Ontem não houve guerra na ucrânia.
Ontem não houve guerra em gaza.
Ontem não houve médicos em conflito.
Ontem os professores não se manifestaram na via pública.
Ontem não houve manifestações de apoio à palestina nem a israel.
Ontem a tempestade foi cá dentro de portas e decorreu durante o dia inteiro prolongando-se pela noite dentro de tal modo que a porta da casa de um envolvido teve guarda permanente de jornalistas.
Ontem foi um desatino: nunca tinha visto tantos comentadores, tantos jornalistas comentadores, tanta gente inteligente e especialistas em tudo e mais alguma coisa a debitarem continuamente quase a mesma coisa.
Ontem todos opinaram e mandaram as suas bocas, uns com conhecimento do que estavam a dizer e outros com os palpites do costume.
Ontem alguns tiraram a barriga de misérias, pois tiveram a oportunidade de aparecerem na televisão com o estatuto de "especialistas" em qualquer coisa, trazendo para o presente muito do que aconteceu há uns bons anos, igual ou semelhante ao que se tratava no momento.
Ontem cada um teve a oportunidade de se colocar no enquadramento que mais convinha aos seus bitaites, porque um dia podem resultar em qualquer coisa de interesse particular.
Ontem foi dito tanta coisa que amanhã alguns dirão que não foi bem aquilo que queriam dizer, tendo sido uma leitura feita fora do contexto, o que originou uma interpretação errónea sobre a matéria de facto.
Ontem, as grandes preocupações da grande maioria dos intervenientes estavam relacionadas com o que iria acontecer e pouco se pretendia saber sobre o que realmente estava em causa, uma vez que o comunicado público que colocou o pessoal em alerta máximo pouca ou nada esclarecia.
Ontem ficámos a saber que uns querem isto, que outros querem o seu contrário e ainda que alguns esperam uma terceira via que garanta alguma hipótese de nem tudo ir por água abaixo.
Ontem eu fiquei convencido que alguma coisa poderia ser aproveitada se a resiliência à pressão for suficiente...
Hoje...
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