6.12.12

Em que ficamos

Agora também o presidente da república vem a terreiro reclamando para Portugal as mesmas condições concedidas á Grécia no que se refere aos empréstimos do fundo europeu de estabilização.

Por outro lado autoridades europeias vêm afirmar que os juros pagos por Portugal são de três por cento, o que está muito bem, não havendo necessidade de reduzir ainda mais os ganhos dos capitalistas sugadores do sangue português…

Vá-se lá entender esta brincadeira de diz e desdiz, de informa e desinforma, de sim e de não, parecendo que se está perante uma brincadeira de mau gosto para o pessoal que se limita e ficar impávido e sereno à espera que os inteligentes, espertos e manda chuvas se entendam e digam de uma vez por todos o que querem fazer connosco.

Ao fim e ao cabo precisamos de ter conhecimento do que nos espera e exigimos saber quais as verdadeiras posições do primeiro e segundo e o que pensa realmente o presidente da república.

Andar nas meias tintas para enganar ou tapar os olhos do pagode nunca será desculpa, pois vamos começando a entender que não se pode andar a enganar o pessoal durante muito mais tempo.

Já é chegada a altura para seguir os conselhos do conselheiro do governo para entrega ao capital do património nacional não lhe faltando descaramento e pouca vergonha para poder afirmar levianamente que o ajustamento da economia está terminado, faltando agora resolver o problema do respetivo financiamento.

Claro que nós entendemos o que o conselheiro quis dizer: o custo do trabalho já chegou ao pretendido pelo capital, pelo que estamos em condições de recomeçar como se de um novo ciclo se tratasse.

Estamos bem servidos quanto a conselheiros e aconselhados, mas ainda nos esperam dois anos para o financiamento da economia se torne uma realidade generalizada, principalmente a nível das pequenas e médias empresas, que o capital ainda não domina através da detenção da propriedade mas impõe as suas condições de sobrevivência: ou fazes o que eles querem ou estás feito num oito…

Tomem nota do seguinte: bastaram três ou quatro dias para que a imprensa deixasse de falar das constitucionalidades ou inconstitucionalidades do orçamento de estado para dois mil e treze bastando para tal que o presidente mandasse uns palpites sobre a igualdade de tratamento por parte das instituições financeiras europeias, parecendo que outros valores mais altos surgiram no horizonte da crise portuguesa.

Venham de lá as manifestações das massas para não permitir o esquecimento das desgraças do povo e fazer lembrar o nosso trigésimo terceiro lugar dos países "menos" (?) corruptos a nível mundial…!!!

Será que já esquecemos que os funcionários públicos e os reformados vão continuar a ser espoliados de um salário e o outro vai ser pago em duodécimos para pensarem que foram aumentados e não roubados?

Chegará o dia do ranger de dentes… e nessa altura não haverá contemplações.


 

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