22.3.11

Finalmente...

Finalmente o PR pronunciou-se sobre a crise política portuguesa: afirmou que não tem grande margem de manobra para atuar devida á forma como o pec não sei quantos foi anunciado... etc. e tal.

Eu estava convencido que este argumento nunca seria argumento a utilizar por quem está contra o pec para justificar o que quer que fosse e muito menos para justificar a incapacidade de atuar na devida altura e ao nível das responsabilidades.

Sempre pensei que o facto de não me darem conhecimento de uma qualquer coisa que eu deveria conhecer por dever de ofício ou por razões de boa vizinhança seria motivo suficiente para eu me pronunciar e atuar em conformidade.

Seria para mim, mas não é para quem ficou sem margem de manobra por não ter conhecido o pec em devido tempo e antes de todos os outros que deveriam ter sido informados.

Mas esta incapacidade de decisão diz bem desta personalidade que ocupa um lugar tão importante na estrutura do Estado.

Não tem margem de manobra?

Ou não quer manobrar?

Ou está à espera que outros façam por ele o que ele já deveria ter feito?

Nestes termos até eu não faria pior...

Mas é isto a política à portuguesa: todos aguardam que o governo se demita e não têm a coragem e a dignidade de o fazer cair para não ficarem com o "odioso" de derrubar um governo com receio calculista de perder uns quantos votinhos nas eleições que se avizinham.

Pois então: que coisa haverá de melhor que apresentar e votar a favor uma resolução contra a aprovação do pec?

Muita gente poderia pensar que para estas situações já existe uma figura regimental lá na AR que dá pelo nome de "moção de censura" que tem como finalidade fundamental censurar o governo e cujo efeito imediato é a sua demissão.

Aqui não, pois o que está a dar é tentar resolver a situação como a aprovação de uma resolução... que não implica a queda do governo...

Já falam de eleições à descarada e ainda não derrubaram o governo. Espero bem que esta tragédia, a tragédia da impossibilidade de fazer o que deve ser feito, termine rapidamente.

No fim de contas e perante o facto de o PR não demitir o governo ou dissolver a AR, (confesso que não sei o que a Constituição diz sobre a matéria) e perante o medo e também a cobardia de o psd não ser capaz de apresentar uma moção de censura ainda vamos ter o Primeiro a apresentar a demissão do governo com o argumento do "superior interesse nacional" e fazer disso o lema da próxima campanha eleitoral...

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