17.10.15

Por favor

Ando a ficar com dores de cabeça porque nos últimos dias tenho-me deixado invadir pela curiosidade de ouvir alguns debates e entrevistas políticas nos diversos canais de televisão.
Não consigo entender lá muito bem como é possível os canais de televisão dedicarem tanto tempo, quando dizem que não têm tempo para nada, a colocar frente a frente, à esquerda e à direita uns quantos senhores, cujo pensamento político já se conhece perfeitamente.
Até parece que esta gente está mesmo convencida que é possível alterar o pensamento, as convicções, as certezas e, já agora, as tradições pessoas, porque num acto eleitoral não houve uma maioria absoluta de um só partido.
Até parece que é possível convencer quem tem certezas absolutas da sua verdade e alterar de um momento para outro aquilo que sempre o sustentou durante anos e anos e anos.
Dá a impressão que anda tudo louco, porque tentam de todas as maneiras encontrar respostas de acordo com as suas convicções profundas ou de acordo com os seus interesses materiais, financeiros, estruturais, sociais e profissionais, interesses que são o seu sustento com dificuldade mínima.
Toda a gente anda a basear a discussão e suposições e raciocínios n condicioonal: se isto for assim, então aquilo será assado...
O que mais me espanta são perguntas idiotas dos jornalistas alicerçadas na condição quando pretendem que a resposta seja uma afirmação no presente do indicativo.
O que me leva a concluir que aos jornalistas não interessa muito a resposta, pois o que interessa é a pergunta que não pode deixar de ser feita, mesmo que tenham a certeza que a resposta não pode ser dada.
Neste sentido tenho tendência a pensar que a finalidade desta coisa toda não é encontrar uma solução para os graves problemas que temos e que vamos continuando a ter, mas sim manter uma discussão para que os canais de televisão demonstrem ao pessoal que são essenciais para a felicidade e bem estar do pessoal, que pouco ou nada se interessa pela política.
Já agora, achei um desplante total por parte daquela personagem que declarou ter-se abstido por não sei o quê...  e a seguir aceitam convites para os bitaites do costume..
Antes valia ter feito o que fizeram uns quantos milhares de portugueses que foram votar, mas votaram nulo ou em branco; pelo menos manifestaram interesse no acto eleitoral, cumpriram o seu dever, exerceram os seus direitos e não foram convidados para estes debates.
Ten ham misericórdia de nós e não se esqueçam que temos no nosso ordenamento constitucional gente com o dever e a responsabilidade de resolver o problema do próximo governo, não sendo preciso tanto alarido.
Depois, quem quiser derrubar a casa que o faço e quem quiser manter a casa de pé que a mantenha.
Até lá, chateiem menos... por favor.
 

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