28.5.18

As televisões

Recebo com alguma frequência na minha caixa de correio eletrónico diversos documentos, nomeadamente petições públicas sobre os mais diversos assuntos, muitos dos quais com o seu interesse.

Mas ontem, recebi um documento deveras curioso: trata-se de uma espécie de petição pública, de pedido coletivo, de sugestão, de alerta para que os canais televisivos abrandem um pouco o seu empenho nas discussões sobre o mundo do futebol português, genericamente falando e resumindo muito resumido o conteúdo do documento.

Genericamente falando, porque falando sobre a realidade trata-se apenas e tão só do futebol da segunda circular de lisboa e bem pouco mais e de vez em quando.

Mas estou totalmente em desacordo.

Até vou mais longe sendo de opinião que os canais de televisão deveriam instituir a obrigatoriedade de um programa com pelo menos uma  (1) hora de duração durante a manhã, outro durante a tarde e os tais à noite com pelo menos três horas (3) de emissão.

Só assim ficaríamos devidamente informados sobre tudo o que se passa no mundo do futebol da segunda circular e, muito provavelmente, devidamente vacinados para carregar no botãozinho do comando e demandar outras coisas, mesmo que menos interessantes, logo que aparecesse as fantásticas introduções aos referidos.

Estou realmente convencido que o papel dos canais de televisão no desenvolvimento intelectual, social, cultural e profissional do "povo" só seria devidamente cumprido com mais estas horas dedicadas ao mundo da bola da nação portuguesa...

PS: Para além do mais, seria interessante conhecer os rendimentos auferidos por tão eminentes e credenciados comentadores...

9.5.18

O sério

Pelos vistos, não tiveram dúvidas nem problemas de consciência quando decidiram emitir em canais de televisão o som e a imagem de gravações feitas nas audições a arguidos bem conhecidos da praça pública.
Nessa altura não tiveram problemas nem deram ouvidos nem cumpriram o que a lei determinava e continua a determinar.
Estava tudo conforme porque o interesse público e o dever de informar se sobrepunha aos interesses individuais e à própria lei.
Nestas situações não deveriam ser tidas em conta as normas do direito nacional e internacional e muito menos o tal segredo que é segredo mas tem pouco de segredo porque é do conhecimento público.
Nem sequer houve a preocupação de citar a tal figura do "advogado do diabo" por se entender que não era necessário estar com essas palermices, pois estavam em causa evidências reconhecidas por toda a gente.
Reconhecidas por toda a gente, ponto e vírgula, porque continua em vigor aquela coisa do direito ao julgamento nos tribunais e não na praça pública, conforme se quer e se faz.
Entendo tudo.
Só não entendo os fundamentos, os motivos, as razões, as preocupações e até os medos e as citações das normas nacionais e internacionais quanto à divulgação dos devedores às entidades bancárias.
Agora já se precisam de comissões de inquérito para inquirir tudo até ao último cêntimo não propriamente de quem o recebeu mas principalmente, mas quem o concedeu.
Neste sentido torna-se mais importante ser do conhecimento público os nomes de todas as pessoas que num determinado banco emprestaram dinheiro a alguém, podendo não estar em causa a necessidade de se saber o nome dos devedores.
Isto é tanto mais estranho quanto já se sabe os nomes de quem deve, pois a lista dos mais importantes  circula na internet e não me venham agora com as tretas de o banco de portugal e o banco central da união europeia não permitirem tal divulgação.
Os tais canais de televisão bem podem atirar com o barro à parede, mas podem ficar com a certeza de que o "zé povo" entende perfeitamente onde eles querem chegar.
Por mim, acredito e estou convencido que varas há muitas e sacanices muitas mais...
Não pensem que nós acreditamos que os "critérios jornalísticos" justificam tudo o que se faz por detrás de uma câmara de televisão
...
A bem da Nação.

5.5.18

O osso

Nunca como agora me pareceu tão verdadeiro o dito popular "são sete cães a um osso".
Trata-se de uma guerra sem quartel: de um lado a corporação, do outro o osso que passa de mão em mão como se fora uma folha ao sabor do vento.
É a um, é a três, é a quatro, é a cinco, é a seis, é a sete e é a oito.
Todos a todas as horas  lutam abnegadamente pelo posse do osso e não o largarão enquanto não sugarem tudo até ao tutano.
Não haverá tréguas.
Não descansarão enquanto o osso tiver qualquer coisa onde se agarrarem.
Primeiro utilizam os caninos para desgarrar tudo, para partir tudo, para desfazer tudo.
Depois entram em funções os molares para fazerem em papas e em massa o osso até que não se veja coisa alguma para recordar.
A corporação não tem outra fonte de alimentação que não seja as suas vítimas mesmo que essas vítimas se tenham colocado à mão de semear, que é como quem diz, tenham dado o seu flanco, que é como se estivessem mesmo a pedi-las.
Não contavam com as diligências, com a fome, com a vontade de comer, com a necessidade absoluta de se alimentarem todos os dias mesmo que seja à custa de carne putrefata, malcheirosa e imprópria para consumo.
A corporação não dorme pelo que quem quer que seja não pode correr o risco de se descuidar seja do que for, pois a corporação está atenta ao mais ínfimo sinal de cheiro a comida e, se for fresca, tanto melhor.
Não importa saber donde vem a comida; não importa saber se a comida provém de animal em vias de extinção ou de animal em fase de crescimento.
Para a corporação o que importa é quem come, mas não quem dá de comer.
Seja quem for não tem o direito de enfrentar a corporação, porque esta é o poder supremo.
Assim, quem não tiver em conta o poder da corporação não terá oportunidade de passar anónimo durante muito tempo: a corporação pode demorar, mas chegará a seu tempo.
Assim sendo: a vocação da corporação é o exercício do poder para julgar tudo o que for do seu interesse.
Contudo, está fora do seu âmbito e não demonstra qualquer interesse pela aplicação da pena.
O resto é mera conversa.
  

4.5.18

A reunião

Se fosse uma reunião com o mestre supremo do universo para preparar uma viagem sem regresso a uma das luas satélites de júpiter para ali depositar todos os aldrabões, vigaristas, gatunos, corruptos, ladrões e todos os semelhantes ainda admitia uma senha de presença no valor de duzentos e vinte e sete mil euros, acrescentando cinquenta e dois cêntimos para que a conta não fosse certa.
Se fosse uma reunião com o carvalho sem v para tratar de uma vitória na primeira liga de futebol cá do burgo dos lagartos nos próximos dez anos estaria disposto a pagar uma senha de presença de cem mil euros e trinta e cinco cêntimos para os mesmos efeitos.
Se fosse uma reunião com os importantes ali do outro lado para justificar à nação respectiva a falência da equipa de futebol e a perda do penta estaria igualmente disposto a pagar uma senha de presença de cento e cinquenta mil euros e onze cêntimos.
Se fosse uma reunião com o pessoal da pesada dos azuis e brancos para explicar ao mundo conhecido e arredores que os mouros já saíram das nossas aldeias, vilas e cidades, dos montes e dos vales há umas centenas de anos e que agora o que resta neles só se vislumbra na cor da pele da malta a sul do tejo fixaria a senha de presença no montante de dez euros e quarenta e cinco cêntimos, por se tratar de uma reunião com baixo nível de dificuldade.
Se fosse uma reunião com quem quer que fosse para tratar de salvar Portugal de toda a porcaria que por aí abunda e limpar o bom nome dos portugueses que descobriram o mundo, então estaria disposto a fixar uma senha de presença de um milhão de euros sem acrescento de cêntimos, porque se deve tratar de uma missão cuja dificuldade se pode comparar com a indicação do número de grevistas por parte dos sindicatos e das empresas.
Agora pagar ou cobrar duzentos e vinte e sete mil euros...!!! 

2.5.18

O gosto

Gosto muito dos jornalistas.
Gosto muito dos comentadores.
Gosto muito dos jornalistas-comentadores.
Gosto muito dos comentadores-jornalistas.
Gosto muito dos canais grátis de televisão.
Gosto muito dos canais pagos de televisão.
Gosto muito de ver e ouvir as notícias.
Gosto muito de ver e ouvir programas informativos.
Gosto muito de ver e ouvir programas desportivos.
Não gosto mesmo nada de ver e ouvir a mesma notícia várias vezes ao dia, nos diversos canais de televisão, com o mesmo texto e as mesmas imagens, embora em alinhamentos diferentes.
Assim sendo e como não pretendo a falência da edp, vou para os canais pagos onde encontro toda uma série de programas que se podem ver a qualquer hora do dia ou da noite e que não me torturam com notícias já velhinhas mas ainda actuais...
Por outro lado, já estou verdadeiramente cansado de saber que há bandidos e gatunos à solta, que os tribunais não fazem julgamentos, mas que se limitam a aplicar as penas...
Duzentos e vinte e sete mil euros por uma reunião...?!!!