O governo está mais rico com a última remodelação, feita de um momento para o outro sem que ninguém tenha tido qualquer ideia do que iria acontecer: saiu o secretário de estado da defesa e entra uma secretária de estado da defesa proveniente dos Açores, onde foi severamente castigada nas últimas eleições legislativas regionais.
Em face do acontecido agora e antes, está na cara que a senhora já se sentia incomodada com a sua situação na região autónoma, pelo que, sendo os amigos para as ocasiões, vai daí arranja-se um lugar no governo nacional para consolação e salvação do seu ego, que terá ficado muito melindrado e maltratado.
Certamente que a nova secretária de estado da defesa já nada poderá fazer pelos estaleiros de Viana do Castelo, nem pelas contrapartidas da compra dos submarinos, assuntos bem resolvidos pelo respetivo ministro, mas terá muito trabalho pela frente.
Espera-a uma defesa totalmente esfrangalhada pelas posições dos militares que continuam descontentes, talvez porque as promoções a brigadeiros e generais e almirantes e quejandos já não se estão a processar nos moldes de antigamente, não querendo dizer que a nossa defesa não careça de tantos altos cargos do comando das forças armadas, para que Portugal cumpra todas as missões para que é chamado.
É curioso constatar que as forças armadas e de segurança deste País, falido e devedor, estão em vários cenários e teatros de operações a cumprir missões próprias de países com dinheiro para pagar as respetivas despesas, parecendo que para isto não há crise que se note e os militares, apesar dos sacrifícios, agradecem porque a carteira recebe as devidas e justas compensações, por se afastarem do aconchego do lar.
Não deixa de se estranhar que passados meia dúzia de dias de uma remodelação ministerial com a entrada de dois ministros e de uns quantos secretários de estado, venha uma outra envolvendo um secretário de estado que ninguém conhecia nem se sabia para que servia quando se tem um ministro da dimensão do atual ministro da defesa, que tão bem soube salvaguardar os interesses do estado e dos trabalhadores dos estaleiros navais de Viana do Castelo.
Mas isso pouco importa face aos graves problemas que as forças armadas enfrentam, principalmente com a redução dos efetivos, temendo-se que se chegue a ponto de haver um soldado por um graduado, se essa tal redução anunciada começar pela base e não pelo topo.
Assim vai este País, alegre e contente sorrindo para toda a gente e declarando que cumpriremos sempre com as missões que nos forem atribuídas, mesmo que essas missões tenham custos astronómicos para as nossas capacidades, como sejam a ida aos mercados contrair empréstimos a taxas de juros próprias de usurários, quando comparadas com as praticadas noutros países tão mal ou piores que nós.
É o custo de termos um ministro das finanças deste gabarito e de um governo que sonha com o mal e com o demónio representado pelos funcionários públicos, que deverão ser postos na ordem.
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