Segundo notícia do Expresso, o procurador-geral da república corrigiu o comentador político, Jorge Coelho, informando que são sete mil os telefones sob escuta actualmente em Portugal e não os quarenta mil referidos perlo comentador.
Que sejam quarenta mil ou que sejam sete mil não deixa de ser uma ignomínia a prática de tais procedimentos na investigação judicial. Com origem em qualquer coisa, lá se põe um telefone sob escuta para que vida privada de um cidadão, seja ele trolha ou ministro, passe a orgasmo permanente de um outro cidadão, cuja ética e dignidade ninguém conhece. Nem com estes procedimentos os processos são bem informados e são bem julgados. Pudera, o pessoal distrai-se a ouvir todo o tipo de conversa que surja no telefone: a missão é estar de ouvido aberto para verificar se durante umas quantas horas por dia aparece uma conversa relacionada com o isco preferido das percas…
Não sei se o isco é identificado ou não, mas a informação do procurador não deixa dúvidas: são setecentos mil os processos atrasados…Li segunda vez a notícia do semanário e lá estava escrito a “bold”: setecentos mil!!!
E o procurador ainda tem a lata de continuar a mostrar-nos aquele sorriso…Claro que a sua importância é directamente proporcional ao número de processos em atraso… Parece que isto nem sequer é muito dramático.
É esta a situação da nossa “justiça”: não é um cidadão qualquer a mandar umas bocas, como o Jorge Coelho, sobre o número de telefones sob escuta, mas o Procurador-geral da república a informar o País que são sete mil os telefones em escuta, que são setecentos mil os processos em atraso… e continua em funções?
Que será preciso acontecer para que este homem seja demitido ou, quanta honra não seria, para apresentar a sua demissão?
Mas não. Continua a sorrir…
Sem comentários:
Enviar um comentário