Ainda não estão apuradas a totalidade das juntas de freguesia, mas os resultados conhecidos até ao momento confirmam plenamente as minhas previsões de ontem á noite.
Não tinha sondagens, não tinha números para qualquer fundamentação pelo que me baseei apenas no que me parecia que iria acontecer e que aconteceu.
Não desci a uma previsão em termos percentuais porque, por um lado, não via grande interesse nisso e, por outro, teria sido muito mais arriscado e cometer erros grosseiros.
Não seria assim tão grosseiro, mas estaria afastado qualquer coisa como três pontos percentuais relativamente aos resultados finais do PSD e do PS e cerca de dois pontos e meio com o CDS; tinha fortes dúvidas quanto ao comportamento dos bloquistas, mas não previa um chimbalau tão grande. Afinal a esquerda anda pelas ruas da amargura e bem podem atirar ao ar com as suas bandeiras e os seus valores que, na hora do voto, a direita marca pontos por todo o lado.
Chegou a sua vez como tem chegado a todo o lado dando valor àquele velho princípio da democracia a que se costuma chamar de "alternância do poder". Que assim seja, parecendo certo que vamos ter a direita no poder por uns bons e quantos anos, esperando que o faça com valor e com dignidade, porque as vezes anteriores em que lá esteve não foram de boa memória.
Algumas pessoas mudaram, vamos ter uns quantos novos atores e outros vão permanecer, mas no geral e no particular o discurso vai ser outro e continuo a esperar que não se trate de um discurso de desculpas pelo estado das coisas perante as dificuldades de as mudar, o que defraudaria gravemente as esperanças de mais de cinquenta por cento dos portugueses votantes.
Nem me quero lembrar do que tem sido o exercício profissional como administrador executivo do futuro Primeiro-ministro nas empresas em que tem trabalhado, esperando ansiosamente que as coisas sejam bem diferentes para bem de todos nós...
Vamos agora estar atentos ao que se vai passar nos próximos dias nas negociações para a formação do governo que não pode demorar como tem demorado a formação do governo lá na Bélgica.
O que mais me admirou nesta coisa toda foi a circunstância de ser considerado mais importante a derrota do Sócrates que a vitória do Coelho.
O que é que se pode fazer?
O importante disto tudo é que importava que o PSD não tivesse a maioria absoluta para precisar do CDS para formar governo, admitindo eu que o que estava em jogo era o governo de Portugal, forte como uma rocha e potente como uma bomba atómica sem precisar de um contrapeso para se manter à tona.
Todos nós, independentemente do sentido do voto, temos esperança que haja uma mudança para melhor de modo a que se altere a fama dos políticos em Portugal...
Agora o apoio será maioritário, que apareçam os melhores dos melhores e não os melhores dos servos da gleba...
Pelo menos vamos estar dispensados de comprar mais submarinos...