fazer…" ponto e vírgula, o que o Senhor Vereador Sá Fernandes anda a fazer na Avenida do Colégio Militar, pois que o "seu a seu dono" ainda tem algum valor e significado…

Espero bem que estes quinze dias sejam bem aproveitados para que a porcaria já feita na Avenida do Colégio Militar seja minimamente retirada para que se possa pensar que a ciclovia estará a funcionar ainda antes das eleições legislativas a tempo de os moradores da Quinta da Luz se esquecerem desta trapalhada toda e ainda depositarem uns quantos votos na lista do Senhor Vereador Candidato a Vereador Sá Fernandes…

Tudo para bem dos ciclistas da Quinta da Luz, dos ciclistas que vão passar pela Quinta da Luz, dos ciclistas a visitar a Quinta da Luz e, principalmente, dos ciclistas que vão abandonar os transportes públicos e particulares para acederem ao CCC e que vão passar a utilizar as suas bicicletas, porque nada a ninguém foi prometido que iria haver bicicletas de borla para toda a gente que queira utilizar a ciclovia do Vereador Sá Fernandes…

Veremos o que se passou durante estes quinze dias… para bem dos lisboetas… e pelos pecados dos moradores da Quinta da Luz…

14.8.09

A pedra da ciclovia

Estou a ficar surpreendido cada vez mais com o Vereador Sá Fernandes.

Já a noite ia alta e os trabalhadores ainda se ocupavam na manobra de umas máquinas utilizadas para "partir" os passeios por baixo da Avenida Lusíada, isto é, utilizadas para preparação da ciclovia do Vereador Sá Fernandes.

E fico admirado não propriamente pela construção de uma ciclovia na Avenida do Colégio Militar nem sequer pelo facto de a referida ciclovia estar a ser construída na véspera de eleições legislativas e autárquicas, mas principalmente pela situação de se trabalhar de noite, o que certamente encarece um pouco mais esta magnífica obra de engenharia com os seus cortes cirúrgicos de passeios, as suas curvas maravilhosas e ainda o que se há-de ver quando a ciclovia se puder ver e utilizar.

Uma alma detractora e malévola logo foi dizendo que trabalhar de noite era apenas para limitar os contratempos aos utilizadores do Colombo, pois que nos quarteirões da Quinta da Luz partiu-se tudo de uma vez e agora quem quiser que barafuste, pois que nada há a fazer a não ser aguardar por melhores dias de mais limpeza e arrumação…

Alguém poderia pensar que os lancis que estão a ser colocados no quarteirão do Colombo poderiam ser de cimento ou de pedra devidamente facetada como todos os outros lancis… Puro engano, porque esta pedra é mesmo pedra, muito parecida com o lioz e devidamente polida como manda o figurino, não fora a sua utilização numa ciclovia e ainda por cima do Vereador Sá Fernandes…

Então acham mal que se coloque uma pedra devidamente polida?

Nada melhor que demonstrar um elevado nível de preocupação pela salvaguarda de pessoas e bens que vão utilizar a ciclovia, porque estragar um pneu de uma bicicleta numa pedra "picada" ou estropiar um joelho contra uma pedra deficientemente preparada revela pouco sentido de dever e respeito para com os cidadãos, o que não falta ao Vereador Sá Fernandes.

Apesar deste elevado sentido do dever público, o Vereador Sá Fernandes deverá ter na devida conta que a construção de uma obra desta natureza numa zona dominada pela oposição e ainda por cima mesmo pertinho das eleições legislativas e autárquicas poderá alterar significativamente o sentido de voto dos residentes na Quinta da Luz que andam entusiasmadíssimos com esta ciclovia, que não pediram, mas que lhe foi oferecida.

Ao fim e ao cabo, a Junta de Freguesia continua a ser e espero bem que o Vereador Sá Fernandes encontre substituto à altura para compensar as perdas que aí vêm devido à má vontade e à falta de civismo dos moradores da Quinta da Luz…que deveriam reconhecer e agradecer, porque foram os eleitos de entre milhares para receberem gratuitamente uma ciclovia…

12.8.09

A nossa ciclovia

Não há qualquer dúvida: os residentes em Carnide são mesmo uns ingratos.

Tanto exigiram, tanto protestaram, tanto chatearam que a Junta de Freguesia se viu obrigada a recorrer aos tribunais com uma providência cautelar contra as obras da Rua Fernando Namora e Avenida do Colégio Militar destinadas a colocar à disposição de meio mundo uma ciclovia…

Nem sequer tiveram o bom senso em pensar que haveria cerca de cinquenta freguesias da Capital que desejariam ter a oportunidade de desfrutar na sua zona de uma pista destinada exclusivamente aos ciclistas de todas as idades sem serem perturbados por peões, por automobilistas, por motociclistas e por aqueles veículos circulantes de quatro rodas mas com motor de duas conduzidos pelas pessoas que não têm capacidade para "tirar" as cartas de condução como toda a gente que se preza…

Estive uns dias, apenas cinco dias e dois deles foram de fim-de-semana, ausente de Carnide, esperando que, após o regresso a ciclovia já estivesse mais ou menos à vista de toda a gente para que os protestos e as providências cautelares não tivessem qualquer efeito. Mas, qual quê; a obra pouco mudara para além de mais uns passeios partidos, a paragem do autocarro desfeita, o alcatrão arrancado, uns quantos lugares de estacionamento ocupados pelas obras e nem sei o que mais lá para oriente da freguesia.

Por este andar vamos ter alguma dificuldade em ultrapassar os obstáculos colocados pelas obras para ir votar lá para os fins de Setembro, sendo que a Junta de Freguesia já deverá ter apreciado um plano alternativo para dar oportunidade a que os residentes na Quinta da Luz possam exercer o seu direito de voto sem ter que violar a relva dos jardins e as faixas de rodagem que restam na Avenida do Colégio Militar.

Mas eu continuo na minha: nós não passamos de ignorantes e de invejosos com o trabalho dos outros, pois que é preciso muita coragem para instalar uma ciclovia onde ela não é assim tão precisa, dizem alguns, à custa de sacrificar outras zonas da Cidade bem mais carenciadas de faixas de rodagem e até de passeios com capacidade suficiente para dois peões em sentidos contrários…

Foi escolhida a Freguesia de Carnide para acolher uma obra de uns bons milhares de euros que ainda restam à CML, que toda a gente deveria desejar e saudar e não criticar sem qualquer fundamento…

Não vou propor uma providência cautelar para contrariar a providência cautelar apresentada pela JFC, mas atrevo-me a propor um pequeno estudo com vista a colocar um monumento nos limites do espaço da JFC em homenagem ao Vereador Sá Fernandes e em reconhecimento de ter tido a capacidade de descobrir dinheiro para construir uma ciclovia numa entidade, neste caso a CML, que não tem dinheiro para mandar recolher diariamente o lixo da Quinta da Luz ou, pelo menos dia sim, dia não e poupar o pessoal ao cheiro nauseabundo proveniente dos contentores, que ocupam seis lugares de estacionamento.

Até nisto o homem tem razão: se o Engenheiro do Colombo disponibiliza estacionamento aos residentes pela bagatela de vinte e cinco euros mensais, não se entende por que raio de hipótese os moradores insistem em deixarem as suas viaturas nos espaços públicos, propriedade de todos e não apenas dos donos dos automóveis…

2.8.09

A Ciclovia

A Junta de Freguesia de Carnide e a Associação de Moradores da Quinta da Luz estão de relações elevadamente tensas com o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa e com o Senhor Vereador Sá Fernandes por causa de uma obra que está a nascer na Avenida do Colégio Militar.

Parece que o diferendo está relacionado com o facto de a Câmara Municipal de Lisboa não ter dado cavaco à Junta de Freguesia de Carnide e à Associação de Moradores da Quinta da Luz para a construção de uma ciclovia.

Cá por mim até acho que a Junta de Freguesia de Carnide e a Associação de Moradores são duas entidades pejadas de ingratos e de gente de má vontade contra todos aqueles que se desejam deslocar, passear e deambular de um lado para outro utilizando a bicicleta com o mínimo de segurança para eles e para os outros.

Querendo fazê-lo, acho muito bem que lhes sejam proporcionadas todas as condições de segurança, nomeadamente construindo pistas adequadas à função…

Mas a Junta de Freguesia de Benfica e a Associação de Moradores da Quinta de Luz entendem que a construção de uma ciclovia na Avenida do Colégio Militar prejudica os moradores, que mereciam ser ouvidos sobre a matéria e não lhes atirar com uma ciclovia como se fora uma oferta, como aliás sucedeu com a instalação de um parque para carros rebocados pela Polícia Municipal, sabe-se lá donde…

Um dia destes fui surpreendido pela marcação de uns quantos lugares de estacionamento no troço norte da Avenida do Colégio Militar no sentido sul/norte à custa de uma faixa de circulação… mas sempre eram uns lugaritos para os residentes, pelo que o sacrifício de uma faixa de circulação até poderia ser "bem" aceite pela JFC e pela AMQL…

Poucos dias depois aparecem umas máquinas assaz esquisitas a demarcar, a cortar, a raspar uma faixa de circulação na Avenida do Colégio Militar no sentido norte/sul, deduzindo eu que se tratava da construção de uma ciclovia, também à custa de uma faixa de circulação, pelo que de um momento para outro as quatro faixas de circulação da Avenida do Colégio Militar são reduzidas para duas…

Hoje fiquei deveras impressionado com as marcações efectuadas, certamente por gente entendida na matéria, num troço da Avenida do Colégio Militar junto à parte sul da Quinta da Luz e do Centro Comercial Colombo, que davam a entender que se trata de coisa relacionada com a ciclovia…

Estas marcações não me incomodam, mas apenas estranhei a cor, um laranja vivo…

Será premonição…

Façam lá a ciclovia, que a malta cá do bairro continuará a aguentar tudo o que for deliberado para bem servir e satisfazer os residentes e todos aqueles que nos queiram visitar de bicicleta, mas não entendo uma coisa: onde é que o Vereador Sá Fernandes vai arranjar tanta guita para esta obra, sendo certo que a Câmara Municipal de Lisboa não tem dinheiro para mandar cantar um cego (sem ofensa), para mandar remarcar os sinais de trânsito horizontais, as passadeiras de peões e até mandar recolher o lixo da Quinta da Luz ou lavar umas quantas ruas da Cidade…?


 

PS. Vi o Vereador Sá Fernandes a ser apresentado como candidato a vereador da Câmara Municipal de Lisboa integrado na lista do Partido Socialista. Este facto não me merece qualquer comentário, mas constatei que o homem estava um tanto ou quanto abandalhado e até aporcalhado, parecendo que se tratava de um intelectual de esquerda conotado com os contestatários radicais da burguesia, que para chatear os progenitores deixam crescer o cabelo, não fazem a barba, e usam os blusões de cabedal dos anos sessenta e umas calças de ganga devidamente polidas…

Não é preciso tanto para sabermos que não pertence ao "clube"…