Não já não podem restar quaisquer dúvidas: estes senhores são uns troca-tintas e já ninguém os leva a sério.
Até agora, os ditos e os não ditos encarreiravam-se às minhas maravilhas, não havendo qualquer problema numa afirmação às segundas-feiras e a sua negação ou, pelo menos, a sua correção logo na terça-feira.
Mas era estranho que assim fosse, pois o pessoal não estava habituado a assistir a este espetáculo do dito e do não dito a esta velocidade. Parece que estamos a presenciar uma desgarrada para ver quem diz e quem se desdiz em primeiro lugar e vem logo a dar uma segunda leitura e uma terceira interpretação das palavras e das afirmações, que todos entenderam claramente o seu sentido e o seu significado.
Alguma vez haveria de ser a primeira para termos um primeiro e um segundo a asneirarem alternadamente, sempre que botam faladura, quer seja no interior quer seja no exterior.
A semana passada tivemos a oportunidade de tomar nota de umas quantas afirmações muito acertadas e muito doutas e muito razoáveis, parecendo haver a convicção plena de que estes senhores estavam convencidos que na UE não havia tratamento desigual entre os membros, assumindo-se como natural que os membros deveriam ser tratados da mesma maneira, sendo que a situação e a realidade de cada um seriam iguais, ou, pelo menos, muito semelhantes.
Mas logo vieram afirmar o seu contrário, pois não se pretendia o mesmo tratamento porque as realidades não eram iguais ou, pelo menos, não eram semelhantes e muito menos comparáveis.
Claro que nós entendemos: como à criançada na escola primária quase que basta um olhar mais fixo para que se coloque a bolinha um pouco mais baixa e se acabe com a asneira.
Toda a gente já sabe que a realidade grega não é a realidade portuguesa e quem quiser o mesmo tratamento está longe de entender o que realmente se passa, a não ser que se queira atirar poeira para os olhos dos internos, porque os externos já estão batidos e não vão em cantigas de gente que não acerta uma.
Os gregos sabem muito bem que os acontecimentos dos meados do século passado ainda não estão, infelizmente, esquecidos e são suficientes para que a situação dos gregos não seja comparável com a dos portugueses, mesmo que isto fizesse um jeitão ao primeiro e ao segundo.
Cá nos vamos habituando a este corrupio de ditos e desditos por mal dos nossos pecados, pelos quais não queremos responsabilizar qualquer troca-tintas que nos toque na rifa…
PS.: Gostaria muito de saber onde para o terceiro…
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