23.3.11

Lá na Ibéria

Afinal a coisa não foi assim tão difícil: quem calçou a bota também a descalçou com relativa facilidade, donde resultou um alívio imenso para o PR e para toda a oposição, mas principalmente a da direita que não era capaz de fazer com o prato de sopa que estava a ser servido.

Afinal alguém teve a dignidade suficiente para dar o primeiro passo com vista a encontrar uma solução política para a crise política que se vinha vivendo de há uns tempos a esta parte.

Os que queriam derrubar o governo não foram capazes de o derrubar embora podendo mesmo que não tivessem margem de manobra para o fazer, mas agora têm a faca na mão porque o queijo ainda é preciso fazê-lo, prepará-lo e depois servi-lo para ver quem vai ter unhas para o comer.

Já havia muita gente um tanto ou quanto farta da diarreia política que estava a acontecer todos os dias em todos os canais de televisão: não me lembro de um desfile permanente de figuras da alta e da baixa política, de comentadores, de jornalistas, de entendidos, de espertos de tudo e demais alguma coisa por todos os canais generalistas de televisão as qualquer hora do dia e da noite sempre o mesmo e invariável palavreado repetido até à exaustão sobre a crise.

Aí está solução apresentada pela parte mais fraca deste processo, mas que entalou ou vai entalar todos aqueles que a queriam ter tomado e não tiveram a coragem política de a tomar.

Acabou o motivo da encolha e agora nada mais resta que toda a gente mostrar a verdadeira indumentária e apresentar-se sem qualquer máscara e dizer a toda a gente o que se propõe fazer que os outros não tenham feito ou que não foram capazes de fazer.

Por mim não chega que se apregoe aos sete ventos que basta ter credibilidade perante os "mercados" para que a crise tenha medo dessa mesma credibilidade e se afaste rapidamente lá bem para longe do retângulo luso, como que deixando antever que vem aí mais do mesmo, embora com alguma coloração eventualmente diferente.

Claro que isto não fica assim, pois agora vai começar outro calvário com a finalidade primordial de assacar e atribuir culpas com vista à conquista de uns quantos votos para lá das expectativas normais e veremos, espero bem que não, se quem foi por lã não vem de lá tosquiado...

Já disse por diversas vezes: espero que o POVO, na sua "sabedoria" atribua uma maioria absoluta a quem deve atribuir e que merece essa maioria para que possa governar tranquilamente esta gente toda que passa o tempo a conformar aquele dito de um general romano "... lá para os lados da Ibéria existe um povo que não se governa nem se deixa governar..."...

Agora não vai ser assim. Dentro de dois meses, mais ou menos, acontecem as eleições e daremos passos seguros, grandes e largos para tirar um coelho da cartola que ponha esta gente toda na devida ordem, devolvendo rapidamente a todos o que a todos foi retirado nos últimos anos...

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