24.11.05

PresidenciaisIII

Já não tenho condições psíquicas para ouvir o candidato Manuel Alegre; já não tenho condições psicológicas para ouvir o candidato Mário Soares.
Ando a ficar entusiasmadíssimo com a qualidade da pré campanha eleitoral para Presidente da República.
Há candidatos que não dão quaisquer hipóteses aos adversários e também aos eleitores: os órgãos de informação têm tido o cuidado de nos salvaguardar de eventuais desmandos.
Mas há candidatos que estão todos os dias na crista da onda: porque eu fui o primeiro, porque tu foste o segundo, porque eu fui traído, porque tu não merecias, porque eu é que sou, porque tu é que não és.
Para elevar ainda mais o moral, vem o Primeiro a mandar umas bocas sobre o que foi e o que não foi.
Um mimo, a campanha eleitoral destes dois candidatos.
Os homens que comandam e dirigem as respectivas campanhas não têm o bom senso de levar os candidatos a jantares, a almoços, a visitas, a passeios, ao ginásio, à sauna sem a companhia de microfones?
Tenham presente, os candidatos e os seus acompanhantes, que a cada declaração para a imprensa de um e de outro são umas centenas de votos direitinhos no Professor. Por este andar se as agulhas não forem mudadas o Operário ainda vai ter mais votos que os dois candidatos da “esquerda”.
Queixem-se, depois, de termos um Presidente eleito à primeira volta, apesar dos dez da sua governação enquanto Primeiro.

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