20.4.13

Os tempos do apocalipse

Há uns tempos estava na berra o montante de quatro mil milhões de euros de cortes na despesa do Estado, falando-se posteriormente de poupanças, uma vez que já se tinha abandonado a ideia do corte nas gorduras do respetivo.

Passados uns tempos, isto é, quando os malandros de uns quantos juízes que não foram eleitos pelo Povo, decidiram que havia alguns pontos no orçamento que precisava de ajustamento à Constituição, começou a falar-se de mil e quinhentos milhões, de mil e quatrocentos milhões, de mil e trezentos milhões, de mil e duzentos milhões, ninguém sabendo ao certo quantos milhões estavam em causa.

Parece que, feitas as contas, os milhões andarão por volta dos mil e duzentos, sendo certo que os inteligentes do governo já se decidiram pelo montante de oitocentos milhões, ficando o resto para depois, quando se tratar de pagar o subsídio de férias que agora é de Natal se fizer o ajustamento do irs.

Dizem que vão cortar nas despesas dos ministérios, não se sabendo quais os ministérios nem tampouco os quantitativos por cada um, mas o montante já está definido naquelas cabeças pensadoras.

Eles estão calados que nem uns ratos, mas todos estamos a imaginar que os oitocentos milhões não vêm dos privados, mas do setor público, principalmente, dos serviços sociais da responsabilidade do Estado.

No meio de tudo isto, já sabemos que a estrutura social do Estado vai pagar mais uma vez com língua de palmo tudo o que é preciso pagar, pouco importando à troika e aos seus mandantes e executores     que sejam os funcionários públicos, os pensionistas, os desempregados e os doentes a pagar uma boa parte da fatura.

Ao fim e ao cabo, trata-se de levar por diante o objetivo inicial da troika: emprestamos dinheiro com juros de usurário, mas tudo o que seja Estado tem de baixar o seu valor em cerca de quarenta por cento, relativamente ao ano de dois mil e oito.

Não será coisa fácil, mas o pessoal da guita não está disponível para continuar a alimentar toda uma estrutura que não produz metade do que gasta, pelo que a necessidade de um ajustamento é clara e evidente e os pagantes estão vista de toda a gente.

Só que esta história tem sido semelhante à febre tifoide e à febre-amarela e à gripe das aves e das vacas loucas: passou das fronteiras e atirou-se a toda a gente que estava por perto, chegando a todos muito rapidamente.

A todos, não é bem assim: ficaram a salvo uns quantos nababos que continuam a desfrutar da miséria alheia e quanto mais uns emagrecem, mais outros engordam.

Quem engorda demasiado ou come para além dos limites do bom senso, tem fortes possibilidades de sofrer um ataque cardíaco que o pode levar desta para melhor…

Dizem que se aproximam os tempos do apocalipse…

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