Telefonou-me um amigo meu para me dizer que aquela de eleição virtual era uma boa resposta para os problemas do País, pois que assim seria muito fácil demitir e nomear primeiros, segundos e até terceiros e obrigar o pessoal a ser responsabilizado por tudo o que não faz devendo fazer ou que demore uma tarde inteira na casa de banho para fazer uma coisa que pode demorar pouco mais que um minuto…
Mas este meu amigo desconhece uma realidade que torna as coisas bem mais complicadas do que parecem aos olhos de quem não está a olhar para dentro, mas apenas para a parede e ainda por cima toda branca.
As dificuldades das eleições virtuais residem num ponto apenas, mas que se situa a anos-luz das nossas intenções…
Se não houver o devido cuidado nesta coisa das eleições virtuais, corremos o risco de forçarmos a sua realização todos os dias e, às tantas, até de hora a hora…
Para muita gente, isto não seria um problema, mas para mim já constitui uma séria surpresa, pelo facto de não haver nada para fazer passados que sejam uns quantos dias…é que o pessoal trabalha que se desunha e depois lá terá que se arranjar umas coisas para fazer lá para os outros continentes, como aconteceu com os técnicos da CIP que, em bem poucos meses, apresentaram a "solução" para o novo aeroporto de Lisboa, coisa nunca pensada nem nunca vista, nem nunca achada e que estava mesmo aqui à mão de semear e oculta dos olhares e do trabalho e da investigação de centenas e centenas de técnicos, engenheiros, políticos, etc. e tal, durante mais de trinta anos.
Lembro-me, que quando comecei a olhar e a admirar os aviões, aquelas coisas que davam pelo nome de "super constellation", logo ali na Portela, já ouvia falar do novo aeroporto de Lisboa lá para os lados de Rio Frio, parecendo que se tratava de um lugar tão longe como o Pulo do Lobo, descoberto uns bons trinta anos mais tarde…
Bem vistas as coisas, vale sempre a pena não decidir enquanto não aparecer a última moda que é, como quem diz, enquanto não aparecer um grupo de gente, especialistas e génios incluídos, a dizer que a decisão ainda pode demorar mais uns quantos anos e deve ser completamente oposta à que estaria na mente de uns tantos…
Isto é tão certo como certo é que o petróleo vai ultrapassar os cem dólares o barril dentro de poucos dias, que um dia destes não há petróleo para o combustível dos aviões e que estes vão adoptar a descolagem vertical, porque não haverá mais espaço para pistas tão grandes…, mesmo antes da decisão da construção do novo aeroporto internacional de Lisboa…
Quanto não vale trabalhar devagar, devagarinho…
Se aquela cambada toda tivesse demorado menos um ano a propor a Ota, certamente que não teríamos a oportunidade de Alcochete, não teríamos mais uma ponte e, o mais importante, não seríamos compensados com um túnel por baixo do Rio Tejo…
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