6.9.15

Os migrantes

Pelo andar da carruagem, um dia destes não haverá migrantes/refugiados para ocupar as casas disponibilizadas, haverá dinheiro aos montes e teremos o guterres todo satisfeito porque finalmente foram colocados à sua disposição todos os meios financeiros de precise e sobrantes das ofertas dos europeus.
Até parece que há bem poucos meses não havia migrantes/refugiados a morrerem afogados no mediterrâneo, não havia migrantes a fugirem de áfrica subsariana e dos países do médio oriente, não havia preocupações por parte da grécia e da itália e um pouco da espanha por causa dos milhares e milhares de migrantes que arribavam às suas costas marítimas nas condições mais miseráveis e mais deploráveis muito para além da dignidade humana.
Até parece que os europeus do centro e do norte só se deram conta dos problemas dos gregos, dos italianos e um pouco dos espanhóis quando uns quantos milhares de migrantes/refugiados chegaram às fronteiras alemãs e franceses e às portas do euro túnel para os respectivos governos constatarem que tinham um problema entre mãos.
Até há bem pouco tempo as consciências alemãs, francesas e inglesas viviam impávidas e serenas a contemplar os dramas dos migrantes que atravessavam o mediterrâneo em condições físicas, éticas e morais inconcebíveis e nada mais faziam que incentivar os gregos e os italianos a tratarem do assunto, lavando as respectivas mãos de todos os males e consequências  desta invasão inesperada.
Só agora, muito recentemente, é que a maioria dos governos europeus ouviu os sinos a tocarem a rebate, porque estavam a entrar pelas suas fronteiras milhares de migrantes/refugiados a fugirem da guerra, dos crimes, da escravatura e da morte, impostas e comandadas pelos ditadores, pelos caciques e cabos de guerra, alimentados com armas, munições e demais equipamento bélico fornecido pelos países europeus, que agora resolveram preocupar-se com o assunto.
Vão disponibilizar-se milhares de habitações para os migrantes/refugiados atribuídos legalmente a cada país e vão distribuir milhões de dólares e de euros para assistir com alguma dignidade toda esta gente que foge das suas terras, sem condições para lhes garantir um pouco de paz e de tranquilidade e das mínimas condições de vida.
Os efeitos das consciências pesadas estão a dar origem a acções que já deveriam ter sido postas em prática  logo que começaram a morrer migrantes nas águas do mar mediterrâneo.
Ainda não é tarde, mas foi preciso muitas mortes para que os poderosos se dessem conta que era preciso fazer alguma coisa para minimizar os dramas e as tragédias dos migrantes/refugiados subsarianos e do médio oriente.
Nada mais justo: os lucros da venda de armas servem agora para aliviar a fome e a sede a milhares de pessoas que demandam as nossas terras. 

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