Confesso que as minhas longas férias só agora podem ser dadas como terminadas; confesso que a vontade de trabalhar é mais que muita; confesso que as minhas tentativas para me opor à imperiosa necessidade de escrever exigem um enorme esforço que não estou em condições de oferecer; confesso que tenho andado por aí, mas ninguém tem dado por isso, facto que me tem dado toda a liberdade para fazer o que me der na real gana. (Estava quase a imitar o AJJ no discurso de Torres Vedaras. Só que não contesto…)
Mas acontece que tantas são as coisas, que tantos são os factos, que tantas são as circunstâncias, tudo merecedor da devida atenção por parte de qualquer cidadão que se preze, que não tive outra hipótese que não passasse por voltar a dedicar a minha atenção a algumas situações que vão acontecendo por aí.
Cá no fundo, no fundo, não tenho a mínima vontade para varrer à pancada da grossa uns quantos ministros e outros tantos secretários de estado e mais outros directores-gerais e presidentes de empresas públicas por toda a porcaria que andam a fazer ou, melhor, por tudo o que deveriam fazer e não fazem.
Pelo menos, podiam estar calados e só falar quando o Primeiro dissesse como e quando e em que circunstâncias.
Mais valia que mandassem alguém, vestido à civil, ao largo da igreja e apregoar que agora os reformados com pensões mais baixas vão pagar impostos. Ao menos assim, não olhávamos para acara do ministro das finanças e não nos dava uma enorme vontade de soltar uma solene gargalhada pela sua honorável respeitabilidade, própria de um cobrador de impostos.
Assim, quem de entre os ignorantes desta terra não poderia ser ministro das finanças? Precisas de equilibrar o orçamento ou acabar com o défice? Não te preocupes muito e trabalhar mais para fazer baixar a despesa e muito menos despedir um director-geral porque não foi capaz de diminuir o número de rolos de papel higiénico gasto nos serviços…
Basta, apenas e tão só, saber onde aplicar mais impostos, cuja cobrança seja certa e segura… que tal as reformas mais baixas…? Estão mesmo à mão de semear…
Assim, até eu faria um figurão na pasta das finanças…
Tenham um pouco mais de vergonha na cara e respeitem um pouco mais a desgraçada da Educação e o desgraçado da Saúde…
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