3.11.15

A demissão

Já tinham feito da senhora uma estrela em ascensão no mundo da política, de tal modo que estava em tudo o que era programa noticioso das televisões, como se não fosse possível qualquer acontecimento sem umas palavrinhas a propósito.
Agora já estão a transformá-la em ministra e o mais certo é que o venha a ser, mas não se sabe bem é quando, para lembrar um dos que já passaram...
Na verdade, estamos perante uma situação bem bizarra.
O presidente não quer e tem horror a quem quer pensar sequer numacoisa destas.
Os da direita parece já estarem por tudo, tal é o esquecimento a que se votaram nos últimos dias.
Os da esquerda continuam em discussão, mas ainda não se entenderam.
Por outro lado, as coisas tomaram um orientação tal que sair dela será uma calamidade para uns quantos e nada mais restará que votarem-se também ao esquecimento, ocupar por uns tempos os seus lugares de deputados e passar a chatear os que agora os chateiam.
Bem vistas as coisas, poucas dúvidas existem nos jornadores e nos comentalistas para a inevitabilidade de a senhora vir a ser ministra dentro de pouco tempo e se assim for haverá alguma certeza de não ser pior ministra que outros e outras que já por lá passaram.
Esta coisa do destino nem sempre bate certo: dizem que somos nós que o fazemos, mas neste caso não sei se assim será.
Para mim tanto se me dá como se me deu, pois o que vier a  acontecer já está escrito nas profecias dos comentalistas e dos jornadores.
Pela minha parte, não deixo de ser coerente com o que já escrevi aqui: o homem não dará posse a um governo das esquerdas, mesmo que seja essa a única solução razoável perante as circunstâncias  de um pseudo governo que foi empossado há uns poucos dias e que ainda não se dignou dizer aos portugueses umas palavrinhas de consolo, de gratidão e de votos de paz e tranquilidade para os próximos tempos, a não ser o que se ouviu por parte daquele ministro que avalizou a idoneidade do maior banqueiro desta terra, a propósito das desgraças climatéricas algarvias...
A senhora pode ir a ministra, mas a sua nomeação e respetiva tomada de posse só poderá ser o último acto oficial do presidente.
Na hora seguinte só terá um caminho: a sua demissão e ir gozar as reformas...


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