7.4.11

Já está

Já está: o Governo vai pedir a ajuda financeira para minimizar os estragos na economia nacional, nas empresas principalmente públicas e nos bancos.

À falta de melhor questiona-se agora se se trata do recurso ao fundo de estabilização... ou se de um empréstimo intercalar, mesmo depois de o Presidente da Comissão da UE ter dito que não conhecia tal coisa.

Mas os nossos comentadores e jornalistas entendem que pode tratar-se de uma coisa qualquer, não porque lhes interesse saber, mas porque convém que não saibam por enquanto do que se trata verdadeiramente.

Talvez que nos próximos dias venham a ter informação concreta sobre a matéria para fixarem os seus tiros numa outra coisa qualquer, como já começou: porque é que se chegou a esta situação de termos que pedir a ajuda externa para resolver os problemas internos?

Na realidade, se eles fossem só internos estou mesmo ciente que os "banqueiros de meia tigela" como são os portugueses não estariam a negar-se a financiar o Estado e as empresas públicas por falta de capitais (?).

Mas como também são externos trata-se agora de cascar em quem, sabendo que viria a acontecer, não o fez há mais tempo dando paz e descanso aos pobres banqueiros portugueses que se viram sem dinheiro para garantir as necessidades de financiamentos de diversas instituições públicas e privadas, esquecendo-se do que acontecia há uns quantos anos, quando íamos ao banco pedir dez mil escudos para a compra de um carro e se não tivéssemos cuidado vínhamos de lá com vinte mil em créditos...

Mas aos banqueiros temos que andar com eles nas palminhas da mão porque se se zangarem podem ir de malas aviadas para as ilhas dos paraísos fiscais com o nosso pouco dinheiro, como se deles fora todo.

Por mim pouco me importaria, porque nesse caso não seria explorado por banqueiros da treta e poderia passar a seê-lo por verdadeiros banqueiros que não se neguem a financiar os seus respetivos estados...

Bem vistas as coisas, a decisão desta gente importante reflete o tratamento fiscal que lhes é dado em Portugal: és macio e não cobras o que cobras aos outros, então mereces pura e simplesmente que a nossa consideração esteja a nível zero, como estão as classificações americanadas que deixam o burgo na mão dos oportunistas, dos chantagistas e dos agiotas e até dos inefáveis banqueiros portugueses...

1.4.11

Cinco de junho

Prontos!!!

Está decidido: o PR aceitou a demissão do PM, demitiu o Governo, dissolveu a AR e marcou eleições legislativas para o dia cinco de junho próximo.

E tudo isto no espaço de uma semana mal contada, o que deverá ter representado um enorme esforço e uma grande estafa, mas o dever e a obrigação assim o determina.

De toda a comunicação o que eu achei mais interessante, mesmo que não pareça a muito boa gente, que preferia que o PR tivesse procurado alternativas e dissesse mais qualquer coisinha que acalmasse os portugueses, foi aquele argumento de ter marcado para o dia cinco de junho e não para o dia vinte e nove de maio, como a urgência e a gravidade da situação aconselharia.

Com menos oito dias os partidos concorrentes não deveriam ter o tempo suficiente para preparar as listas de candidatos e preparar convenientemente os programas eleitorais, porque em oito dias muita coisa se pode fazer de verdadeira utilidade para o POVO, como seja atrasar mais oito dias as desgraças que se avizinham...

Trocava eu algumas impressões com alguns amigos durante o almoço e falou-se sobre o papel do PR em todo este processo havendo a ideia de que deveria ter forçado os partidos políticos a um entendimento nas medidas a adotar sem prejuízo dos seus ideários e só em última análise decidir-se por eleições legislativas.

Nós ainda acreditamos na boa-fé desta gente toda, mas eu tive o cuidado de dizer que estamos numa democracia, que ditadores já não temos graças à democracia, que não podia ser assim por causa da democracia e que este presidente não é nem nunca será como o anterior presidente, que, apesar do seu discurso redondo, não deixou de cortar a direito.

É o que temos.

Agora anda tudo sem saber o que fazer e como fazer, esperando-se que não haja, entretanto, um terramoto de tremor de terra que ponha juízo na cabeça desta gente que nos governa e que nos quer governar...

PS. Um amigo meu mandou para a minha caixa de correio eletrónico um texto assinado por Miguel Sousa Tavares relatando uma conversa com uma espanhola enquanto percorriam a A6. Também o MST tem direito a uma masturbação intelectual e a uma ironia galhofeira só possível como essa tal espanhola que não sabia bem no mundo em que se movimentava.

Mas digam-me lá de que ponto da A6 se vê ou se avista o grande lago da barragem do Alqueva...???