O mundo, todo aquele mundo que paga impostos em Portugal, acordou com todos os canais de televisão e todos os rádios locais, nacionais e internacionais a divulgarem a notícia da promulgação pelo presidente da república do orçamento de estado para dois mil e treze.
A notícia foi hoje divulgada mas o presidente já tinha promulgado o orçamento no dia vinte e oito de dezembro, precisamente o dia em os católicos celebram o dia dos SANTOS INOCENTES, isto é, o dia em que os católicos do mundo inteiro celebram o martírio de todos os inocentes recém-nascidos na mesma altura de Jesus Cristo.
O presidente quis associar-se a essa comemoração e vai daí promulga o orçamento de estado, sabendo perfeitamente que aquela coisa tem lá umas normas que ofendem os princípios constitucionais, mas os superiores interesses do país assim o obrigou, com pesar da sua consciência, pois a sua pensão também vai levar um rombo relativamente significativo que pode pôr em causa o seu modo de vida que antes já não lá muito católico, porque a sua pensão não chegava para as NECESSIDADES…
Já podemos ficar descansados porque esta decisão do presidente vai acalmar os mercados que ficaram tranquilos quanto baste porque Portugal fica dotado do instrumento imprescindível para que o capital continue a singrar com êxito com os negócios do pagamento dos juros cá do burgo.
Como se tornava evidente, ninguém continuaria contente se Portugal tivesse apenas umas dezenas de capitalistas, pelo que este governo não podia ficar indiferente a esta realidade e a única maneira de a alterar era considerar "capitalista" todo aquele que "beneficiasse", alguns injustamente, de salários e pensões superiores a mil e quinhentos euros, tornando-se, asasim, Portugal um dos países do mundo e do universo com mais capitalistas e milionários…
Hoje, dia trinta e um de dezembro e último dia deste memorável ano de dois e doze, vamos ficar todos contentes por três razões fundamentais: a primeira está relacionada com a promulgação do orçamento ficando Portugal ao abrigo do anarquismo e da bancarrota; a segunda relacionada com o facto de os mercados ficarem aliviados com a dúvida que se tinha instalado nos últimos dias deste ano não se sabendo se havia ou não havia promulgação e terceira relacionada a consideração de que o ano de dois mil e treze vai ser o ano do regresso de Portugal aos mercados, mesmo que os portugueses fiquem mais pobres cerca de quinze por cento, desde que os banqueiros e o capital fiquem a ganhar com o negócio.
Estamos no bom caminho para num dia não muito longe dos nossos horizontes não haja por aí uma bernarda que mande o primeiro para os arredores, o segundo/terceiro de volta à Europa e o terceiro/segundo sem bilhetes semanais de avião para viagens aos quatro cantos do mundo…
Até quando é que vamos continuar impávidos e serenos a aguentar toda esta pouca vergonha…?