31.12.15

Já foi

Já foi.
Não fico com saudades da porcaria, da javardice, da sacanice, da albrabice, da roubalheira...
E muito menos de javardos, de sacanas, de aldrabões, de gatunos...
Salve-se a alma lusitana, na qual deposito as justas esperanças de uma vida melhor...
Será nossa... de todos os que aspiram à paz e à liberdade sem necessidade de pisar os outros...

28.11.15

A inveja

Venho aqui manifestar a minha admiração pelo sentido ético e vertical do crânio encarregado da venda do novo banco.
Parece que o homem não vai ganhar trinta mil euros, como referi anteriormente fazendo-me eco dos títulos da imprensa, mas apenas a módica quantia de vinte e cinco mil, sem direito a complemento e sem usufruto de popó, dado que o contrato é de doze meses.
Fiquei muito satisfeito pelo facto do contrato durar apenas doze meses, porque se trata de um claro sinal que o cérebro vai vender o banco neste período de tempo, não havendo renovação ou prolongamento do prazo estabelecido.
Se esta eminente criatura for capaz de "vender" o banco no prazo de um ano sem o entregar ao desbarato a um qualquer grupo estrangeiro, ficaríamos eternamente agradecidos pela sua infinita e incontestada capacidade de resolver graves problemas que ninguém foi capaz de solucionar sem entrar nos bolsos dos contribuintes.
Certamente que todo o pessoal daria por bem empregue o montante que o génio vai receber  pelo período de um ano.
Mas as coisas já não estão a correr de feição: os tipos da caixa geral de depósitos já estão a fazer barulho só motivados e impulsionados pela inveja por alguém se ter lembrado que o homem predestinado para vender o novo banco estava mesmo ali à mão de semear sem qualquer necessidade de olhar para os stocks que por aí andam.
Que diferença faz àqueles senhores da caixa geral de depósitos que este senhor, que é da família, tenha sido contratado para entregar o novo banco a um qualquer grupo chinês?
Terão pensado, como eu pensei, que por vinte e cinco mil euros ao mês, mesmo sem complementos, sem prémios e sem popó, qualquer um o poderá fazer, depois de serem lá colocados mais umas centenas de milhões de euros, encerradas umas dezenas de agências e postos na rua um milhar de trabalhadores, sem que tenha a mínima importância a sua origem: se dos bancos acionistas do fundo de resolução, se do orçamento direta ou indiretamente.
Não fico com a mínima dúvida que este cérebro será capaz de levar a água ao seu moínho com uma perna às costas, se se tiver presente o que ele fez com empresas públicas da área dos transportes e etcetera e tal, sempre na sagrada salvaguarda do interesse público.
E fica dito: não são trinta mil, mas apenas vinte e cinco mil.
Que tenham paciência os invejosos, porque deles não será o reino das privatizações...

27.11.15

A sacanice

A contratação já era do conhecimento público, pois o homem ainda  não tinha cessado as suas funções de membro do governo e já tinha sido chamado a novas funções, desta vez, ao serviço do banco de portugal para "vender" o novo banco.
O que não se sabia ou, pelo menos, não eram do conhecimento público os honorários (salários) de pessoa tão inteligente e de tanta relevância para o êxito de uma empreitada como a de vender o novo banco, o tal banco que, sendo novo, já custara milhões ao estado, como se o estado tivesse à sua disposição tanto milhão que não tivessem qualquer ujtilidade para outro elevado objectivo.  
Corria nos ecrans das televisões a notícia sobre os custos deste importante senhor: nada mais nada menos que trinta mil euros por mês, coisa correspondente ao valor da transação que se se propõe efectuar: a venda do novo banco a alguém que o queira comprar.
Se fizermos fé no que aconteceu com situações anteriores, isto é, com vendas anteriores em que esteve envolvido este "crack", poderemos deduzir que a coisa não terá grandes dificuldades em chegar a uma conclusão.
Contudo, restará saber se a conclusão será semelhante às soluções encontradas para situações em que este envolvida esta sumidade em vendas de património do estado a capitais estrangeiros.
Não será muito difícil pensar que os procedimentos não serão muito diferentes do que aconteceu noutros casos de venda de património do estado a quem se dispôs a negociar com este inteligente negociador.
A coisa que temos mais próxima e ainda a ressoar nos nossos ouvidos foi a venda da transportadora áerea nacional a um consórcio com um testa de ferro português dono de umas quantas empresas de transportes terrestres e um luso americano parcialmente dono de umas empresas de transporte aéreo meio falidas e com milhões de dívidas.
Mas este inteligente não teve qualquer dificuldade em "entregar" por uns quantos milhões uma empresa que valia bem mais que esses milhões, mesmo colocando de parte e de lado as dívidas aos bancos, que ficaram à responsabilidade do estado português.
Isto é, este senhor entrega quase de borla uma empresa área a privados sem incluir as respectivas dívidas, como se se tratasse de venda de um pacote de amendoins importados da china e deixando de lado os produzidos e cultivados no ribatejo e em transosmontes.
O país ficou altamente agradecido pelos reais favores devidos a esta personalidade e vai daí é contratado para  doar o novo banco a quem quiser dar uns milhõezitos pelos muitos milhões ali investidos pelo estado português.
Assim se reconhece e se premeia a sacanice de entregar Portugal ao capital estrangeiro.  
Lamento profundamente que Portugal não tenha uma boa meia dúzia de gente como esta para podermos acabar de vez com o que resta de valor nesta terra miserável.
Será que o novo governo ainda poderá ter uma palavra a dizer sobre este contrato milionário?

14.11.15

O sacrifício

Quando acabarem as cerimónias fúnebres oficiais, as sentidas homenagens dos populares e os discursos, lamentações e lágrimas de  crocodilo de grande parte de políticos e de pessoas importantes o que é se vai seguir?
Certamente que uma análise profunda de todas as causas e fundamentos deste drama gigantesco que assola a Europa e não deixa em paz o povo que não tem qualquer culpa e responsabilidade de tudo o que nos está a acontecer.
Certamente que uma actuação digna de gente de bem ao serviço dos desgraçados que são explorados de todas as maneiras ao saírem de suas terras para demandar o eldorado europeu.
Certamente que uma alteração radical dos processos que têm conduzido a este fenomenal movimento migratório a partir do médio oriente e da áfrica subsariana, onde a riqueza e a miséria andam de mãos dadas ao serviço de ditadores, de corruptos, de caiques e de senhores da guerra.
Certamente que uma paragem no fornecimento de armas e artefactos bélicos aos movimentos terroristas e às ditaduras do dinheiro e do petróleo e de outras matérias primas que agora têm pouca importância estratégica, mas que dentro de poucos anos estarão na disputa dos poderosos.
Certamente que uma correção de todas as asneiras feitas pelos europeus e pelos américas em nome da democracia, semeando, incentivando e cultivando a guerra como forma de domínio sobre os desgraçados com o fino objectivo de maiores lucros para satisfazer o capital.
Certamente que uma vigilância total e absoluta sobre os pontos de origem deste monumental fluxo migratório com proporções nunca vistas e deixar de insistir sobre os pontos de chegada aos territórios europeus, mesmo que sejam considerados de passagem.
Certamente que uma visão realista do fenómeno migratório que não se satisfaz com o primeiro país que encontra pelo caminha, mas começa a exigir o ingresso num determinado território de melhor proteção social e condição condição económica.
Tudo isto poderá ser uma miragem, porque já se fala em enviar lá não sei para onde uns quantos milhões de dólares ou euros, que servirão em grande parte para tornar ainda mais ricos os ricos, dar poder aos ditadores e ajudar um pouco mais os caciques e os senhores da guerra, que anseiam por dinheiro fresco.
Alguma vez se saberá quantos destes milhões vão chegar aos pobres e aos necessitados e a todos aqueles que não um cêntimo para pagar a ENTRADA NUM BARCO MISERÁVEL ?
O que é que vai acontecer quando se derem como terminadas as experiências de novo armamento, de novo equipamento e de novas bombas ?
O que é que vai acontecer quando se acabarem os stocks existentes de armamento bélico?
Alguém vai continuar a brincar com os europeus e com os americanos, tão só porque a democracia não permite determinadas liberdades utilizadas por muita gente, que, de vez em quando, espalha o terror numa qualquer cidade de um qualquer país... 
Que o sacrifício final tenha valido a pena.



11.11.15

A queda

Hoje não tenho paciência para mais.
É só para registar a queda.
Voltou tudo às mãos do todo poderoso de belém.
Como já tem previsto e estudado este cenário não lhe será difícil encontrar a devida solução.
A bem da nação...

9.11.15

A apresentação

Quem teve a oportunidade, a curiosidade, a paciência e até a ousadia de ver e ouvir a apresentação e início da discussão do programa do vigésimo governo constitucional deparou-se com uma situação insólita e inesperada.
Nem o primeiro resistiu à tentação de atirar para as urtigas o programa do seu governo para disparar as setas quase envenenadas para o seu lado esquerdo atirando-se como gato a bofes ao possível e desconhecido, mas quase certo, acordo dos quatro partidos da esquerda com assento parlamentar.
Depois foi o que se conseguiu ouvir: pouco interessava a discussão do programa do governo, pois o que estava na mente de todos os deputados da coligação era o desconhecimento dos acordos e a necessidade imperiosa de os conhecer, como se já se tratasse da apresentação de um hipotético governo das esquerdas, quando nem sequer tinha sido discutido o programa do actual.
Tudo nos levava a crer que o objecto da discussão era o programa do vigésimo primeiro governo constitucional, depois da queda do vigésimo e da respectiva nomeação do vigésimo primeiro, depois da suprema decisão do presidente da república.
Foi um total devaneio político: tu já não és tu, mas tu ainda não és tu, porque eu ainda sou eu e só deixarei de o ser quando tu fores tu, o que eu não acredito que sejas, mas estou totalmente convencido que mais hora menos hora já não serei o que sou agora.
Independentemente da razão de uns e de outros, da tradição, dos usos e dos costumes entendo que é chegado o tempo de o pessoal se convencer e admitir que a mudança é inevitável no processo democrático e que as verdades e as certezas variam conforme a direção do sopro dos ventos.
Não valerá muito a pena insistir na questão do cumprimento da tradição, uma vez que as circunstâncias dos tempos se alteram conforme as necessidades e as oportunidades.
De resto, foi muito desagradável ver e ouvir alguns deputados proferir frases e afirmações que mais pareciam de autênticos carroceiros e não de lídimos representantes eleitos pelo povo.
Cada um pode ler os resultados eleitorais conforme os seus interesses, as suas ideologias e as posições políticas em que se coloquem ou em que se encontrem, mas devem ser tidas em conta todas as soluções que os resultados tornem possíveis sem que seja necessário denominar as posições dos adversários como "desonestidade intelectual" e outras coisas do mesmo jaez.
É feio, é inútil, e só torna a situação ainda mais deplorável do que verdadeiramente é.
Pelo que vi e ouvi durante a tarde desta segunda feira, dia nove de novembro do ano da graça do dois mil e quinze, o presidente não terá outro remédio que nomear um governo de esquerda nos próximos tempos, mesmo contra a sua vontade... pois o actual já não está
PS: Ficámos a saber que as bolsas europeias sofreram um trambolhão devido à instabilidade política em Portugal...
Que os deuses me valham...
 


3.11.15

A demissão

Já tinham feito da senhora uma estrela em ascensão no mundo da política, de tal modo que estava em tudo o que era programa noticioso das televisões, como se não fosse possível qualquer acontecimento sem umas palavrinhas a propósito.
Agora já estão a transformá-la em ministra e o mais certo é que o venha a ser, mas não se sabe bem é quando, para lembrar um dos que já passaram...
Na verdade, estamos perante uma situação bem bizarra.
O presidente não quer e tem horror a quem quer pensar sequer numacoisa destas.
Os da direita parece já estarem por tudo, tal é o esquecimento a que se votaram nos últimos dias.
Os da esquerda continuam em discussão, mas ainda não se entenderam.
Por outro lado, as coisas tomaram um orientação tal que sair dela será uma calamidade para uns quantos e nada mais restará que votarem-se também ao esquecimento, ocupar por uns tempos os seus lugares de deputados e passar a chatear os que agora os chateiam.
Bem vistas as coisas, poucas dúvidas existem nos jornadores e nos comentalistas para a inevitabilidade de a senhora vir a ser ministra dentro de pouco tempo e se assim for haverá alguma certeza de não ser pior ministra que outros e outras que já por lá passaram.
Esta coisa do destino nem sempre bate certo: dizem que somos nós que o fazemos, mas neste caso não sei se assim será.
Para mim tanto se me dá como se me deu, pois o que vier a  acontecer já está escrito nas profecias dos comentalistas e dos jornadores.
Pela minha parte, não deixo de ser coerente com o que já escrevi aqui: o homem não dará posse a um governo das esquerdas, mesmo que seja essa a única solução razoável perante as circunstâncias  de um pseudo governo que foi empossado há uns poucos dias e que ainda não se dignou dizer aos portugueses umas palavrinhas de consolo, de gratidão e de votos de paz e tranquilidade para os próximos tempos, a não ser o que se ouviu por parte daquele ministro que avalizou a idoneidade do maior banqueiro desta terra, a propósito das desgraças climatéricas algarvias...
A senhora pode ir a ministra, mas a sua nomeação e respetiva tomada de posse só poderá ser o último acto oficial do presidente.
Na hora seguinte só terá um caminho: a sua demissão e ir gozar as reformas...


31.10.15

Foi tradição

Num incerto dia do mês de maio/agosto de todos os anos, os portugueses, crentes, ateus, agnósticos e os sem quaisquer opções, beneficiavam de um feriado, institucionalizado há muitos anos, para celebrar uma festividade da igreja católica romana. Contudo, os passos e os portas, entendendo que se tratava de uma celebração discriminatória, tiveram por bem riscá-la do calendário mandando para as urtigas a tradição.
No dia cinco de outubro de todos os anos, os portugueses, fascistas, comunistas, progressistas, reacionários, socialistas, esquerdistas, centristas e direitistas, monárquicos e republicanos, beneficiavam de um dia de descanso oficial para utilizar, cada um à sua maneira, o dia da implantação da república e lembrar que um parvalhão qualquer pode mandar para o outro lado da vida um rei e um príncipe, sem que se tenha tempo para descer da carroça. Contudo, os passos e os portas retiraram do calendário o feriado, que já durava há uma porrada de anos e anular a tradição, que não era tradição porque ofendia muitos portugueses que sentiam saudades da monarquia e não se reviam na república, com toda a razão, diga-se a propósito.
No dia um de novembro de todos os anos, os portugueses utilizavam o dia para festejar todos os santos independentemente da crença religiosa e aproveitavam o dia para homenagear com um ramo de flores, mesmo de plástico, as campas dos seus antepassados, já partidos desta vida miserável. Mas os passos e os portas entenderam que santos eram aqueles que com eles concordavam e os mortos, porque já estão mortos, não careciam de flores todos os anos e daí fizeram mais uma cruz no calendário, para demonstrar que a tradição é quando lhes dá jeito e quando eles querem.
No dia um de dezembro de todos os anos, os portugueses, principalmente os patriotas, dispunham de um dia para lembrar e relembrar que esta terra, quando é preciso, tem tudo no sítio e não serve de desculpa o poder dos filipes, dos andeiros e de quaisquer outros, quando o povo quer e exige, mesmo à custa de facadas e de espadeiradas. Mas os passos e os portas vieram lembrar também que a glorificação dos nossos gloriosos pode ter um efeito pernicioso com uma eventual rejeição dos actuais mandatários dos mandões estrangeiros, o que não seria bom para a saúde das finanças públicas, pelo que seria razoável retirar do calendário esta duvidosa tradição, em eventual violação do tratado de lisboa e do tratado orçamental.
Sempre se disse que "não há regra sem exceção" e que a lei foi feita para ser desrespeitada.
Um dia qualquer a tradição pode deixar de ser tradição, desde que... haja alguém que a quebre.
Sempre aconteceu e sempre acontecerá...

Era a tradição

A partir do dia cinco de outubro do ano da graça de dois mil e quinze a tradição tomou conta do imaginário dos políticos portugueses.
Até então era raro chamar a tradição para justificar ou fundamentar comportamentos, acontecimentos, posições e decisões de pessoas e até de instituições.
Não era tradição chamar a tradição para a política quando os decisores políticos tomavam esta ou aquela posição sobre um determinado acontecimento ou situação.
Ninguém se lembrou, até àquele fatídico dia, de apresentar a tradição como processo justificador de termos um país atrasado e miserável.
Ninguém se lembrou, até àquele fatídico dia, de apresentar a tradição como causa e razão suficiente de uma vida inteira a mendigar uma côdea de pão para enganar o estômago e matar a fome...
Ninguém se lembrou, até àquele fatídico dia, para utilizar a tradição para absolver as matanças e os holocaustos que sacrificaram milhões de pessoas em todo o mundo.
Mas agora parece que a tradição já tem pés para justificar e fundamentar um movimento contra o progresso, contra a mudança, contra a alteração, contra tudo o que possa influenciar o desenvolvimento político, social, económico e cultural de um povo.
Parece que a tradição não pode  contrariar os movimentos sociais que possam surgir das desigualdades das pessoas, quer se fale da pobreza, da riqueza, da miséria ou da felicidade.
Também parece que a tradição não pode admitir que aconteça agora, porque nunca antes aconteceu, pelo que não pode acontecer mesmo que seja inevitável acontecer.
Na prática, estamos a reduzir a tradição a uma arma de arremesso contra a mudança natural que acompanha o tempo como medida do movimento.
Estaríamos ainda na idade do paraíso do éden se a tradição não admitisse que a mudança e a transformação dos usos e dos costumes fazem parte da formação da personalidade humana.
A propósito de uma situação política que não tinha acontecido nos últimos quarenta anos, mas que aconteceu agora, pretende-se chamar a tradição como argumento contra uma eventual alteração do processo político da nomeação de um governo.
Não sei se é mais triste o argumento e os "argumentantes".
Mas sei que a resistência à mudança é uma das variáveis mais perniciosa para o desenvolvimento de uma sociedade.

23.10.15

A primeira

Endoidou.
Pifou. 
Escafedeu-se
O mole virou duro.
A múmia paralítica bateu com a cabeça naparece e voltou pó.
Aquela cabeça pensadora queimou os fusíveis e derreteu os neurónios.

Não quero; não quero; não quero!
Não aceito; não aceito; não aceito! 
Eu sou eu e as circunstâncias que se amolem!
Quem nunca foi por mim, não terá nada de mim.
Quem sempre me ofendeu, não terá o meu beneplácito.
Quem passou a vida a chatear-me o juízo (será que tenho?) não conta comigo.
Não querem lá ver que agora pretendiam produzir cereais quando o mercado está a abarrotar de trigo?
Não querem lá ver que agora não queriam aceitar as ofertas de capital, porque temos os cofres cheios dele?
Não querem lá ver que pretendem arranjar com os outros o que não conseguem por eles próprios?
Não querem lá ver que esta cambada estava às espera de contemplações para coisas tão sérias que exigem a máxima honestidade que não demonstram ter?
Não querem lá ver que por estarmos nos últimos segundos da última parte de toda a duração do jogo, deixava de mostrar o cartão vermelho e não marcar penalti?
Nem pensar!
Porque quem assim pensava não pensava que eu pensava deixar de pensar o que sempre pensei?
Essa treta da mudança, do desenvolvimento e do progresso não se faz à custa de amandar e atirar para as urtigas o modo como sempre se fizeram as coisas aqui por estas bandas.
É certo que precisamos de progresso, necessitamos de desenvolvimento, mas isto não pode ser feito à custa da mudança e alteração dos bons costumes, aos quais devemos a nossa história e a nossa cultura.
Essa coisa de termos que secar a fonte para sermos iguais ao primeiro rei foi chão que já deu uva e nada pode  alterar o que a tradição decreta sob pena de cairmos na mais profunda calamidade que pode levar à nossa destruição.
Eu tenho o poder  de dar os passos necessários para abrir as portas aos que me prestam a devida vassalagem e não permitir o livre acesso a quem tudo tem feito para não o merecer.
Eu quero!
Eu posso!
Tomem lá, e que se aviem!
Quem quiser e quem puder, que o faça como eu o fiz!!!
A primeira já está!!!


20.10.15

O buraco

- Meu filho, conta-me lá as diligências efectuadas para encontrares uma solução estável e duradoura.
- Desculpa, papá, mas a coisa não tem corrido tão bem como eu desejava.
- Não? Diz-me, quais foram as dificuldades?
- Olha, papá, parece que subiu à cabeça daqueles maltrapilhas uma grande vontade de serem importantes.
- Não me digas? Então os craques querem mandar nesta coisa toda ou estão a fazer-se caros?
- Muito mais que caros. Ofereci umas migalhas, mas eles querem uma quantidade de coisas que eu nem ouvi porque não as entendi em condições.
- Diz-me lá uma coisa, meu filho: estiveste a fazer de esquisito nas ofertas ou foste perdulário? Olha que com esta gente temos que ter o chicote sempre preparado, de tal modo que se estás disposto a dar uma coisa tens que receber pelo menos duas em troca.
- Pois, eu também pensei assim. Mos os sacripantas não cedem um milímetro ao metro que  eu tenho e que não quero perder.
- Oh, meu filho, toma nota que perdeste uma quantidade de coisas e não podes, sem mais nem menos,  querer que o pessoal se esqueça que não comeste os espinafres suficientes.
- De acordo, mas eu tentei atirar o barro à parede, mas o barro não ficou colado, o que me perturbou bastante e tem dificultado a solução final.
- Tem dificultado a solução final? Não entendo isso e nem sequer percebo qual é a tua dificuldade em encontrares a solução final, se ela está mesmo à frente dos teus olhos.
- Pois. Eu também pensei isso, mas aquela história da escrita e da folha de cálculo pode não ser do agrado daquela cambada, o que pode levar os tipos a não aceitarem a minha proposta.
- Na verdade, estás com um problema entre mãos, mas tudo nesta vida tem solução, como muita gente diz. Pode é não ser totalmente satisfatória como se exigia à primeira.
-Tem calma, meu filho, que tudo se há-de arranjar, nem que seja por uns tempos. O que importa é que saibas resistir com toda a veemência e não te deixes abalar por uns contratempos de meia tigela. Olha bem para o que me sucedeu a mim.
- Tem razão, mas os tempos são outros. Agora temos apenas umas moeditas, quando naquele tempo abundavam as notas que se viam e sentiam por todo o lado...
- Não sejas incrédulo. Um dia destes já não terás problemas. Deixa o tempo passar, pois mais depressa do que esperas terás o pássaro na mão.
- Espero bem que sim.
- Só tens que me prometer uma coisa: evita a todo o custo demissões irrevogáveis... porque eu já não terei oportunidade de apanhar o golpe e tapar o buraco....

18.10.15

O eixo

Uma das coisas que mais gosto na televisão é ter a possibilidade de a qualquer momento fazer uma viagem por todos os canais desde o primeiro até ao último e voltar ao que menos me chatear.
Isto não é fácil de dizer e até de fazer, mas de vez em quando lá passo uns minutos a ver e ouvir aqueles comentários de muitos comentadores que cada vez mais me ensinam a gostar menos de comentários e de comentadores, sempre desejosos de se ouvirem a eles próprios.
Outro dia, a propósito da actual tragicocómica situação da política portuguesa, tive a oportunidade de dar uma vista de olhos a uns comentários escritos referentes à "clarinha" ficando com alguma curiosidade de a ver e ouvir a perorar sobre o tema.
Vai daí deparei-me com os inefáveis comentadores do denominado "eixo do mal" divagando precisamente sobre a magna questão que tanto os preocupa.
Fiquei fixado na televisão para escutar com a máxima atenção a dita senhora e ajuizar sobre os comentários lidos anteriormente de um internauta vulgar e normal. 
Quando chegou a sua vez, consegui entender que:o costa e os socialistas não sabe o que quer e o que querem, os comunistas são comunistas e sabem o que não querem e os bloquistas são marxistas, pelo que se torna impossível particiaprem  numa solução, por falta de tradição.
Durante cerca de quatro minutos não percebi se a senhora tinha opinião sobre a matéria concreta ou se apenas se tratava de mandar bitaites e cumprir a sua obrigação de comentadora para justificar o pagamento a efectuar a devido tempo, bem merecido, diga-se de passagem.
Quando falavam os quatro ao mesmo tempo sem que ninguém os entendesse nem sequer o moderador, ainda ouvi a "clarinha" a afirmar que "... eu só quero uma boa solução".
Fiquei estupefacto pela afirmação e nunca pensei que fosse possível haver naquela cabeça pensadora uma hipótese diferente para além de uma boa solução para Portugal dos portugueses.
Passado algum tempo, pois estive cravado nos comentários cerca de quarenta minutos, terei percebido que a boa solução era apenas uma intenção e uma boa vontade da senhora que não foi capaz ou não quis dizer o que seria para ela uma boa solução.
Não tive razões para duvidar da correcção dos comentários escritos de um leitor de jornais, mas valeu a pena perder aqueles minutos todos para ter uma ideia do valor daquela comentadora, mas principalmente porque o moderador apresentou um vídeo final que me fez lembrar o que poderia ou deveria ser um verdadeiro presidente da república, digno dos portugueses.

17.10.15

Por favor

Ando a ficar com dores de cabeça porque nos últimos dias tenho-me deixado invadir pela curiosidade de ouvir alguns debates e entrevistas políticas nos diversos canais de televisão.
Não consigo entender lá muito bem como é possível os canais de televisão dedicarem tanto tempo, quando dizem que não têm tempo para nada, a colocar frente a frente, à esquerda e à direita uns quantos senhores, cujo pensamento político já se conhece perfeitamente.
Até parece que esta gente está mesmo convencida que é possível alterar o pensamento, as convicções, as certezas e, já agora, as tradições pessoas, porque num acto eleitoral não houve uma maioria absoluta de um só partido.
Até parece que é possível convencer quem tem certezas absolutas da sua verdade e alterar de um momento para outro aquilo que sempre o sustentou durante anos e anos e anos.
Dá a impressão que anda tudo louco, porque tentam de todas as maneiras encontrar respostas de acordo com as suas convicções profundas ou de acordo com os seus interesses materiais, financeiros, estruturais, sociais e profissionais, interesses que são o seu sustento com dificuldade mínima.
Toda a gente anda a basear a discussão e suposições e raciocínios n condicioonal: se isto for assim, então aquilo será assado...
O que mais me espanta são perguntas idiotas dos jornalistas alicerçadas na condição quando pretendem que a resposta seja uma afirmação no presente do indicativo.
O que me leva a concluir que aos jornalistas não interessa muito a resposta, pois o que interessa é a pergunta que não pode deixar de ser feita, mesmo que tenham a certeza que a resposta não pode ser dada.
Neste sentido tenho tendência a pensar que a finalidade desta coisa toda não é encontrar uma solução para os graves problemas que temos e que vamos continuando a ter, mas sim manter uma discussão para que os canais de televisão demonstrem ao pessoal que são essenciais para a felicidade e bem estar do pessoal, que pouco ou nada se interessa pela política.
Já agora, achei um desplante total por parte daquela personagem que declarou ter-se abstido por não sei o quê...  e a seguir aceitam convites para os bitaites do costume..
Antes valia ter feito o que fizeram uns quantos milhares de portugueses que foram votar, mas votaram nulo ou em branco; pelo menos manifestaram interesse no acto eleitoral, cumpriram o seu dever, exerceram os seus direitos e não foram convidados para estes debates.
Ten ham misericórdia de nós e não se esqueçam que temos no nosso ordenamento constitucional gente com o dever e a responsabilidade de resolver o problema do próximo governo, não sendo preciso tanto alarido.
Depois, quem quiser derrubar a casa que o faço e quem quiser manter a casa de pé que a mantenha.
Até lá, chateiem menos... por favor.
 

14.10.15

A tradição

A histeria e a propaganda assentaram arraais em jornais, em televisões, em comentaristas, em jornalistas e em quase tudo que emite opiniões.
É um ver se havias para lançar o caos, a desordem e a tragédia que ocorreriam em portugal se fosse possível um governo de esquerda.
Querem fazer crer que a gente, aqueles que pouco ou nada esperam da vida política nacional, ainda acreditamos que pode haver um governo de esquerda,mas que isso seria o fim deste país.
Mas fique todo o mundo descansado, incluíndo os mercados, porque a cabeça pensadora que reside em belém já tem tudo decidido.
Analisados que foram uma centena e meia de cenários para a formação do próximo governo de portugal, a decisão está tomada e eu sei de fonte segura qual é, uma vez que tive a possibilidade de entrar na corrente eléctrica, embora fraca, daqueles neurónios e observar ao pormenor tudo o que ia acontecer.
Vai ser assim:
O acordo entre o passos, o portas e o costa já foi, pelo que não vai haver.
O acordo entre o costa e o sousa e a catarina é possível, mas já foi.
O presidente vai ouvir os partidos, nos termos constitucionais
O presidente vai indigitar o passos como primeiro ministro para formar governo.
O passos vai formar governo.
O presidente vai empossar o governo.
O governo vai submeter aos deputados o programa.
O programa vai passar, porque o costa não vai votar contra.
O governo vai submeter o orçamento à apreciação dos deputados.
O costa não vai votar contra, pelo que o orçamento é aprovado.
Depois de tudo isto, o governo quer governar e está metido numa camisa de onze varas e vai surgir de novo e em força a tal força de bloqueio.
Entretanto, teremos um novo presidente, que se for o tal, fará um comentário a todos os partidos e vai convocar novas eleições lá para o fim do ano de dois mil e dezasseis, princípios de dois mil e dezassete.
Não consigo ver mais além.
PS: O Oliveira, aquele moço das motas, nunca deveria ter ganho o tal grande prémio, porque nunca houve anteriormente um português a ganhar um grande prémio de motociclismo, indo contra a tradição...
A mudança, o progresso e o desenvolvimento não se fazem contra a tradição?

10.10.15

A solução

Até às vinte horas e dez minutos do dia quatro de outubro do ano da graça de dois mil e quinze, os males do mundo tinham a razão e o seu fundamento nos socialistas.
Não havia coisa alguma que tivesse sido bem feita e em benefício de portugal e dos portugueses, a não ser de uns quantos amigos também socialistas.
Deram cabo de tudo, incluindo o do próprio estado.
Deixaram tudo na miséria e não fora o resgate já não teríamos existência legal...
Os socialistas eram muito piores que o diabo: este ainda tinha o inferno e dispunha dele como lhe dava na diabólica gana, mas os socialistas já tinham penhorado tudo e a dívida já estava perto dos noventa e cinco porcento da riqueza produzida. Até foram responsáveis pela subida da dívida para lá dos cento e trinta por cento do pib, sem falar dos milhares de desempregados, dos milhares de emigrantes, de todas as empresas encerradas e até dos chumbos dos alunos que não estudam a tempo e a horas de fazerem os seus exames.
Mas depois das vinte horas e quinze minutos desse mesmol dia e apesar de continuarem responsáveis por tudo o que de mau aconteceu a esta terra nos últimos cinquenta anos, deixaram de ter sarna e rapidamente se acabou o discurso da a sua culpabilização.
Foi um milagre, pois bastou que os bons perdessem a maioria absoluta que lhe dava toda a autoridade para fazerem tudo o que tivessem em mente e precisassem agora da boa vontade dos maus para continuarem na sua caminhada ao serviço do poder.
De repente o discurso mudou e apareceu a palavra "humildade", coisa que tinha desaparecido do léxico dos bons. 
Havia que pensar nalguma coisa para evitar males maiores, porque esta cambada dos socialistas podiam não se dar por derrotados e vencidos e atreverem-se a encontrar outras vias que podiam levar a mandar os bons para as urtigas, face ao acontecido nos últimos quatro anos.
Vai daí que deixou de se ouvir discursos contra os socialistas e passou-se a saber que o diabo pode tecê-las, apesar do são jorge continuar de espada em riste.
Cuidado, portugueses, porque pode estar a ser congeminada uma solução governativa  ainda mais gravosa que a pretendida pelos maus da bancarrota: pode estar aí mesmo escondida atrás da porta uma solução governativa comandada pelos socialistas com a participação dos comunistas, dos verdistas e dos bloquistas e de mais alguns esquerdistas, o que seria uma verdadeira revolução nascida a partir de um golpe de estado constitucional, mas contra a natureza da política portuguesa.
Portugueses, apesar dos socialistas serem agora menos maus, não deixaram de ser maus pelo facto de termos perdida a maioria absoluta e ser indispensável a sua boa vontade para governar mais quatro anos e continuar o nosso projecto de tornar os portugueses o povo mais pobre de toda a europa e arredores ao serviço da mão-de-obra barata para servir melhor os senhores do mundo.
A traição está aí...
  

5.10.15

A vitória

A coligação ganhou, mas perdeu.
Os socialistas perderam, mas ganharam.
Os bloquistas ganharam.
Os cdu ganharam.
Os animais ganharam.
As declarações de vitória foram as do costume.
Houve uma declaração de derrota.
O surpreendente da noite foi a festa do livre, que avanções rapidamente para os foguetes, mas os animais protestaram e lá receberam de braços abertos o deputado disputado.
Os eleitores disseram ao marinho que se fique pela europa e que por lá faça muito barulho, porque por aqui não tem lugar.
O partido mais votado foi o da abstenção, que subiu relativamente a eleições anteriores, apesar de todas as sondagens dizerem o contrário e quase todos os comentadores, jornalistas e políticos continuarem a a afirmar que os abstencionistas tinham diminuído, quando os números oficiais já diziam que tinham aumentado.
A realidade tem destas  coisas: quem perdeu cerca de oitocentos mil votos sai vencedor das eleições e quem ganha cerca de duzentos e cinquenta mil perde as eleições.
Hoje mesmo a campanha já começou: é dever nacional dos socialistas, que perderam, viabilizar o governo dos que ganharam.
É assim mesmo e tomem lá.
Surpreendidos? Vão deixar de estar muito rapidamente e o meu cartão de eleitor não ficou arrumado...
Mas não deixo de me interrogar que é feito dos quase dois milhões de pessoas na pobreza, de cerca de novos tresentos mil desempregados, dos milhões de pensionistas com a pensão mínima, dos milhares de beneficiários do rendimento social de inserção, dos trabalhadores com o salário mínimo e todos aqueles a recibos verdes e de todos aqueles sem qualquer tipo de proteção social???
Onde está seu voto ou para onde foi o seu voto?

2.10.15

A República

Está bem de ver: o homem sempre viveu à pala da República.
Quando foi estudante nem propinas pagou;
Quando foi professor ali estava a república;
Quando esteve no banco de portugal era a república;
Quando foi secretário de estado vivia da república;
Quando foi ministro alimentava-se da república;
Quando deputado lá tinha a segurança da república;
Quando foi primeiro ministro a república cuidava dele;
Enquanto presidente da república, a república nunca o deixou ficar mal.
Agora a República merecia um pequeno carinho como fosse a sua presença no dia da República.
Ontem o homem, lá do alto do seu orgulho idiota, declarava alto e a bom som que já sabia muito bem o que ia fazer com os resultados eleitorais, mesmo antes de os conhecer.
Hoje, o mesmo homem diz que precisa de reflectir sobre as suas gravíssimas decisões a tomar logo após conhecer os resultados eleitorais.
Isto acontece precisamente no dia da República pelo que o Presidente da República não pode estar presente nas comemorações da República.
É confuso?
É estranho?
É aceitável?
Para o vulgar republicano seria natural que o Presidente da República estivesse presente nas comemorações do Dia da República, mas o Presidente da República assim não o entende, adiantando para o efeito uma justificação idiota e inconsequente, tendo em conta declarações fresquinhas prestadas lá nos estates e totalmente injustificáveis tendo conta o significado das funções que exerce.
Com este homem a lógica é uma batata e a república não passa de uma fava.
Até nisto somos uns pobres de espírito, tendo o presidente que temos.
O que nos vale é que é por pouco tempo mais...
No fim de contas, o homem não se digna desonrar a República com a sua presença, mas poderia ter mandado dizer que estava com caganeira, que lhe doíam os poucos neurónios activos, que não queria incomodar, pelo que...
A gente entendia...

29.9.15

A dívida

Lá no ano de dois mil e dez a dívida pública representava qualquer coisa como noventa e três por cento do produto interno bruto.
Agora no ano de dois mil e quinze a dívida pública está a bater os cento e trinta e três por cento do produto interno bruto.
No ano de dois mil e onze a dívida pública era qualquer coisa como a ninharia de cento e oitenta e quatro mil milhões de euros.
Agora no ano de dois mil e quinze está nos duzentos e noventa mil milhões de euros.
A diferença entre o ano de dois mil e onze e dois mil e quinze, período de quatro anos, a coisa aumentou em cento e quatro mil milhões de euros.
Neste curto período de tempo "doamos" todas as empresas ou partes de empresas de sectores estratégicos e quase estratégicos de actividade que entregavam ao estado uns quantos milhões de lucros ou impostos por ano, como a cimpor, a ren, a ana, a edp, a galp, os ctt, os seguros e ainda qualquer coisinha que não vem ao caso.
Neste curto período de tempo emigram cerca de quatrocentos mil portugueses, muitos deles com formação académica de nível superior.
Neste curto período de tempo foram à vida milhares de empresas que produziram cerca de trezentos mil desempregados.
Neste curto período de tempo houve um "enorme" aumento de impostos para a classe média.
Neste curto período de tempo o trabalho perdeu valor.
Neste curto período de tempo as pensões e as reformas foram vilipendiadas.
Neste curto período de tempo houve tempo para atirar para as urtigas o serviço nacional de saúde, ouve tempo salvar os seguros e os serviços privados de saúde, houve tempo para quebrar a espinha aos professores e colocar o ensino público ao seu nível mais baixo de sempre, houve tempo uma desmesurada e irracional guerra contra os trabalhadores das administrações públicas, houve tempo para uma enorme quantidade de desvarios só minimizados pela acção do tribunal constitucional.
Neste curto período de tempo até houve tempo para a manipulação, para a mentira, para a aldrabice, para o roubo, para o esbulho e para umas quantas patifarias, de tal modo e de tal qualidade que as vítimas já começam a ver e a agradecer o  processo da sua salvação.
As coisas são como são, como se costuma dizer ou como nos querem fazer crer que são.
Na verdade, em dois mil e onze, era a bancarrota nacional e nem havia dinheiro para pagar as dívidas dos hospitais.
Mas hoje, no dealbar de dois mil e quinze, temos os cofres  cheios...
Mas dedos e anéis?
Os mentirosos e os aldrabões não merecem governar.

18.9.15

A informação

Já disse aqui várias vezes que não compro jornais há uns bons anos e o que leio não além de uma vista de olhos pelos títulos na papelaria e às vezes, muitas poucas, nas bancas e expositores.
Mas não deixo de folhear as poucas páginas do jornal diário gratuito que aparece nos mais diversos locais, nomeadamente no centro comercial que frequento com regularidade, dada a proximidade da minha residência.
Hoje, fiquei altamente surpreendido por um título garrafal, para a dimensão do jornal, dando conta que "um milhão quer carro novo em 2016", mas logo, com letras mais pequenas, esclareceu que quase três quartos dos que tencionavam comprar automóvel em 2016 vão optar por um usado e a gasóleo...
Fui assaltado por um monte de dúvidas, pois se um milhão quer carro novo e se três quartos tenciona comprar carro usado e a gasóleo, estamos a falar de quantos portugueses, que a minha cabeça não dá para tantos cálculos?
Foi ver o corpo da notícia e o que lá encontrei não permite tirar qualquer conclusão como as da primeira página. São pequeninos, mas já a sabem toda.
Este jornal não se ficou por aqui e ofereceu aos seus leitores um comentário do rio sobre a comunicação social, dizendo que "tem uma enorme responsabilidade na degradação do regime democrático português, devido a problemas sérios de credibilidade e fraco sentido de estado"..." a prioridade da comunicação social é tudo menos social, tendo como preocupação o que dá lucro".
Tenha pena do homem, porque penso que ele estava convencido que bastava um sinal numa conversa ligeira a beber um cimbalino com uns quantos amigos e os jornais e as televisões decidiam por unanimidade que estava ali o próximo presidente da república. Enganou-se e está a fazer-se de inocente ou está a desancar nos que já elegeram o seu presidente através dos seus comentários altamente identificadores das suas opiniões? 
Por último fiquei muito contente por este jornal referir que uma empresa britânica vai comprar uma empresa portuguesa de tecnologia militar com um investimento de 19 milhões de euros, mas pelas percentagens apresentadas fiquei sem saber se a maioria do capital era do estado português ou se era de duas empresas privadas. O que mais me admirou foi o sir afirmar que a empresa "...não exige muito capital pois é sobretudo conduzida pelo talento dos trabalhadores".
Valeu a pena pegar num jornal gratuito de circulação diária para ficar com alguma informação, mesmo que se sinta que essa informação está longe de ser completa e entendida por todos.
Nada como a sensacional sondagem divulgada pelo nosso querido canal público, da responsabilidade da universidade católica.
Querem informação completa, competente e independente?
No canal público, com certeza...

17.9.15

A verborreia

Não há bem que sempre dure, nem mal que se não acabe.
Não há mal que sempre dure, nem bem que se  não acabe.
Qual está certo ou qual está menos errado?
Certamente que tudo será à vontade do freguês.
Por mim, estou convencido que dentro de quinze dias vai acabar esta verborreia eleitoral, depois de muita gente já está a dar em doida, dada a magnitude do ruído, que ofende os ouvidos do mais resistente.
Nos últimos quinze têm sido "um ver se te havias" para ver quem mais aparece nas televisões, quem mais fala nas rádios, quem mais mentiras lança aos quatro ventos, quem mais inverdades diz, quem mais promessas está a fazer para depois das eleições.
Ninguém parece pensar que já há muita gente a ficar cansada de tanta propaganda eleitoral, de tantas soluções para tantos problemas, tantos problemas para tão poucas soluções...
Ninguém parece pensar que há fortes possibilidades de muita gente fazer frente a este frenesim propagandístico com a sua retirada de campo e refugiar-se em qualquer lugar e em qualquer ocupação, desde que esteja longe deste maldito ruído que nos atinge a qualquer hora do dia e da noite.
E isto ainda está nos preliminares, sendo lícito pensar que como se diz " a procissão ainda vai no adro" e tem de percorrer todas as ruas da aldeia, para que todos e todos mesmo fiquemos bem informados sobre a política dos dezoito partidos que vão concorrer às próximas eleições legislativas.
É bem de ver que os órgãos de informação ou, se quiserem, os órgãos de manipulação e controlo das massas estarão sempre dispostos a dar a voz aos senhores que tudo querem e que tudo fazem, sem olhar aos verdadeiros interesses dos interessados nesta coisa toda.
Bem vistas coisas e tivermos presente o tempo, o espaço e som o grande e quase único problema desta terra resume-se a um contrato ou a um acordo para encontrar seiscentos milhões.
Tudo o resto não passa de coisas do arco da velha, coisas de somenos importância, coisas que só interessam aos pobres, coisas desprezíveis por inúteis e sem qualquer razão e fundamento para serem citadas e discutidas com o mínimo interesse.
Encontrem os seiscentos milhões e tudo o resto virá por acréscimo e até os lesados, os oprimidos e os espoliados terão os seus problemas resolvidos, mesmo que seja na outra vida.
Não percebo lá muito bem as razões que temos para criticar os nossos estimados políticos que se dedicam de alma e coração a resolver os nossos mesquinhos problemas, como o preço da energia, o preço do leite e da carne e da água e o iva e o irs e todas as taxas que abundam em todas as facturas, quando os políticos europeus não são capazes de dar uma pequeníssima explicação do fenómeno dos migrantes/refugiados e demoram uma infinidade de tempo para decidirem o que quer que seja como seja uma eventual limitação do problema, porque a sua solução só lá para as calendas gregas, quando o grego for a única língua falada na europa e arredores...

15.9.15

A falha

Quando existem várias hipóteses de trabalho, nem sempre se escolhe a mais fácil ou a mais útil.
É o caso de escrever mensagens para o blog, podendo utilizar-se a escrita directa, fazer recurso ao correio electrónico ou recorrer ao word e daí publicar tudo e mais alguma coisa.
Mas todas as hipóteses de trabalho têm as suas vantagens e os seus inconvenientes.
Não gosto de redigir directamente no blog utilizando o tratamento de texto oferecido, pois as opções de correcção ortográfica não me satisfazem.
Por outro lado, o envio de mensagens para o blog a partir do correio electrónico debate-se com a pobreza do tratamento de texto onde o corrector ortográfico praticamente não existe.
Até há não sei quanto tempo, utilizava sistematicamente o word, pois dispõe de todo o tipo de formatações do texto e fazia recurso ao corretor ortográfico português português, dando a tranquilidade suficiente para escrever à vontade sem que os erros constituíssem um problema.
Mas, a informática tem destas coisas: não sei por que carga de água estou impossibilitado de partilhar uma mensagem escrita no word com a sua publicação no blog, recebendo a informação que o fornecedor não responde.
Assim, fico a ver navios e a olhar para o ecran do portátil para ver se me vem alguma outra informação que me leve a resolver este problema.
Será que as novas versões do office estão a retirar funcionalidades à aplicação?
Que os últimos sistemas operativos da janelinha tornam impossível esta solução?
Não deixa de ser estranho, pois está lá a opção de partilhar um texto no blog, solicitando tudo o que é preciso para o efeito. Só que, no fim, muito amavelmente diz que não pode ser nada.
Os meus quase nulos conhecimentos destas matérias informáticas, apenas o suficiente para escrever com alguma regularidade, não têm sido bastantes para utilizar o processo de que mais gostava: escrever no word, gravar um ficheiro, partilhar este ficheiro e publicá-lo no blog.
O que falha?
Se andar por aí alguém que entenda destas coisas, não deixe de dar as respectivas.
Agradecia mesmo. 
PS: Parece que foi suspensa ou adiada a venda no novo banco, o que me leva a pensar que os chineses já fizeram o que tinham a fazer e a mais não são obrigados, a não ser que seja com um desconto bem maior do que os anteriores...
Isto não é minha preocupação, porque os contribuintes não vão pagar coisa nenhuma...

 
 

12.9.15

A condição

Não gosto de utilizar, com demasiada frequência, o condicional de qualquer verbo, pois entendo que a construção da realidade faz-se com a acção concreta e não com supostas coisas que eu faço acontecer a meu contento.
Mas, de vez em quando, o condicional pode ser usado para dar ênfase ou significado a uma coisa que não reflecte o valor ou a importância que alguém, em determinada circunstância, lhe quer dar.
É o caso dos debates televisivos para a decisão fnal dos eleitores no momento de colocar no boletim de voto a tal cruzinha que todos conhecem.
Vamos sabendo que a indecisisão da votação não está reflectida nos resultados das sondagens que os jornais, as rádios e as televisões nos dão a conhecer.
Sabemos todos que quando somos ouvidos para uma sondagem de opinião, principalmente quando se trata de dizer e informar das nossas preferências sobre determinado assunto do foro pessoal, somos levados a dar uma resposta tão retorcida quanto possível, porque não sabemos bem a verdadeira utilização que se pode fazer do que dizemos de boa fé.
A verdade é que a grande maioria dos inquiridos já decidiu o seu voto e não está à espera de ouvir e ver estes debates que os meios de informação nos oferecem para formular o sentido do seu voto.
Assim sendo e salvo outra opinião, tenho-me perguntado para que servem todos estes debates, alguns dos quis com audiência pouco diferentes das presenças num jogo de futebol, realizado para os lados da luz...
Estou convencido que a resposta para esta questão só será bem entendida se se considerar que o bjectivo final não são os eleitores, mas para os jornalistas que vivem da criação e da colocação do  condiicional em tudo o que é importante.
Se for eleito...

8.9.15

O menu diário

Nunca aquela rua foi tão falada, tão badalada e tão visitada e tão percorrida como agora.
É assim que se deveria conhecer uma qualquer rua da cidade de lisboa e não por lá estar a residir um ilustre político preso, à espera do que lhe venha a acontecer quando os tribunais deliberarem em conformidade.
São jornalistas, são políticos, são curiosos, são amigos que ali se deslocam para um determinado objectivo: uns para alimentarem os jornais, recolher conteúdos para os telejornais, umas declarações para as rádios, mesmo que tudo seja a repetiçao do que aconteceu por diversas vezes junto à prisão de évora relativamente ao mesmo preso, como se lá não houvera outros também importantes como este.
Que interessa a real e verdadeira situação das finanças públicas, das empresas públicas, do crescimento económico, do desemprego, da segurança social, dos migrantes e refugiados das terras africanas, programas eleitorais dos partidos concorrentes ao acto eleitoral de quatro de outubro?
Que interessa se o ano escolar vai abrir a tempo ou se vai abrir com atraso, que interessa se os professores estão todos colocados, que interessa se os doentes estão na fila nos hospitais e nos centros de saúde, que interessa se os impostos são os mais elevados da europa, que interessa se a dívida pública continua a aumentar na proporção do enchimento dos cofres do estado, que interessa a vida dos portugueses quer seja boa quer seja má, consoante a carteira e a fé de cada um???
Nada disto interessa face ao corropio e à peregrinação diária e horária ali para os lados da alameda do rei culpado disto tudo.
Enquanto o homem ali estiver vão descobrir-se uma quantidade de coisas completamente sinistras da vida do senhor, mesmo as relacionadas com a construção do seu actual poiso cedido de modo que ainda não sabemos, mas brevemente até nos vão dizer a renda a pagar, a quem vai pagar, onde vai pagar, com que dinheiro vai pagar, etc e tal.
Para sabermos tudo isto vai ser necessário bem mais que um drone, pois a coisa merece uma verdadeira investigação, envolvendo os melhores jornalistas da nossa praça, munidos de gravador, microfone e caneta e máquina fotográfica para o que der e vier.
Sejamos pacientes, porque dentro de pouco tempo teremos à nossa disposição toda a informação recolhida pela investigação pública e privada, isto é, toda a informação constante do processo a decorrer onde for e toda a informação recolhida pelos nossos jornalistas que não querem privar o povo da fruição dos seus direitos.
A candidatura do marcelo e do rui à presidência da república vai ter que esperar, pois agora as nossas preocupações são outras.
Há uma coisa importante que deveria merecer a atenção dos investigadores da treta: o menu diário a servir ao preso... 

6.9.15

Os migrantes

Pelo andar da carruagem, um dia destes não haverá migrantes/refugiados para ocupar as casas disponibilizadas, haverá dinheiro aos montes e teremos o guterres todo satisfeito porque finalmente foram colocados à sua disposição todos os meios financeiros de precise e sobrantes das ofertas dos europeus.
Até parece que há bem poucos meses não havia migrantes/refugiados a morrerem afogados no mediterrâneo, não havia migrantes a fugirem de áfrica subsariana e dos países do médio oriente, não havia preocupações por parte da grécia e da itália e um pouco da espanha por causa dos milhares e milhares de migrantes que arribavam às suas costas marítimas nas condições mais miseráveis e mais deploráveis muito para além da dignidade humana.
Até parece que os europeus do centro e do norte só se deram conta dos problemas dos gregos, dos italianos e um pouco dos espanhóis quando uns quantos milhares de migrantes/refugiados chegaram às fronteiras alemãs e franceses e às portas do euro túnel para os respectivos governos constatarem que tinham um problema entre mãos.
Até há bem pouco tempo as consciências alemãs, francesas e inglesas viviam impávidas e serenas a contemplar os dramas dos migrantes que atravessavam o mediterrâneo em condições físicas, éticas e morais inconcebíveis e nada mais faziam que incentivar os gregos e os italianos a tratarem do assunto, lavando as respectivas mãos de todos os males e consequências  desta invasão inesperada.
Só agora, muito recentemente, é que a maioria dos governos europeus ouviu os sinos a tocarem a rebate, porque estavam a entrar pelas suas fronteiras milhares de migrantes/refugiados a fugirem da guerra, dos crimes, da escravatura e da morte, impostas e comandadas pelos ditadores, pelos caciques e cabos de guerra, alimentados com armas, munições e demais equipamento bélico fornecido pelos países europeus, que agora resolveram preocupar-se com o assunto.
Vão disponibilizar-se milhares de habitações para os migrantes/refugiados atribuídos legalmente a cada país e vão distribuir milhões de dólares e de euros para assistir com alguma dignidade toda esta gente que foge das suas terras, sem condições para lhes garantir um pouco de paz e de tranquilidade e das mínimas condições de vida.
Os efeitos das consciências pesadas estão a dar origem a acções que já deveriam ter sido postas em prática  logo que começaram a morrer migrantes nas águas do mar mediterrâneo.
Ainda não é tarde, mas foi preciso muitas mortes para que os poderosos se dessem conta que era preciso fazer alguma coisa para minimizar os dramas e as tragédias dos migrantes/refugiados subsarianos e do médio oriente.
Nada mais justo: os lucros da venda de armas servem agora para aliviar a fome e a sede a milhares de pessoas que demandam as nossas terras. 

5.9.15

Pharol

Estou a imaginar o corropio das redações dos diversos canais de televisão para convocar os comentadores habituais e mais alguns para se pronunciarem pela enésima vez sobre a saída da prisão do engenheiro ex-primeiro e a respectiva na "sua" residência com polícia à porta.
A coisa estava a ficar despercebida e só de vez em quando aparecia mais uma notícia ou comentário a dizer e a desdizer a mesma coisa, fazendo com que o pessoal continuasse a lembrar-se que o ex-primeiro continuava preso a aguardar que lhe dissessem as razões concretas e objectivas para tal sitação.
Parece que, finalmente, vamos saber a acusão concreta contra o ex-primeiro para além de todas as suspeitas e tudo o resto, que os jornais, as televisões e os jornalistas atribuem ao engenheiro.
Claro que este acontecimento vem mesmo a calhar para desanuviar o ambiente que se estava a criar à volta dos refugiados, que continuam a criar gravíssimos problemas a este problema que se chama "europa".
Mas as coisas só tomnaram o seu real e verdadeiro significado quando os ditos começaram a entrar pelas portas adentro dos países que se julgavam protegidos e imunes ou longe dos acontecimentos.
Até os nossos amigos germânicos...


Tinha escrito mais vinte linhas sobre este temz, quando a rede se foi e me deixou a ver a concentração de refiguados junto ao eurotúnel...
Não repito o que tinha escrito e fico-me a tentar qualificar a elevada qualidade técnica dos serviços prestados pelo (a) "pharol"...

4.9.15

A justificação

Tenho pensado muitas vezes por que razões não escrevo mais e mais regularmente, sendo certo que sobejam motivos para que pudesse acontecer todos os dias.
E, contudo, passo dias, semanas e meses sem que apareçam escritos sobre o que vai acontecendo não só pelo mundo, pela europa e por este cantinho, que se diz ser "país", "nação" e mais algumas coisas que cada um pode pensar.
Não encontro justificação para tal procedimento.
Admito, no entanto, que não se trata de preguiça, de ausência de vontade para abrir o computador e dar-me ao trabalho de pensar um pouquinho sobre qualquer coisa que considere importante e despejar aqui a minha opinião, mesmo antes de ouvir ou ver as dos outros, mesmo que estes outros sejam ilustres comentaristas e ilustres pilíticos e até ilustres jornalistas, mesmo aqueles que que se julgam sê-lo pelo simples facto de terem a mão ocupada com um microfone.
Tampouco se trata de não ter opinião sobre a matéria ou desconhecer o problema, porque opiniões todos temos sobre tudo e conhecimento abunda, bastando para tal ver um qualquer canal generalista a qualquer hora do dia ou da noite, o dia antes ou o dia depois, e ali teremos informação sobre tudo e mais alguma coisa.
Mesmo assim, o problema continua e apesar de o desejar intensamente,  vejo-me como que forçado a deixar passar montanhas de acontecimentos sem que sobre eles me digne manifestar publicamente a minha posição.
Após uma ligeira "intervenção" junto de uns quantos neurónios desocupados, pensei ter encontrado uma pequena justificação para a minha ausência: nojo e asco sobre a política actual!!!
Pasmei-me pelo sucedido e nem quis acreditar que tinha descoberto o que pensam milhares e milhares de portugueses sobre a política e sobre os políticos.
Entendi que a razão fundamental do que me estava acontecendo não tinha grandes justificações, uma vez que nojo e asco da política e dos políticos era coisa que acontecia por todos os lados e pelo universo circundante, pelo que a sua especificidade não tinha nada de especial: era natural e comum que assim fosse.
Concluí que a coisa não se explicava apenas pelo nojo e pelo asco, mas havia ali uma dose de ódio e de desprezo contra a mentira e a pouca vergonha desta cambada de aldrabões à solta cá no cantinho...
Um dia, o pessoal chateia-se...

19.7.15

O serviço público

Fiquei  completamente convencido sobre a qualidade do serviço público prestado pela televisão pública a propósito da transmissão directa da final do campeonato do mundo de futebol de praia, que decorreu esta tarde na cidade de Espinho.
Tive a rara oportunidade de ver a entrega da medalha de bronze, da medalha de prata e da medalha de ouro aos atletas que marcaram mais golos, a entrega do prémio ao melhor guarda-redes e ao melhor atleta do campeonato e...
Tive ainda a rara oportunidade de assistir à entrega de medalhas aos árbitros da final..
E ainda tive a rara oportunidade de assistir à entrega de medalhas aos atletas das equipa classificada em terceiro lugar, aos atletas da equipa classificada em segundo lugar, mas...
Não tive a rara oportunidade de assistir à entrega das medalhas aos atletas da equipa classificada em primeiro lugar, isto é, assistir em directo à entrega das medalhas de ouro aos atletas campeões mundiais de futebol de praia.
Isto foi tanto mais de estranhar se se pensar que os campeões mundiais de futebol de praia não eram atletas gregos, aqueles desgraçados e malvados que têm desbaratado os dinheiros dos credores que tão generosamente os mantêm a viver, mas sim atletas portugueses, nados e criados em Portugal, pois acabavam de se sagrar campeões mundiais de futebol de praia, disputando a final com uma equipa lá da Oceânia ou da Polinésia francesa, sabendo-se lá onde isso fica.
Mas a selecção de Portugal, tornada campeã do mundo por força da vitória dos seus atletas, não mereceu a devida consagração por parte do serviço público de televisão prestado pela televisão pública, porque quando tudo se preparava para o efeito, alguém passou a emitir publicidade...
Quando uns tempinhos mais tarde aparecem de novo as imagens já os atletas portugueses de medalha ao peito e com a taça nas mãos faziam vibrar os corações dos portugueses que assistiram in loco à grande final, pois todos os outros que esperávamos  ver  a consagração dos nossos atletas fomos brindados com uns quantos anúncios publicitários.
Foi uma brincadeira de mau gosto, foi pura desfaçatez, foi vergonha nacional o que aconteceu neste fim de tarde do dia em que a selecção de Portugal de futebol de praia se sagrava campeã do mundo, quando a sua consagração foi substituída por publicidade.
Quem foi o responsável?
Quem assume a responsabilidade?
Quem permanece no cargo?
Quem se demite?
Depois venham com aquela história do serviço público de televisão prestado pela televisão pública, paga por todos aqueles que temos um contador de energia eléctrica, mesmo que este contador sirva apenas e tão só para fazer chegar água a meia dúzia de árvores...
Bem podem lavar as mãos com a merda que fizeram...

8.7.15

O debate do estado

De vez em quando, o esquecimento de um facto qualquer  ou de uma acção programada é razão fundamental para atribuirmos à nossa cabeça a cómoda situação de não fazermos o que poderíamos ou deveríamos fazer.
Foi o que hoje me aconteceu.
Esqueci-me, pura e simplesmente, de que era o dia do último debate sobre o estado da nação (?) antes das próximas eleições legislativas.
Suponho que terei perdido uma rara oportunidade de ouvir e ver uma discussão sobre a verdadeira política portuguesa com uma abordagem realista e séria das soluções para os problemas de uma boa maioria de portugueses.
Suponho que tenha desperdiçado a minha última oportunidade de entender o que se passa com a nação e vislumbrar qualquer coisinha do que nos pode acontecer nas e após as eleições.
Suponho que o meu esquecimento terá sido motivado e justificado por uma certa dor que tenho andado a sentir sobre o meu ombro esquerdo, sem pretender culpar quem quer que seja das causas e dos motivos da minha grave falta e falha.
Contudo, não posso entender que o meu esquecimento tenha sido motivo de discussões intracraneanas por parte de alguns deputados, pois ainda continuamos a pensar que há liberdade de ver e de ouvir quem e o quê está a passar nos canais de televisão, quer públicos quer privados, mas ainda assim, canais de televisão totalmente livres de orientações e pressões políticas.
Não posso deixar de lamentar o esquecimento, voluntário ou involuntário, do último debate do estado da nação, pois uma oportunidade desta natureza não vai ocorrer nos próximos quatro meses, pelo que estarei privado de ver e ouvir todos aqueles que, antes ou agora, são responsáveis pela minha qualidade de vida, apesar dos baixos juros praticados pelos credores, do aumento da dívida pública, dos cofres cheios de dinheiro para devolver, da carga fiscal e, finalmente, da esperança de que um dia, lá para os anos de dois mil e cem, os portugueses (?) consigam pagar alguma coisa do que agora se deve.
Apesar disto, acho agora que não tinha o direito de perder a audição e a visão do brilhantismos das intervenções de uns quantos políticos que se entendem donos e senhores da verdade, quando a mentira e a manipulação está sempre presente com a clara intenção de purificar as ideias de uns tantos desgraçados, que não reconhecem, ou não querem reconhecer os méritos e os sacrifícios de quem serve o bem público.
E ninguém me diga que a esperança é a última coisa a perder, mesmo depois da perda da dignidade.
PS.
Durante a transmissão da volta à França em bicicleta, de que não me esqueci, tive a oportunidade de contemplar imagens dos "memoriais e cemitérios" aos e dos mortos da primeira grande guerra.
Que descansem em paz todos aqueles que já foram!


19.6.15

A sessão quinzenal

Quando fazia horas para ir ao encontro de uns amigos para almoçar (é verdade, eu ainda almoço quase todos dias) tive a oportunidade de ouvir o primeiro e uns quantos deputados falando e discutindo problemas da vida portuguesa.
Gostei muito destes cerca de trinta minutos, pois senti um verdadeiro orgulho em ter como primeiro este senhor e como chefes das bancadas parlamentares aqueles ilustres deputados.
Foi uma alegria ouvir os senhores deputados a colocarem algumas questões um tanto ou quanto incómodas para a governação, mas foi delicioso ouvir as respostas do primeiro com a sua inconfundível cara de pau.
O iva aumentou?
Os senhores devem estar doidos porque o iva não aumentou.
Os apoios sociais foram diminuídos?
Isso nunca, porque os mais carenciados, apesar de continuarem mais carenciados, foram tratados com todo o cuidado.
Por isso, se a oposição não tem outras questões para colocar, vou ali e já venho, porque as eleições estão no papo.
O iva da electricidade aumentou?
Nunca!
O que realmente aconteceu foi que a electricidade pagava uma determinada taxa e passou a pagar uma outra que, por acaso, é a máxima existente.
Pelo que o entendimento dos senhores deputados não é verdadeiro ou, se quiserem, os senhores deputados não têm razão, porque o iva da electricidade não aumentou, sendo que nesta matéria como em muitas outras são bocas da oposição contra a boa governação deste país.
Que história foi essa de um ajuste directo aos estaleiros navais lá do norte para a construção de uns barquitos para a marinha?
Quando está em causa o interesse e a segurança da pátria o ajuste directo é o que mais se ajusta para fazer umas coisas que de outra maneira não poderiam ser feitas.
Para além do mais, antes davam prejuízos todos os dias e agora estão de vento em poupa com as encomendas do governo.
Estou eu a dar trabalho a uma boa quantidade de trabalhadores que estavam no desemprego e agora temos aqui uns deputados a chatearem-me o juízo sem qualquer razão.
A companhia área portuguesa?
Eu até a entregava de borla a quem a quisesse, mas lá tive que garantir a dívida existente, pelo que se eles não pagarem lá teremos nós que avançar.
Contudo, ela está privatizada, coisa que nunca ninguém foi capaz de fazer, apesar das tentativas falhadas.
Ao fim e ao cabo, estas sessões quinzenais são uma chatice, mas servem para eu dar cabo de vocês e e afinar a pontaria para o tiro ao alvo, que está ali ao virar de uns poucos meses...



Os bilhetes

Está feito.
Todas as minhas preocupações de ontem foram todas lançadas para o "galheiro" de tal modo que me sinto totalmente "aliviado" e certo com todas as certezas do mundo.
Afinal o homem está bem se saúde e, pelos vistos, recomenda-se a sua audição.
Não tive a bênção e o privilégio de o ver nas televisões, mas tive a sorte de o ouvir numa das rádios falando como de costume: seguro nas suas afirmações como se se tratassem de verdades como punhos bem torneados e cheios de potência e energia para dar e vender e até emprestar.
Não foram afirmações sobre aviões, não foram afirmações sobre o capital português que vai tomar conta dos aviões com bandeira portuguesa.
Desta vez tratava-se dos transportes rodoviários e de carris da zona de lisboa, os quais vão ser subconcessionados a privados, mas com a garantia de que não haverá aumento do preço dos bilhetes a não ser o que possa surgir da inflação, mesmo que seja negativa...
Estamos todos de acordo em duas coisas fundamentais: o homem está em pleno uso das suas capacidades físicas e mentais e vamos ter melhores transportes ao mesmo preço, porque a iniciativa privada assim o garante com a garantia do secretário de estado dos transportes.
Podemos estar totalmente descansados e aliviados de que estamos perante a realidade e perante a verdade verdadinha, pois, se assim não for, teremos durante o dia de hoje o primeiro e o segundo a corrigirem os terceiros sobre o que queriam dizer e não sobre que realmente disseram.
Vamos ficando habituados a estas coisas, na certeza de que o que vale, como explicou o comentador oficial do regime, é o que se diz em último lugar, para dar crédito e veracidade ao adágio popular "... o último a rir".
Se assim não fosse, teríamos os cofres verdadeiramente cheios de poupanças e economias próprias e não cofres cheios de empréstimos para pagar os juros de empréstimos anteriores para que os senhores do mundo possam continuar a emprestar de modo a que se mantenha aquela coisa de "... a dívida não é para pagar" nem os emprestadores querem que a dívida seja paga, mas tão só que se peça mais para aumentar a dívida e pagar os respectivos
Estamos convictos de que o capital precisa de circular para juntar mais capital... e a 
única maneira de isto acontecer é continuar a emprestar para que os juros sejam pagos...

17.6.15

Estou aliviado

Ando a ficar com uma estranha sensação que me condiciona a capacidade de aceitação das coisas que vou vendo e ouvindo.
Parece que me falta algo para que me sinta bem com deus e com o diabo, isto é, que me sinta à vontade com o que se passa no meu dia a dia.
Já não é a primeira vez que sinoa esta coisa que me causa alguns calafrios, principalmente quando estou a dormir ou até naquela situação de ausência que se sente quando estamos quase a cair para o lado devido ao sono ou à vontade de dormir.
Mas nunca como agora.
Depois de uma profunda análise de todos os factos e circunstâncias que poderiam estar na causa ou na origem desta estranha sensação, cheguei à conclusão indispensável para uma vida melhor e mais tranquila.
Não é que me convenci que o secretário de estado dos transportes tinha apanhado uma grave doença que o impedia de aparecer na televisão?
É verdade: ainda não passaram mais que uns diazinhos desde que vi pela última vez o referido senhor na televisão a perorar sobre as grandezas e os benefícios da privatização da tap e eu já já andava preocupado para encontrar e conhecer as razões e os fundamentos de tal ausência.
Embora se diga que o hábito não faz o monge, a verdade é que não aparecer todos os dias na televisão a enaltecer qualquer coisa dá origem a esta maldita sensação de insegurança e de incerteza pelo que poderia ter acontecido ao senhor.
Na fase em que se encontra o processo, a sua ausência dos ecrans das televisões pode não augurar nada de bom, principalmente se essa ausência já dura há mais de vinte e quatro horas.
Se o senhor estiver com alguma problema, aqui deixo os meus votos para que seja resolvido rapidamente porque todos os que esperam e confiam na sua alta sabedoria para resolver o problema da tap não ficarão tranquilos e sorridentes enquanto o senhor não aparecer outra vez na televisão.
Não pode haver má vontade por parte de quem quer que seja  para com o secretário de estado dos transportes por se mostrar incansável no tratamento do processo da privatização da tap e muito menos ninguém terá o direito de desejar qualquer coisa má a quem se tem dedicado com unhas e dentes neste processo altamente complicado como é o processo da privatização da tap...
Por mim, já me sinto "aliviado"...


5.6.15

A "coisa"

Foi uma dose cavalar, embora a minha tenha sido voluntária e de passarinho, pois investi apenas uns três minutos a ouvir a "coisa".
Teremos, ou melhor, terão muitas oportunidades para ouvir e ver mais do mesmo, sempre com a profunda convicção de que todos os problemas dos portugueses estavam em vigor no primeiro trimestre de dois mil e onze e que durante estes quatro anos, nada mais foi tentado que a sua eliminação para bem e saúde de todos nós.
O que aconteceu durante os últimos quatro anos teve como causa o que aconteceu nos três anos anteriores aos últimos quatro, fazendo isto lembrar-me aquela de "é a primeira vez que aqui estou desde a última vez que aqui estive".
Continuarão a martelar os ouvidos de todos aqueles que ouvem e a sacrificar a visão de todos aqueles que  conseguem vislumbrar as imagens e as caricaturas dos campeões do bem em detrimento dos malandros que nos causaram tanto mal.
São os papeis da política, porque as realidades da vida vão no sentido de contrariar muito do que se vai dizendo e afirmando sobre a continuidade do desenvolvimento social ao serviço das pessoas a par da resolução das suas necessidades, não contando com o papel dos bancos alimentares, porque sem estes, talvez que a "coisa" não fosse suficiente para acalmar os mais calmos.
Estaremos atentos ao que vai passando à frente dos nossos olhos para que o esquecimento não substitua totalmente as verdadeiras memórias do que tem ocorrido nos últimos tempos.
Muita gente tem tendência a relevar muita da porcaria que se tem feito em nome da dignidade, da liberdade e da necessidade de salvar esta terra para que se possa alimentar um pouco a esperança de uns dias melhores, mesmo que só se vislumbrem  lá bem no fundo do túnel.
Mas não há direito para que o banquete seja reservado a uns quantos que sempre viram a austeridade por um canudo, deixando a grande maioria a dar-se por satisfeita ou a contentar-se apenas com as migalhas...
Vamos ver os próximos actos e desenvolvimentos da "coisa"...



3.6.15

Não é aldrabão

Pela amostra que os nossos canais de televisão nos têm dado nas últimas semanas vai ser o bom e o bonito daqui para a frente até aos dias das próximas eleições legislativas.
Em tudo o que for jornal ou telejornal ou jornal da tarde ou da manhã ou da noite e em tudo o que for parecido com programas de notícias e comentários políticos lá teremos o inefável primeiro e o rugoso segundo e talvez alguns terceiros de quarta categoria para nos dizerem que vivemos no melhor dos mundos.
Pelo que a mudança, para além de ser injusta para quem salvou a nação da fome e da miséria e da muito conhecida e apregoada bancarrota, só pode premiar quem trabalhou arduamente para salvar o que restava deste miserável país, tornando os portugueses ainda mais pobres.
Os deuses não cometem erros e cá estarão todos os canais de televisão para nos dizerem a qualquer hora do dia e da noite que quem merece deve ficar e quem não merece não pode entrar, sendo certo que os bons serão sempre os bons e os maus nunca deixarão de o ser, mesmo que sejam vermelhos.
Estou mesmo a ver o que se vai passar: a bancarrota está ali atrás da porta para quem vier, se não forem os já cá estão, porque estes passaram o tempo todo a limpar a porcaria que os outros fizeram e agora esperam ter tempo e oportunidade para acabar com o resto.
Vou sentir uma alegria enorme quando passar a fazer ainda mais zapping do que agora, convencido de que estou a salvaguardar a minha saúde mental, sacrificando um pouco a quantidade de informação tendenciosa, mas mesmo assim, alguma informação com demagogia pelo meio.
Entendo tudo isto, mas o que não sou capaz de entender e compreender é o discurso do ministro com aspecto de sacristão  e atitude de anjo das procissões portadores de lanternas, quando nos vem com aquela coisa da descida do valor da factura da água para os portugueses residentes no interior deste encantador País.
Apeticia-me mandar-lhe as facturas da água dos meses de março e de abril de um concelho do interior profundo para que o seráfico senhor com os óculos à jesuíta tivesse presente as alterações verificadas e pudesse atestar, sem se rir, que não é aldrabão.

22.5.15

Na crista da onda

O descaramento, a pouca vergonha e a sacanice andam de mãos dadas, por mais estranha que pareça a sua origem

É o caso de um tema referido no tempo de antena de um partido do governo relativo à façanha portuguesa no âmbito das energias renováveis.

Nunca me tinha passado pela cabeça que uma matéria altamente criticada por muitos inteligentes pelas rendas pagas pelo estado aos produtores e exploradores das energias renováveis viesse a ser muito injustamente apropriada por um partido do governo.

Todos sabemos que foram suspensos alguns projectos ligados às energias renováveis quando o país estava à beira da bancarrota e foi salvo providencialmente pelo actual governo.

Virem agora orgulhar-se de um processo quase da exclusiva responsabilidade dos governo do preso mais famoso de évora é sinal de descaramento, de pouca vergonha e de sacanice, tanto mais por se tratar de um processo que tem sido alvo de graves críticas dado o seu custo e a sua duvidosa eficiência.

Mas como se trata de um assunto muito querido por todos aqueles que se armam em defensores do ambiente e que se mostram altamente preocupados pela poluição e pela camada do ozono, vale tudo até mesmo destruir e mandar para as urtigas a propriedade de uma ideia ou de umprojeto ou de uma realização, desde que isso passa ajudar a conquistar alguns votos nas próximas eleições.

Eu já tinha notado que a factura da energia eléctrica que nos chega de vez em quando Apresenta um queijo com a decomposição da proveniência ou da origem da energia que cada um de nós consome sem se dar conta do que isso significa.

De há uns tempos a esta parte podia constatar-se que a parcela proveniente das energias renováveis era superior a todas as outras componentes.

Esta realidade pouco ou nada tem a ver com as políticas da malta no exercício do poder e só os mais distraídos ou aqueles que o fazem por dever de ofício ou de compromisso é que acreditam nas patranhas de suas excelências quando se assumem, mesmo que indevidamente, como pais da criança.

Ao fim e ao cabo, o que importa é continuar na crista da onda…

21.5.15

A factura da água


Chegou-me às mãos a factura da água da minha segunda habitação e lembrei-me imediatamente de uma intervenção de sua excelência o ministro do ambiente a propósito da reestruturação do sector das águas a nível nacional.
Dizia sua excelência que as facturas da água das zonas do interior iriam ficar mais baratas, mas em contrapartida a água do litoral sofreria um agravamento nos próximos anos.
Foi com alguma curiosidade que comparei a factura do mês de março com a factura do mês de abril, deduzindo, de imediato, que sua excelência estaria a referir-se a um outro país qualquer.
Vejamos o que aconteceu
. O preço do metro cúbico do primeiro escalão (0-5) subiu 22,5%;
. A agora denominada de "tarifa fixa" do abastecimento de água subiu 4,77%;
. A tarifa fixa do saneamento subiu 29,42%;
. A tarifa fixa dos resíduos sólidos e urbanos subiu 9,91%.
Para não se ficarem a rir, os consumidores de água do concelho de avis viram a sua factura bem mais composta de alíneas, pois foram criadas cinco novas taxas a saber:
- Saneamento e resíduos sólidos e urbanos como receitas da autarquia;
- TRH componente água, TRH componente saneamento e TX Gestão de resíduos, como receitas do Estado.
É de se lhe tirar o chapéu e sua excelência o ministro deverá estar muito contente, porque sem que houvesse vozes a baterem-lhe à porta proferindo impropérios contra a sua pessoa, vê, de uma assentada, aumentarem as receitas do estado e as receitas da autarquia, quando o pessoal estaria a pensar precisamente o contrário, conforme o anunciado.
Certamente que sua excelência o ministro ainda não veio à televisão desmentir as facturas dos consumidores de água do concelho de avis, porque a coisa parece que ainda não terminou, uma vez que está para apresentar mais uma taxinha para suportar os custos da proteção civil que serve o pessoal em horas de aflição.
Ao fim e ao cabo, sua excelência sempre terá alguns argumentos para nos atirar com os valores destas facturas do fornecimento de água.
Que a reestruturação do sector; que os desperdícios; que a concentração de empresas; que os preços finais da água; que os do interior merecem alguma atenção; que os do litoral não se podem rir dos outros; que isto e mais aquilo, mas que os aumentos se justificam pela qualidade do produto fornecido e porque o ambiente merece mais este sacrifício.
Tudo bem, mas esteja caladinho...