O Fisco resolveu enviar-me uma nota de cobrança de um imposto de circulação referente a um jeep willys de 1946, registado em Portugal em 1947, por ter sido considerado um "automóvel ligeiro de mercadorias".
Este automóvel nunca pagou imposto de circulação nem nunca pagou imposto municipal tão somente por a lei não se aplicar a automóveis nas suas circunstâncias.
Estranhei, por isso, esta nota de cobrança, tanto mais que não constava o número de contribuinte, como se eu fosse desconhecido para o referido Fisco.
Contra a minha vontade lá tive que ir à Loja do Cidadão, nem muito cedo nem muito tarde, mas o suficiente para ter à minha frente cerca de trinta cidadãos que aguardavam serem recebidos pelos funcionários do Fisco.
Cerca de uma hora depois de tirar a tal senha que nos dá o direito de sermos recebidos, lá me sentei em frente de um funcionário que ainda não estava mal disposto e que me foi explicando que o assunto não deveria ser tratado ali, mas na DGV, pois a base de dados dos automóveis era da responsabilidade daquela entidade e o Fisco limitou-se a emitir a tal nota de cobrança, muito embora estranhasse a falta do número de contribuinte, adivinhando que me descobriram, certamente, pela morada, que estaria certa…
Bem… lá fui para a máquina da DGV, logo ali ao lado, para tirar a respectiva que me daria o direito de ser atendido cerca de quarenta minutos depois.
Que, sim senhor, deveria ter havido algum lapso, mas o assunto teria que ser colocado na Direcção Geral de Viação, mas lá para os lados do Campo Pequeno, se sabia onde era… que sim, que sabia…
No outro dia… na última nota contei o que se passou…
E há uma solução para aquela escandaleira toda: bastava que o Primeiro ou um Ministro ou um Secretário de Estado fosse pessoalmente à Direcção Geral de Viação tratar de um assunto do seu automóvel ou de um automóvel da mulher, do filho, do primo ou do sobrinho…
E anda o pessoal preocupado com o processo disciplinar do Professor Charrua, que não quer ser professor, mas quer regressar ao lugar que ocupava, onde tinha tempo para brincar ao humor e sem necessidade de se preocupar com a preparação das aulas…
Pois, já todos deveriam saber que após uns tempos passados na AR os motivos para o trabalho andam muito em baixo…
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