26.6.11

Era o burro

Fiquei verdadeiramente espantado quando vi passar no ecrã da televisão a indicação de que os candidatos a magistrados ou magistrados tinham copiado num exame.

Fiquei verdadeiramente espantado porque estava longe de admitir que homens e mulheres que se preparam para exercer a magistratura e aplicar a justiça pudessem ter a peregrina ideia de copiar num teste.

Eu ainda posso admitir que o pessoal no liceu tente e consiga copiar nos exames, mas se tal acontecer e forem apanhados a sentença só é uma e muito justa, muita ética e muito moral: anulação da prova e repetição do exame se houver oportunidade se não for chumbo automático e imediato.

Mas com estes magistrados a solução não podia ser tão sábia como justa: correr toda a gente com dez valores e o assunto arrumado.

Nós, os que não entendemos coisa alguma do que sejam estas coisas dos magistrados e dos juízes, poderíamos ficar chocados ou eventualmente pensar que a solução encontrada parece ser acertada sendo certo que ela implica beneficiar uns e prejudicar outros.

Mas se percebermos alguma coisa de estatística até que poderíamos admitir que no fim de contas um valor de dez até pode ser que esteja certo para a qualidade da justiça que temos e que vamos ter quando este pessoal passar a aplica-la.

Mas o que verdadeiramente me espanta é que este pessoal aceitou ser corrido a dez valores e não piar nem protestar nem recusar a solução encontrada.

Onde está a vergonha desta gente?

Era verde e o burro comeu-a...


 

PS. Este texto foi escrito no dia 17 de Junho passado próximo.


 


 


 

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