24.4.13

A celebração amarga

Muito gosta este governo de se meter em trapalhadas, pois ainda umas não acabaram e já está noutras.

Ninguém tinha entendido aquela história do pagamento do subsídio de férias no mês de novembro, mas quando nos disseram que tinham trocado o subsídio de férias pelo de natal, então se percebeu os fundamentos do respetivo pagamento se verificar apenas no mês de novembro.

Passados que foram dois ou três dias, vieram com mais uma novela do pagamento em várias parcelas, umas não sei quando, outras quando quiserem e ainda outras lá para o fim do ano.

Podemos tirar a devida conclusão e afirmarmos que o governo pagará quando muito bem entender o subsídio de férias ou o subsídio de natal, pois pouco lhe importa o que possam dizer os funcionários públicos, os pensionistas e os reformados, aos quais o governo elegeu como inimigos públicos que importa eliminar ou reduzir à sua expressão mais simples.

E esta expressão mais é olhar para os salários e para as pensões e desatar a cortar até que se chegue ao montante de menos quarenta por cento em termos reais, não contando com a carga fiscal.

Trata-se do tal corte permanente ou as poupanças do Estado nos salários dos funcionários públicos e das pensões, que são da sua responsabilidade, com o argumento de não haver dinheiro para pagar o que se acordou.

Não entendo lá muito bem o argumento esgrimido de honrar os compromissos com os nossos credores nacionais e internacionais, mas cumprir com os acordos celebrados com os cidadãos portugueses no que se refere a salários e pensões não é com esta gente.

No fim de contas, não sei o que será melhor para os funcionários, para os pensionistas e para os reformados: se continuar o processamento dos atuais salários e pensões e depois serem espoliados quase quarenta por cento de impostos diretos, se diminuir um valor correspondente a quarenta por cento e, aplicando-se depois a respetiva carga fiscal

As coisas vão continuar assim confusas porque interessa cobrar receitas através dos impostos diretos tendo como principal atores os funcionários públicos os pensionistas e os reformados, porque estes não têm qualquer hipótese de ludibriar o fisco e estão nas mãos destes tipos que não têm competência para diminuir a despesa do Estado a não ser a que diz respeito aos salários e pensões pagas a quem de direito.

Já nos vamos habituando a que as políticas económicas e financeiras deste governo se centralizem no combate aos funcionários públicos, aos pensionistas e reformados, mas de duas coisas estamos certos, por enquanto: uns poderão ser postos na rua e engrossarem o número dos desempregados e mais as respetivas estatísticas, mas aos outros não os poderão matar, pelo que resta continuar a cortar no montante da sua pensão.

Amanhã celebra-se o 25 de Abril de 1974…

23.4.13

Os seus efeitos

Quando se erra, não há mais nada a fazer que apresentar as devidas desculpas mesmo que não haja ninguém para as aceitar.

Foi o que aconteceu ontem quando escrevi que o conselho de ministros de hoje iria atirar-se mais uma vez aos funcionários públicos, pensionistas e reformados com mais uma dose de mexida nos bolsos destes contribuintes.

Enganei-me redondamente, parecendo que já estava a pensar como o gasparzito ao fazer as suas previsões, estando mais uma vez em causa com os erros verificados na receita e na despesa do Estado no primeiro trimestre do ano de dois mil e treze.

A despesa do Estado subiu e de que maneira e a única coisa que subiu e também de que maneira foi a cobrança do irs, não sendo alheio o que se verificou no mês de fevereiro com os acertos e cobranças verificadas nos salários e pensões do pessoal. No resto foi tudo a descer e até o iva se comportou da mesma maneira, mas isto já seria esperado pelos inteligentes e especialistas do governo e ao serviço do governo, porque sem ovos não se fazem omeletes e com a economia em profunda recessão, ninguém entenderá por que motivos o iva há de crescer…

Anunciava-se que o conselho de ministros de hoje, que demorou cerca de sete horas segundo dizem por aí, iria apresentar um plano de desenvolvimento de tal ordem que ia por a economia, o emprego e as empresas de vento em popa, porque o primeiro tinha dito que chegara o momento da ação, uma vez que o planeamento estava feito.

Não tive o cuidado de me informar devidamente, mas o que me foi dado ver e ouvir não terá passado de uma vasta gama de projetos de intenções, a propósito dos quais e das quais já se tinha falado há muito tempo.

Continuamos todos à espera das ações concretas e não apenas de uma mera indicação do que se pretende fazer, pois a tal história do banco de fomento fica para o médio prazo e a cgd vai ter que participar no financiamento às pme para ver se lava a cara pelo que fez no bcp e no bpn e retomar as suas funções tradicionais.

Houve alguma coisa de concreto? Foi anunciada alguma decisão objetiva sobre o relançamento da economia e a criação de emprego? Que eu visse ou que entendesse, nada de especial se verificou, a não ser que lá para o ano de dois mil e vinte, talvez esta coisa esteja um pouco melhor.

Fico a pensar que foram necessárias sete horas para decidir tudo o que foi decidido, como se se tivesse decidido alguma coisa em concreto.

Vou esperar para ver, porque pagar já o estou a fazer há uns quantos anos não propriamente para ver mas para fazer de conta que me estão a mostrar alguma coisa que eu tivesse obrigação de ver e que não tenho perdão se não o reconhecer.

Alguém já disse que a propaganda produz os seus efeitos…

22.4.13

O conselho de ministros

Amanhã vai ser o grande dia: os funcionários públicos, os pensionistas e os reformados vão tomar conhecimento do roubo legal que se segue a todos os outros roubos legais que têm vindo a acontecer nestes últimos tempos.

O conselho de ministros extraordinário vai determinar as contribuições extraordinários que os funcionários públicos, os pensionistas e os reformados vão ser chamados a contribuir para o ajustamento através da eliminação das gorduras do estado.

Já se tem uma ideia do montante global, que varia entre os oitocentos milhões e os mil e duzentos milhões, mas para primeira impressão o montante parece fixar-se nos oitocentos milhões, se é que de ontem para amanhã os ventos não mudaram e os milhões serem alterados para mais, porque para menos nunca o serão, pelo menos nos próximos anos.

Não temos que ficar desgostosos e magoados com estas políticas e até devemos reconhecer que o governo está na senda do castigo dos prevaricadores ou, que mais não seja, está a retirar a confiança a quem se pode atribuir alguma culpazita de defraudar o estado nos negócios esquisitos e estranhos feitos nas empresas de transporte com aqueles contratos sobre o tal risco…

Está bem de ver que as administrações das empresas públicas de transportes, devidamente assessoradas por gabinetes e eminentes advogados, estão acima de toda a suspeita e responsabilidade em qualquer coisa que cheire a prejudicar o estado, mas mais vale prevenir que remediar e vai daí saem do governo secretários de estado que terão, eventualmente, estado nesses negócios de complexidade elevada e outros não saem porque estão a fazer um bom trabalho no governo e os tais negócios em que terão estado envolvidos não são assim tão graves e complexos que justificassem o seu despedimento nestas alturas.

Ficarão para a próxima, quando o pessoal já se tenha esquecido dos factos de agora e a nossa atenção esteja concentrada numa outra negociata qualquer que seja descoberta a tempo de alguns remendos por pequenos que sejam.

Talvez que o conselho de ministros de amanhã se disponha a seguir o conselho do presidente do tribunal de contas e tenha a coragem de taxar as ppp para que participem no esforço contributivo para o ajustamento e redução do défice para valores inferiores, mas que não constem das previsões do ministro das finanças, porque se assim for não vai haver contribuição alguma, a não ser a que é impostas aos contribuintes pagantes, os funcionários públicos, aos pensionistas e aos reformados e ainda aos desempregados e aos contribuintes com baixa por doença.

E para que alguém não se fique a rir, convinha que essas tais rendas das concessões públicas fossem revistas como muitos já exigiram , mexendo nos contratos sem medo e sem receio de enfrentar o capital sem risco no investimento efetuado.

Dizem os cronistas de hoje que já saíram do governo catorze secretários de estado e que entraram dezoito, no espaço de apenas dois anos, sem se falar em qualquer remodelação governamental, sendo lícito a todos nós pensar que "secretário de estado" só serve para ocupar lugar e nomear uma quantidade de pessoal que estava na "bicha" a aguardar a sua vez…

21.4.13

Postos na ordem

O governo está mais rico com a última remodelação, feita de um momento para o outro sem que ninguém tenha tido qualquer ideia do que iria acontecer: saiu o secretário de estado da defesa e entra uma secretária de estado da defesa proveniente dos Açores, onde foi severamente castigada nas últimas eleições legislativas regionais.

Em face do acontecido agora e antes, está na cara que a senhora já se sentia incomodada com a sua situação na região autónoma, pelo que, sendo os amigos para as ocasiões, vai daí arranja-se um lugar no governo nacional para consolação e salvação do seu ego, que terá ficado muito melindrado e maltratado.

Certamente que a nova secretária de estado da defesa já nada poderá fazer pelos estaleiros de Viana do Castelo, nem pelas contrapartidas da compra dos submarinos, assuntos bem resolvidos pelo respetivo ministro, mas terá muito trabalho pela frente.

Espera-a uma defesa totalmente esfrangalhada pelas posições dos militares que continuam descontentes, talvez porque as promoções a brigadeiros e generais e almirantes e quejandos já não se estão a processar nos moldes de antigamente, não querendo dizer que a nossa defesa não careça de tantos altos cargos do comando das forças armadas, para que Portugal cumpra todas as missões para que é chamado.

É curioso constatar que as forças armadas e de segurança deste País, falido e devedor, estão em vários cenários e teatros de operações a cumprir missões próprias de países com dinheiro para pagar as respetivas despesas, parecendo que para isto não há crise que se note e os militares, apesar dos sacrifícios, agradecem porque a carteira recebe as devidas e justas compensações, por se afastarem do aconchego do lar.

Não deixa de se estranhar que passados meia dúzia de dias de uma remodelação ministerial com a entrada de dois ministros e de uns quantos secretários de estado, venha uma outra envolvendo um secretário de estado que ninguém conhecia nem se sabia para que servia quando se tem um ministro da dimensão do atual ministro da defesa, que tão bem soube salvaguardar os interesses do estado e dos trabalhadores dos estaleiros navais de Viana do Castelo.

Mas isso pouco importa face aos graves problemas que as forças armadas enfrentam, principalmente com a redução dos efetivos, temendo-se que se chegue a ponto de haver um soldado por um graduado, se essa tal redução anunciada começar pela base e não pelo topo.

Assim vai este País, alegre e contente sorrindo para toda a gente e declarando que cumpriremos sempre com as missões que nos forem atribuídas, mesmo que essas missões tenham custos astronómicos para as nossas capacidades, como sejam a ida aos mercados contrair empréstimos a taxas de juros próprias de usurários, quando comparadas com as praticadas noutros países tão mal ou piores que nós.

É o custo de termos um ministro das finanças deste gabarito e de um governo que sonha com o mal e com o demónio representado pelos funcionários públicos, que deverão ser postos na ordem.


 


 


 

20.4.13

Os tempos do apocalipse

Há uns tempos estava na berra o montante de quatro mil milhões de euros de cortes na despesa do Estado, falando-se posteriormente de poupanças, uma vez que já se tinha abandonado a ideia do corte nas gorduras do respetivo.

Passados uns tempos, isto é, quando os malandros de uns quantos juízes que não foram eleitos pelo Povo, decidiram que havia alguns pontos no orçamento que precisava de ajustamento à Constituição, começou a falar-se de mil e quinhentos milhões, de mil e quatrocentos milhões, de mil e trezentos milhões, de mil e duzentos milhões, ninguém sabendo ao certo quantos milhões estavam em causa.

Parece que, feitas as contas, os milhões andarão por volta dos mil e duzentos, sendo certo que os inteligentes do governo já se decidiram pelo montante de oitocentos milhões, ficando o resto para depois, quando se tratar de pagar o subsídio de férias que agora é de Natal se fizer o ajustamento do irs.

Dizem que vão cortar nas despesas dos ministérios, não se sabendo quais os ministérios nem tampouco os quantitativos por cada um, mas o montante já está definido naquelas cabeças pensadoras.

Eles estão calados que nem uns ratos, mas todos estamos a imaginar que os oitocentos milhões não vêm dos privados, mas do setor público, principalmente, dos serviços sociais da responsabilidade do Estado.

No meio de tudo isto, já sabemos que a estrutura social do Estado vai pagar mais uma vez com língua de palmo tudo o que é preciso pagar, pouco importando à troika e aos seus mandantes e executores     que sejam os funcionários públicos, os pensionistas, os desempregados e os doentes a pagar uma boa parte da fatura.

Ao fim e ao cabo, trata-se de levar por diante o objetivo inicial da troika: emprestamos dinheiro com juros de usurário, mas tudo o que seja Estado tem de baixar o seu valor em cerca de quarenta por cento, relativamente ao ano de dois mil e oito.

Não será coisa fácil, mas o pessoal da guita não está disponível para continuar a alimentar toda uma estrutura que não produz metade do que gasta, pelo que a necessidade de um ajustamento é clara e evidente e os pagantes estão vista de toda a gente.

Só que esta história tem sido semelhante à febre tifoide e à febre-amarela e à gripe das aves e das vacas loucas: passou das fronteiras e atirou-se a toda a gente que estava por perto, chegando a todos muito rapidamente.

A todos, não é bem assim: ficaram a salvo uns quantos nababos que continuam a desfrutar da miséria alheia e quanto mais uns emagrecem, mais outros engordam.

Quem engorda demasiado ou come para além dos limites do bom senso, tem fortes possibilidades de sofrer um ataque cardíaco que o pode levar desta para melhor…

Dizem que se aproximam os tempos do apocalipse…

O campo em flor

Quem quiser esquecer-se dos silvas, dos coelhos, dos gaspares, dos portas, e ainda de mais uns quantos que nos entram pela casa dentro a qualquer hora do dia e da noite sem se fazerem anunciar, retirem os carros das garagens e dos estacionamentos nas ruas ou nos parques e tomem a direção do leste ou do sul e limitem-se a olhar em todas as direções para se deliciarem com o espetáculo sublime do Alentejo em flor.

Não o façam pelas autoestradas, mas pelas estradas, de preferência pelas estradas secundárias e até pelas muitas camarárias, para terem a oportunidade de contemplar um dos maiores monumentos naturais que alguma vez e durante o ano inteiro se pode presenciar, fazendo com que as amendoeiras em flor pareçam um festival de segunda categoria.

Não demorem muito tempo a fazê-lo, porque lá para o fim do mês de maio a palete muda radicalmente, pelo que não devemos perder estas oportunidades para viver alguns momentos de pura felicidade ao contemplar uma natureza vibrante que nos obriga a pensar que ainda há muita coisa a viver para além das preocupações com a crise, muito mais acentuada no bulício da cidade.

Esqueçam o portátil, o ipod ou o telemóvel e quando muito façam-se acompanhar por uma máquina fotográfica, manifestamente suficiente para acalmar o espírito e recarregar as baterias quando se tiver que volver ao inferno da vida citadina e dos canais de televisão com todos os seus atores de segunda classe.

Há já uns anos que não me sentia tão maravilhado com os campos desse Alentejo profundo, mesmo o do pulo do lobo com as suas cores das estevas e dos tojos e do piorno e da giesta; aquele Alentejo dos campos verdes das ervas e das searas e dos campos pintados com as cores da natureza, ao alcance de um olhar sereno e tranquilo.

Será o suficiente para se esquecer o frio do inverno e o calor do verão, fazendo destes amenos dias da primavera a estação do verdadeiro e deslumbrante Alentejo, que muitos desconhecem e que não terão oportunidade de sentir se não se derem ao prazer de passar por lá nestas alturas do ano.

Admito que possa haver gente que prefira uma tarde de passeio à beira-mar ou a olhar as montras de um centro comercial ou até as ondas do mar numa praia meio deserta.

Mas perder a oportunidade de contemplar o hino à natureza que nesta época é o Alentejo, é perder a oportunidade de lavar a mente e o espírito da porcaria e da javardice da política dos nossos políticos politiqueiros, que não merecem a perda de um dia a contemplar a natureza em flor que agora está à nossa disponibilidade e que espera pela boa vontade de todos quantos ainda acreditam num futuro melhor.

13.4.13

Os desempregados e os doentes

Enquanto o gasparzito vai para Dublin para não ter que responder pelo despacho a impor a sua ditadura, que o mesmo é dizer, a ditadura dos seus patrões e senhores, o passos brinda o povo com uma senhora remodelação do governo trazendo mais outro gasparzito do estrangeiro para dar o devido apoio ao que já cá estava, apesar do pouco tempo que permanece em Lisboa, uma vez que passa o tempo em viagens à Europa para receber instruções e para dar conta de mais umas medidas para o ajustamento.

Desta vez e para se vingar do tribunal constitucional atira-se aos desempregados e aos doentes para recolher, ou melhor, para não gastar mais uns quantos milhões, continuando a deixar de lado aqueles que ganham não umas dezenas mas umas centenas e até milhões de euros, como há por aí muito boa gente.

Continua a esquecer-se de ir ter com os gatunos do bpn e do bpp e sacar-lhes os milhões roubados à vista de todos os responsáveis como se estivessem a fazer tudo dentro da mais pura legalidade.

Todos aqueles processos de roubos e de corrupções que correm nos tribunais contra pessoas e contra instituições marcam passo e não se vislumbra que alguém seja posto na prisão, apesar de todos os milhões que desapareceram sem deixar rasto.

É uma alegria: os pobres e os miseráveis e os remediados continuam a pagar as favas, mas os senhores dos milhares e dos milhões continuam a rir-se desta podridão que não tem fim com a conivência de uns quantos marmanjos que dirigem esta terra.

O drama de tudo isto é que o esquema está montado de tal maneira que não há possibilidade de impedir estas medidas, a não ser aquelas que foram inscritas no orçamento e que violavam, segundo parecer dos juízes do constitucional, a Constituição da República, apesar da posição do gasparzito que já sabia muito bem o que a casa gastava, estando a lixar-se para as leis que regem a Nação.

Para este mandatário da troika o que importa é cumprir escrupulosamente os ditames dos seus patrões, estando quase a chegar lá: os salários em Portugal já estão abaixo dos cinquenta por cento dos praticados na união, faltando uns retoques nas pensões e nos vencimentos dos funcionários públicos administrativos e técnicos não licenciados, para que tudo se componha e se diga que o ajustamento está terminado.

Depois a troika pode ir embora, ficando Portugal a pagar todas as borradas que esta gente pratica a seu belo praz, para tristeza de muitos e satisfação de uns quantos.

Esta de ir buscar uns milhões aos desempregados e aos doentes não lembra ao diabo, ficando provado que o funcionário e representante da troika em Portugal ainda não tem o estatuto de "demónio" que se lhe vai atribuindo, o que indica haver uma clara distinção entre "diabo" e "demónio", pelo menos, cá no burgo.

Já se fala da taxa social única para os reformados e pensionistas…

Não há bem que não acabe, nem mal que sempre dure…?


 

11.4.13

O despacho

Ministro das finanças algum ficaria mais de seis meses no governo em Portugal se fizesse tantas asneiras e cometesse tantos erros e fosse tão inútil e fosse tão incompetente como este gasparzito que se dá ao luxo de não dar cavaco a ninguém por tudo aquilo que faz para mal de todos os portugueses.

De todos os portugueses, ponto e vírgula, porque para alguns senhores este gasparzito foi uma dádiva que caiu neste retângulo malfadado para aplicar as penitências que muitos de nós já merecíamos abundantemente.

Após mais uma derrota e um conjunto de asneiradas cometidas em plena consciência do que estava a fazer, o gasparzito lembrou-se de nos aplicar mais uma machadada a que nos habituou e vai daí atira-nos com um despacho que não lembrava ao diabo, mas dele se lembrou ele.

Antes de ir mais uma vez prestar contas aos seus patrões e senhores deixou-nos um despacho em letra de forma, não vá algum ministro lembrar-se que é ministro e autorizar, no âmbito das suas competências, alguma despesa que o gasparzito não tinha previsto.

Já não se fala dos quatro mil milhões, pois o que está na berra é o famoso despacho que a grande maioria condena e uma pequena, pequeníssima minoria defende com unhas e dentes contra todas as evidências e contra a inteligência de gente importante que já foi e ainda é.

Tudo leva a crer que o despacho, que eu não li por não me dar ao trabalho de o fazer por ser inútil e não me servir de nada e para nada, só é entendido na sua verdadeira dimensão e significado por uns quantos membros do governo e uns tantos deputados da maioria, porque só esses o defendem como sendo benéfico para salvar o País da bancarrota por excesso de despesa e carestia de receita, como se ministros e secretários de estado do governo não passassem de mentecaptos e incompetentes sem qualquer sentido de responsabilidade para exercerem dignamente as suas funções e cumprirem as suas obrigações do seu cargo e do seu estatuto.

Bem vistas as coisas, o gasparzito não confiou em ninguém enquanto se deslocava à Europa para prestar contas da porcaria que está a fazer e obter o devido apoio pelo cumprimento escrupuloso das orientações que lhe foram dadas quando o indigitaram ministro das finanças.

Já pouca gente duvida que um funcionário de um membro da troika, indigitado ministro das finanças para gerir a receita da troika, tenha liberdade para fazer alguma coisa de diferente do que lhe foi ordenado e possa ser responsabilizado por tudo o que está acontecer nesta terra, carecendo de ser confortado pelo exercício de funções tão degradantes, como são as de fazer com que Portugal regrida uma gereação, para recomeçar lentamente quase do zero.

Entretanto, vamos tendo a certeza que ele vai levar um chuto no traseiro um dia destes, para que tenha a oportunidade de receber o prémio que lhe é devido pela javardice de tudo o que está a fazer ao pessoal cá do burgo.

10.4.13

As ramelas

Sai uma pessoa de Lisboa por dois ou três dias e meio e acontece uma revolução: o primeiro encheu o País de lágrimas de crocodilo com o seu discurso balofo e tragicómico capaz de partir os corações dos contribuintes, dos pensionistas e funcionários públicos; o presidente continua no seu melhor, isto é, sem saber o que fazer e pouco se importando com tudo o que está a acontecer desde que diga umas palavras de ocasião para português pensar que está num grande esforço para manter Portugal à tona, apesar da existência do ministro das finanças; não se sabe o que aconteceu ao relvas, sendo lícito pensar que anda a negociar as maturidades e as soluções para os buracos relacionados com a inconstitucionalidade de quatro normas da lei do orçamento, bem como o estudo das opções possíveis para sacar mais guita aos funcionários públicos, aos reformados e aos pensionistas; muitos políticos, politólogos e comentadores, salvaguardando o estoiro do novíssimo comentador político da televisão pública, não se lembraram que os juízes do tribunal constitucional fizeram um enorme favor ao governo ao não chumbar a contribuição extraordinária de solidariedade imposta aos reformados e pensionistas, colocando presidente da república na miséria semelhante à dos pobres portugueses que vivem com uma pensão ou um salário de mil euros por mês, mas sem direito a cama e roupa lavada por conta.

Nunca pensei que em três dias se pudesse dramatizar tanto a situação de Portugal parecendo que se está agora e neste momento na total bancarrota e na total penúria porque treze pessoas deliberaram dizer ao governo e ao ministro das finanças que a república das bananas ainda tem algumas semelhanças com uma democracia e existem regras e procedimentos que a diferenciam claramente de uma ditadura, mesmo que se trate de uma ditadura tendo por cabeça pensante um funcionário europeu que, por acaso, é português, agora a trabalhar em Portugal em representação de um membro da troika e a tentar cumprir os seus desígnios: dar a machadada final a um regime minimamente amigo dos pobres e dos desgraçados, que devem continuar a servir os seus senhores.

Parece que existe por aí muito boa gente a achar estranho que muito outra boa gente pense que existem razões e motivos ocultos para estas posições políticas, económicas e financeiras deste governo.

Por mim, tudo está claro e não tenho dúvidas sobre essas razões e esses motivos: trata-se de implementar as políticas mais liberais que já se viram em democracias ocidentais, levadas a cabo com a conivência dos nossos parceiros, com a finalidade principal de subjugar mais um país ao serviço dos senhores do mundo, comandados pelos misteriosos "mercados", que carecem de continuar a ganhar dinheiro.

Mas nem tudo está perdido: havia por aí uns quantos tipos convencidos que podiam gastar as verbas orçamentadas, sem autorização expressa do executor de falências: puro engano e fraco convencimento.

O ministro das finanças tomou as rédeas da governação e nada vai sair dos cofres do Estado sem a sua assinatura!

Agora é que o homem não vai ter tempo para tirar as ramelas dos olhos…


 


 

5.4.13

Já se foi

Já se foi!!!

Demorou muito tempo a tomar uma decisão que deveria ter sido tomada por ele ou pelo primeiro há já muito tempo, para bem dele e para bem dos portugueses, que ainda acreditam na ética e na moralidade, que devem pautar o comportamento das pessoas e das instituições.

Foi-se embora de livre vontade e esta realidade é que eu lamento profundamente, tão só porque não deveria ter sido de livre vontade, mas sim imposta pela dignidade de quem o deveria mandar embora.

Mas a vida é assim: o relvas foi-se embora e muito pouca gente terá ficado admirada pelo acontecimento do dia quatro de abril do ano do Senhor de dois mil e treze…

Espero bem que muito pouca gente sinta saudades deste homem que fez parte de uns quantos casos mirabolantes da política e da economia de Portugal, que darão umas boas oportunidades para que os comentadores, jornalistas e investigadores venham dizer-nos com factos e com verdades o que realmente sucedeu com o papel deste homem.

Mas fiquei muito admirado que este acontecimento tivesse surgido pelo caso da sua licenciatura, já conhecido há muito tempo e não pelas suas ações de governação e intervenção nuns quantos casos de relevante importância política e económica que, certamente, condicionaram fortemente o desenvolvimento da economia e da organização social e política do País.

Tenho esperança que haja muito pouca gente a manifestar tristeza pela saída do governo deste homem que andou nas bocas do mundo pelas piores razões. Mas não deixará de haver manifestações e lamentações por parte de uns quantos pelo abandono de um lugar que dava lugares muito cobiçados a gente que lá está devido ao papel e ação do agora ex-ministro.

Não tenho razões pessoais para lhe querer algum mal; apenas lhe desejo que tenha a dignidade de reconhecer as asneiras e as mentiras que são do conhecimento público, para que muita gente o possa desculpar e até compreender.

3.4.13

Com calma

Com calma e com tranquilidade durante toda a tarde não ouvi uma palavra e não vi uma imagem do que foi transmitido pelos canais televisivos da assembleia da república, pelo que estive completa e totalmente ausente da discussão da moção de censura.

A esta hora ainda não sei quais foram os resultados finais da votação, partindo do pressuposto que a moção de censura foi rejeitada pela maioria que nos governa, continuando sem saber quem votou contra e que votou a favor e quem se absteve, se é que houve abstenções.

Num curto momento das notícias das vinte de um dos canais tive a oportunidade de ouvir e ver durante cerca de quarenta segundos uma intervenção da bancada socialista e uma resposta do primeiro sobre qualquer coisa relacionada com o pagamento de uns milhões pela obra parada do túnel do Marão.

Fiquei baralhado com a coisa, pois não percebi bem se o governo tinha pago por uma obra parada cerca de cento e oitenta milhões, quando poderia pagar apenas doze milhões por ano com a obra terminada e entregue e a cumprir os seus objetivos.

Em qualquer dos casos, se os pagamentos foram indevidos, embora autorizados pelos que saíram e pagos pelos que entraram e estão presentes, parece-me que seria de inteira justiça que ambos os responsáveis fossem presos e não lhes fosse permitido fazer discursos na assembleia da república.

Podem dizer que é o país que temos, que todos comem da mesma gamela, que todos servem os mesmos senhores, que todos são uns aldrabões, que todos são uns gatunos, que todos são uns corruptos, mas também me podem dizer que a cadeia é para toda essa gente que comete desmandos e pratica desacatos e ofende o POVO e não é digno do lugar que ocupou ou em que está investido.

Mas não me digam que não há alternativas, porque estou convencido que haverá alguma boa gente que não tenha vocação para aldrabar e para roubar ou até que seja mais comedido nas suas ações e que trabalhe para servir toda a gente e não para garantir o seu futuro numa qualquer empresa pública, um qualquer banco ou uma qualquer empresa multinacional ou cotada na bolsa.

Não me venham dizer que não há outra possibilidade de governar este País, porque ainda continuo a acreditar que um Povo merece algo mais que passar a sua vida a penar e a levar porrada de gente sem escrúpulos.

Todos nós merecemos o perdão por uma asneira feita contra a nossa vontade em obediência aos instintos, que fazem parte da natureza humana, mas quem autorizou e ou pagou indevidamente um cêntimo ou muitos milhões e biliões de cêntimos deveria ser algemado onde quer que estivesse e levado para a prisão partilhando o espaço público interno com todos os outros que já estão a cumprir as decisões da justiça.

De certeza, que teríamos alternativas e os sacrifícios já teriam servido para alguma coisa…

1.4.13

Não somos deuses

Toda a minha gente fala da remodelação.

Agora o que está em causa é a decisão do Tribunal Constitucional que tudo vai condicionar até mesmo uma demissão, já pedida e exigida e badalada pelos comunistas e bloquistas, falando os socialistas de eleições antecipadas.

Bem vistas coisas, estamos numa situação de salve-se quem puder, que o mesmo é dizer que tudo isto está sem rei nem roque e tudo à deriva não se fazendo a mínima, se vai haver uma remodelação, se vai haver uma demissão, se tudo vai continuar na mesma como o caranguejo.

O mais chato desta coisa é pensar numa remodelação sem sair o ministro das finanças e o incomparável e inefável relvas, que continua a demonstrar a total ausência de vergonha para continuar a aparecer na tv a mandar postas de pescada como se nada fosse com ele.

E a bem dizer, não é, porque é tudo com o primeiro que não sabe o que fazer e como fazer a não ser as suas aparições a dizer que não senhor e sim senhor, que estamos firmes e coesos e que esta coisa há de passar, só não sabe e não sabemos quando.

Entretanto a coisa vai de mal a pior, apesar do aumento de impostos, mas tudo condicionado pelas maluqueiras dos donos da correia do norte, que também não sabem lá muito bem se atacam a coreia do sul, se o japão, se os estados unidos e se terão alguma contemplação para com os chineses sem esquecer os russos.

Que importa tudo daquilo que se passa lá tão longe, se o nosso problema tem a ver com a remodelação ou com a demissão do governo?

Por mim, podem remodelar tudo o que quiserem, inclusivamente as regras sobre a utilização da alta tecnologia no futebol como forma ajudarem os árbitros a dormirem mais descansados, mas tenho por certo que o ministro das finanças não pode e não deve ser remodelado, não porque esteja a desempenhar um grande papel ou pela elevadíssima consideração que a Europa lhe dedica, mas simplesmente porque é disso que está à espera há pelo menos um ano, pois sente-se injustiçado pelo tratamento que tem recebido destes ingratos naturais nascidos, nados e criados neste cantinho ordinário do continente europeu.

O ministro das finanças não pode e não deve ser remodelado, porque quem só faz asneira atrás de asneira não merece qualquer prémio por resultados obtidos, porque se assim fosse, não havia ordenado recebido que desse para ele pagar toda a porcaria que tem feito.

Remodelar nesta altura o ministro das finanças era reconhecer que o homem merece voltar ao paraíso, tendo presente que lugar mais merecido seria no inferno do nosso descontentamento ou, pelo menos, no purgatório até à expiação de todos os seus pecados cometidos contra os portugueses, que jamais lhe perdoarão, tão só porque não somos deuses…