26.6.07

Gentes do Norte

Estive por ali cerca de quinze minutos, mesmo assim um pouco mais do que me é habitual. Foi suficiente para ter uma ideia geral dos presentes e da natureza geral das intervenções, pelo que não me surpreendeu o que ouvi durante aquele longo quarto de hora.

Não é que tivesse valido a pena permanecer tanto tempo a ouvir a autoflagelação com que os "importantes" do Norte, diga-se, do Porto, brindaram a Portugal inteiro, mas foi perfeitamente suficiente para entender duas coisas:

O Porto está-se borrifando para o Norte.

Para o Porto o Norte é o Porto e uns arredores bastante limitados.

Não fora as intervenções bastante cordatas do Presidente da Fundação Bial, diríamos que nem o Engenheiro esteve á altura de outras vezes que apareceu a falar na televisão.

Não querem lá ver que o argumento do Engenheiro estava baseado no sentimento de que perdeu a opa, porque Lisboa quis prejudicar o Porto!!!

Que diabo, um dos maiores, senão o maior, precisa de argumentos deste gabarito para justificar a sua derrota? Sempre estive ao lado do Engenheiro nessa guerra de capitais, embora não tenha um cêntimo empatado nem num nem noutro, mas também entendo que as afirmações ali proferidas não são próprias da sua credibilidade nacional e internacional e muito menos de quem é nem regional, nem nacional, mas internacional, como convém ao grande capital.

Nunca pensei que fosse possível reunir tanta gente a lamuriar-se por ser do Porto e, por isso, estar convencido que seria tratado de outra maneira de fosse doutro lado qualquer e se de Lisboa tanto melhor.

Nunca pensei que fosse possível ouvir tanta parolice de tanta gente por quem os sinos bradam, ouvir tantos disparates de quem tem obrigação de atirar cá para fora ideias e pensamentos dignos de gente por quem se tem elevada consideração pessoal.

Mas é assim: nem sequer nos passa pela cabeça que este longo processo de vitimização tem como único e seguro objectivo justificar a incapacidade de o "Porto" conquistar um lugar ao sol do desenvolvimento social e económico e colocar-se a par ou acima de outras regiões bem menos barulhentas e até bafientas.

De qualquer modo, sempre ouvi dizer que nada se comparava ao Norte quando se fazia referência a automóveis de altíssima gama…

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