18.9.15

A informação

Já disse aqui várias vezes que não compro jornais há uns bons anos e o que leio não além de uma vista de olhos pelos títulos na papelaria e às vezes, muitas poucas, nas bancas e expositores.
Mas não deixo de folhear as poucas páginas do jornal diário gratuito que aparece nos mais diversos locais, nomeadamente no centro comercial que frequento com regularidade, dada a proximidade da minha residência.
Hoje, fiquei altamente surpreendido por um título garrafal, para a dimensão do jornal, dando conta que "um milhão quer carro novo em 2016", mas logo, com letras mais pequenas, esclareceu que quase três quartos dos que tencionavam comprar automóvel em 2016 vão optar por um usado e a gasóleo...
Fui assaltado por um monte de dúvidas, pois se um milhão quer carro novo e se três quartos tenciona comprar carro usado e a gasóleo, estamos a falar de quantos portugueses, que a minha cabeça não dá para tantos cálculos?
Foi ver o corpo da notícia e o que lá encontrei não permite tirar qualquer conclusão como as da primeira página. São pequeninos, mas já a sabem toda.
Este jornal não se ficou por aqui e ofereceu aos seus leitores um comentário do rio sobre a comunicação social, dizendo que "tem uma enorme responsabilidade na degradação do regime democrático português, devido a problemas sérios de credibilidade e fraco sentido de estado"..." a prioridade da comunicação social é tudo menos social, tendo como preocupação o que dá lucro".
Tenha pena do homem, porque penso que ele estava convencido que bastava um sinal numa conversa ligeira a beber um cimbalino com uns quantos amigos e os jornais e as televisões decidiam por unanimidade que estava ali o próximo presidente da república. Enganou-se e está a fazer-se de inocente ou está a desancar nos que já elegeram o seu presidente através dos seus comentários altamente identificadores das suas opiniões? 
Por último fiquei muito contente por este jornal referir que uma empresa britânica vai comprar uma empresa portuguesa de tecnologia militar com um investimento de 19 milhões de euros, mas pelas percentagens apresentadas fiquei sem saber se a maioria do capital era do estado português ou se era de duas empresas privadas. O que mais me admirou foi o sir afirmar que a empresa "...não exige muito capital pois é sobretudo conduzida pelo talento dos trabalhadores".
Valeu a pena pegar num jornal gratuito de circulação diária para ficar com alguma informação, mesmo que se sinta que essa informação está longe de ser completa e entendida por todos.
Nada como a sensacional sondagem divulgada pelo nosso querido canal público, da responsabilidade da universidade católica.
Querem informação completa, competente e independente?
No canal público, com certeza...

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