Uma das coisas que mais gosto na televisão é ter a possibilidade de a qualquer momento fazer uma viagem por todos os canais desde o primeiro até ao último e voltar ao que menos me chatear.
Isto não é fácil de dizer e até de fazer, mas de vez em quando lá passo uns minutos a ver e ouvir aqueles comentários de muitos comentadores que cada vez mais me ensinam a gostar menos de comentários e de comentadores, sempre desejosos de se ouvirem a eles próprios.
Outro dia, a propósito da actual tragicocómica situação da política portuguesa, tive a oportunidade de dar uma vista de olhos a uns comentários escritos referentes à "clarinha" ficando com alguma curiosidade de a ver e ouvir a perorar sobre o tema.
Vai daí deparei-me com os inefáveis comentadores do denominado "eixo do mal" divagando precisamente sobre a magna questão que tanto os preocupa.
Fiquei fixado na televisão para escutar com a máxima atenção a dita senhora e ajuizar sobre os comentários lidos anteriormente de um internauta vulgar e normal.
Quando chegou a sua vez, consegui entender que:o costa e os socialistas não sabe o que quer e o que querem, os comunistas são comunistas e sabem o que não querem e os bloquistas são marxistas, pelo que se torna impossível particiaprem numa solução, por falta de tradição.
Durante cerca de quatro minutos não percebi se a senhora tinha opinião sobre a matéria concreta ou se apenas se tratava de mandar bitaites e cumprir a sua obrigação de comentadora para justificar o pagamento a efectuar a devido tempo, bem merecido, diga-se de passagem.
Quando falavam os quatro ao mesmo tempo sem que ninguém os entendesse nem sequer o moderador, ainda ouvi a "clarinha" a afirmar que "... eu só quero uma boa solução".
Fiquei estupefacto pela afirmação e nunca pensei que fosse possível haver naquela cabeça pensadora uma hipótese diferente para além de uma boa solução para Portugal dos portugueses.
Passado algum tempo, pois estive cravado nos comentários cerca de quarenta minutos, terei percebido que a boa solução era apenas uma intenção e uma boa vontade da senhora que não foi capaz ou não quis dizer o que seria para ela uma boa solução.
Não tive razões para duvidar da correcção dos comentários escritos de um leitor de jornais, mas valeu a pena perder aqueles minutos todos para ter uma ideia do valor daquela comentadora, mas principalmente porque o moderador apresentou um vídeo final que me fez lembrar o que poderia ou deveria ser um verdadeiro presidente da república, digno dos portugueses.
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