Amanhã vai ser o grande dia: os funcionários públicos, os pensionistas e os reformados vão tomar conhecimento do roubo legal que se segue a todos os outros roubos legais que têm vindo a acontecer nestes últimos tempos.
O conselho de ministros extraordinário vai determinar as contribuições extraordinários que os funcionários públicos, os pensionistas e os reformados vão ser chamados a contribuir para o ajustamento através da eliminação das gorduras do estado.
Já se tem uma ideia do montante global, que varia entre os oitocentos milhões e os mil e duzentos milhões, mas para primeira impressão o montante parece fixar-se nos oitocentos milhões, se é que de ontem para amanhã os ventos não mudaram e os milhões serem alterados para mais, porque para menos nunca o serão, pelo menos nos próximos anos.
Não temos que ficar desgostosos e magoados com estas políticas e até devemos reconhecer que o governo está na senda do castigo dos prevaricadores ou, que mais não seja, está a retirar a confiança a quem se pode atribuir alguma culpazita de defraudar o estado nos negócios esquisitos e estranhos feitos nas empresas de transporte com aqueles contratos sobre o tal risco…
Está bem de ver que as administrações das empresas públicas de transportes, devidamente assessoradas por gabinetes e eminentes advogados, estão acima de toda a suspeita e responsabilidade em qualquer coisa que cheire a prejudicar o estado, mas mais vale prevenir que remediar e vai daí saem do governo secretários de estado que terão, eventualmente, estado nesses negócios de complexidade elevada e outros não saem porque estão a fazer um bom trabalho no governo e os tais negócios em que terão estado envolvidos não são assim tão graves e complexos que justificassem o seu despedimento nestas alturas.
Ficarão para a próxima, quando o pessoal já se tenha esquecido dos factos de agora e a nossa atenção esteja concentrada numa outra negociata qualquer que seja descoberta a tempo de alguns remendos por pequenos que sejam.
Talvez que o conselho de ministros de amanhã se disponha a seguir o conselho do presidente do tribunal de contas e tenha a coragem de taxar as ppp para que participem no esforço contributivo para o ajustamento e redução do défice para valores inferiores, mas que não constem das previsões do ministro das finanças, porque se assim for não vai haver contribuição alguma, a não ser a que é impostas aos contribuintes pagantes, os funcionários públicos, aos pensionistas e aos reformados e ainda aos desempregados e aos contribuintes com baixa por doença.
E para que alguém não se fique a rir, convinha que essas tais rendas das concessões públicas fossem revistas como muitos já exigiram , mexendo nos contratos sem medo e sem receio de enfrentar o capital sem risco no investimento efetuado.
Dizem os cronistas de hoje que já saíram do governo catorze secretários de estado e que entraram dezoito, no espaço de apenas dois anos, sem se falar em qualquer remodelação governamental, sendo lícito a todos nós pensar que "secretário de estado" só serve para ocupar lugar e nomear uma quantidade de pessoal que estava na "bicha" a aguardar a sua vez…
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