A tarde do dia vinte e cinco de Outubro do ano da graça de dois e mil e sete vai ficar na história da actividade bancária cá do burgo, facto justificado pelo anúncio da proposta de fusão entre o BPI e o BCP, na sequência, aliás, de alguns ruídos que se sentiam na linha.
Devo confessar que para mim é igual ao litro: não sou cliente de qualquer dos bancos e não tenho qualquer interesse em todos os outros bancos, pelo que a proposta de fusão não me deu qualquer preocupação nem me despertou qualquer entusiasmo.
Contudo, deu para entender que o pessoal da especialidade, isto é, o pessoal que já andava com problemas relacionados com as poucas notícias de interesse geral, ficou altamente eufórico com a perspectiva de umas caixas bem interessantes.
Foi assim que uma jornalista tomou a palavra lá nos corredores da AR para questionar o Ministro das Finanças como se a proposta já fosse um negócio fechado e consumado, estando já a funcionar o maior banco privado português e um colosso ibérico; continuou a dizer que o Ministro não diria nada porque não sei o quê, mas as perguntas lá foram feitas como se a escritura já estivesse lavrada em cartório.
Minutos antes a redacção dava a informação como se de uma "proposta" se tratasse, o que era verdadeiro, e umas horas depois reuniram-se uns quantos especialistas desta coisa dos mercados financeiros e dos negócios bancários para todos dissertarem sobre a proposta.
Foi um regabofe de conjecturas, um amontoado de variáveis, um rol de possibilidades logo ali explanadas, parecendo tudo que aquele pessoal não sabia nada do que se estava a passar, do que se tinha passado e, eventualmente, do que se iria passar.
Quer dizer que foram tantas as hipóteses lançadas para a mesa da conversa, parecia de café, que alguma não andará longe do que vai acontecer, quando acontecer...
Podiam fazer as coisas com um pouco mais de cuidado e nem seria necessário um programa em cima da hora para falar de tudo o que não se sabia.
Pois que venha o colosso com roupagens portuguesas, porque o poder… esse estará logo ali ao lado…
Sem comentários:
Enviar um comentário