Não há dúvida alguma que os portugueses foram, são e serão uns ingratos, mal-agradecidos e radicais a tal ponto que não entendem e nem sequer fazem o mínimo esforço para perceberem que uma meia dúzia de inteligentes são nossos amigos e estão a sacrificar a sua vida particular, familiar e profissional para que, muito em breve, Portugal não deva nada a ninguém e muito menos aos próprios portugueses.
Deveríamos ter um pouco mais de compreensão para quem tanto se sacrifica por todos nós e deveríamos apresentar a suficiente boa vontade para temperar com um pouco de bom senso a algazarra quase diária que se ouve nas escadarias do palácio de são bento e poupar os nossos deputados e verdadeiros representantes da democracia, que não são minimamente responsáveis por qualquer coisa que não seja a devoção plena e a entrega total aos serviço público.
Bem vistas as coisas, estes homens e estas mulheres que foram eleitos em sufrágio eleitoral mais uns quantos e quantas envolvidos e envolvidas na salvação da pátria não são mais responsáveis por tudo o que se está passando que qualquer um de nós que não abdica de um mês de salário ou de pensão para minimizar a crise das dívidas soberanas, tendo presente que os bancos e os banqueiros são de todos os mais inocentes no meio de tudo isto.
Quer se queira quer não se queira esta meia dúzia de inteligentes que legislam e governam a arraia miúda são os que vão demonstrando no dia a dia o verdadeiro interesse e intensa dedicação para resolver, nem que seja à porrada fiscal, a crise de que não são minimamente responsáveis.
Não entendo esta barulheira toda e este ruído de fundo, de frente e de lado e de cima que nos envolve, por causa do pagamento do subsídio de natal ou de férias em duodécimos, isto é, pelo pagamento repartido pelos doze meses do ano!
Ninguém tem o direito de duvidar que estes senhores não têm outro objetivo que não seja facilitar a vida às famílias portuguesas, que passam a beneficiar de mais uns quantos euros todos os meses em vez de os receberem de uma única vez durante o ano.
Ninguém tem o direito de duvidar das boas intenções desta gente quando se predispõe a assumir a gestão mensal do nosso subsídio evitar que cada um de nós faça asneira da grossa e gaste tudo de uma vez, o que seria, como não pode deixar de ser, uma má gestão dos nossos já parcos recursos.
Não vejo, assim, haver qualquer boa razão para não nos sentirmos agradecidos pela disponibilidade demonstrada pelos deputados, pelo primeiro, pelo "segundo" e até pelo inefável da segurança e mais uma meia dúzia de beneméritos nacionais.
Por mim, fico agradecido…
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