14.11.15

O sacrifício

Quando acabarem as cerimónias fúnebres oficiais, as sentidas homenagens dos populares e os discursos, lamentações e lágrimas de  crocodilo de grande parte de políticos e de pessoas importantes o que é se vai seguir?
Certamente que uma análise profunda de todas as causas e fundamentos deste drama gigantesco que assola a Europa e não deixa em paz o povo que não tem qualquer culpa e responsabilidade de tudo o que nos está a acontecer.
Certamente que uma actuação digna de gente de bem ao serviço dos desgraçados que são explorados de todas as maneiras ao saírem de suas terras para demandar o eldorado europeu.
Certamente que uma alteração radical dos processos que têm conduzido a este fenomenal movimento migratório a partir do médio oriente e da áfrica subsariana, onde a riqueza e a miséria andam de mãos dadas ao serviço de ditadores, de corruptos, de caiques e de senhores da guerra.
Certamente que uma paragem no fornecimento de armas e artefactos bélicos aos movimentos terroristas e às ditaduras do dinheiro e do petróleo e de outras matérias primas que agora têm pouca importância estratégica, mas que dentro de poucos anos estarão na disputa dos poderosos.
Certamente que uma correção de todas as asneiras feitas pelos europeus e pelos américas em nome da democracia, semeando, incentivando e cultivando a guerra como forma de domínio sobre os desgraçados com o fino objectivo de maiores lucros para satisfazer o capital.
Certamente que uma vigilância total e absoluta sobre os pontos de origem deste monumental fluxo migratório com proporções nunca vistas e deixar de insistir sobre os pontos de chegada aos territórios europeus, mesmo que sejam considerados de passagem.
Certamente que uma visão realista do fenómeno migratório que não se satisfaz com o primeiro país que encontra pelo caminha, mas começa a exigir o ingresso num determinado território de melhor proteção social e condição condição económica.
Tudo isto poderá ser uma miragem, porque já se fala em enviar lá não sei para onde uns quantos milhões de dólares ou euros, que servirão em grande parte para tornar ainda mais ricos os ricos, dar poder aos ditadores e ajudar um pouco mais os caciques e os senhores da guerra, que anseiam por dinheiro fresco.
Alguma vez se saberá quantos destes milhões vão chegar aos pobres e aos necessitados e a todos aqueles que não um cêntimo para pagar a ENTRADA NUM BARCO MISERÁVEL ?
O que é que vai acontecer quando se derem como terminadas as experiências de novo armamento, de novo equipamento e de novas bombas ?
O que é que vai acontecer quando se acabarem os stocks existentes de armamento bélico?
Alguém vai continuar a brincar com os europeus e com os americanos, tão só porque a democracia não permite determinadas liberdades utilizadas por muita gente, que, de vez em quando, espalha o terror numa qualquer cidade de um qualquer país... 
Que o sacrifício final tenha valido a pena.



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