24.10.07

O “Ranking”

Sempre que me dá uma enorme vontade de trabalhar levanto-me tarde e fico em casa a ver televisão, devidamente sentado no "sofá" para não magoar as costas.

Contudo, tenho que fazer um esforço gigantesco para escolher o programa para ocupar o meu pouco tempo disponível: tenho os maravilhosos e altamente educativos programas das três estações generalistas, disponho de dois canais de notícias repetidas desde a tarde do dia anterior com o mesmo texto e as mesmas imagens e depois mais umas dezenas de canais para visitar durante uns segundos.

Se não quero ser incomodado, fico nos desportivos e posso fechar os olhos sempre que me aprouver.

Hoje tive a sorte de ser informado da publicação do "ranking" das escolas do ensino secundário, não sei é assim que se diz, mas fica tudo entendido que se trata de escolas públicas e privadas frequentadas por pessoal que já não é criança e que ainda não é universitário…

Muito interessante, este "ranking"…

De jornalista para jornalista/comentador: …que se lhe oferece dizer e comentar… pois, o ensino privado por um lado, o ensino público por outro lado, o sistema educativo, a política da educação, as escolas…por aqui se vê a diferença, será este o caminho, não é com certeza, o que será das gerações vindouras… … …

De jornalista para o Presidente das Associações de Pais e Responsáveis de Educação…pois, trata-se de duas realidades muito diferentes, o nível de vida, a diversidade de classes sociais, muitos problemas diversos, níveis de educação dos pais muito diferentes, nível de vida sem comparação, os trabalhos de casa, pais assim, pais assado…é preciso ler estes resultados com muito cuidado. … …

Aqui fica a diferença de olhar de quem está obrigado a dizer (comentar) qualquer coisa e de quem está dentro dos problemas e percebe da poda…

Já agora, sempre pensei que o jornalista/comentador levantaria o problema do custo por aluno do ensino público e do ensino privado, que o jornalista/comentador levantaria a questão do número de faltas dos professores, quer por greve quer por doença, nas escolas públicas e nas escolas privadas, que nos daria informação sobre o número de escolas públicas e número de escolas privadas nos distritos do interior…

Cá por mim, ficaria satisfeito com estas estatísticas se viessem acompanhadas de informação sobre o custo real, isto é, o montante de dinheiro gasto pelo Estado, pelas escolas e pelos Pais por cada ponto obtido nos exames, agora objecto de análise… e, já agora, do número de horas perdidas pelos alunos das escolas públicas e pelos alunos das escolas privadas por causas que não se lhes pode imputar…


 

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