Definitivamente: estamos em profunda crise da qual não se vislumbra um fim porque as coisas estão mesmo no princípio.
De tanto ouvir falar de crises, de mentiras, de aldrabices, de dívidas, de dúvidas, de bancarrotas, de mercados, de abismos, de cortes, de misérias, de pobrezas, de empregos, de desempregos, de ajudas, de desajudas já estou totalmente convencido que estamos mesmo em plena crise.
Tenho ainda algumas dúvidas se a crise é apenas do Estado ou se os cidadãos estão na mesma. Mas minhas dúvidas têm algum fundamento porque continuo a não vislumbrar aquela profunda preocupação que a presença de um profundo mal-estar sempre acarreta.
Continuo a olhar para as pessoas dos meus meios e das minhas circunstâncias e não vejo aquele olhar do outro mundo que só de ver causa arrepios a toda a gente, levando-me a presumir que ainda não temos consciência da nossa verdadeira situação.
Aquele pessoal todo da AR continua na mesma de sempre: os malandros do governo não percebem nada de nada e não dão uma para a caixa nem conseguem ver nada pelo canudo: tudo o que fazem ou dizem que vão fazer não bate certo e não responde a coisa nenhuma nem vale para nada que se relacione com enfrentar a crise e muito menos que perspetive alguma solução.
Toda a minha gente da esquerda à direita, nas ruas e nos passeios, em terra e no ar, intelectuais e que tais, entendidos e desentendidos, comentadores pagos e gratuitos desancam diariamente nos parolos dos ministros e secretários de estado como se tratasse de energúmenos e aves raras que não sabem o que estão a fazer.
O que me preocupa não é que isso não seja acertado, como se a nossa missão não passasse de uma tomada de posição que se fica pela crítica atroz e mordaz relativamente a todas as ações do governo que à vista desarmada só vão favorecer o desenvolvimento da crise e passam completamente ao lado do que se pretende para ultrapassar as dificuldades.
O que me preocupa verdadeiramente é que eu ainda não ouvi da parte de alguém com responsabilidades sociais, quer seja pela sua posição e ocupação, quer seja pelo seu estatuto ético e social, uma a única ideia clara e concreta da qual possa surgir uma ação que contribua para contrariar o caminho que se tem seguido.
O que eu tenho ouvido aos quatro ventos proveniente de muitos cérebros altamente responsáveis e muito bem vistos pela opinião pública resume-se ao velho e estafado início de frase..."é preciso..."
Confesso que até eu e como eu milhares e milhares de portugueses temos qualificações suficientes e bastantes para dizer que "é preciso..." e nunca nos faltarão as papas na língua para continuarmos a dizer que "é preciso...".
Claro que todos sabemos que a solução passa por "pôr o guizo no gato"...
Mas... como? e quem?
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