Fiquei completamente convencido sobre a qualidade do serviço público prestado pela televisão pública a propósito da transmissão directa da final do campeonato do mundo de futebol de praia, que decorreu esta tarde na cidade de Espinho.
Tive a rara oportunidade de ver a entrega da medalha de bronze, da medalha de prata e da medalha de ouro aos atletas que marcaram mais golos, a entrega do prémio ao melhor guarda-redes e ao melhor atleta do campeonato e...
Tive ainda a rara oportunidade de assistir à entrega de medalhas aos árbitros da final..
E ainda tive a rara oportunidade de assistir à entrega de medalhas aos atletas das equipa classificada em terceiro lugar, aos atletas da equipa classificada em segundo lugar, mas...
Não tive a rara oportunidade de assistir à entrega das medalhas aos atletas da equipa classificada em primeiro lugar, isto é, assistir em directo à entrega das medalhas de ouro aos atletas campeões mundiais de futebol de praia.
Isto foi tanto mais de estranhar se se pensar que os campeões mundiais de futebol de praia não eram atletas gregos, aqueles desgraçados e malvados que têm desbaratado os dinheiros dos credores que tão generosamente os mantêm a viver, mas sim atletas portugueses, nados e criados em Portugal, pois acabavam de se sagrar campeões mundiais de futebol de praia, disputando a final com uma equipa lá da Oceânia ou da Polinésia francesa, sabendo-se lá onde isso fica.
Mas a selecção de Portugal, tornada campeã do mundo por força da vitória dos seus atletas, não mereceu a devida consagração por parte do serviço público de televisão prestado pela televisão pública, porque quando tudo se preparava para o efeito, alguém passou a emitir publicidade...
Quando uns tempinhos mais tarde aparecem de novo as imagens já os atletas portugueses de medalha ao peito e com a taça nas mãos faziam vibrar os corações dos portugueses que assistiram in loco à grande final, pois todos os outros que esperávamos ver a consagração dos nossos atletas fomos brindados com uns quantos anúncios publicitários.
Foi uma brincadeira de mau gosto, foi pura desfaçatez, foi vergonha nacional o que aconteceu neste fim de tarde do dia em que a selecção de Portugal de futebol de praia se sagrava campeã do mundo, quando a sua consagração foi substituída por publicidade.
Quem foi o responsável?
Quem assume a responsabilidade?
Quem permanece no cargo?
Quem se demite?
Depois venham com aquela história do serviço público de televisão prestado pela televisão pública, paga por todos aqueles que temos um contador de energia eléctrica, mesmo que este contador sirva apenas e tão só para fazer chegar água a meia dúzia de árvores...
Bem podem lavar as mãos com a merda que fizeram...
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