30.3.11

Ora agora...

Ainda não estou bem recomposto da valente tareia que me deram todos os partidos políticos com assento na AR a quando da votação do pec, da avaliação dos professores e agora da autorização de despesas públicas e mais não há porque parece não haver mais tempo.

Caso contrário tudo o que estivesse pendente apresentado pelo governo levava chumbo e tudo o que estivesse pendente apresentado pela oposição lá passava cantando e rindo.

Pois todos aqueles que pagam a crise, aqueles que não têm hipótese de não pagar e que pagaram e pagam e vão pagar todas as doidices de governos e maluqueiras da oposição, temos o direito de bradar aos céus para que essa gente toda tenha juízo e pense que a sua função principal não é tratar da sua vidinha mas cuidar diligentemente da coisa pública com espírito de missão e não de aproveitamento.

Mas como nada se aprendeu com a crise mundial também nada se vai aprender com a crise portuguesa deixando ao deus dará uns quantos milhões de desgraçados que ainda vamos confiando nas instituições e continuando com os processos correntes e normais da vida política portuguesa sem ética e sem dignidade, deixando a democracia pelas ruas da amargura.

Olhamos à nossa volta e procuramos sinais de orientação, mas não descortinamos coisa alguma na qual se possa confiar e dizer que talvez seja o caminho a prosseguir, apesar de todas as dificuldades que se atravessam nas veredas da vida.

Entrámos no ping pong da política, como se não houvesse jogo mais interessante para entreter o pessoal que vai ter o emprego suspenso por dois ou três meses: ora agora falas tu, ora agora falo eu e nem tu nem eu podemos dizer seja o que for que o outro não venha a dizer a mesma coisa ou o seu contrário, não importando muito a seriedade do que se diz, mas tão só e apenas importando dizer alguma coisa.

Se não fora isto, porque é que agora nos dizem que o pec não foi aprovado porque se ficava aquém das necessidades?

Parece que esta gente anda toda grossa com uma bebedeira de caixão à cova pouco importando se se ofende alguém, pois a finalidade básica da intervenção política é responder a tudo e a mais alguma coisa que alguém diga... sem qualquer proveito para quem quer que seja.

No meio de toda esta leviandade, as estrelas do firmamento são as agências de rating e os mercados para gáudio de muitos políticos e de muitos comentadores e muitos jornalistas que se divertem com as desgraças do burgo.

Que lhes faça bom proveito, porque um dia também chegará a sua hora...


 

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