9.3.11

O Presidente

Andava à procura de uma oportunidade e de um motivo, andava à espera de uma coisa qualquer que me servisse de justificação suficiente para reiniciar a produção destes textos a propósito de tudo e de nada.

Pode parecer que neste espaço de tempo não faltaram acontecimentos na vida portuguesa para merecerem a minha atenção e, em consequência, a dedicação de umas linhas, quanto mais não fosse para ficarem registados da minha parte em letra de forma.

É bem verdade que o governo continua o mesmo, que a oposição continua a mesma, que os discursos continuam os mesmos, que os educadores do povo continuam os mesmos, que os comentadores continuam os mesmos.

Salvo se tivermos na devida conta que a crise, apesar de ser a mesma, tem contornos dos quais não estamos a gostar mesmo nada, tanto mais que o preço dos combustíveis, esses, não continuam os mesmos…

A partir de hoje temos um "novo" Presidente da República, que vai timonar os destinos da Nação durante os próximos cinco anos, sendo este facto motivo bastante e suficiente para me justificar e recomeçar a escrever o que me der na real gana sem ter que dar contas a ninguém.

Ao "novo" Presidente da República desejo as melhores venturas para desempenhar com dignidade as funções de que foi investido e conferidas pela Constituição da República.

Mas que se deixe de rodriguinhos nos seus discursos e passe das boas palavrinhas e das melhores intenções aos atos concretos, pois que de diagnósticos já chegam os do professor Marcelo e os do comentador Pacheco.

Não ouvi o discurso do Presidente, mas tive o cuidado de o ler na íntegra não vá ele acusar-me de o comentar sem o ter lido, como provavelmente vai acontecer com alguns dos nossos inteligentes dos meios de comunicação social.

Nem sequer uma palavra para a crise internacional, quase toda ela da responsabilidade de economistas e financeiros

Cabe perguntar: onde andou este homem durante os últimos dez anos? Não tem nada a ver com o que se passa nesta terra? Será que tudo o que aconteceu, que vem acontecendo e que acontecer não tem uma participação, nem que seja por ausência de decisões, do Presidente? Será que a responsabilidade nunca passou ali pelos lados de Belém.

Será que os jovens do seu discurso não foram formados em Portugal?

Será que este homem não tem a coragem de demitir o Governo depois de ter pronunciado este discurso?


 

Ou eu muito me engano, ou esta paz podre vai continuar na mesma…


 

Ainda vamos dar razão ao kadafi…


 

 

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