29.9.15

A dívida

Lá no ano de dois mil e dez a dívida pública representava qualquer coisa como noventa e três por cento do produto interno bruto.
Agora no ano de dois mil e quinze a dívida pública está a bater os cento e trinta e três por cento do produto interno bruto.
No ano de dois mil e onze a dívida pública era qualquer coisa como a ninharia de cento e oitenta e quatro mil milhões de euros.
Agora no ano de dois mil e quinze está nos duzentos e noventa mil milhões de euros.
A diferença entre o ano de dois mil e onze e dois mil e quinze, período de quatro anos, a coisa aumentou em cento e quatro mil milhões de euros.
Neste curto período de tempo "doamos" todas as empresas ou partes de empresas de sectores estratégicos e quase estratégicos de actividade que entregavam ao estado uns quantos milhões de lucros ou impostos por ano, como a cimpor, a ren, a ana, a edp, a galp, os ctt, os seguros e ainda qualquer coisinha que não vem ao caso.
Neste curto período de tempo emigram cerca de quatrocentos mil portugueses, muitos deles com formação académica de nível superior.
Neste curto período de tempo foram à vida milhares de empresas que produziram cerca de trezentos mil desempregados.
Neste curto período de tempo houve um "enorme" aumento de impostos para a classe média.
Neste curto período de tempo o trabalho perdeu valor.
Neste curto período de tempo as pensões e as reformas foram vilipendiadas.
Neste curto período de tempo houve tempo para atirar para as urtigas o serviço nacional de saúde, ouve tempo salvar os seguros e os serviços privados de saúde, houve tempo para quebrar a espinha aos professores e colocar o ensino público ao seu nível mais baixo de sempre, houve tempo uma desmesurada e irracional guerra contra os trabalhadores das administrações públicas, houve tempo para uma enorme quantidade de desvarios só minimizados pela acção do tribunal constitucional.
Neste curto período de tempo até houve tempo para a manipulação, para a mentira, para a aldrabice, para o roubo, para o esbulho e para umas quantas patifarias, de tal modo e de tal qualidade que as vítimas já começam a ver e a agradecer o  processo da sua salvação.
As coisas são como são, como se costuma dizer ou como nos querem fazer crer que são.
Na verdade, em dois mil e onze, era a bancarrota nacional e nem havia dinheiro para pagar as dívidas dos hospitais.
Mas hoje, no dealbar de dois mil e quinze, temos os cofres  cheios...
Mas dedos e anéis?
Os mentirosos e os aldrabões não merecem governar.

18.9.15

A informação

Já disse aqui várias vezes que não compro jornais há uns bons anos e o que leio não além de uma vista de olhos pelos títulos na papelaria e às vezes, muitas poucas, nas bancas e expositores.
Mas não deixo de folhear as poucas páginas do jornal diário gratuito que aparece nos mais diversos locais, nomeadamente no centro comercial que frequento com regularidade, dada a proximidade da minha residência.
Hoje, fiquei altamente surpreendido por um título garrafal, para a dimensão do jornal, dando conta que "um milhão quer carro novo em 2016", mas logo, com letras mais pequenas, esclareceu que quase três quartos dos que tencionavam comprar automóvel em 2016 vão optar por um usado e a gasóleo...
Fui assaltado por um monte de dúvidas, pois se um milhão quer carro novo e se três quartos tenciona comprar carro usado e a gasóleo, estamos a falar de quantos portugueses, que a minha cabeça não dá para tantos cálculos?
Foi ver o corpo da notícia e o que lá encontrei não permite tirar qualquer conclusão como as da primeira página. São pequeninos, mas já a sabem toda.
Este jornal não se ficou por aqui e ofereceu aos seus leitores um comentário do rio sobre a comunicação social, dizendo que "tem uma enorme responsabilidade na degradação do regime democrático português, devido a problemas sérios de credibilidade e fraco sentido de estado"..." a prioridade da comunicação social é tudo menos social, tendo como preocupação o que dá lucro".
Tenha pena do homem, porque penso que ele estava convencido que bastava um sinal numa conversa ligeira a beber um cimbalino com uns quantos amigos e os jornais e as televisões decidiam por unanimidade que estava ali o próximo presidente da república. Enganou-se e está a fazer-se de inocente ou está a desancar nos que já elegeram o seu presidente através dos seus comentários altamente identificadores das suas opiniões? 
Por último fiquei muito contente por este jornal referir que uma empresa britânica vai comprar uma empresa portuguesa de tecnologia militar com um investimento de 19 milhões de euros, mas pelas percentagens apresentadas fiquei sem saber se a maioria do capital era do estado português ou se era de duas empresas privadas. O que mais me admirou foi o sir afirmar que a empresa "...não exige muito capital pois é sobretudo conduzida pelo talento dos trabalhadores".
Valeu a pena pegar num jornal gratuito de circulação diária para ficar com alguma informação, mesmo que se sinta que essa informação está longe de ser completa e entendida por todos.
Nada como a sensacional sondagem divulgada pelo nosso querido canal público, da responsabilidade da universidade católica.
Querem informação completa, competente e independente?
No canal público, com certeza...

17.9.15

A verborreia

Não há bem que sempre dure, nem mal que se não acabe.
Não há mal que sempre dure, nem bem que se  não acabe.
Qual está certo ou qual está menos errado?
Certamente que tudo será à vontade do freguês.
Por mim, estou convencido que dentro de quinze dias vai acabar esta verborreia eleitoral, depois de muita gente já está a dar em doida, dada a magnitude do ruído, que ofende os ouvidos do mais resistente.
Nos últimos quinze têm sido "um ver se te havias" para ver quem mais aparece nas televisões, quem mais fala nas rádios, quem mais mentiras lança aos quatro ventos, quem mais inverdades diz, quem mais promessas está a fazer para depois das eleições.
Ninguém parece pensar que já há muita gente a ficar cansada de tanta propaganda eleitoral, de tantas soluções para tantos problemas, tantos problemas para tão poucas soluções...
Ninguém parece pensar que há fortes possibilidades de muita gente fazer frente a este frenesim propagandístico com a sua retirada de campo e refugiar-se em qualquer lugar e em qualquer ocupação, desde que esteja longe deste maldito ruído que nos atinge a qualquer hora do dia e da noite.
E isto ainda está nos preliminares, sendo lícito pensar que como se diz " a procissão ainda vai no adro" e tem de percorrer todas as ruas da aldeia, para que todos e todos mesmo fiquemos bem informados sobre a política dos dezoito partidos que vão concorrer às próximas eleições legislativas.
É bem de ver que os órgãos de informação ou, se quiserem, os órgãos de manipulação e controlo das massas estarão sempre dispostos a dar a voz aos senhores que tudo querem e que tudo fazem, sem olhar aos verdadeiros interesses dos interessados nesta coisa toda.
Bem vistas coisas e tivermos presente o tempo, o espaço e som o grande e quase único problema desta terra resume-se a um contrato ou a um acordo para encontrar seiscentos milhões.
Tudo o resto não passa de coisas do arco da velha, coisas de somenos importância, coisas que só interessam aos pobres, coisas desprezíveis por inúteis e sem qualquer razão e fundamento para serem citadas e discutidas com o mínimo interesse.
Encontrem os seiscentos milhões e tudo o resto virá por acréscimo e até os lesados, os oprimidos e os espoliados terão os seus problemas resolvidos, mesmo que seja na outra vida.
Não percebo lá muito bem as razões que temos para criticar os nossos estimados políticos que se dedicam de alma e coração a resolver os nossos mesquinhos problemas, como o preço da energia, o preço do leite e da carne e da água e o iva e o irs e todas as taxas que abundam em todas as facturas, quando os políticos europeus não são capazes de dar uma pequeníssima explicação do fenómeno dos migrantes/refugiados e demoram uma infinidade de tempo para decidirem o que quer que seja como seja uma eventual limitação do problema, porque a sua solução só lá para as calendas gregas, quando o grego for a única língua falada na europa e arredores...

15.9.15

A falha

Quando existem várias hipóteses de trabalho, nem sempre se escolhe a mais fácil ou a mais útil.
É o caso de escrever mensagens para o blog, podendo utilizar-se a escrita directa, fazer recurso ao correio electrónico ou recorrer ao word e daí publicar tudo e mais alguma coisa.
Mas todas as hipóteses de trabalho têm as suas vantagens e os seus inconvenientes.
Não gosto de redigir directamente no blog utilizando o tratamento de texto oferecido, pois as opções de correcção ortográfica não me satisfazem.
Por outro lado, o envio de mensagens para o blog a partir do correio electrónico debate-se com a pobreza do tratamento de texto onde o corrector ortográfico praticamente não existe.
Até há não sei quanto tempo, utilizava sistematicamente o word, pois dispõe de todo o tipo de formatações do texto e fazia recurso ao corretor ortográfico português português, dando a tranquilidade suficiente para escrever à vontade sem que os erros constituíssem um problema.
Mas, a informática tem destas coisas: não sei por que carga de água estou impossibilitado de partilhar uma mensagem escrita no word com a sua publicação no blog, recebendo a informação que o fornecedor não responde.
Assim, fico a ver navios e a olhar para o ecran do portátil para ver se me vem alguma outra informação que me leve a resolver este problema.
Será que as novas versões do office estão a retirar funcionalidades à aplicação?
Que os últimos sistemas operativos da janelinha tornam impossível esta solução?
Não deixa de ser estranho, pois está lá a opção de partilhar um texto no blog, solicitando tudo o que é preciso para o efeito. Só que, no fim, muito amavelmente diz que não pode ser nada.
Os meus quase nulos conhecimentos destas matérias informáticas, apenas o suficiente para escrever com alguma regularidade, não têm sido bastantes para utilizar o processo de que mais gostava: escrever no word, gravar um ficheiro, partilhar este ficheiro e publicá-lo no blog.
O que falha?
Se andar por aí alguém que entenda destas coisas, não deixe de dar as respectivas.
Agradecia mesmo. 
PS: Parece que foi suspensa ou adiada a venda no novo banco, o que me leva a pensar que os chineses já fizeram o que tinham a fazer e a mais não são obrigados, a não ser que seja com um desconto bem maior do que os anteriores...
Isto não é minha preocupação, porque os contribuintes não vão pagar coisa nenhuma...

 
 

12.9.15

A condição

Não gosto de utilizar, com demasiada frequência, o condicional de qualquer verbo, pois entendo que a construção da realidade faz-se com a acção concreta e não com supostas coisas que eu faço acontecer a meu contento.
Mas, de vez em quando, o condicional pode ser usado para dar ênfase ou significado a uma coisa que não reflecte o valor ou a importância que alguém, em determinada circunstância, lhe quer dar.
É o caso dos debates televisivos para a decisão fnal dos eleitores no momento de colocar no boletim de voto a tal cruzinha que todos conhecem.
Vamos sabendo que a indecisisão da votação não está reflectida nos resultados das sondagens que os jornais, as rádios e as televisões nos dão a conhecer.
Sabemos todos que quando somos ouvidos para uma sondagem de opinião, principalmente quando se trata de dizer e informar das nossas preferências sobre determinado assunto do foro pessoal, somos levados a dar uma resposta tão retorcida quanto possível, porque não sabemos bem a verdadeira utilização que se pode fazer do que dizemos de boa fé.
A verdade é que a grande maioria dos inquiridos já decidiu o seu voto e não está à espera de ouvir e ver estes debates que os meios de informação nos oferecem para formular o sentido do seu voto.
Assim sendo e salvo outra opinião, tenho-me perguntado para que servem todos estes debates, alguns dos quis com audiência pouco diferentes das presenças num jogo de futebol, realizado para os lados da luz...
Estou convencido que a resposta para esta questão só será bem entendida se se considerar que o bjectivo final não são os eleitores, mas para os jornalistas que vivem da criação e da colocação do  condiicional em tudo o que é importante.
Se for eleito...

8.9.15

O menu diário

Nunca aquela rua foi tão falada, tão badalada e tão visitada e tão percorrida como agora.
É assim que se deveria conhecer uma qualquer rua da cidade de lisboa e não por lá estar a residir um ilustre político preso, à espera do que lhe venha a acontecer quando os tribunais deliberarem em conformidade.
São jornalistas, são políticos, são curiosos, são amigos que ali se deslocam para um determinado objectivo: uns para alimentarem os jornais, recolher conteúdos para os telejornais, umas declarações para as rádios, mesmo que tudo seja a repetiçao do que aconteceu por diversas vezes junto à prisão de évora relativamente ao mesmo preso, como se lá não houvera outros também importantes como este.
Que interessa a real e verdadeira situação das finanças públicas, das empresas públicas, do crescimento económico, do desemprego, da segurança social, dos migrantes e refugiados das terras africanas, programas eleitorais dos partidos concorrentes ao acto eleitoral de quatro de outubro?
Que interessa se o ano escolar vai abrir a tempo ou se vai abrir com atraso, que interessa se os professores estão todos colocados, que interessa se os doentes estão na fila nos hospitais e nos centros de saúde, que interessa se os impostos são os mais elevados da europa, que interessa se a dívida pública continua a aumentar na proporção do enchimento dos cofres do estado, que interessa a vida dos portugueses quer seja boa quer seja má, consoante a carteira e a fé de cada um???
Nada disto interessa face ao corropio e à peregrinação diária e horária ali para os lados da alameda do rei culpado disto tudo.
Enquanto o homem ali estiver vão descobrir-se uma quantidade de coisas completamente sinistras da vida do senhor, mesmo as relacionadas com a construção do seu actual poiso cedido de modo que ainda não sabemos, mas brevemente até nos vão dizer a renda a pagar, a quem vai pagar, onde vai pagar, com que dinheiro vai pagar, etc e tal.
Para sabermos tudo isto vai ser necessário bem mais que um drone, pois a coisa merece uma verdadeira investigação, envolvendo os melhores jornalistas da nossa praça, munidos de gravador, microfone e caneta e máquina fotográfica para o que der e vier.
Sejamos pacientes, porque dentro de pouco tempo teremos à nossa disposição toda a informação recolhida pela investigação pública e privada, isto é, toda a informação constante do processo a decorrer onde for e toda a informação recolhida pelos nossos jornalistas que não querem privar o povo da fruição dos seus direitos.
A candidatura do marcelo e do rui à presidência da república vai ter que esperar, pois agora as nossas preocupações são outras.
Há uma coisa importante que deveria merecer a atenção dos investigadores da treta: o menu diário a servir ao preso... 

6.9.15

Os migrantes

Pelo andar da carruagem, um dia destes não haverá migrantes/refugiados para ocupar as casas disponibilizadas, haverá dinheiro aos montes e teremos o guterres todo satisfeito porque finalmente foram colocados à sua disposição todos os meios financeiros de precise e sobrantes das ofertas dos europeus.
Até parece que há bem poucos meses não havia migrantes/refugiados a morrerem afogados no mediterrâneo, não havia migrantes a fugirem de áfrica subsariana e dos países do médio oriente, não havia preocupações por parte da grécia e da itália e um pouco da espanha por causa dos milhares e milhares de migrantes que arribavam às suas costas marítimas nas condições mais miseráveis e mais deploráveis muito para além da dignidade humana.
Até parece que os europeus do centro e do norte só se deram conta dos problemas dos gregos, dos italianos e um pouco dos espanhóis quando uns quantos milhares de migrantes/refugiados chegaram às fronteiras alemãs e franceses e às portas do euro túnel para os respectivos governos constatarem que tinham um problema entre mãos.
Até há bem pouco tempo as consciências alemãs, francesas e inglesas viviam impávidas e serenas a contemplar os dramas dos migrantes que atravessavam o mediterrâneo em condições físicas, éticas e morais inconcebíveis e nada mais faziam que incentivar os gregos e os italianos a tratarem do assunto, lavando as respectivas mãos de todos os males e consequências  desta invasão inesperada.
Só agora, muito recentemente, é que a maioria dos governos europeus ouviu os sinos a tocarem a rebate, porque estavam a entrar pelas suas fronteiras milhares de migrantes/refugiados a fugirem da guerra, dos crimes, da escravatura e da morte, impostas e comandadas pelos ditadores, pelos caciques e cabos de guerra, alimentados com armas, munições e demais equipamento bélico fornecido pelos países europeus, que agora resolveram preocupar-se com o assunto.
Vão disponibilizar-se milhares de habitações para os migrantes/refugiados atribuídos legalmente a cada país e vão distribuir milhões de dólares e de euros para assistir com alguma dignidade toda esta gente que foge das suas terras, sem condições para lhes garantir um pouco de paz e de tranquilidade e das mínimas condições de vida.
Os efeitos das consciências pesadas estão a dar origem a acções que já deveriam ter sido postas em prática  logo que começaram a morrer migrantes nas águas do mar mediterrâneo.
Ainda não é tarde, mas foi preciso muitas mortes para que os poderosos se dessem conta que era preciso fazer alguma coisa para minimizar os dramas e as tragédias dos migrantes/refugiados subsarianos e do médio oriente.
Nada mais justo: os lucros da venda de armas servem agora para aliviar a fome e a sede a milhares de pessoas que demandam as nossas terras. 

5.9.15

Pharol

Estou a imaginar o corropio das redações dos diversos canais de televisão para convocar os comentadores habituais e mais alguns para se pronunciarem pela enésima vez sobre a saída da prisão do engenheiro ex-primeiro e a respectiva na "sua" residência com polícia à porta.
A coisa estava a ficar despercebida e só de vez em quando aparecia mais uma notícia ou comentário a dizer e a desdizer a mesma coisa, fazendo com que o pessoal continuasse a lembrar-se que o ex-primeiro continuava preso a aguardar que lhe dissessem as razões concretas e objectivas para tal sitação.
Parece que, finalmente, vamos saber a acusão concreta contra o ex-primeiro para além de todas as suspeitas e tudo o resto, que os jornais, as televisões e os jornalistas atribuem ao engenheiro.
Claro que este acontecimento vem mesmo a calhar para desanuviar o ambiente que se estava a criar à volta dos refugiados, que continuam a criar gravíssimos problemas a este problema que se chama "europa".
Mas as coisas só tomnaram o seu real e verdadeiro significado quando os ditos começaram a entrar pelas portas adentro dos países que se julgavam protegidos e imunes ou longe dos acontecimentos.
Até os nossos amigos germânicos...


Tinha escrito mais vinte linhas sobre este temz, quando a rede se foi e me deixou a ver a concentração de refiguados junto ao eurotúnel...
Não repito o que tinha escrito e fico-me a tentar qualificar a elevada qualidade técnica dos serviços prestados pelo (a) "pharol"...

4.9.15

A justificação

Tenho pensado muitas vezes por que razões não escrevo mais e mais regularmente, sendo certo que sobejam motivos para que pudesse acontecer todos os dias.
E, contudo, passo dias, semanas e meses sem que apareçam escritos sobre o que vai acontecendo não só pelo mundo, pela europa e por este cantinho, que se diz ser "país", "nação" e mais algumas coisas que cada um pode pensar.
Não encontro justificação para tal procedimento.
Admito, no entanto, que não se trata de preguiça, de ausência de vontade para abrir o computador e dar-me ao trabalho de pensar um pouquinho sobre qualquer coisa que considere importante e despejar aqui a minha opinião, mesmo antes de ouvir ou ver as dos outros, mesmo que estes outros sejam ilustres comentaristas e ilustres pilíticos e até ilustres jornalistas, mesmo aqueles que que se julgam sê-lo pelo simples facto de terem a mão ocupada com um microfone.
Tampouco se trata de não ter opinião sobre a matéria ou desconhecer o problema, porque opiniões todos temos sobre tudo e conhecimento abunda, bastando para tal ver um qualquer canal generalista a qualquer hora do dia ou da noite, o dia antes ou o dia depois, e ali teremos informação sobre tudo e mais alguma coisa.
Mesmo assim, o problema continua e apesar de o desejar intensamente,  vejo-me como que forçado a deixar passar montanhas de acontecimentos sem que sobre eles me digne manifestar publicamente a minha posição.
Após uma ligeira "intervenção" junto de uns quantos neurónios desocupados, pensei ter encontrado uma pequena justificação para a minha ausência: nojo e asco sobre a política actual!!!
Pasmei-me pelo sucedido e nem quis acreditar que tinha descoberto o que pensam milhares e milhares de portugueses sobre a política e sobre os políticos.
Entendi que a razão fundamental do que me estava acontecendo não tinha grandes justificações, uma vez que nojo e asco da política e dos políticos era coisa que acontecia por todos os lados e pelo universo circundante, pelo que a sua especificidade não tinha nada de especial: era natural e comum que assim fosse.
Concluí que a coisa não se explicava apenas pelo nojo e pelo asco, mas havia ali uma dose de ódio e de desprezo contra a mentira e a pouca vergonha desta cambada de aldrabões à solta cá no cantinho...
Um dia, o pessoal chateia-se...