19.6.15

A sessão quinzenal

Quando fazia horas para ir ao encontro de uns amigos para almoçar (é verdade, eu ainda almoço quase todos dias) tive a oportunidade de ouvir o primeiro e uns quantos deputados falando e discutindo problemas da vida portuguesa.
Gostei muito destes cerca de trinta minutos, pois senti um verdadeiro orgulho em ter como primeiro este senhor e como chefes das bancadas parlamentares aqueles ilustres deputados.
Foi uma alegria ouvir os senhores deputados a colocarem algumas questões um tanto ou quanto incómodas para a governação, mas foi delicioso ouvir as respostas do primeiro com a sua inconfundível cara de pau.
O iva aumentou?
Os senhores devem estar doidos porque o iva não aumentou.
Os apoios sociais foram diminuídos?
Isso nunca, porque os mais carenciados, apesar de continuarem mais carenciados, foram tratados com todo o cuidado.
Por isso, se a oposição não tem outras questões para colocar, vou ali e já venho, porque as eleições estão no papo.
O iva da electricidade aumentou?
Nunca!
O que realmente aconteceu foi que a electricidade pagava uma determinada taxa e passou a pagar uma outra que, por acaso, é a máxima existente.
Pelo que o entendimento dos senhores deputados não é verdadeiro ou, se quiserem, os senhores deputados não têm razão, porque o iva da electricidade não aumentou, sendo que nesta matéria como em muitas outras são bocas da oposição contra a boa governação deste país.
Que história foi essa de um ajuste directo aos estaleiros navais lá do norte para a construção de uns barquitos para a marinha?
Quando está em causa o interesse e a segurança da pátria o ajuste directo é o que mais se ajusta para fazer umas coisas que de outra maneira não poderiam ser feitas.
Para além do mais, antes davam prejuízos todos os dias e agora estão de vento em poupa com as encomendas do governo.
Estou eu a dar trabalho a uma boa quantidade de trabalhadores que estavam no desemprego e agora temos aqui uns deputados a chatearem-me o juízo sem qualquer razão.
A companhia área portuguesa?
Eu até a entregava de borla a quem a quisesse, mas lá tive que garantir a dívida existente, pelo que se eles não pagarem lá teremos nós que avançar.
Contudo, ela está privatizada, coisa que nunca ninguém foi capaz de fazer, apesar das tentativas falhadas.
Ao fim e ao cabo, estas sessões quinzenais são uma chatice, mas servem para eu dar cabo de vocês e e afinar a pontaria para o tiro ao alvo, que está ali ao virar de uns poucos meses...



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